Korean Moon escrita por Lady Sarah


Capítulo 17
Capítulo 17




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/169582/chapter/17

Primeiro, fomos para o hotel. Logo à entrada tive uma (desagradável) surpresa – tinha aparecido uns hóspedes quaisqueres importantes sem aviso e tiveram de cortar nas reservas dos quartos. Assim, eu teria de dormir no quarto do Jaejoong… Dava para acreditar?

Pousei as minhas coisas, lançando-lhe olhares fulminantes como se a culpa fosse dele. Assim que me arranjei e mudei de roupa chamei-o para irmos embora.

- Mas ainda não escolhi os sapatos…

Outro olhar fulminante. Ele correu para mim e fomos juntos até à Baixa.

- Tens fome? – perguntei-lhe. Ele, absorvendo tudo a seu redor, respondeu que não e, num gesto rápido, surpreendeu-me ao agarrar-me na mão.

- Tu, sinceramente… - disse eu, mas sorri. Continuámos de mãos dadas durante todo o caminho.

Com ele, não me importava as dores que começava a ter da cansativa viagem e de tanto andar. Tudo o que interessava era a pessoa que estava a meu lado. O quanto eu tinha esperado por isto. Sonhado com isto… e mesmo assim nunca pensado que alguma vez teria a sorte de ver isso acontecer.

Ele acordou-me dos meus pensamentos ao apontar. – O que é aquilo?

- Oh, é a estátua do Marquês de Pombal. Sabes, quando houve um terramoto aqui em Lisboa, em 1755, o Marquês de Pombal reconstruiu a cidade e inclusive disse que era proibido construírem mais casas entre as duas distâncias que tu vês aqui – eu apontei para os edifícios da esquerda e da direita respectivamente e a distância enorme que havia entre eles – pois um dia essa distância seria precisa… e foi mesmo, com tantos carros a passarem aqui a estrada até parece pequena demais! Causou um bocado de escândalo na época.

- Mas ele deve ser então um grande herói português, não?

Eu pensei um pouco – Não, nem por isso. Ele também fez coisas muito erradas e além disso nós temos muitas estátuas em homenagem a portugueses. Eu já mostro algumas.

Continuei a andar com ele e a explicar-lhe tudo. Ele estava surpreendido em como a Baixa era tão grande e tinha tantas coisas. Já tinham passado várias horas até chegarmos a Belém. Visitámos o Mosteiro dos Jerónimos, o Museu que estava ali perto, comemos uns pastéis de Belém, vimos o mar (e até entrámos num dos barcos de luxo) e observámos bem a estátua dos Descobrimentos.

Depois de voltarmos essa zona toda, fomos de metro conhecer o Centro Comercial Colombo, onde jantámos e onde ele decidiu fazer algumas compras… e onde me comprou um colar lindíssimo.

- O que estás a fazer? Não, Jaejoong, não posso aceitar, não…

- Sério? – eu acenei. – Que pena, ficava-te mesmo bem… Eu dou para outra pessoa, então…

- Não! Não me querias dar a mim? Então dá.

- Mas tu não querias…

Eu amuei. – Antes a mim do que a outra pessoa.

Ele riu-se e deu-me o colar. Eu pu-lo imediatamente e, verdade seja dita, ficou lindo. Ele tinha mesmo gosto para isto.

- E agora, o que é que eu mereço?

- Um bom gelado? – adivinhei eu. Ele franziu o sobrolho à minha resposta e eu encolhi os ombros – O que queres, eu não sei, foi só uma sugestão.

- Kiss. – disse ele, no seu engrish. Eu corei.

- No way. Nem pensar. És muito esperto és.

- Kissu. Kissu. Kissu. – disse ele. As pessoas iam olhando para nós, o que é que eu devia fazer?

Então, decidi. Decidi deixar a vergonha de lado e beijá-lo. Ele que, eu percebi, estava no início a brincar comigo, ficou surpreendido e depois correspondeu ardentemente.

