Amu In Wonderland escrita por teffy-chan


Capítulo 2
Capítulo 2 - Conselhos de uma Lagarta


Notas iniciais do capítulo

Ohayou minna-san! Tudo bem com vcs?
Olha eu quero dizer que estou muito feliz, não pensei que tantas pessoas leriam a fic tão rápido! Se eu soubesse que não sou a única otaku que é fã de Alice, teria escrito essa fic há mais tempo XD Agradeço de coração à todas as pessoas que estão acompanhando e comentando na fic, me deixaram imensamente feliz, viu? *-*
Sem mais delongas, aí vai a continuação! õ/
Boa leitura^^



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Amu seguiu sozinha pela estrada de tijolos amarelos pelo que lhe pareceu horas, até que avistou uma casa, bem grande e chique para uma casa de madeira no meio de uma floresta, no fim da estrada. Ela procurou a campainha, mas não tinha, então resolveu bater na porta. Bateu várias vezes e esperou vários minutos, mas ninguém a atendia. Pensando bem, se considerar o barulho que vinha de dentro da casa, não era à toa que ninguém atendia, ninguém devia nem ao menos tê-la ouvido. Amu experimentou girar a maçaneta, e a porta abriu. Sorrateiramente, Amu entrou no que deveria ser a sala, mas que mais parecia um amontoado de móveis escolhidos ao acaso do que qualquer outra coisa. Um grande sofá com almofadas reviradas estava encostado numa parece, com um enorme gato dormindo em cima dele e um tapete cor de vinho todo enrugado e bagunçado embaixo do mesmo. Uma poltrona de couro estava caída à um canto, e no lado oposto, havia um enorme fogão à lenha, onde uma mulher usando um avental simples e esfarrapado mexia numa grande panela com uma colher de pau.


- O que está fazendo aqui, intrusa? Você acordou meu bebê! - uma mulher exclamou de repente, deixando Amu um tanto alarmada. Pensando bem, era do tal bebê que vinha todo aquele barulho ensurdescedor
- Desculpe, mas eu tive a impressão de que muito antes de eu entrar o seu bebê já estava choran... espera... você é...


Amu não pôde completar a frase, tamanho foi seu espanto. A mulher que a assustara tinha cabelos loiros, presos em duas maria-chiquinhas, usava um vestido longo, todo roxo, exceto por alguns detalhes dourados nas mangas e na barra do vestido, que pareciam ouro. Usava belas jóias com pedras preciosas encrustadas nos brincos e colares, e tinha uma expressão extremamente mal-humorada, talvez por causa do bebê que não párava de berrar em seus braços, que agora Amu reconhecera como sua irmãzinha caçula, aparentemente um pouco mais jovem.


