Mundo Sobrenatural escrita por Neko D Lully


Capítulo 10
Um novo aliado.


Notas iniciais do capítulo

Certo, o animo realmente bateu para postar fics. Da para acreditar, se for dois caps por dia eu vou ficar realmente feliz. Ah! Mas a mordomia ta acabando i.i, ferias estão terminando e logo ou ter que ralar feio na federal, não sei se fico feliz ou triste com isso, mas bem.
Aproveitem o cap!



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Mundo Sobrenatural

O garoto me sentou no banco do carona em um carro negro ligeiramente esportista. Não sei muito de marcas de carro, mas sabia que aquele era um Toyota bem moderno.  Ainda tinha aquela estranha esfera azulada nos braços, ela, antes com um brilho pálido e sem vida, agora estava começando a se fortalecer. Mas por mais estranho que pareça aquela pequena esfera era na verdade meu namorado fantasma, Shadow, que a pouco tempo tinha tido um encontro nada agradável com um maníaco fantasma que tinha habilidades extremamente perigosas.

 O garoto ruivo fechou a porta a meu lado e deu a volta na parte da frente do carro para entrar no banco do piloto. Eu não conseguia mexer minhas pernas e era por isso que ele tinha me carregado até o carro, supostamente dele. A energia que Nazo tinha lançado me atingiu também e pareceu tirar quase toda minha vida de meu corpo, impedindo que movesse algumas partes de meu corpo. Ainda estava cansada, exausta para falar a verdade, mas minha preocupação com a pequena esfera em meus braços era maior.

 Antes de estar daquela forma Shadow tinha ficado inconsciente e seu corpo, antes parecendo ser solido como o de qualquer outra pessoa que já tinha visto em toda minha vida, passou a ficar azulado parecendo piscar, uma hora desaparecendo e outras voltando a estar de maneira solida. Sabia que Nazo tinha feito algo com ele, sabia que ele o tinha machucado e o pior de tudo é que sabia que a culpa era minha. Se não fosse por mim ele ainda estaria bem...

 O garoto ruivo entrou no banco do motorista e o mais rápido que conseguiu ligou o carro, dando ré e então fazendo o carro virar para ficar de frente para a estrada de volta a cidade. Enquanto dirigia ele retirou do bolso um celular vermelho e rapidamente colocou um numero na tela que não consegui ver direito. Não demorou muito para ele colocar o celular no ouvido e começar a falar.

 - Kaira, venha para casa agora! – houve uma leve pausa e pude perceber que ele estava irritado. O mais estranho era, ele conhecia Kaira? – Não estou pedindo estou mandando! Vá agora para casa e lá conversamos. – a discussão pareceu se prolongar, Kaira parecia estar se recusando a fazer o que ele mandava e cada vez que os múrmuros saiam do celular eu percebia que o cenho do garoto se franzia ainda mais. – Para de discutir garota! Estou com sua amiguinha aqui do meu lado e tenho coisas a discutir com você sobre ela. – ele deu uma espiada para meu lado e eu me encolhi com seu olhar acusador. – Faça logo o que estou mandando!

 Ele desligou o celular e o voltou a colocar no bolso. Seu olhar estava focado na estrada que passava a nossa frente, a cidade já tinha aparecido a nossa volta e ao mesmo tempo que aparecia ela se distanciava. O garoto pareceu estar me levando para um canto fora dos limites do centro da cidade e aos poucos conseguia ver uma estradinha que levava a uma pequena casa ao longe. Aquela minha súbita coragem que tinha antes se desmanchou e agora era eu novamente, medrosa e insegura. Agora não só pelo o garoto que estava do meu lado, mas também por Silver. Kaira o contaria que eu estava com sabe se lá quem, e que parecia ter me metido em uma enrascada. Meu irmão iria pirar!

 Quando o carro parou, perto de uma pequena casa de apenas um andar e de um estilo de construção completamente diferente do que estava acostumada a ver por todas as regiões da Alemanha, eu percebi que aquela era a casa de Kaira, o que significava que o garoto ao meu lado deveria ser algum parente dela. Não me perguntem como descobri tudo isso assim de repente, foi só olhar para a casa a minha frente e soube de imediato que era o que estava pensando. Simplesmente assim.

