Como Conquistar Uma Terráquea escrita por Laura Mello xD


Capítulo 3
Chamando para sair




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- Filha, tem um amiguinho seu querendo falar com você. Lá na sala.

       Estranho era pouco. Eram seis da manhã. Que amiguinho iria querer papear naquela hora? A menina virou-se na cama, não querendo interromper seu sono... De repente, Ichigo levantou de um salto. Podia ser Ryou, Keiichiro, ou uma das mews. Poderia ser uma emergência; até mesmo Aoyama-kun poderia estar com algum problema. Lavou o rosto na correria, escovou os dentes, deu um jeito no cabelo. Não queria demorar. Pegou seu amuleto de mew – estava quase pronta. Desceu em pulinhos a escada, esquecendo até mesmo de trocar a roupa.

        Não era um amiguinho. Ah, não. No máximo dos máximos, um inimigozinho estava sentado no seu sofá, de terno. Ela queria matá-lo.  Tinha interrompido seus sonhos com o cavaleiro azul e Aoyama.

- Bom dia, luz da manhã! – ele sorriu com seus dentinhos picantes.

- Olá, Kisshu.- respondeu friamente.

         Só estava sendo assim cordial porque seus pais, também não muito bem-humorados com o horário, assistiam a tudo.

- Você já o chama pelo nome?! – o pai se surpreendeu.

        Argh, que mancada.

- Querido, querido, pode voltar para a cama... – enquanto a mãe da Srta. Moranguinho convencia o marido, empurrando o rabugento para o quarto, o alien resolveu puxar conversa.

- Com sono, Koneko-chan? – sussurrou travesso.

        Ichigo mal conseguia se manter em pé. Sentou-se no sofá para não precisar lutar contra o desejo de cair no chão, bem longe de Kish.

- Você é linda dormindo. – ele sussurrou novamente, agora pertinho, acariciando seus cabelos vermelhos. Ela se afastou num pulo.

- Você estava me olhando dormir?!

        O estrangeiro suspirou. Tinha que se conter um pouco mais. Precisava seguir com o plano, ser o que as garotas humanas gostavam, um cavalheiro, etc, etc. Resmungou. Mas sentia algo tão esquisito perto dela que ficava difícil conter a língua. Ou as mãos. Ou o corpo. Aarrh, que cheiro bom o dela...

- O que está fazendo aqui, Kish?

        Mas era tarde para explicar. Dona Sakura já voltara, curiosa para saber o que o trazia ali.

- Você é um amigo de Ichigo?

- Sou sim amigo dela, senhora Momomiya. – ele riu com a idéia, empolgado.- Sou o melhor amigo dela. Pode-se dizer que a possuo.

         Ichigo tentou estrangulá-lo psiquicamente. Não funcionou. Kisshu é um alien possessivo e mau, só quer me fazer passar mais vergonha ainda.

- Aliás, Ichigo-chan.- ele evitou chamá-la de koneko na frente da mãe – Queria te chamar para sair.

          A menina quase surtou. Ele a acordava as seis da manhã, aparecia de terninho e chapéu, a convidava para sair na frente da mãe? O que estava acontecendo ali? Aquilo com certeza não era um hábito estranho alienígena. Estava pronta a abrir a boca e dizer “não, Kish”, quando notou o olhar de censura da mãe.

       Ichigo não vai negar a esse menininho adorável, vai?

          Ah, não. Tudo aquilo era técnica. Mirou o olhar mesclando prazer e inteligência dele. Kish sabe que não posso negar na frente dos meus pais.

- Sinto muito, Kisshu.- ela resolveu falar educadamente. – Mas eu não...

- Espere, docinho.

           A menina não queria nem esperar nem ser chamada de docinho. Nem sair com ele. Bufou. Só queria dormir e sonhar com Aoyama, era pedir muito?

- Posso falar com ela a sós um instante?

           Ele estava claramente nervoso, apesar de se manter sempre sorrindo.

- Claro que pode, querido. Fiquem ali fora conversando por alguns minutinhos.

     A mãe de Ichigo observou-o dar a mão para ajudar Ichigo a levantar. O jeito com que ele olhava para a menina era totalmente carinhoso, enquanto ela lhe lançava olhares furiosos. Pobre Aoyama, é um bom menino, mas não é páreo para esse garoto.

- O que é que você quer?!

     Os dois já estavam no jardim de casa, longe de qualquer olhar que interviesse nas decisões de Ichigo. O alien pendeu a cabeça para o lado, com um sorriso doce brincando em seus lábios.

- O que eu quero? – e enrolou os dedos sob o queixo da menina. – Koneko-chan... Você sabe o que eu quero...

      Ela se desvencilhou.

- Kisshu, já disse, desista!

- Desista de me fazer desistir, gatinha. – ele riu, aproximando-se novamente.

      Ichigo já iria gritar com ele novamente, quando o estrangeiro parou, bem perto dela. Seus olhos de âmbar baixaram para o chão.

- Sei que não sou tão forte quanto o cavaleiro azul, ou humano como o Masaya.- disse de repente. – Mas não posso desistir, não ainda...  Eu preciso muito de você...

     Surpreendida com a mudança de atitude, a menina dos cabelos vermelhos abriu a boca para falar algo e não se deixar levar, mas ele a parou com o olhar.

- Koneko-chan. Saia comigo.

     Lá vinha Kisshu, autoritário como sempre. Ele não consegue ser diferente por muito tempo, Ichigo refletiu. Ótimo, assim, fica mais fácil dizer não.

Estava pronta para fazer exatamente isso, quando algo surgiu nas mãos do alienígena. Flores. Mas não estavam em um buquê, sequer eram rosas vermelhas, como o costume. Eram apenas florzinhas cor-de-rosa simples, encontradas em um parque qualquer, ainda com alguns espinhos.

- Por favor.- ele suavizou a voz novamente, entregando-a o presente.

       Ichigo tentou. Tentou se censurar. Mas a vontade do alien de agradá-la era tão grande que não conseguiu não sorrir. Tanta inocência havia naquele gesto...

- Tudo bem. Amanhã.

       Os olhos de Kisshu abriram-se quatro vezes o tamanho normal. Como assim, estava sonhando?

- KONEKO-CHAAAAAAN

        Durante sete segundos, a menina sentiu como se tivesse sido agarrada pela cintura, rodada no ar, abraçada, beijada e atirada no chão novamente.

- Não vai se arrepender, gatinha.

        Ele havia retomado a postura sexy. Logo, desapareceu em uma ondulação de ar. A menina esfregou a traseira dolorida.

Vou sair com um alien maluco como esse?, Ichigo questionou-se de repente. Ok, é só dessa vez.

         No entanto, ser ter consciência disso, ela sorria.


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