- Hei-de saber quando serás tu a tomar a iniciativa. – disse  eu, entre o beijo. Ele afastou-se.

- Okay. Vamos.

- Hã?

Ele não disse nada, só me puxou até chegarmos novamente ao metro e aí subitamente beijou-me.

Eu não consegui pensar por vários minutos, ele só me empurrou até entrarmos mesmo no metro e aí é que eu pude ver onde estávamos.

- Porque é que estamos a voltar?

- É tarde, baby. – ele disse, agarrado ao poste e com uma mão na minha cintura para me proteger da carruagem que estava cheia e sem lugares para me segurar. – E amanhã temos de nos encontrar com os teus pais, lembras-te?

Cheguei ao quarto de hotel estafada… Mas nem assim o JaeJoong me deixaria em paz. Estava eu já pronta para dormir, deitada na cama do hotel com os cobertores confortavelmente em cima de mim quando sinto um movimento ao meu lado, o movimento dele a enfiar-se também na cama.

Eu virei-me para o lado e empurrei-o. – Sai! Que fazes aqui? Sai, dorme naquele sofá!

- Que lata! O quarto é meu, não teu. Tu é que deves dormir no sofá – e dito isto ele empurrou-me da cama e eu fui parar ao chão.

- Seu… - eu comecei a resmungar – Que raio de namorado és tu?

- Bem, sou um namorado bastante querido. Pedi um sofá para ti ou não? E não te deixei dormir aqui comigo?

Aigo… Suspirei. Preparei-me para (fingir) dormir no sofá e depois o expulsar da cama mas entretanto, de tanto esperar que o bastardo adormecesse, acabei por ser eu a adormecer.

Quando acordei - com o despertador, claro -, estava na cama… Enrolada nos braços nus de Jaejoong. Ele virou a sua cara para mim e eu fechei novamente os olhos. Se ele me visse, teria de fingir uma cara desagradada e afastar-me e eu não queria, na verdade. Queria continuar assim como estávamos.

- Escusas de fingir. Eu sei que estás acordada, Moonie Moon. E se quiseres podemos ficar ainda mais apertados – ele apertou-se mais contra mim. Arfei, eu conseguia sentir até os músculos do seu peito contra as costas que eu lhe voltara logo a seguir a ele falar.

Fingi uma voz sonolenta. – Quem está a fazer barulho? – voltei-me lentamente para ele e depois simulei o pânico e a surpresa ao vê-lo olhar para mim com um sorriso – Oh, Deus meu! Sai daqui! O que estás aqui a fazer?

Ele levantou-se e riu-se sarcasticamente. – Não devias falar muito, eu tive pena de ti e trouxe-te ao colo para aqui… Além disso, ao menos na cama paraste de ressonar. Eu nem conseguia dormir.

- Que mau! Eu não ressono, absolutamente nada!

Ele murmurou alguma coisa e foi vestir-se para a casa-de-banho. Eu ainda descansei mais um pouco e depois preparei a roupa que tinha para vestir, tomei um banho rápido e vesti-me.

Tomámos o pequeno-almoço no hotel e subimos para lavar os dentes. Ele deu-me a mão novamente e chamámos um táxi que nos levaria a casa dos meus pais.

A casa não mudara nada, na realidade. Continuava na mesma. Os meus pais continuavam na mesma também.

Ficaram bastante alegres e surpreendidos quando me viram pois eu não os tinha avisado.

- Catarina! Porque é que não nos avisaste? Eu ia sair, ia ter com a D. Alzira ali do lado, mas sendo assim já não vou. E o teu pai, ele não vai trabalhar, pois não, querido?

O meu pai respondeu, gaguejando – N… Não…

Jaejoong sussurrou para mim – Já vi a quem é que tu sais.

Eu ri-me. Entrámos todos.

- Quem é o teu amigo? – perguntou o meu pai. Suspirei.

- É o Jae, o meu namorado.

