Depois da baita bronca que levamos da diretora fomos andando lado a lado até o estacionamento, cada um foi para o seu carro. Precisava descontar minha raiva em algo, precisava pensar sobre os meus atos, dirigi minha BMW até a praia, andei bastante, a praia mais próxima era em Savanah e eram mais ou menos umas 3 horas de viajem de Atlanta, mas não importava chegar tarde em casa, meus pais nunca estavam só precisava avisar a Nancy, a nossa governanta.

Fiquei caminhando pela praia pensando em tudo, inclusive no Justin Biba. Depois de tanto tempo eu não aguentava mais ele, ele ia me deixar careca de tanta raiva! Porém ele é o único que sabe dos meus míseros segredos, é, aqueles que estão no fundo do baú, eu também sei todos os segredos dele. Nos chingamos de tudo que é possível, tô começando a ficar sem ideias. Em meio aos meus devaneios senti meu celular vibrar no meu bolso esquerdo. Era a Jéssica:

- Alô? Lety?

- Oi, ser perturbante.

- Nossa boa maneira de atender sua amiga aqui!

- Foi mal, o que aconteceu?

- A Nancy disse que você não estava em casa.

- Tô andando por ai.

- Soube que vai ter que pintar o muro do colégio com o Bieber.

- Aff', nem me lembre disso, não quero nem ouvir o nome dele!

- O que aconteceu dessa vez?

- O de sempre, a vadiazinha dele começou a me encher a paciência e eu comecei a chingar, ele se meteu no meio e levou uma tapa por ela!

- Vo-você bateu nele?

- Ah, quer saber já cansei, tenho duas opções, ou o ignoro ou o mato de uma vez! Escolhi a 1ª opção, quero ver a reação dele!

- Sério Lett, acho que vocês se amam!

- É A SEGUNDA VEZ QUE FALAM PRATICAMENTE ISSO NO MESMO DIA, DESISTO, BEIJO TE VEJO AMANHÃ! - desliguei o telefone na cara da Jess e fui pro carro.

Cheguei em casa 3 horas da manhã, não dormi quase nada, a única coisa que animou meu astral foi lembrar que o Matth estaria lá, fiz minha higiene matinal, vesti uma calça qualquer preta e uma blusa branca com uma caveira bem grande na frente e calcei um adidas e fui pra escola.

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Chegando lá tinha um grupinho ao redor de duas pessoas que não consegui identificar, me aproximei e vi o Justin brigando com Chauncey, deixa eu explicar: eles dois tem uma pequena (lê-se: ENORMEEE) richa pro causa da baranga (lê-se: Jenny), certa vez o Chauncey tentou "brincar" com ela em uma festa e de lá pra cá foi só briga entre os dois.

Bem essa não seria a primeira vez que eu ia tirar o Bieber de uma briga, me aproximei dos dois que bolavam no chão e cá pra nós o Justin até que briga bem, mas voltando a briga... peguei o Justin pela gola da camisa e o empurrei, o Chauncey veio logo pra cima de mim e começou a me chingar:

- Sua vadia, não é a primeira vez que você interrompe uma briga nossa e eu já estou de saco cheio!

- Olhe aqui seu Neandertal, só quem pode bater e discutir com aquela ameba ali... - disse apontando pra trás -... sou EU!

- Eu brigo e bato em quem eu quiser e não vai ser você que vai me impedir! - ele disse aproximando-se.

- Duvida?

- Não, só tenho certeza!

- Ótimo... - disse empurrando ele -... então você vai quebrar a cara seu travesti de esquina! - antes de eu terminar a frase ele me deu um tapa estralado na cara, me virei pra ele e estava me aguentando para não chorar, ia começar a falar novamente mas fui interrompida pelo Justin avançando no Chauncey. Nunca vi o Bieber com tanta raiva.

- Olha aqui seu filho da puta, você nunca, tá escutando? NUNCA MAIS BATA NA LETTICY, não só nela com em nenhuma outra mulher! - Justin disse isso enquanto distribuía socos pelo rosto do Chauncey, segundos depois a diretora McClane apareceu e mandou todo mundo pra sala, só ficaram nós quatro.