- Ahh caramba... é você, Utau?! O que está fazendo nesse mundo de doidos?? E por que está segurando a minha irmãzinha?! - eclamou Amu perplexa
- Utau? Irmã? Do que está falando? Eu sou a Duquesa, e essa criança é o meu bebê - respondeu Utau como se dissesse o óbvio. Em seguida, apontou para o gato em cima do sofá destruído - E aquele ali no sofá é o nosso gato. E aquela ali ao fogão é a nossa cozinheira
- Grrr... POR QUE RAIOS EU TENHO QUE SER A COZINHEIRA??? - o berro estridente assustou ainda mais a Coringa, que reconheceu a tal cozinheira como sendo Yamabuki Saaya, sua irritante e egocêntrica colega de classe - Maldição... todos vocês sempre se divertem, sempre se dão bem no final... por que só eu tenho que fazer o papel de vilã que se dá mal?! Seus infelizeeeeees!!! - Saaya sai gritando e amaldiçoando a tudo e  a todos, correndo porta à fora
- Eu hein... até a Yamabuki-san tá metida nessa história, é...? Por essa eu não esperava - murmurou Amu para si mesma com uma enorme gota na cabeça - E também... que gato mais sorridente é esse o seu, hein?! Não sabia que gatos sorriam... e também, aquele gato, não é... o Ikuto?!
- Ah, não se preocupe comigo, por enquanto sou apenas um espectador, esse capítulo é da Duquesa. Concentre-se nela por enquanto, a gente "se diverte" mais tarde, ok? - o gato sorridente deu-lhe uma piscadela e alargou seu sorriso malicioso. Era sem dúvida alguma Tsukiyomi Ikuto
- Ahh cara eu mereço... bom... Utau, eu preciso te fazer uma pergunta
- Já disse que não sou Utau coisa nenhuma, sou a Duquesa! - exclamou a mulher impaciente, assustando o bebê e fazendo-o chorar ainda mais alto, se é que isso era possível
- Ai meus tímpanos... não lembrava da Ami ser tão escandalosa quando era bebê - resmungou Amu para si mesma - Bom, enfim, "Duquesa"... eu preciso falar com a Lagarta, sabe como posso encontrá-la?
- Claro que sei
- E pode me dizer onde ela está??
- Claro que não
- Ahahahahahahaha!!! Essa foi boa!! Foi demais!!! Adorei, já tenho o dia ganho huahahahaha!!! - gargalhava o neko em cima do sofá, se contorcento de tanto rir
- Aff é cada coisa que eu tenho que aturar... qual é Duquesa, me diz onde está a Lagarta, é importante!!
- Eu preciso ir...
- É o que?! - indagou Amu confusa
- Fui convocada para comparecer à Corte. Pode cuidar do bebê pra mim? - perguntou a Duquesa, ficando séria de repente
- Com uma condição: Me diga como encontrar a Lagarta! - impôs Amu
- Se sair pela porta dos fundos e seguir sempre para a direita, vai chegar a um jardim muito florido. Ela com certeza está em algum lugar daquele jardim - disse Utau com simplicidade
- Não podia ter dito isso desde o começo?!
- Agora, como prometeu, cuide do bebê pra mim um pouco. Até mais ver - falou Utau, ignorando o comentário de Amu e lhe entregando o bebê.


Amu segurou o bebê, que ainda chorava muito, e saiu da casa, desaparecendo em seguida.


- Né... você não acha mesmo que isso é o bebê da Duquesa, acha?  - perguntou Ikuto de repente. Ao olhar novamente para o bebê, Amu vê que o mesmo havia se transformado em uma boneca de pano - Ei, o que está acontec... ué...? Também sumiu? - murmurou Amu ao perceber que o tal gato falante também havia desaparecido. Amu depositou a boneca que antes fora um bebê no sofá, antes ocupado por Ikuto, e seguiu até a porta dos fundos casa.

Já ia abrir a porta que supostamente daria até o caminho para encontrar a tal Lagarta, quando sua barriga deu um sonoro ronco. Lembrando-se de que saira de casa com tanta pressa que não tomou nem o café da manhã, e portanto não comia nada desde ontem, Amu resolveu vasculhar as prateleiras da casa, agora vazia. Encontrou vários potes, garrafas, e panelas, todos vazios, exceto por uma pequena garrafinha contendo um líquido rosa-choque e com um rótulo escrito "Beba-me".


Amu já era grandinha o suficiente para saber que ingerir bebidas de conteúdo desconhecido era no mínimo uma tremenda burrada, mas seu estômago roncava tanto que dava vontade de beber o que quer que estivesse naquela garrafa só para fazê-lo calar-se. E também, a garrafa não tinha nenhum desenho de caveira, nem nada do tipo, então não podia ser veneno... Amu resolveu arriscar a sorte e bebeu tudo num gole só.


Seja lá o que fosse aquilo, tinha um gosto engraçado e doce, parecia misturar framboesa com pudim de chocolate, temperado com chiclete sabor tuti-fruti, e de algum jeito, o líquido ainda conseguia provocar cócegas no interior de sua barriga, era sem dúvida uma bebida indescritível. Sim, indescritivelmente deliciosa.. e perigosa. Antes que percebesse, o corpo de Amu começara a encolher numa velocidade alarmante. Encolheu tanto que agora ela passaria sem problemas pela toca de um rato, não parecia ter mais do que 10 cm de altura. E o pior de tudo: Seu estômago ainda roncava, e muito.

Amu andava de um lado pro outro desesperada, sem saber o que fazer, até que, ao olhar para o balcão onde encontrara a garrafinha, agora vazia, viu um pacote de biscoitos sem nada escrito no rótulo, exceto a palavra "Coma-me". Amu imaginou se aquilo a faria crescer de novo ou se produziria algum outro efeito desconhecido, como fazê-la voar ou deixá-la invisível, mas isso não importava agora, Amu jamais alcançaria aqueles biscoitos. Sem outra opção, Amu saiu derrotada pela porta aberta, lamentando sua falta de sorte e amaldiçoando aquele lugar estranho e aquela bebida deliciosa com todas as suas forças.


