Quando todos os objetos das prateleiras caíram, eu e os meus amigos tivemos que nos segurarmos para não cair também. Circe não estava nem um pouco preocupada com o que estava acontecendo. Ela estava olhando para as próprias unhas, quando virou para nós e perguntou:

-Acabou?

-Como assim acabou? Você é louca, isso sim! – falou Rodrigo.

-Me poupei dos seus comentários, seu filho de Ares maldito! – Circe respondeu com muita raiva.

-Mas o meu pai é Hermes! – Rodrigo afirmou confuso.

-Meu queridinho, a maioria dos indefinidos, ou seja, que não sabem quem são seus pais. Vão para o chalé de Hermes. Então agora você consegue entender? Você é filho de Ares! – Circe explicou isso como se estivesse explicando para uma criança de quatro anos.

-Que ótimo! Eu não queria ser filho de Hermes, eu o acho um inútil! – Rodrigo estava bastante feliz.

-Pare para pensar, Rodrigo. Ares é o deus da guerra! – Maria Clara disse.

-Ou seja, isso não é bom. – eu completei.

-O que vocês querem dizer com isso? Só vocês podem ter pais maneiros? – Rodrigo disse enfurecido.

-Não é isso, é que Ares não é um deus do bem. Isso pode influenciar você! – Maria Clara falou.

-Não me importo! Desde que conseguiremos completar a missão e voltemos para Hogwarts! Esse negócio de meio-sangue está me deixando maluco! – disse Rodrigo.

-Ok. – eu disse.

Eu queria muito voltar para Hogwarts, mas no fundo eu queria treinar minhas habilidades de meio-sangue. Acho que só temos um escolhe, treinamos nossos poderes de meio-sangue no Acampamento Meio-Sangue ou treinamos a nossa magia em Hogwarts. Teríamos que pensar muito antes de fazermos uma escolha. Naquele momento a única coisa que queria era derrotar Circe.

Então Circe disse:

-Chega de historinhas babacas! Vamos voltar para a parte que eu mato vocês! – Circe veio em nossa direção, ela se movimentava como uma Fúria.

Circe transformou Rodrigo, Carol, Isabela e eu em lagartixas. Nossas esperanças estavam nas mãos de Julia, Fernanda e Maria Clara. Maria Clara estava tentando criar novamente sua barreira de água, o que ela não conseguiu realizar com sucesso apenas um jato d’água apareceu que jogou água no rosto de Circe. Circe ficou muito irritada e disse:

-Garota idiota! Eu demorei muito tempo para arrumar meu cabelo sabia?

-Que bom! – respondeu Maria Clara com um tom de ironia.

-Você vai ver comigo, garota! – Circe levantou sua mão e as apontou em direção de Maria Clara.

Quando ela fez isso várias correntes apareceram e prenderam Maria Clara, o que fez com que ela caísse no chão. Julia parecia que nem estava entre nós, pois ela olhava atentamente para a rachadura que ela havia feito, ou seja, estava viajando em seus pensamentos. Fernanda estava planejando algum plano para derrotar Circe. Mas a atenção de Circe estava em seus próprios cabelos e resmungava:

-Vou ter que arrumá-lo todinho! Que ódio!

Circe parou de olhar para os próprios cabelos e se virou para Julia. Ela parecia que estava pensando em que ela faria com a filha de Hades. Circe sabia que Julia tem poderes muito fortes, por isso calculava tudo o que iria fazer com cuidado. Então ela disse algum feitiço e um jato de fogo saiu de suas mãos. Mas uma barreira preta apareceu na frente de Julia, o que fez com que o fogo voltasse para Circe. Circe estava toda chamuscada e seu cabelo estava torrado – risos. Circe ficou mais nervosa e falou:

-Meu cabelo!

Circe parecia estar muito mais preocupada com o seu cabelo, do que nos derrotar. Com essa distração, Fernanda pegou sua varinha e disse:

-Petrificus Totalus!

E em seguida disse:

-Reducto!

Circe antes de cair no chão, ela se transformou em um milhão de pedaços. Mas parecia que sua alma ainda estava ali, e eu conseguir escutar claramente o que ela disse:

-Eu irei voltar e dessa vez eu não serei tão boazinha como eu fui dessa vez.

Então sua alma desapareceu do local, e a única coisa que havia era uma loja toda destruída com três meninas (sendo que uma delas estava totalmente acorrentada) e quatro lagartixas no chão. Fernanda disse algum feitiço que fez com que nós voltássemos ao normal. Julia virou para nós e disse:

-Legal! Uma deusa, ainda mais da feitiçaria...

Enquanto eu e Fernanda usávamos feitiços para arrumar o local, os outros estavam pegando os suprimentos. Como não havia mais ninguém na loja, deixamos o dinheiro sobre a máquina registradora. Deixamos todas as luzes acessas e voltamos para a nossa missão. Não sabíamos o que deveríamos fazer, para onde ir. Pegamos um táxi e fomos para um hotel. Lá passamos a noite (heróis também precisam descansar um pouco). O hotel não era um daqueles cinco estrelas, mas servia para passar uma noite. Afinal, na manhã seguinte teríamos que ir em busca da deusa perdida.