- Oh meu Deus! Levem esses garotos para a enfermaria! Depois quero os três na minha sala!

Fui andando lentamente com o Justin até a enfermaria, ele não estava nada bem. Chegando lá eu e Justin ficamos na sala de espera e Chauncey foi atendido primeiro, ele estava pior.

Fui até a salinha e peguei algodão, álcool, rifocina e curativos, a enfermeira ficou me olhando torto, mas nem liguei. Fui passando álcool nas feridas de Justin e ele ia fazendo um monte de caretas.

- Ai! Isso dói sabia?!

- Claro que sim, isso é álcool seu bocó!

Passei a rifocina e fiz os curativos, ele tinha um corte na base do maxilar e acima da sobrancelha esquerda.

- Pronto! - disse assim que terminei.

- Obrigado!

- Disponha! - dei um sorriso falso.

- Por que você fez aquilo? - um sorriso brincava em seus lábios.

- Como eu já disse: só quem bate em você sou EU!

- Ahan, sei. - ele falou rindo.

- Idiota! Afinal porque me defendeu depois do tapa? - ele me olhou e mudou a expressão.

- Por que... não se bate em mulher, muito menos em você e eu já faz tempo que queria bater nele.

- Ah... - me sentei na cadeira ao lado do Justin e fiquei lá sem assunto.

- Letticy... - me virei para olhá-lo e me surpreendi, ele segurou meu rosto entre suas mãos e passou o polegar na região vermelha, onde tinha levado o tapa - desculpe! - ele falou e fiquei encarando-o.

- Pelo quê? - olhei confusa para os seus olhos cor de avelã aos quais não olhava a muito tempo.

- Por ter deixado aquele idiota bater em você.

- Tudo bem, isso não doeu tanto. - Justin foi aproximando nossos corpos em um abraço, fazia muito tempo que não o abraçava, seu cheiro era o mesmo de 5 anos atrás.

- Prometo que não vou deixar nunca mais ninguém levantar a mão pra você.

- Por que você está fazendo isso?

- Isso o quê?

- Isso... está sendo carinhoso, atencioso e protetor, esse não é o Justin que eu conheço, não é aquele idiota, chantageador que me chama de cruza do diabo com monstro do Lago Ness e que vive torrando minha paciência. O que stá acontecendo com você?!

- Nada, eu só não aguento mais, são 5 anos Letticy, 5 anos de brigas e ódio, eu estou pedindo bandeira branca por um dia, apenas isso! - ele disse tristonho.

- Não, não, você está confundindo minha cabeça, para!

- Eu paro de tentar ser legal, mas só hoje, por favor!

- Tu-tudo bem, só hoje! - palmas invadiram a sala.

- Olha que bonitinho, eles estão pedindo um acordo de paz, oh, eu vou chorar! - a voz irritante do Chauncey ecoou pela sala.

- Olha seu idiota, não se intromete onde não foi chamado! - o Justin gritou irritado, avançando no garoto.

- Ei,ei, parando por aqui, os três na diretoria, AGORA! - a enfermeira mandou.

Fomos até a diretora trocando palavrões com o Chauncey.

- Sentem-se. - disse a diretora quando entramos em sua sala. - Podem começar, você primeiro Sr. Doppler.

Chauncey contou sua versão, depois se retitou da sala.

- Agora você Sr. Bieber.

- Tudo bem, eu estava encostado lá fora, na árvore, ele chegou perguntando: "Onde está a gostosa da sua namorada? Caralho, e onde está a vadiazinha da sua vizinha, quando você vê-la me avisa, tô doidinho para dar uns pega nela." Depois disso o empurrei e começamos a brigar. Estavamos rolando no chão quando a Letticy chegou, ela me empurrou para longe e começou a discutir com ele, depois ele deu tapa na cara dela e nós voltamos a brigar.

- Foi isso Stª Campbelt?

- Sim, Srª McClane.

