Depois de passar uma noite trabalhando, nada melhor do que passar o dia dando uma de cupido, ainda mais quando seu plano dá certo. Estou no Ichiraku e Choji e Ayame acabam de ir falar com o Sr. Teuchi, que pelo visto vai aprovar o romance. Olhei para as meninas que sorriem realizadas por causa do nosso plano perfeito. Escutei uma das minhas musicas preferidas e comecei a cantar, contagiando as pessoas ao meu redor, mas System of a Down é com certeza uma das melhores bandas do mundo.

Sai da mesa e fui dançar na pista, escutar SOAD realmente me deixa de extremo bom humor. Agora toca LMFAO- Party Rock Anthem. A batida forte me faz dançar quase como uma louca, até que sinto a mão em minha cintura, paro automaticamente e olho para trás assustada. Encontrando com Sai.

-Olá Ino. – Ele me cumprimenta com aquele sorriso falso típico dele.

-Oi Sai. – Respondo, mais por educação. Porque a minha vontade é de sair correndo.

-Esta arrasando aqui. – Ele diz olhando-me de cima abaixo, sinto um arrepio desagradável, mas sorrio agradecida. – Mas um Yamanaka sempre arrasa em qualquer lugar não é mesmo? – Ele fala e eu sinto meu sorriso morrer. Ser um Yamanaka significa Status, e por isso quando tocam nesse assunto me sinto mal, porem forço o sorriso a continuar em meu rosto.

-Sim. – Respondo a pergunta retórica, com um gosto amargo na boca.

-Então... Vamos direto ao assunto. Quer sair comigo? – Ele pergunta, e eu estaco.

“Como assim??!”

-Duvido que ela saia com alguém como você Sai. – Escuto uma voz atrás de mim. Sinto minha nuca se arrepiar.

“Entre a bigora e o martelo. Qual será que machuca mais?”

 -Gaara... Acho que não lhe perguntei nada. – Sai responde em um tom inamistoso.

Eu engulo em seco, se respondo não significa que o Gaara esta certo, se respondo sim acabo tendo de sair com o esquisito do Sai, que me arrepia até a alma de receio.

“Meu Kami, me manda um salvador!!! Agora de preferência!!!”

 Olho para os dois e me sinto ser puxada para longe deles. Olho para meu salvador e vejo Choji com um sorriso de orelha a orelha.

-Sinto muito estar atrapalhando a conversa, mas Ayame quer lhe dar um pedaço de seu bolo de chocolate especial. – Ele fala sorrindo e eu quase corro atrás dele indo em direção ao balcão da cozinha.

“Amo bolo do chocolate, e ainda me livro de ter de responder. Valeu Kami, e valeu Choji.”

O bolo esta maravilhoso e o como rapidamente, lambendo os lábios e pedindo por mais. Fico conversando um pouco com o novo casal que parece estar tão animado com a perspectiva de estarem finalmente juntos, suspiro enlevada pelo romance dos dois.

“É nessas horas que a gente acredita em contos de fadas.”

Resolvi ir para a mesa com as meninas, já estou segurando vela demais aqui. Olhei para a mesa onde aquele ruivo meio psicopata esta sentado. Ele me olhou quase no mesmo instante, senti minhas bochechas avermelharem, e abaixei minha cabeça envergonhada.

“Porque será que ele foi me salvar do Sai?”

Não tenho a resposta dessa pergunta, mas mesmo tenho de admitir que fiquei feliz de ele ter o feito, mesmo me deixando confusa com essa atitude.

“Mas o que será que esta acontecendo com ele?”

Cheguei à mesa e as meninas parecem meio estranhas, Temari parece ter comido algo estragado, Hinata esta meio triste e Sakura esta com as bochechas em fogo. Já fui animando elas e logo Tenten chegou com um sorriso enorme parecendo que ganhou na loteria.

-O que aconteceu? – Hinata perguntou com a boca cheia de ramén.

