Um Toque escrita por Matheus


Capítulo 8
Pertos da morte


Notas iniciais do capítulo

^-^ Reviews, please. Espero que melhore a cada capítulo. As grandes surpresas ainda estão por vim.



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Não importa o que você faça... Não importa o caminho que trilhe... Não importa se teve fé... Não importa se é melhor em algo, se tem um dom, se tem um grande amor, se tem coisas inacabadas... Não importa nada... Todo mundo morre.

Enfrentar a morte, cara a cara, é uma grande tolice até mesmo para quem já viu a mente de 2.827 pessoas. Só se vive uma vez e prolongar essa vida é a resposta mais sensata e racional. Ir direto para o homem que quer lhe matar não era nada racional. Exceto, quando se tem a certeza de que irá sobreviver... Mas a vida é cheia de surpresas. E a morte vem... sedo ou tarde.

Asheley segurava na barriga de Domenick com tanta força que começara a imaginar que ele poderia estar ficando sem ar. Mas não era louca o suficiente para soltá-lo.

Quando a moto acelerou, para a frente gramada da casa, Asheley sentira seu cabelo subir como se estivessem em câmera lenta; sentia seu peito palpitar enquanto seu coração batia descontroladamente tentando sair; suas mãos se contraíram como que automaticamente e sua mente ficava cada vez mais na incompreensão quando percebeu que o coração de Domenick batia lenta e calmamente. Ele parecia ainda mais tranquilo do que quando dormiram juntos. Sua mente não conseguia uma descrição ou explicação de quem ele é. Domenick era o maior enigma de sua vida, e talvez só ele mesmo pudesse resolver esse enigma. Ela só não sabia como.

Enquanto atravessavam pela fachada até o portão que já se encontrava aberto, Asheley deu uma olhada ao redor tentando localizar o assassino. Quando o encontrou, queria não ter montado na moto.

– Nick, ele tem uma arma! – Gritou.

Domenick já havia visto e já se preparava para atirar. Como num duelo de cowboys, aquele que atirasse primeiro sobreviveria. Era só uma questão de milissegundos.

Bang! Soa-se o tiro, cortando, por um momento, o som vivo de Manhattan com o estrondo do disparo.

Meu Deus! O que é isso? – Pensou Asheley, enquanto gritava quase tão alto quanto o som da arma.

Domenick, como um mais que perfeito atirador, mirara na arma e não no próprio homem.

Se eu matá-lo, não terei respostas. Se eu ficar e ver sua mente, Asheley ficará em perigo. É a única escolha. – Deduzira antes de sair da casa.

A arma do assassino voara para o alto quando foi atingida rigidamente, mas sua agilidade e oposição ao medo o fez pegá-la em um salto, antes que caísse no chão. O mais rápido vence! Ainda no ar, enquanto caía, ele já se preparava para atirar. Só um sobreviverá.

Domenick estava com as duas mãos no guidom da moto, ainda com a arma empunhada na mão direita, que se levava aos limites acelerando e segurando a arma ao mesmo tempo. E inesperadamente, ele escutou o que parecia impossível.

– Nick! Ele vai atirar!

Domenick olhava pelo espelho retrovisor da moto e vira o homem caído com a arma apontada para ele. Mas, como?

Não havia tempo de contra-atacar.

O som do disparo se espalhou novamente.

Numa fração de segundos antes do tiro Domenick rodou o acelerador até o seu limite fazendo o pneu dianteiro da moto se erguer e a moto disparar em alta velocidade, cortando o vento.

Asheley pensou por um momento que iria cair para trás, mas se deteve segurando com toda sua força em Domenick enquanto a moto seguia em vertical.

Concentrando-se em não deixar a moto se desequilibrar, Domenick tirou sua mão armada e, sem tempo ou posição para mirar, ele atirou olhando pelo retrovisor. A bala acertou na parte superior do ombro e se alojou lá dentro. O assassino caiu e não se moveu mais.

Ele estava morto.

Virando à esquerda da casa para a W 10th St, Domenick parou na frente da casa para se certificar do que havia feito. Se achassem o corpo, ele perderia tudo que havia criado e trabalhado. Milhares de pesquisas feitas paralelamente; milhares de testes da física moderna feitos, com não menos, que a pura matemática; a sua vida e a de milhares de pessoas estavam confinadas em seu trabalho e na continuação desse trabalho. O trabalho de não só uma vida, mas de duas mil oitocentas e vinte e sete pessoas. Mas sua preocupação já estava chegando ao fim.

– Meu Deus ele ainda está vivo! – Gritou Asheley.

Domenick sentira uma grande sensação de alívio. Alguém que recebe um tiro daqueles não teria condições de ir muito longe. Domenick com certeza voltaria por respostas.  Ele só conseguirá se levantar em...

Para o choque dos dois, o homem já estava se levantando.

Mas como?

Mesmo distante, Domenick pôde ver os lábios do homem se movimentando sem emitir som. Ele sabe que eu posso entendê-lo. Ele sabe quem eu sou.

Seus lábios diziam:

“Avisem os outros que eu estou a caminho. Eu matarei um por um até que só sobre eu... Somente eu.” – Em inglês.

Ele sabe dos outros?

A segunda ligação que Domenick recebera era ainda mais surpreendente que a primeira, porém, não era um aviso de perseguição, e sim, de refúgio.

“Oi, Dom. Eu sei o perigo que você está exposto. Mas receio que você não saiba com o que está lidando, ele quer matar todos nós. Venha até mim que lhe darei um abrigo seguro e algumas respostas. Somos como você. Vá o mais longe possível dele, mas não saia de Nova York. Eu te ligo.”

Anos procurando saber o que ele era e num dia que parecia ser como qualquer outro, aparecem duas pessoas iguais a ele. Uma querendo matá-lo e a outra dizendo que há ainda mais pessoas iguais a ele. “Ele quer matar a todos nós.” Dizia a voz. E quem é “nós”? Quantos são? Ele queria as respostas. E estava disposto a ir atrás.

Olhando nos olhos de seu recente inimigo, Domenick moveu os lábios dando uma resposta:

“Venha. Estou esperando.”

Ele acelerou em direção a quinta avenida deixando-o para trás.

– Nick?

Ele posicionou o espelho retrovisor para ver o rosto de Asheley e ela ver o dele.

– Temos um problema, eu estou sangrando. – Disse com um olhar que Domenick jamais pensou existir. O medo tomava conta dos olhos de Asheley.

O medo da morte.


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Notas finais do capítulo

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