 O garoto saiu do carro e novamente deu a volta pela parte da frente abrindo a porta a meu lado e novamente me carregando. Ele foi até a porta de entrada e levou o pé até a ponta da mesma, logo depois de destrancar a porta. Estranhamente ele empurrou a porta para o lado e a mesma correu para direção como uma daquelas antigas portas chinesas ou japonesas. Ai eu tive mais certeza ainda de que aquela era realmente a casa de Kaira.

 Ele me levou para dentro e me colocou em um sofá que tinha no lugar, ao parecer tínhamos entrado em uma enorme sala que era logo no inicio da sala. Ele então foi até a porta, deu uma espiada para fora dela e então a fechou, resmungando alguma coisa logo em seguida. O tempo se passou em um tenso silencio, aquele garoto andava de um lado para o outro parecendo estar irritando enquanto aos poucos eu ia percebendo que poderia voltar a mover minhas pernas. Shadow em meus braços, ou pelo menos a pequena bolinha que deveria ser ele, parecia recuperar aos poucos seu suposto brilho, o único problema é que muitas fezes parecia que voltava a perder as energias.

 Finalmente pudemos ouvir o som de pneus sendo freados e supus que Silver tinha vindo dirigindo com o carro de nossa mãe. Ele tinha idade para dirigir, já tinha conseguido a carteira e tudo, mas não gostava muito. Apenas em casos bem extremos ele pegava no volante de um carro. E talvez esse fosse um desses carros extremos. A porta se abriu em um rápido movimento e em poucos instantes me vi sendo rodeada pelos braços fortes e preocupados de Kaira, Silver me enchia de perguntas a meu lado enquanto os fantasmas que assombravam meu quarto me rodeavam também preocupados e me enchendo de perguntas.

 - Kaira. – o garoto ruivo a segurou pela gola da camisa e a puxou para trás, fazendo com que se afastasse de mim. Aquilo chamou a atenção de todos. Kaira se contorceu tentando escapar da pegada forte do garoto atrás de si, mas ele nem mesmo parecia estar muito preocupado com o que a garota fazia para se soltar. – Temos muito o que conversar.

 - Ei! – Mephiles intrometeu no que estava acontecendo, retirando a mão do garoto da blusa de Kaira que cambaleou um pouco e foi segurada pelo fantasma. Era mais que evidente que Mephiles iria intrometer, todas as vezes agora que Kaira se encontrava incomoda ou irritada ele ia ver o que ela tinha, era até bonitinho, mas aquele garoto ruivo não pareceu gostar muito. – Isso não é jeito de tratar uma pessoa. Deveria se mais educado, afinal quem você pensa que é?

 - Ele é meu irmão mais velho, Knuckles. – respondeu Kaira ajeitando a gola da camisa. Claro que aquela noticia tinha sido uma surpresa para muitos que estavam ali. Sabia que Kaira tinha um irmão, mas não imaginava que ele fosse... Assim. Kaira era divertida, sempre com um sorriso no rosto, aquele garoto já parecia mais sério e imparcial. Eram bastante diferentes, apesar que em aparência se assemelhavam um pouco.

 - E vejo que temos mais a conversar do que imaginava. – disse o garoto enquanto encarava Kaira de braços cruzados. Pude sentir a tensão que pairava no lugar enquanto Kaira se ajeitava e o mirava diretamente nos olhos de maneira desafiante. – Sabe quantas regras esta quebrando mocinha? Se eu contar pro papai ele concertava vai tirar seu direito como exorcista.

 - Me responda então que regra eu estou quebrando senhor “eu faço tudo certo”. – Kaira havia recuado, tinha certeza disso, apesar de ela não demonstrar muito. Todos ficaram em silencio enquanto os dois irmãos discutiam e Silver apertou meu ombro de leve, indicando que logo seria a vez de nós dois temos uma conversa. Engoli em seco, já esperava o sermão que ele iria me dar.

 - Não venha dar uma de ignorante Kaira. Qualquer exorcista veria que você e esse fantasminha aí – ele apontou para Mephiles que pareceu um pouco confuso com aquilo. – Estão juntos. E qual seria a regra numero um dos exorcistas Kaira? Pelo o que eu saiba você foi a que se deu melhor na prova escrita. – Kaira resmungou alguma coisa enquanto desviava o olhar, com o rosto completamente corado. – Não escutei.

