Memória escrita por JRListing


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Gente, muito obrigada pelos reviews :D.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/17064/chapter/2

[Tom's POV]

A meio de uma conversa com o Gustav, começo a sentir-me mal. Pouso o meu copo, ainda com metade da bebida. Eu estava óptimo, será que comi algo mau? Não pode ser nada com... O Bill!?

-Gustav, o Bill?! -Interrompi-o. Ele não gosta nada disso. Mas nem ligo, sei que algo não está bem com o Bill.

-Foi para o hotel, porquê? -Ele respondeu, fazendo cara de poucos amigos.

-Algo não está bom, eu sinto, o Bill está mal, ele precisa de mim,

-Wow, calma. Ligue para o Bill. Está tudo bem com ele, a esta altura deve estar a devorar um prato enorme de batatas fritas.

-Tomara.

Desajeitadamente meto a mão ao bolso tirando aquele pequeno objecto. Marco o numero dele rapidamente e levo o aparelho ao ouvido. Sem sinal, nem mesmo aqueles ''tuuu, tuuu''...

-Precisamos ir para o hotel.

-Mas a festa ainda nem acabou, Tom!

-Mas qual festa!? O Bill está mal, eu sei, eu sou gêmeo dele, eu sinto-o! Agora, se você vem comigo, eu não sei, mas eu não fico aqui nem mais um minuto!. -Dissei-lhe. Os seus olhos esbugalharam-se por uns instantes, mas logo se apressou a dizer:

-Eu vou.

Saímos dali praticamente a correr, ignorando a Katy Perry, que estava perguntando onde eu ia. Cu para ela, vou ter com o meu irmão.

Tiro as chaves do carro do bolso e praticamente empurro Gustav para o banco ao meu lado, sentando-me logo depois no lugar do condutor. Um minuto e já estávamos indo a toda a velocidade em direção ao hotel.

-Tom, você bebeu demasiado ou quê?! Que coisa é essa do Bill passar perigo!?

-Eu sei que algo não está bem com o Bill, eu sei.

- ...

 

Continuámos por algum tempo até nos deparar-mos com alguma confusão. Dois carros, que eu não conseguia identificar por causa da escuridão e uma ambulância, com umas 20 pessoas à volta. Por pura curiosidade, saí do carro, sendo seguido por Gustav. Pergunto a uma jovem que devia ter uns 15, 16 anos o que aconteceu.

-Foi um acidente de carro, fui eu que chamei a ambulância. Moro aqui perto e ouvi um barulho, quando olhei pela janela e vi os carros, saí correndo e chamei uma ambulância, não podia fazer mais nada. Com a iluminação da luz das ambulâncias, eu consegui perceber que parte da matricula de um carro era parecida com a do carro de Bill, mas deve ser apenas impressão. De novo aquela luz azul e vermelha ilumina o carro. Aproximo-me rapidamente do carro, olhando melhor aquela matricula. A matricula de Bill? Observo melhor o carro, tendo de forçar um pouco a vista. É de noite e não temos muita luz. É o carro de...Bill?

Agora percebi. Bill. Sabia que algo não estava bem. Desde aquele momento, foi quando os carros colidiram, só pode. Sinto-me mal, se me visse a um espelho, provavelmente estaria mais branco que papel. É o BILL, porra! O Bill teve um acidente de carro, aliás, onde porra está ele? Sinto a mão de Gustav no meu ombro.

-É o carro dele?

-Sim... -Após dizer esta pequena palavra, pude ouvi-lo a engolir em seco.

-Onde é que ele está?

-Sei lá, se não está lá dentro, está...

Viro-me para a ambulância, e ignorando completamente Gustav, porém ouvindo-o dizer que vai avisar o Georg, dou uma pequena corrida até à ambulância, exigindo para ir também. O meu irmão tem de estar naquela ambulância. E eu só tenho de ir. Ele está vivo, tem de estar. Se bem que o carro dele, já era. Depois de uns segundos de conversa rápida, lá me deixaram ir sentado. Não percebo nada do que se está a passar, não sei por quando tempo fiquei aqui, encarando estas duas pessoas, meu irmão e alguém totalmente desconhecido, que, sinceramente, eu não tinha interesse nenhum em saber quem é.

Parece que pelos vistos chegámos a algum hospital. Oh, graçias.