Amu caminhou pelo que pareceram várias horas (e devia ser mesmo, considerando que ela se movia bem mais devagar agora que havia encolhido) até chegou a um enorme e lindo jardim, com flores de cores e cheiros de todo o tipo. Seria um jardim maravilhoso, se agora as flores não parecessem plantas gigantes e perigosas para ela. Amu viu uma borboleta pousar em uma tulipa vermelha próxima à ela,reparando como a borboleta era bonita vista de tão perto... e reparou também que era consideravelmente maior do que ela. A borboleta voou e em seguida pousou em um crisântemo amarelo próximo. E em seguida foi enxotada pelo que parecia ser um minúsculo bracinho. Ao contornar o crisântemo, Amu pôde ver a criatura que enxotou a borboleta: Uma menina, do tamanho dela ou menor, estava sentada majestosamente sob as pétalas do crisântemo, de pernas cruzadas, como se fosse a Rainha daquele jardim. Trajava um vestido todo azul-claro, com muitas fitas e rendas, e usava um par de meias brancas, bem compridas, que desapareciam por baixo da saia. O amarelo de seus longos cabelos soltos misturavam-se com a cor das pétalas da flor em que estava sentada, tornando difícil distinguir o que era cabelo e o que era pétala, e com algo na boca que assemelhava-se a um canudo de fazer bolhas de sabão . Ela estava muito distraída, parecia estar pensando na morte da bezerra, e só olhou para Amu quando esta o chamou pela quarta vez.


- Ei, Rima!! É você, não é?? Me responde! Ei, estou falando com você, Mashiro Rima!! RIMAAAAA!!! - berrava Amu quase se esgoelando
- Quem és tu? - indagou a pequena menina, finalmente olhando para ela
- Eu sou Hinamori Amu... ou melhor, parece que aqui eu sou Alice... - murmurou a garota confusa - droga, quem sou eu afinal?!
- Se nem você sabe quem eres, não sou eu que vou saber - respondeu Rima indiferente
- Nossa, você continua ríspida como sempre, hein... parece que voltamos à época em que você entrou pra nossa escola e que era grossa com todo mundo - resmungou Amu aborrecida - Ei, tá me ouvindo,Rima??
- Quem eres esta Rima de quem falas? - indagou a loira, soprando uma bolha de sabão com o formato da palavra "Rima" em seguida
- Como "quem"... é você, claro!
- Não conheço Rima nenhuma, eu sou a Lagarta. Quem és tu?
- Você já disse isso - resmungou Amu com uma gota na cabeça - Olha só, não me interessa se você é a Rima, ou a Lagarta, ou uma integrante da Buono¹, eu só quero perguntar se você sabe como eu posso sair daqui!! E também, se você sabe de algum jeito de eu crescer de novo...
- Por que desejas crescer?
- Porque quero voltar ao meu tamanho original, oras! - respondeu Amu prontamente - Fala sério, eu não devo mais de 10 cm agora, tô parecendo até o Kerberos² na versão chibi! Fala sério, chega a ser ridículo...
- Rídiculo? Ridículo, você diz?! Pois eu tenho exatamente 10 cm e acho um tamanho excelente, sua menina insolente!!! - Rima gritou tão repentinamente que Amu caiu pra trás com o susto. Pensando bem, foi mesmo uma bela de uma grosseria o que ela disse, considerando que, mesmo em seu tamanho normal, ela tinha pelo menos o dobro da altura de Rima
- D-Desculpa! E-Eu... falei sem pensar.. você  tem razão, 10 cm é um ótimo tamanho! Eu sinto muito! - desculpou-se Amu assustada - M-Mas.. por melhor que seja ter 10 cm de altura, eu... eu prefiro cres... digo, ter o meu tamanho original de volta. Sabe como posso fazer isso?
- Um lado te fará crescer - anunciou Rima, assoprando outra bolha de sabão com o formato da palavra "crescer"
- Como? Um lado de quê?
- E o outro lado te fará encolher - completou ela, assoprando outra bolha, dessa vez com o formato da palavra "encolher"
- O outro lado de quê??
- Ora, do cogumelo, é claro! - exclamou Rima como se falasse o óbvio - E pare de fazer citações de outras séries, isso aqui está começando a parecer Hayate no Gotoku³
- Cogumelo...? Pensando bem, acho que tinha algo assim, na história... - murmurou Amu pensativa, ignorando a última frase de Rima. E só então reparou no enorme cogumelo que vivia embaixo da flor onde Rima estava sentada - Se eu comer esse cogumelo vou voltar ao meu tamanho normal?
- Quem... és... tu?
- Você já disse is... ué? Rima? Ei, Rima, você está bem??
- Chegou... a minha hora... - murmurou Rima mais para si mesma do que para Amu. Em seguida, uma estranha massa verde-musgo começou a cobrir todo o corpo da garota, envolvendo-a dos pés à cabeça.
- Ei, Rima, você está bem?? O que está acontecendo?! Droga, não suma agora!! Eu preciso saber como sair desse mundo esquisito!! Rimaaaaa!!!!