 - Não podemos ter nenhum tipo de relacionamento com as almas penadas. Seja de amizade a... Algo mais... – a cada palavra a voz dela ia sumindo e eu percebia um semblante triste no rosto dela. Mephiles a encarou, completamente surpreso e pude sentir uma pontada de angustia em meu peito. O que eles sentiam eu também sentia. Isso me fez lembrar...

 - Desculpa interromper. – falei chamando a atenção de todos. Eu encarava o garoto ruivo que tinha na frente de Kaira, e logo indiquei a esfera azul que tinha em meus braços. – Ele vai ficar assim o tempo todo ou vai voltar ao normal?

 - Não tenho certeza garota. Aquele espectro horripilante retirou muito de sua força espiritual, talvez ele nem mesma consiga manter sua existência. – me respondeu e uma pontada de medo tomou conta da angustia. Olhei para a pequena esfera em meus braços e pude ver como seu brilho aumentava e diminuía de tempos em tempos. Será que... Ele não iria conseguir permanecer “vivo”?

 - O que é isso Maria? – perguntou Silver apontando para a pequena esfera em meus braços. Por um instante duvidei em falar, um nó se formou em minha garganta produto da tristeza que sentia. Com a mirada de todos ainda sobre mim era ainda mais difícil contar. Respirei fundo e engoli o nó que tinha em minha garganta.

 - Shadow, é Shadow. – respondi abaixando o olhar não querendo encarar ninguém ali, muito menos a Mephiles que compreendeu rapidamente o que acontecia. O olhei de canto,vendo como seu rosto se enchia de medo e que ele fazia menção de se aproximar. Culpava-me por aquilo, sabia que se não tivesse feito aquela idiotice nada disso estaria acontecendo. Abracei aquela pequena esfera com um pouco mais de força enquanto sentia meus olhos ficarem marejados.

- O que aconteceu? – perguntou Kaira virando-se para o irmão e o encarando com preocupação. Agora que me tocava, ele tinha conseguido ver Nazo, de alguma forma ele o viu, ou pelo menos sabia que ele estava lá. Deixei o pensamento de lado logo que abaixei a cabeça para encarar aquela pequena esfera que tinha em braços. De qualquer jeito as conseqüências do que tinha acontecido foram mais altas do que as informações que tinha ganhado.  

 - É sobre isso mesmo que queria falar com vocês. – respondeu, mas eu já não prestava atenção na conversa. Uma lagrima escapou de meus olhos e tocou a pequena esfera em meus braços. Para minha surpresa ela brilhou com força e então escapuliu de onde estava para ficar bem a minha frente tomando lentamente a forma de uma pessoa. Em poucos segundos Shadow estava a minha frente um pouco cambaleante, mas inteiro, normal, como sempre estava desde que o conheci. Mephiles o segurou para que não caísse no chão e o sentou no sofá, bem a meu lado. – E essa é outra das coisas que quero discutir.

 - O que aconteceu com você Shadow? – questionou Mephiles de maneira preocupada. O irmão dele permaneceu de cabeça abaixada, ainda parecendo cansado e eu soube que ele não iria falar nada. Tudo relacionado a Nazo para os outros fantasmas era algo proibido, mas não podia mais ficar assim.

 - Nos encontramos com fantasma maníaco assassino que coleciona almas. – respondi. Claro que a surpresa foi geral, claro que Silver e Kaira quase surtaram de preocupação e mais obvio ainda que Shadow ficou prestes a me repreender, mas passei a frente antes que pudesse continuar. - Ele esta atrás de mim já faz alguns dias. Foi ele quem me empurrou da escada e foi ele também que quase me fez ter um ataque cardíaco.

 - Você disse que tinha escorregado! – exclamou Silver indignado e eu sabia que daí para frente viria um enorme sermão. Tudo o que fiz foi olhar para ele de uma maneira como quem pedia desculpas, e então continuei.

 - Você não o viu Silver, por alguma razão você não conseguiu vê-lo, o atravessou como se não pudesse ver fantasmas. – respondi e Silver já ia replicar, mas então continuei. – Ele estava no topo da escada quando você passou, e você passou através dele quando veio me acudir. Como diria a você que tinha sido um fantasma sendo que você mesmo não o viu? Sabe como custa a creditar em coisas desse tipo.

