–Dr. Quiron, esses são Nico, Tyson, Bianca e o maior envolvido na confusão... – Começou Sophie.

–Percy Jackson. – Falou o senhor com cerca de cinquenta anos, cabelos grisalhos até a altura do queixo, barbas, olhos azuis e que estava em uma cadeira de rodas na sala do apartamento das garotas. – Ouvi falar muito de você durante a semana meu jovem, e lhe dou certeza que nem todas as coisas foram boas.

–Imagino Doutor. – Disse Percy sentando ao sofá. – Eu mesmo já tive que aturar várias coisas feias por esses dias.

–E ele não ta falando de pessoas. – Disse Tyson fazendo as meninas sorrirem.

–Entendo. – Falou Quíron. – Como também sei que a situação que vocês dois se encontram é extremamente delicada. Sabemos que a jovem Annabeth é uma pessoa pública e quando a vida é exposta dessa maneira, é meio complicado existirem segredos, então Perseu, diga-me, você e Annabeth são apenas amigos mesmo?

–Sim senhor. – Respondeu ele suando frio.

–Diria que na verdade são polos opostos. – Falou Sophie sorrindo e ganhando olhares dos presentes. – Verdade! Foi à própria Annabeth que falou isso.

–Explique-se melhor.

–Eles dois conversam normalmente como amigos, mas sempre discordam nos assuntos gerando discussão, por isso polos opostos.

–Entendi. – Comentou Quíron olhando novamente para Percy. – Diga-me uma coisa jovem, semana passada, você saiu de uma boate com Annabeth nos braços, estou correto? – Diante da afirmativa, continuou. – Devido a que? Aconteceu alguma coisa com a garota para você tomar tal atitude?

–Ela bebeu um pouco demais e não estava conseguindo caminhar direito, então a coloquei no carro e a trouxe pra casa. – Disse Percy secando as palmas de suas mãos nas calças. – Depois fui pra minha casa que de manhã eu tinha ensaio da banda.

–E quanto a vocês? – Perguntou para o resto do grupo. – A história confere?

–Sim senhor. – Disse Tyson batendo continência, fazendo mais uma vez os presentes rirem.

–Eles são complicados Quiron. – Disse Thalia. – Mas o assunto não era sobre ferrar o Luke até os dentes?

–Claro que sim Thalia. – Disse ele a olhando de forma carinhosa. – Mas eu preciso de explicações sobre o relacionamento deles, pois essa vai ser a arma que o Luke vai usar em qualquer lugar que ele for, seja rádio, TV, festas.

–Entendi. – Comentou Nico. – Ele vai passar por corno sofrido pra que a Annabeth se lasque e leve a fama de vadia.

–Isso mesmo Nico. – Disse Quíron sorrindo. – Por isso preciso de detalhes, como quando vocês se conheceram?

–Sexta passada. – Disse Tyson, recebendo olhares de todos. – Mas que? É a verdade eu! Não foi no show da banda?

–Sim, foi. – Respondeu Sophie. – Mas é que parece que foi há tanto tempo.

–Verdade, porque a Silena e o Charles até namorando estão. – Disse Bianca.

–Certo, deixe-me ver se entendi. – Comentou o advogado. – Vocês se conheceram na sexta, no sábado Annabeth descobriu a traição e seguiu sem rumo por Manhattan, e esse jovem a encontrou, ajudando-a a vir para casa. – Diante da afirmativa de todos Quiron seguiu seu raciocínio. – Pelo domingo vocês saíram juntos e mais uma vez foram flagrados, dessa vez conseguindo então a identificação do Perseu.

–Isso mesmo doutor. – Confirmou Thalia. – Depois disso começou todo o escândalo que já explicamos pro senhor mais cedo.

Enquanto Doutor Quíron tentava encontrar uma maneira para conseguir fazer a imagem de Annabeth voltar ao normal, a mesma estava em seu quarto na cidade de São Francisco, refletindo sobre todos os acontecimentos recentes em sua vida: “Como eu ainda posso pensar no Luke apesar de tudo que ele fez e continua fazendo comigo? Por que não posso simplesmente gostar daquele cabeça de algas idiota que é um fofo apesar de tudo?” sua mente continuava voltar a esse assunto em busca de respostas para as quais ainda não havia solução, quando ouviu algumas batidas fracas em sua porta.

–Entra. – Disse ao se sentar.

–Annie... – Começou o garotinho de 9 anos, de cabelos loiros e olhos castanhos que a olhava de maneira apreensiva. – É verdade o que aquele bobo falou na TV?

–Que bobo Mark? – Pediu ela enquanto o meio irmão sentava em seu colo.

–O teu ex-namorado, você é uma pessoa ruim?

–Não querido. – Disse ela mexendo no cabelo do pequeno garoto. – Não sou uma pessoa ruim, é ele que esta inventando mentiras pra sair ileso dessa história.

–Então você não ta namorando o Percy? – Os olhos de Mark brilhavam enquanto esperava a resposta da irmã.

–Não pequeno.

–Que bom! Então você vai ficar um tempão aqui e a gente vai poder brincar! – Disse ele se levantando e indo em direção à porta. – Fica aqui mana que eu já volto!

“É tão bom ter alguém que quer estar com você pelo que realmente é” pensava Annabeth quando Mark voltou ao quarto com um caixa contendo um quebra cabeças.

–Monta comigo? – Perguntou com os olhos brilhando em expectativa. – É que ele tem mais de 1.000 peças e não consigo sozinho.

–Claro que monto, vem aqui maninho. – Disse ela enquanto deixava um espaço a seu lado para que seu irmão pudesse sentar e se divertir com alguém.

Já em uma sorveteria no centro de Nova York o clima era diferente, pois não era de amizade e sim de vingança e desejo.

–Luke, tudo o que você falou na entrevista era verdade? – Perguntou Rachel com a voz melosa de sempre.

–Claro que sim ruivinha. – Respondeu ele pegando uma colher de sorvete. – Eu nunca iria mentir sabendo as consequências que isso poderia gerar pra mim.

–Então a Annabeth te traiu durante o namoro! – Disse ela com escárnio. – Que vaca, nem mais assisto os filmes dela, isso que era uma das pessoas que mais a admirava no mundo.

–Sei bem como é, realmente é difícil de acreditar que ela agiria desse jeito. – Disse Luke, sínico. – Mas não dizem que as piores são as que se fazem de quietinhas? Então, a Annabeth confirmou essa teoria.

– Ainda bem que eu não sou assim. – Disse a ruiva com um sorriso provocante. – sou uma pessoa super sincera que nunca trairia quem me faz bem.

–O que você esta querendo dizer Rachel? – Perguntou Luke com um sorriso travesso.

–Não sei, talvez quisesse te convidar pra dar uma passadinha em casa, que eu fiz uma torta de morango incrível. – Falou ela o olhando com desejo.

–Então vamos. – Disse ele ao levantar. – Adoro torta, ainda mais se for de morango.

E sem delongas os dois seguiram para o apartamento de Rachel, onde, com certeza não haveria somente torta de morango.