E de repente, a coisa que envolvera o corpo de Rima, que agora Amu reconhecera como um casulo, fez um estranho barulho como de uma explosão, soltando uma grande nuvem de fumaça. Após um breve ataque de tosse, quando a fumaça se dissipou, Amu só pôde ver Rima voando para longe, com longas e belas asas de borboleta em suas costas.


- Siga em frente até à saída do jardim! Você vai encontrar o Chapeleiro Louco, ele lhe dirá como sair daqui! - foi só o que Rima disse, antes de sair voando e desaparecer de vista
- Uau, ela virou uma borboleta... não sabia que os casulos se rompiam tão rápido... mas pensando bem, eu estou presa nesse mundo de doidos, quem sou eu pra questionar o tempo do processo de evolução das lagartas - resmungou Amu para si mesma - Agora, vejamos... "um me fará crescer e o outro me fará encolher", não é...?


Amu retirou duas fatias do cogumelo, uma do lado direito e a outra do lado esquerdo. Mordiscou a fatia da direita. Em seguida, cresceu numa velocidade absurda, adquirindo um tamanho igualmente absurdo. Amu estava mais alta até do que as maiores árvores daquela floresta agora. Vendo que exagerou na quantidade, resolveu dar uma lambida na fatia em sua mão esquerda. Foi encolhendo devagar, até chegar a um tamanho em que as flores pareciam pequenas e as árvores pareciam grandes de novo. Este parecia ser seu tamanho natural, então Amu decidiu parar com os experimentos com cogumelos e guardá-los seguros no bolso do avental, afinal, nunca se sabe quando pode precisar deles de novo. E, sozinha mais uma vez, seguiu na direção que levava até a saída do jardim.


¹ Conjunto de três cantoras japonesas. Elas cantam a maioria das aberturas e encerramentos de Shugo Chara


² Personagem de Sakura Card Captors que lembra um pequeno boneco de pelúcia


³ Anime Shounen famoso por parodiar outros animes, filmes e livros em todos os seus episódios


*** Próximo Capítulo: A Hora do Chá e o Gato de Cheshire  ***


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Notas finais do capítulo

Pois é, ninguém acertou quem seria a Lagarta, por incrível que pareça... pensei que fosse meio óbvio que seria a Rima, apesar de que eu fiquei meio na dúvida se colocava ela ou o Kairi como Lagarta =P
E no original da Alice, a Lagarta não soltava essas bolhas de sabão não tá, ela fumava uma cigarrilha com uma fumacinha colorida, mas... eu fiquei com pena de fazer a Rima fumar XP (até na fic tem censura que horror ¬¬) E só pra constar, eu estou escrevendo baseado naquele desenho da Alice antigo pacas da Walt Disney, tá, não é baseado no filme não =P
Bom, eu acabei revelando quem vai ser o Gato de Cheshire, mas... dããã até parece que ninguém sabia que ia ser o Ikuto -.-"
Agora, quem será que vai ser o Chapeleiro?? Quem adivinhar ganha dedicatória =D
Comentem, deixem reviews, digam suas opiniões, o que gostaram e o que não gostaram, e deixem uma autora feliz *o*
Bye bye^^