 - E é ai que consigo lhe responder e ao mesmo tempo te faço uma pergunta. – interrompeu Knuckles, o irmão de Kaira, me encarando atentamente. – Nazo é uma alma pecadora sombria, os únicos que podem vê-lo são exorcistas com uma grande quantidade de energia espiritual e para consegui-la tem que passar por um teste. Pelo o que Kaira me contou você é nova no assunto, mas mesmo assim conseguiu pegar uma barreira espiritual e ainda enxerga um espírito sombrio. Isso só tem uma explicação, em algum momento você morreu e então voltou a vida.

 Juro que meu coração parou de bater por alguns instantes para logo depois voltar com carga máxima. Eu morri? Em algum momento da minha vida eu tinha morrido e voltado a vida? Mas como isso era possível? Eu me lembraria não? Ou pelo menos alguém me diria. Já ia replicar quando vi Silver desviar o rosto para outro lado enquanto tinha Blaze pendurado em sua cabeça. Ele estava querendo se esquivar do assunto, conhecia meu irmão muito bem para saber que realmente era isso, mas por que ele não queria falar sobre isso? O que ele sabia?

 - Silver. – chamei, mas ele não me encarou. Isso era apenas mais uma prova que ele me escondia algo sobre esse assunto e eu queria saber o que. – Você se esqueceu de me contar alguma coisa?

- Essa não foi a primeira vez que vi um fantasma. – confessou depois de alguns minutos de silencio. A atenção de todos agora estava focada nele e ele sabia que não havia volta atrás. Eu queria saber a verdade. – Naquele dia que ficamos em coma, quando eu acordei eu te vi sentada do meu lado, sorrindo como costumava fazer. Na época eu não sabia nada sobre isso, brinquei com você como se realmente estivesse ali, mas quando fui falar com a mamãe... Ele gritou comigo, disse que deveria ter mais respeito pelo fato de você estar em coma, entre a vida e a morte. Você estava do meu lado, segurando minha mãe e eu não entendi o que ela queria dizer até me levar para dentro do quarto que você estava. Fiquei confuso e você também não sabia me responder o que estava acontecendo. No dia seguinte te encontrei perto de seu corpo e quando você o encostou seus batimentos aceleraram, você respirou fundo e então acordou. Procurei uma explicação para o que tinha acontecido, você não se lembrava de nada, foi ai que passei a me interessar pela ciência e me convenci que o que tinha visto fora apenas uma ilusão.

O lugar ficou em silencio e senti que minha cabeça virava de cabeça para baixo. Um dia eu tinha morrido e ao mesmo tempo voltei a viver... Por isso consigo ver Nazo, por isso consigo ter a barreira que protege todos os meus amigos fantasmas dele. Senti a mão de Shadow apertando levemente a minha e mesmo com aquilo não consegui me sentir melhor.

 - Estou atrás de Nazo já faz anos e até hoje não consegui nada. Nosso pai foi para fora, procurar exorcistas que soubessem como despachá-lo daqui. – comentou Knuckles quebrando o silencio. – Não sabia que ele estaria atrás de uma garota que acaba de chegar na cidade e mal sabia sobre fantasmas. Quando foi a primeira vez que o viu?

 - No primeiro dia que cheguei aquela casa. Logo depois do jantar, quando ia para meu quarto no sótão. – respondi ainda sentindo um nó na garganta quase me impedindo de falar. Lembrava que daquela vez eu tinha ficado com tanto medo que fui dormir com Silver. – Ele estava na porta e olhava minha mãe com atenção. Ela não podia vê-lo e acho que ele percebeu que eu podia. Fiz a primeira coisa que pensei na hora, sair correndo e me esconder no quarto de Silver.

 A ultima coisa eu falei dando de ombros. Na época tinha ficado apavorada, tudo o que queria era sair correndo e nunca mais ver aquele homem na minha vida, mas agora... Agora nem mais sabia o que se passava comigo. Com meus surtos de coragem acho que sou capaz de saltar de um penhasco sem dar um grito se quer... Já não sei mais o que sou.

 - Agora me lembrei! – Rouge exclamou fazendo todos se sobressaltarem de surpresa. Ela saiu de trás de Sonic e Amy e foi até o irmão de Kaira ficando a poucos centímetros dele com um enorme sorriso no rosto. Vi o irmão de Kaira afastar alguns passos, deixando de lado sua expressão dura para dar espaço a uma nervosa. – Knuckles! Meu deus como cresceu! Já não é mais o pirralhinho que conheci tempo atrás!

