Pov, Sam

Não acredito que haviam se passado cinco anos. Era tanto tempo. Ela estava a cada dia mais linda, mais esperta, mais impossível. Engraçado como ela se tornou a perfeita mesclagem de mim e do Freddie, então como não se encantar? Como não apreciar aquela linda garotinha de cabelos loiros e olhos cor de chocolates? Enfim... Queria que ele estivesse aqui, acompanhando tudo que eu acompanhava. Vendo cada coisa magnifica que ela fazia ao passar dos anos...Por que isso se permitiu?

Muitas coisas tinha ficado passado, como toda a raiva, toda decepção, toda angustia. Dizer adeus, sem dizer realmente Adeus, foi sufocante. Mas o que meus olhos permitiram ver não me deram outra escolha, mesmo que fosse uma dor ter tirado esse privilegio dele. Acho que estava predestinado a ser assim.

Sinto muito ter que escondê-la do Freddie, mais quando raramente, raramente mesmo, falo com Carly percebo a felicidade estampada em sua voz, então retomo meus pensamentos de que assim é bem melhor. Ninguém precisa saber de Sophie, não preciso bagunçar a vida de ninguém, eu decidi ir embora sem falar nada, então seria assim, para sempre. O anos se passaram e eu estava bem, conseguir ficar bem. Graças a uma pessoa que se chamava Pam Puckett, para mim. Mãe. Que estive comigo até o ano passado, lutando diariamente com a criação da minha filha.

E quem diria, ela tornou-se uma das melhores avós do mundo. Claro que...De vez enquanto ela pergunta sobre o pai de Sophie, mas prefiro falar que o conheci na faculdade e que de vez em quando mantemos contato e que Sophie não precisa saber dele.

Interessante, ser mãe me tornou uma pessoa tão melhor, mais compreensiva, mais conformada, menos egoísta, mais feliz e sinceramente nunca pensei que eu carregasse tanto amor comigo. A palavra mãe é algo forte, como se cada vez que ela fala isso, meu coração transbordasse de alegria.

Eu aprendi...Eu mudei...

E tinha que agradecer, eu sabia agora como agradecer...E agradecia todos os dias.

Recapitulando toda a historia que houve. '' Bom eu e Freddie tivemos um breve relacionamento, o que não passou de um mês, isso era o tempo que faltava para terminamos o ensino médio. Eu ainda me lembro quando ele disse que nós seriamos “pra sempre” só que nunca imaginei que pra sempre fosse tão pouco tempo. Então na noite do baile, no ultimo baile nós entregamos uma para o outro, eu queria que fosse assim, achei que ali fosse a hora certa, para tudo, acho que porque confiei nas palavras e juras dele. Sinceramente...Achei que teríamos um futuro depois disso.

Então depois de dois dias fomos para faculdade um pouco distante, isso não ajudou em nada, o problema foi que minha falta de experiência e minha incompetência depois de depois de três semanas me levaram a sintomas que me deixaram louca. Sono excessivo, enjoos matinais e ao contrario de todas as vezes, eu não sentia tanta fome, acho que devido a qualquer coisa que pousasse em meu estômago acabaria fora dele. Fiquei doente, até eu ir ao medico e descobri lá que tudo isso não passava de sintomas...sintamos de uma gravidez. Tão indesejada.

Fiquei tão desesperada, no momento eu apenas queria falar com Freddie, chorar e pedir desculpas por destruir a vida futura dele, mas sabia que no final ele seria um ponto de equilíbrio. Tudo ia se encaixar quando ele soubesse da situação, ele poderia ficar mais louco do que eu, no entanto ele era mais sensato.

Mais se eu não tivesse ido naquele dia, ou se tivesse atrasado só alguns minutos. Quem sabe não estaria, pensando em tudo isso.

Naquele dia nublado, chuvoso, melancólico resolvi ir ao campus. Aonde ele estava...No entanto...Eu vi meus dois amigos, as duas pessoas na qual eu mais confiava. Dormindo em uma única cama, totalmente despidos.

Lembro que Freddie a abraçava, da mesma forma que me abraçou naquela noite do baile. Eu não tinha reação de nada, até ele abrir os olhos e me ver... E ali... Foi a ultima vez que eu o vi. Achei que ele não digno de saber o que tinha acontecido.

Depois disso voltei para Florida.

Estudar, gravidez. Tudo ia sendo como uma loucura na minha vida. Após aquele episódio fiquei sem falar com os dois, eu sumi da vida de ambos...Ninguém precisava saber de mim, muito menos eles.