- Então não posso fazer nada, as aulas acabarão próxima semana, estão suspensos! Então, bom verão, pelo menos uma semana longe de vocês, ah e não esqueçam que todos os sábados a partir da próxima semana vocês terão que vir pintar o muro. Agora podem ir! - me levantei e Justin me seguia, fomos até nossos carros, conversando animadamente até eu escutar um grito:

- Leet, espera PORRA! - me virei e vi a Sunny.

- Oi Sun Sedução! - disse empolgada, nem a morte tirava minha alegria!

- Nooossa, o que aconteceu com a Letticy?

- Ela está muito feliz, nossas férias começaram mais cedo por causa da briga de hoje. - disse Justin.

- Ai, como sou azarenta!

- Ei mais tarde vai lá em casa com a Jess, quero ir para uma balada no sábado.

- Hum, tá podendo! - o sinal tocou e Sunny saiu correndo.

Fiquei lá esperando a Sunny entrar depois o Justin perguntou:

- Vamos tomar um sorvete?

- Hãn?

- Olha... eu tô só tentando ser legal!

- Tudo bem, eu não iria reclamar de nada!

- Então vamos... - ele pegou minha mão e foi me puxando, mas eu parei.

- O que foi?

- É que meu carro tá aqui.

- Ah, então vai no seu, vai ser lá naquela sorveteria perto da nossa casa, okay?

- Tá. - ele me deu um beijo estalado na bochecha e saiu.

Peguei minha BMW vinho e fui seguindo seu Land Rover até a entrada das nossas casas, desci e fui para o seu lado, fomos andando lado a lado sem nenhum assunto. Subi no meio fio e fui me equilibrando.

- Você parece uma crinça!

- É pra rir?!

- Se quiser...

- Haha. - ri sem nenhum humor o que o fez rir.

Fomos empurrando um ao outro até chegar na sorveteria.

- O que vocês vão querer? - uma moça perguntou.

- Um sundae de ovomaltine! - eu disse.

- Milk shake de baunilha. - pediu Justin.

- Já trago o pedido de vocês.

Ficamos conversando coisas aleatórias, depois nossos pedidos chegaram.

- E ai como vai ser próxima semana? A Nancy provavelmente vai falar pro nossos pais que estamos suspensos.

- Ah não vai mesmo, eu convenço ela.

- Espero. - ele disse terminado seu milk shake.

- E... já deu a hora de chegar em casa, tá icando tarde e o tempo está nublado. - disse olhando o cé nublado.

- Vamos! - fomos andando até o balcão, coloquei uma cédula de 20 dólares.

- Um sundae e um milk shake!

- Ei quem disse que você vai pagar?! - Justin disse indignado.

- Eu!

- Sim, qual dos dois vão pagar?! Tem uma fila atrás de vocês! - a atendente nos interrompeu.

- EU! - dissempos ao mesmo tempo e começamos a rir.

- Garota pega seu troco! - a mulher do balcão começou a ficar estressada, peguei meu troco e sai rindo com o JB.

O tempo estava mais nublado ainda e eu estava começando a ficar assustada, odeio chuvas, odeio raios, odeio trovões. Justin percebeu e envolveu seus braços em meus ombros, em um abraço desajeitado.

Andavamos rápido, faltava dois quarteirões para chegarmos em nossas casas, a chuva começou a cair torrencialmente seguida de altos estrondos, o que me deixava mais assustada. Eu estava com frio, muito frio.

Chegamos a varanda da minha casa:

- Justin... vai entrar?!

- Não...

- Claro que vai, ele precisa se secar! - disse minha mãe aparecendo na porta.

- Mas Srª Campbelt, minha casa é ao lado.

- Seus pais não estão em casa, sua mãe vai sair comigo para fazer compras para a viajem e seu pai foi comprar as passagens. - minha mãe disse.

- Mas para onde eles vão?

- "Nós" vamos! - ela deu ênfase.

- Nós vamos... - eu incentivei.

- Para LA, passaremos 2 semanas lá, aqui em Atlanta está muito monótono.

- Eu não vou! - queria me divertir essas duas semanas só.

- Por que filha?