-Ele disse meu nome... – Tenten sussurrou tão baixinho que eu quase não escuto com toda essa barulheira ao redor de nós. Sorte que eu consigo ler lábios.

-O que foi? – Temari perguntou não entendendo.

-Nada. – Tenten respondeu rápida e envergonhada, Hinata olhou para as costas da Tenten, achou o primo dela e sorriu, eu já liguei os pontos.

“Então a chocolate gosta do Hyuuga metido...”

 -Que tal irmos nos divertir horrores hoje? – Perguntei, e elas concordaram com a cabeça.

Logo começamos a dançar, fechei os olhos e fiz como sempre me soltei na batida da musica.

“Liberdade, sonhos e aventura, basta fechar os olhos...”

A noite foi estupenda, acho que nunca me diverti tanto, quando nós cinco fomos embora olhamos para certa mesa, onde Gaara e companhia estão, me senti desconfortável ao olhar do ruivo, que parece querer me fuzilar ou me agarrar ali mesmo. Respirei fundo e continuei andando.

Cada uma foi para sua casa, levar as lembranças de um dia tão perfeito, sabendo que amanha tem muito mais. Sorri ao pensar nisso.

Acordei cedo, o rosto amassado e a maquiagem borrada. Nem liguei para isso, levantei rapidamente e fui tomar banho. Depois de pronta desci as escadas correndo, pegando algo na cozinha para comer, deixei um bilhete pros meus pais avisando que já fui para a escola, e fui até o motorista que ainda esta tomando seu café.

-Para a escola senhorita Yamanaka? – Ele pergunta.

-Dessa vez não. Eu vou lhe dar um endereço e você não deve contar a ninguém que me deixou lá. – Falei e ele concordou com a cabeça. Ele é motorista dos meus pais há muitos anos, em todas as lembranças da minha infância ele de alguma forma esta presente.

“Considerando que as boas lembranças foram viagens...”.

Conhece-me desde criança e sei que se pedir segredo, a lealdade dele falará mais forte e não vai contar nem para meus pais. Sorrio para ele, e logo escuto um assovio. Olho para trás e vejo quatro figuras radiantes.

-Bom dia Ino. – Elas me desejam em uníssono. Sorrimos com nosso “Time”.

“O sempre juntas é uma coisa levada a sério mesmo...”.

Entramos no carro, conversando banalidades, afinal não podíamos conversar sobre o CDL na frente de meu motorista, afinal, por mais leal que ele seja, segredo é segredo.

Paramos a alguns metros da casa, onde ele não pode ver a construção magnífica. Fomos o resto do caminho a pé. Na curva antes da casa já da para se perceber a diferença do que era antes e do que se tornou agora. Paramos na frente da casa e ficamos olhamos o resultado do nosso trabalho.

Por fora a casa parece com uma mansão, mas alem disso, parece acolhedora, a casa de uma família, a olhamos com certo orgulho, era nossa, fomos nós que a fizemos, nós a reconstruímos, fomos nós que a fizemos ser assim, fomos nós que tornamos essa casa em um lar. Um sorriso bobo brincava em nossos lábios, muito mais que alegria, muito mais que felicidade, era um sentimento de complemento, era como se a gente ser completasse, como se fossemos as peças que faltavam uma da outra.

De repente escutamos o cantar dos pneus ao longe.

-Tsunade. – Dissemos juntas e logo a caminhonete apontou na curva. Na velocidade que estava chegou aqui em um dez segundos parando como sempre em uma derrapada.

-Mas o que vocês estão fazendo aqui? – Tsunade perguntou para nós assim que desceu do carro, e as meninas me olharam desconfiadas.

“Pô o que eu fiz para merecer tanta desconfiança?? Só porque eu tive algumas ideias meio equivocadas...”

-Eu avisei que nós estávamos aqui Tsunade... – Falei revirando os olhos e ela me fuzilou.