Com tudo no Natal acabei recebendo um telefonema estranho da Carly, na época Sophie tinha três meses apenas. Ela me pediu perdão, e quem seria eu, para não perdoar ? Porém no mesmo dia, mudei numero de telefone, mudei de casa e mais uma vez ambos não sabiam nada de mim, nem da minha filha.

Bom...Eu passei por situações extremas. Morei em lugares que para uma criança não era apropriado aonde mal cabia uma cama, uma TV, um fogão e uma geladeira.. Mas tudo começou a mudar quando ganhei meu primeiro estagio apenas no 4° semestre de faculdade.

Ao invés de ficar triste e infeliz com o que se passava na minha vida, aprendi o que era viver. Aquele estagio, virou um trabalho verdadeiro a qual me deu uma enorme oportunidade, meu chefe dizia que eu era a garota certa para estar aonde eu estava agora, era uma espécie de ''Presidente Junior'' de uma grande empresa do ramo petrolífero. Me tornei um dos carro chefe da ''Chevron'' e minha casa antes que mal cabia uma cama, um berço e uma TV. Agora cabia tudo que eu quisesse e tudo que eu queria ter.

Eu batalhei por isso. Lutei muito, e quanto tive Sophie a loucura se intensificou ainda mais. È nessa linda parte que minha mãe entra, não deixaria meu pequeno bebe nas mãos de ninguém, mas ela minha mãe, eu estava viva graças a ela não era?

Hoje eu sou uma ótima profissional, uma maravilhosa mãe e faria tudo isso de novo. O tempo pediu para que eu amadurecesse muito cedo. E cá entre nós estava eu mostrando pra ele que eu consegui.

Pov, Freddie

O tempo passou-se muito rápido, tão rápido que não me lembro de perceber sua velocidade. Cinco anos, cinco anos...Posso dizer o quanto foi louco durante esse tempo, o quão angustioso foi, porém o tempo acaba tornando as coisas mais confortável, Ele maquia sua dor tão bem, que você acha realmente que as coisas são belas, que nada todos os dias repenso no rumo que minha historia tomou. Claro que com relação aos estudos tudo foi tranquilo, terminei com um dos melhores alunos, voltei a morar em Seattle, em uma casa boa . Mas ao contrario de tudo que eu pensei, hoje estava casado com meu amor de infância, 'Carly'. Me pergunto como isso aconteceu, porém fiz votos eu estava aqui agora porque era essa minha escolha...Não era?

Uma vez que Sam me deixou por JUSTA causa, eu seguiria em frente...Acho que segui enfrente... Decepcionei meu futuro, no passado. Algo dolorido...

Não gosto de me recordar daquele dia, depois de uma festa típica de faculdade, depois de beber o máximo que eu podia, acabei dormindo com uma pessoa que eu via como uma grande amiga, Eu era um idiota...Um ser detestável...Como eu conseguir magoá-la? MEU DEUS...E isso que me deixa pior, saber que o culpado o único culpado de sua dor.

Lembrar daqueles olhos azuis que transbordavam de tristeza me deixa ainda pior. Eu tentei argumentar, mas ela simplesmente calou-se, e só me olhava parecia que queria gravar este momento por que saberia que era o ultimo.

Mas o que eu falaria ? Naquele momento tudo que eu falasse não iria adiantar.

Depois de um tempo, fiz inúmeras tentativas frutadas para falar com ela novamente. Com tudo ela desapareceu, sumiu da minha vida e não a culpava, se ela queria isso eu iria respeitar sua decisão. . Então aos poucos fui me conformando.

Apenas uma única vez, depois de mais ou menos uns um ano depois, por ironia Carly conseguiu o numero de Sam, era natal eu lembro, me lembro do cartão que fiz pra Sam, me lembro da vontade que era de vê-la apenas pra entregar esse pedaço de papel. Diz que mesmo dividindo a cama com um outro alguém, era somente nela que eu pensava todos os dias. E...Em raras vezes ainda sonho com aqueles olhos azuis, daquele sorriso largo, mas sabia que era algo que estava adormecido no passado.

Hoje eu era um homem casado, tinha uma empresa bacana, conveniada com a Apple, eu era meu próprio chefe enquanto Carly se tornou uma boa jornalista, adorava o que fazia. E era assim que nossa vida ia seguindo...Havia algo faltando, sempre iria. Mas conseguíamos seguir com ausência ao nosso lado.