 

 

Estou aqui, encarando quatro paredes brancas. A unica pessoa que está aqui para além de mim é uma senhora idosa, com mais de 70 anos, quase de certeza. Ela parece triste, encarando o chão, perdida nos seus próprios pensamentos. Depois do que me pareceu ser meia hora, apareceu um homem vestido de branco. Levantei a cabeça esperançoso, mas ele ignorou-me e foi ter com ela. Depois de uns 3 minutos a falar com ela, a expressão dela estava muito pior do que estava quando cheguei. Não tardou e começou a chorar, procurando por apoio abraçou-se aquele homem, que também estava triste por ter de lhe dar aquela noticia, seja ela qual fosse. Ouço os gritos dela, juntamente com o seu choro, implorando ao médico para lhe dizer que o que ele lhe disse não é verdade. Levanto os olhos para aquela triste cena. Uma idosa abraçada a um homem a chorar, implorando-lhe para desmentir algo, na branca sala de espera de um hospital. Queria levantar-me, ir ter com aquela velhinha e confortá-la, mas não saberia que palavras lhe dizer. E neste momento a minha cabeça foi invadida por outro pensamento. E se Bill morresse?

Só este pensamento foi como uma pancada na cabeça. Ele pode bem morrer. Ele esteve num acidente de carro. Eu estou aqui sentado à espera de uma noticia que seja sobre o meu irmão, mas essa noticia parece nunca chegar. Ele pode estar morto agora. Uma pequena lágrima caiu de um dos meus olhos, lágrima essa que eu me apressei a limpar. Pus ambas as mãos na cabeça e fiquei encarando o chão por tempos. Não notei quando é que o barulho acabou, mas quando levantei novamente a cabeça, a sala estava vazia e só lá estava eu. Notei nalguns livros que estavam na mesinha à minha frente. Peguei num qualquer. Nome: Como lidar com a dor de perder alguém. Rápidamente atirei o livro contra a mesa novamente, fazendo um barulho alto. Que comico. Eu nesta situação. E que livro é que me aparece à frente? Argh...

Mas antes que pudesse reclamar do livro mentalmente, a porta pela qual o mesmo homem tinha entrado tempos antes fora novamente aberta, e desta vez ele vinha em minha direção.

 

-Qual é o seu nome, e porque está aqui?

-Tom Kaultitz, eu vim por causa do meu irmão, ele teve um acidente de carro, e... -Ele interrompeu-me, fazendo um gesto de ''stop'' com a mão, e virando costas, dizendo:

-Siga-me, senhor Kaulitz.

-O-ok..

A meio do caminho ele parou e se virou para mim, quase fui contra ele, é.

-Seu irmão está vivo. Quer ver ele agora?

Começo a processar aquelas palavras lentamente....Bill está vivo...Vivo, Bill, Bill está...Vivo! Um enorme sorriso invade a minha cara, e acho que o homem entendeu aquilo como um ''sim'', porque rapidamente se virou com um ''siga-me''. Segui-o, subi algumas escadas, enfim. Finalmente ele entrou num quarto, comigo sempre atrás dele. Olhei à minha volta. Lá estava ele, deitado numa cama. Tinha algumas nódoas negras nos braços e uma na cara, mas eu não diria que esteve envolvido num acidente...

-Ele teve uma grande sorte, não foi nada de grave. Agora a pessoa que foi contra ele, pelos vistos estava bêbado, e não está nada bem. Mas suponho que esteja interessado no seu irmão. Ele está bem, mas bateu com a cabeça, e foi uma bela batida. Talvez ele não se lembre de algumas coisas... Não o esforce a lembrar-se de nada, ele tem chances de um dia relembrar-se de algumas coisas, mas se se esforçar demasiado, talvez venha a nunca lembrar-se do que esqueceu, se é que me entende. Ele não está acordado agora, vou deixá-lo só com ele.

Ouvi tudo aquilo em silencio. O que queria ele dizer com ''não se lembrar de algumas coisas''? Tá bem que ele bateu com a cabeça, mas...Oh, logo se vê quando ele acordar. Puxo uma cadeira e sento-me ao lado dele. Começo a perceber outra semelhança entre mim e ele,, ambos gostamos de agarrar a almofada quando dormimos. Estranho eu nunca ter notado isto. Seria lindo estar nesta situação, assim sentado olhando o Bill dormir, se não fosse um acidente de carro o motivo de ele estar aqui. Ele é lindo. Não digo isto por gostar dele, ou algo assim. Mas ele realmente é lindo, há que admitir. Mesmo sendo demasido magro. Peguei na mão dele e deixei-me ficar a observá-lo por muito tempo. Levantei-me, decidi que era hora de ir embora e voltar dentro de algumas horas.

Porém, quando larguei a sua mão ele fez um barulho baixo, como se tivesse a reclamar. Aproximei-me dele e ele abriu os olhos, lentamente. Mas algo estava errado. Ele olhava-me como se não me conhecesse. Ou talvez estivesse a estranhar o lugar onde está.

-Quem é você?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Beijos :*