-Eu sei, mas não foi você que teve de escutar pais reclamando por irem tão cedo para a escola. – Ela diz brava, dou de ombros sorrindo.

-Pelo menos a surpresinha esta pronta. – Digo e ela sorri cúmplice a mim.

-Que surpresa é essa? – Temari perguntou.

-É uma surpresa Tema, se eu fosse te contar deixaria de ser surpresa.  – Respondo mostrando a língua. Todas me olham meio torto, e eu seguro uma risada, ela vão pular de alegria ao saber da “surpresa” vão me agradecer por um bom tempo.

Estão curiosas desde ontem, quando eu mandei 10 dos carregadores ficarem lá em cima, e expulsei a Sakura de lá. A única coisa que elas sabem é que um monte de caixas subiram para lá, e que tem a ver com os quartos que eu não deixei elas entrarem.

-Que tal mostrarmos nossa surpresa de uma vez? – Tsunade falou. E novamente segurei o riso. Ela entrou na casa e...

-MAS QUE MERDA ACONTECEU AQUI??! – Ela perguntou e eu comecei a gargalhar, as meninas me olhando mais desconfiadas ainda.

-Essa é a sua surpresa vovó. – Falei. Mostrando a decoração da casa para ela.

-Ou seja, você enganou a mim e as meninas? – Tsunade perguntou com os olhos meio lagrimejantes provavelmente por ver aquela casa com luz e cores como no tempo em que vivia aqui. Na verdade a maioria da decoração eu fiz como era antigamente, só colocando algumas novas tecnologias.

Nem as meninas sabem disso, mas quando mechemos nas coisas empoeiradas da Tsunade eu achei uma foto que retratava como a casa era deslumbrante por dentro, então decidi trazer de volta tudo aquilo. Aquela magnificência, aquele poder que a casa tinha, é claro com um toque mais familiar.

-Você realmente tem o dom menina. – Tsunade falou, sorrindo para mim e passado a mãos em meu cabelo.

-Hei, vai desfazer o penteado. – Falei brincando e as meninas riram conosco.

-Que tal mostrar a sua surpresa para elas? – Tsunade falou e eu concordei com a cabeça.

-Sigam-me. – Falei em um tom de ordem e elas riram, vindo atrás de mim. Subimos até o segundo andar. Eu parei na primeira porta dos quartos.

-Só uma vai entrar em cada quarto e não vai poder sair até eu disser ok? – Perguntei e elas concordaram rapidamente, completamente curiosas. 

-Bom... Pode entrar Tenten. – Falei abrindo a porta. E mostrando a minha surpresa para a chocolate.

O quarto tem as paredes pintadas com um verde claro, enfeitado com adesivos especiais de armas chinesas e japonesas, assim como armas medievais. O Guarda-roupa é branco todo enfeitado também com katanas e shurikens. A cama Box, tem a colcha toda verde. Há uma estante de livros com temas variados, mas principalmente sobre armas e guerras.

-Como você... – Ela disse abismada olhando tudo, e passando a mão nos adesivos.

 -O livro que você escolheu. – Respondi e ela sorriu.

-Muito obrigada Ino. – Ela agradeceu, com os olhos umedecidos e um sorriso alegre e sincero no rosto.

-Agora aproveite. Porque vai ficar trancada. – Respondi correndo para fora antes que ela me alcance. Fechei a porta com a chave. Olhei no corredor, Tsunade segurando as meninas para que elas não entrassem.

-Hinata venha aqui. – Chamei. E abria porta do quarto da Hyuuga.

O quarto é em um tom lilás claríssimo, com a parede enfeitada com estrelas, o guarda-roupa azul escuro enfeitado com pequenas luas. O que chama mais a atenção no quarto é uma pintura, uma cachoeira envolta de um jardim com rosas vermelhas e um sol parecendo escaldante. Se olhar pela janela verá que a cachoeira retratada é a mesma que da de ver daqui. Só faltando às rosas.

-É lindo... – Ela falou olhando a pintura.