- Bom, bom… - disse o meu pai e depois olhou bem para mim. – Espera lá, o quê?! Eu bem sabia, foste para o Japão para encontrar ali um chinês qualquer, não te devia ter deixado ir.

- Pai, no Japão há japoneses, não chineses. E ele é coreano, não japonês. E eu fui não para arranjar alguém mas sim porque gosto daquele lugar desde há muito tempo. Ah, e já sou maior de idade, papá. Mas, se te sossega, o Jae é muito bom rapaz.

O meu pai não ficou convencido. Mas eu não estava preocupada com o meu pai, na verdade. A minha mãe tinha subitamente saído e voltara com um café na mão.

- Ainda não consigo acreditar nisto. Nós pensámos que tu… que tu nunca mais voltarias a pensar nisso depois de… - vi os olhares trocados entre eles e compreendi. – Não, desculpa. Foi idiota da minha parte, sendo que sempre te disse para ires em frente. Tens toda a razão e ele parece ser um óptimo rapaz. Mas… Depois de o teu irmão casar, eu não te queria perder a ti também…

- Mãe! – eu levantei-me do sofá e abracei-a. Ela começou a chorar um bocado e eu fui tentando acalmá-la. Entretanto, via que o Jae e o meu pai iam tendo uma conversa num inglês um pouco estranho mas, porém, compreensível.

Nós almoçámos juntos um bom cozido à portuguesa. Jaejoong repetiu umas três vezes e a minha mãe quis fazê-lo repetir ainda mais três e acusou-me com  o olhar de não olhar por ele.

- Olha para o teu namorado, Catarina, ele parece um pau! Super magro, precisa de se alimentar de forma a não arranjar para aí qualquer problema.

Eu sorri, claro. – Isso é o que todos lhes dizemos, mãe. Mas o organismo dele é mesmo assim e ele também faz muito exercício.

- Ah devias ser como ele! – disse a minha mãe, e o meu pai encolheu-se. – Essa tua barriga de cerveja já se começa a notar, sê como o teu genro, pede-lhe conselhos!

- Eu sou muito sexy assim. As miúdas gostam de mim assim, no trabalho fartam-se de me elogiar.

Eu fiz um ar malandro. – As miúdas, papá?!

- Ah, - a minha mãe desvalorizou o assunto com um encolher de ombros – isso é só porque ele é o patrão. Ninguém fala mal à frente do patrão, certo?

Nós rimo-nos. Jae escutava a conversa com um sorriso no rosto. Eu não sei se ele percebia ou não, mas a sua capacidade para falar português parecia ter desaparecido dias depois de ter acordado lá no hospital.

Despedimo-nos dos meus pais, não sei antes eu lhes entregar o que lhes tinha comprado quando ainda estava no Japão. Para o meu pai uma garrafa de sachet e para a minha mãe uma boneca num kimono muito bonito.

Eles adoraram e eu despedi-me deles rapidamente, antes de começar a chorar. O Jae pôs-me um braço à volta dos ombros a dar-me apoio.

- Os teus pais são bastante divertidos.

- Hã? Tu percebeste-os?

Ele apressou-se a esclarecer. – Não, não, eu só vi pelos risos e pelos sorrisos. Com eles, pareceste outra pessoa, diferente da que eras comigo.

- Era, agora já não sou!

- Pois não – disse ele e virou-me para me dar um rápido beijo. – Onde vamos a seguir? Ah, espera – disse ele, ao sentir o telemóvel vibrar. – É o Yunho, devo atender?

- Claro que sim, força! – respondi eu e deixei-o atender. Ele falou, a voz ficou séria de repente e passado um pouco desligou.

- O que se passou?

Ele guardou o telemóvel no bolso. – Acabou-se as férias, meu amor. Marcaram um programa surpresa depois de amanhã que eu não posso faltar e ainda preciso de praticar. Precisamos de voltar ainda hoje. Desculpa. Mas nós ainda voltaremos cá, pois eu não visitei muito ainda.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Korean Moon" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.