 - Se conhecem? – perguntou Kaira já tendo em seu rosto um sorriso maligno. O irmão dela gaguejou coisas incompreensíveis enquanto tentava explicar a situação que se encontrava e fui obrigada a seguir muitos ali, segurando um risinho de diversão.

 - Ele subia as paredes da casa e ficava pendurado na janela do sótão quando tinha uns dez anos. Nos conhecemos lá até que de um momento a outro ele parou de me visitar. – respondeu Rouge abraçando o pescoço do garoto e sorrindo extensamente até chegar no ultimo comentário, o qual fez uma cara triste ao dizê-lo, só para o sorriso aparecer novamente em seu rosto. – Foi depois que te roubei aquele beijo, né Knux?!

 - K-kaira não é o que você esta pensando! – se apressou a exclamar Knuckles encarando a irmã com desesperação. Pude ver no rosto de Kaira como um sorriso diabólico e chantagista começava a se formar e a cada vez que ele aumentava o irmão dela ficava mais nervoso.

 - Se você falar para o papai sobre o Mephiles eu falo para ele sobre a Rouge. – ela disse cruzando os braços de maneira decidida e o encarando um tanto superior, parecendo ter quase garantido que tinha ganhado essa disputa.

 - M-mas nós não estamos juntos! – exclamou ele novamente ainda mais nervoso do que antes tentando afastar Rouge que parecia não querer soltá-lo.

 - Pois o que tenho a minha frente é mais do que um casal. Se isso é não estar juntos então nem quero imaginar quando estiverem! – esse lado de Kaira me assustava, mas não consegui evitar sorrir um pouco ao ver que ela tinha conseguido o que queria.

- Vamos mudar de assunto. Não acho bom ela voltar para casa. – Knuckles apontou para mim e finalmente voltei a mim o olhando de maneira interrogativa. – Nazo vai tentar atacá-la mais uma vez e lá, por alguma razão, ele tem mais força. Teria algum problema vocês ficarem aqui por algum tempo?

 - Ta brincando? Daqui a alguns segundos nossa mãe vai estar aqui com nossas malas e materiais escolares para amanhã – respondeu Silver já pegando o celular e suspirando desanimado enquanto procurava em contatos o numero de nossa mãe.

 Dito e feito, logo que nossa mãe ficara sabendo que iríamos dormir na casa de amigos ela trouxe nossas coisas, desejou uma boa noite e disparou de volta para casa com toda a animação do mundo. Ela estava adorando essa idéia de termos amigos, era mais que obvio isso. Suspirei logo que terminei de colocar a ultima mala dentro do quarto de Kaira. Não era tanta coisa, mas as malas estavam pesadas e eu me encontrava exausta pelo dia que tinha tido. Kaira resolveu colocar os colchões no chão para que pudéssemos como em uma noite do pijama ali. Ela realmente estava animada com o fato de dormirmos na casa dela.

 Já deviam ser umas nove da noite quando Kaira chegou com guloseimas no quarto enquanto eu tocava algumas notas de meu violão, por mais difícil que fosse com meu braço quebrado. Ela parecia um pouco suja e tonta quando chegou, depois me explicou que era porque Sonic, Amy e Tails se encontravam na cozinha e estavam fazendo uma zona lá. Achei engraçado porque era bom ver eles se divertindo tanto e Kaira sempre os apoiava. Knuckles disse que podiam andar pela casa que estava protegida, mas sair dela nunca.

  Por mais triste que fosse sentia uma vontade imensa de tocar meu violão para me acalmar, o único problema é que não podia. Com meu braço engessado seria muito complicado e teria que esperar até que pudesse tirar o gesso. Suspirei tristonha e peguei mais um chocolate que Kaira tinha trago para comermos.

 - Um dia quero te ouvir tocando Maria. – comentou Kaira apontando para meu violão encostado em um canto do quarto. Sorri um pouco constrangida e abaixei a cabeça. – Você é incrível sabia? É boa nos estudos, já fez ginástica, sabe tocar um instrumento... Queria ser como você.

 - É engraçado você dizer isso. – ri um pouco olhando para a pequena barra de diamante negro que tinha em mãos. – Eu queria ser como você. Descontraída, despreocupada, sempre querendo se divertir mesmo que os outros te chamem de louca... Você é corajosa, determinada e entende tão bem esse mundo de fantasmas... Você é incrível Kaira.