-Eu sei. – Falei convencida e sorrindo para ela. – Agora fique ai que eu tenho de mostrar os quartos para a Sakura e para a Temari. – Digo e ela responde afirmativamente com a cabeça, sentando na cama e olhando ao redor. Sai e vi que as duas estão lá fora roendo as unhas.

-Temari – Chamei e ela veio rindo da cara da rosada, que cruzou os braços e fez bico.

Abri a porta do quarto da Temari. As paredes são pintadas de azul claro com pequenas linhas tortas em branco, simulando o vento, e uma águia branca em uma das paredes voando livre. O guarda roupa azul celeste com nuvens e alguns pássaros negros voando para o céu azul que parece o quarto.

-Ino... É... maravilhoso... – Ela disse os olhos marejados de lagrimas. Ao olhar para ela senti meu coração apertar também e tive de segurar as lagrimas.

“Se Temari a mais forte de nós esta quase chorando o que eu, uma manteiga derretida, vai fazer?? Chorar junto!!”

-Muito obrigada... – Ela disse com as lagrimas já escorrendo.

-Fica aqui antes que eu me desmanche em lagrimas junto com você. – Falei cortando o clima, antes que minha maquiagem borre e eu não tenha condição de ir mostrar o quarto para a Sakura.

 Sai do quarto me controlando, no corredor Sakura me fuzila com os olhos verdes.

-Venha rosada, te deixei por ultimo de propósito. – Falei rindo. Ela ignorou e veio até mim. Tsunade entrou no quarto da Tenten, acho que para ver como ficou.

Abri a porta do quarto da Sakura, ela entrou com certo receio e estacou no meio do quarto. As paredes são pintadas de um rosa claríssimo com pequenas flores rosa escuro de enfeites. Há uma pintura de uma arvore de cerejeira perto da janela, fazendo parecer uma extensão das verdadeiras arvores lá fora. O guarda roupa rosa escuro é enfeitado com folhas verde quase no mesmo tom dos olhos da Sakura.

-Meu Kami... – Ela murmurou e então pulou em mim. – É LINDO!!!  - Ela grita em meu ouvido pulando enquanto me abraça com um urso.

-Socorro!!- Falo quase sufocando.

 -Não gostou então Sakura? – Tsunade perguntou entrando no quarto e trazendo as meninas junto.

-Ta brincando certo? Eu amei, é lindo, espetacular, meus sonhos em quatro paredes. – Sakura respondeu me apertando ainda mais.

-Então porque esta tentando matar a Ino? – Temari perguntou, com os olhos ainda vermelhos, porem segurando a gargalhada. A Sakura percebeu que estava pegando um pouco pesado no “carinho” e me soltou. Respirei aliviada.

-E o seu quarto Ino? – Hinata perguntou e eu olhei meio torto para Tsunade.

-A vovó trancou antes de virmos e não me deixou entrar. – Respondi.

-Assim como para as meninas também tem de ser uma surpresa para você. – Tsunade respondeu pegando uma chave do bolso e indo em direção à porta do meu quarto. Entrei no quarto com certo receio. E assim como a Temari meus olhos se encheram de lagrimas. As paredes pintadas de roxo com flores brancas, a escada para o jardim suspenso, completamente reformada, o guarda roupa branco com uma grande camélia vermelha de enfeite. Subi a escada, e dei de cara com diversas flores necessitando de cuidado, mas mesmo assim uma mais bela do que a outra, o cheiro das flores toma o ar e faz-me sentir-me no céu.

-É estupendo o que isso significa para todas nós. – Sakura falou ao meu lado. As meninas e a vovó atrás de mim.

-Nosso paraíso. – Tenten falou olhando ao redor.

-É um bom nome para essa casa. – Hinata falou.

-É o nome dela a partir de hoje. – Vovó falou com um sorriso, os olhos parecem cheios de alegria, tristeza, saudades e esperança. Como sempre Tsunade é cheia de segredos.