- Você é a primeira que fala isso. – disse ela divertida e ao mesmo tempo ligeira mente triste. Ia perguntar o que tinha acontecido quando Mephiles e Shadow adentraram no quarto atravessando a parede e se acomodando ao nosso lado. Mephiles abraçou Kaira por trás enquanto Shadow sentava a meu lado e passava um braço por minha cintura.

 - Se nossos irmãos vêem vocês dois aqui é capaz deles matarem vocês dois de novo. – comentei rindo e devorando mais um pedaço da barra de chocolate que tinha na mão. Kaira revirou os olhos em desgosto.

 - Estou pouco me lixando para meu irmão! Ele sempre foi um chato estraga prazeres. – Kaira se acomodou mais contra Mephiles e lhe deu um beijo no rosto. Sorri ao ver aquilo. Kaira era realmente determinada, mesmo sabendo da regra dos exorcistas ficava com Mephiles sem problema algum, não resistia nem negava, apenas se deixava levar.

 Passamos um tempo assim conversando até que meu celular apitou uma vez, indicando que já eram meia noite. Kaira escondeu os doces em um pequeno compartimento que tinha no quarto e então, depois de escovarmos os dentes, deitamos nas camas. Shadow se acomodou do meu lado, me abraçando com carinho e acariciando minha cabeça lentamente. Ainda não conseguia esquecer o que tinha acontecido e não parava de me culpar por isso.

 - Me desculpa... – murmurei com um fio de voz, mas sabia que ele conseguia me escutar. Aproximei-me mais dele e escondi meu rosto em seu peito. – Por minha culpa quase que Nazo te faz desaparecer. Se não tivesse sido tão imprudente talvez...

 - Isso não importa agora. – ele me interrompeu levantando meu rosto e me dando um beijo na testa. Foi tão bom, tão novo que não consegui evitar fechar os olhos, prazerosa. – O importante é que estamos bem, seguros e que logo teremos ajuda. Um dia Nazo cairá e estaremos finalmente seguros.

 - Da próxima vez, me prometa que não vai se arriscar tanto por mim. – pedi, na verdade quase supliquei. Passei meu braço bom por suas costas e ele me beijou, com carinho e paixão. Se pudesse descrever o que senti com aquilo diria que tinha ido para o céu, esqueci de tudo de todos e só sobrava eu, ele e aquele beijo.

- Isso é uma coisa que não posso prometer. – respondeu logo que nos separamos. Ele então tomou novamente meus lábios em um corto beijo, como apenas um roce, e logo passou para minha bochecha, foi para o olho, para testa e então voltou a descer. Eram em todas as partes do meu rosto e me sentia cada vez melhor com aquilo. – Perdi tudo quando estava vivo, e foi por ter encontrado você que não reclamo de ter morrido. Não vou deixar que alguma coisa te aconteça. – não soube o que dizer sobra aquilo. Ele passou a beijar de leve meu pescoço me fazendo suspirar algumas vezes, me sentia tão bem assim que jurava que iria acabar dormindo dessa maneira. – Agora descanse... Teve um dia cheio hoje.

 Tudo o que pude fazer foi assentir, tão debilmente que me achei uma idiota. Ele continuava a me beijar e cada vez que fazia isso sentia meu corpo ficar ainda mais relaxado, a tal ponto que finalmente dormi, tão cômoda como algum dia já tinha dormido. Ele me transmitia um carinho e uma segurança tão grande que naquele momento poderia ter cedido a qualquer pedido dele, independente de qual fosse.

 Não sei se poderia dizer tão rápido, mas acho que amava aquele fantasma. Acho que verdadeiramente o amava.


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Notas finais do capítulo

Passou do meu horario de sair, mas não estou nem ai... Se bem que deveria ir dormir mais cedo para me acostumar, logo a rotina vai ficar pesada. Bom, o proximo provavelmente que vou postar vai ser de A vida de um arqueiro, depois vou tentar me concentrar nessa daqui novamente que já esta chegando no final. Vou querer reviews nesse cap e no outro OK?! Só porque fiquei parada por um tempo não significa que tenham que deixar de mandar reviews u.u
Bjsss e até o proximo cap ^^!



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