Mr Monk Vai Ao Brasil escrita por judy harrison


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Monk será sempre igual, não importa o quanto mudem as estações os cenários e as pessoas que o rodeiam. Com Judy só foi diferente por que ela também era como ele.



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O show era uma tradição dos irmãos Starkey desde que Bob completou 30 anos e comprou seu próprio prédio de contabilidade. Quando ele morreu, seus irmãos deixaram de promover os shows, mas, dois anos depois acharam que Bob teria ficado feliz se continuassem, pois ele era um homem feliz.

Agora, estavam ali, satisfeitos e dedicando todas as músicas a ele.

Mas aquela música que tocariam a seguir seria dedicada a outra pessoa.

Em português John anunciou.

_ Nós vamos cantar um “country” de Willy Nelson chamado Georgia on my mind. E dedicaremos essa canção a Trudy, esposa de Monk. O próprio vai conduzir o trecho clássico. Suba aqui, Monk!

Quando a música começou, Monk subiu ao palco com seu clarinete, e de lá sorria para Judy, enquanto estava sendo aplaudido.

_ O pessoal aplaudiu você, Monk! Muito legal, não acha? – Roger falou próximo a ele, na bateria.

_ Que pessoal? Só vejo a Trudy!

Roger ficou preocupado. Monk parecia hipnotizado.

Mas no momento em que ele acompanhou a música foi perfeito, tocou todas as notas e ainda acrescentou alguns trechos de arranjo.

Quando terminou foi muito aplaudido. Ele gostou que aqueles que riram dele antes agora o homenageavam com palmas, e quando saiu do palco, estava muito feliz.

Mas não o suficiente para ficar no meio de tanta gente. Então ele voltou para a casa da piscina e de lá acenou para que Judy fosse com ele.

Mas antes que Judy chegasse às escadas um homem a abordou. Era um amigo da família.

Monk ficou observando. Não entendia o que ele estava falando, mas conseguia ler seus gestos e expressões faciais.

_ Judy, e o pedido que lhe fiz.

_ Helbert, eu já disse que não quero me envolver com ninguém. Fui bem clara...

_ Mas eu disse que você podia pensar!

Judy sentia seu cheiro de cerveja e pinga e se afastou, mas ele insistia em ficar muito perto dela. Tentou segurar sua mão, mas ela se esquivou.

_ Você consumiu pinga? Trouxe de sua casa, não foi? Nós não servimos pinga aqui.

_ Não mude de assunto, meu amor. Olha, a gente pode ir em minha casa. Você sabe que eu moro sozinho!

_ Helbert, você está bêbado! Por favor vá lá pra dentro e durma um pouco.

_ Só se for com você, na sua cama!

Irritada ela falou com a voz ríspida.

_ Saia de perto de mim ou vou chamar meus cunhados!

_ Está querendo escapar... Vai lá em cima de novo?

_ Não é da sua conta.

_ Eu vi você abraçada com aquele idiota. De que manicômio ele saiu?

Sem suportar aquela ofensa, ela ia sair quando ele segurou seu braço.

Voltando-se Judy lhe deu um tapa forte no rosto.

_ Sua vagabunda!

Ele levantou a mão para devolver o tapa, mas Monk já estava atrás dele e o segurou.

_ Não faça isso! – Monk gritou.

Mas o homem ficou possesso e começou a lutar com ele.

Monk conseguiu dar nele um soco tão forte que ele desmaiou. Mas as pessoas que se aglomeraram em volta deles não sabiam o que  havia acontecido. Queriam agredir Monk, e Judy o defendeu ficando em sua frente.

_ Me deixem passar! – era Leland apavorado ao ver que Monk estava com a boca sangrando – Monk, o que houve aqui?

_ Ele queria agredir minha mulher! Leland, eu sinto muito. Ele estava bêbado e...

_ Tudo bem, Monk. Vamos sair daqui.

Leland o levou para seu quarto. E lá pediu que ele explicasse depois de tomar um banho e se arrumar novamente.

Quando Monk saiu do banho, estava com seu lábio inchado, então tapava a boca com uma toalha de rosto.

_ O que é isso, Monk?

_ Se você me vir assim, vai rir.

_ Estou com jeito de quem quer rir? Sabe quem é o cara que você socou lá fora? O maior vereador da cidade, além de amigo da família. E você não falava sério quando disse que ela ia agredir sua... Judy. Falava?

_ Sim, eu... falava. Tudo bem, eu disse “minha mulher”, e ela não é. Mas ele quase bateu nela.

_ Por Deus! O que houve?

_ Ele estava chamando minha... chamando Trudy para fazer algo que ela não queria. Ela ia sair e ele disse algo sobre mim, segurando o braço dela, ela o estapeou. Ele ia revidar, mas eu não deixei.

_ Daí você o socou?

_ Eu o soquei por que ele estava me batendo! Lembra-se do cara lá atrás com sangue na boca? – disse com ironia – Eu não bati nele de graça!

_ Monk, eu observava você lá em cima. Como pode ter entendido o que ele disse? Ele falava em inglês?

_ Não Leland, eu li as expressões dele, oras! – disse como se fosse óbvio.

_ Eu estou perdido!

_ Monk! – era Judy batendo na porta.

_ Não abra a porta, Leland! Ela não pode me ver assim!

_ Não mesmo, com essa toalha na frente...

Ele abriu a porta, e Judy disse que Helbert ia dar queixa dele na delegacia.

_ Judy, venha comigo. – disse Leland – Você será minha interprete, eu preciso saber o que ele vai dizer na delegacia. E Monk ficará aqui.

_ Onde ele está?

_ No banheiro, escondido de você, não quer que você veja a boca dele.

Quando foram para fora, Helbert estava sentado num banco, na varanda. Ainda estava meio tonto, mas era por causa da bebida, e falava com dificuldade. Várias pessoas o rodeavam, entre amigos e curiosos.

_ Judy, pergunte a ele se aceita minhas desculpas em nome de Monk. – disse Leland.

Ela não concordava com aquilo, mas não discutiria com um capitão.

_  Helbert, Leland quer saber se você aceita as desculpas dele em nome de Monk.

_ “Monk”? Isso não é “macaco” em inglês? – Judy virou o rosto e sentia asco dele quando ele riu – Vou dizer a você o que eu aceito. Ver “Monk” comendo uma banana, no caso dele com um monte de Extases espetados. Daí eu aceito as desculpas do defunto. – ele saiu dizendo para Leland - Vejo seu amigo no tribunal, capitão “Estotomaier”.

Com muita raiva, Judy traduziu o que ele disse.

Então Leland achou muito estranho aquela declaração.

_ Judy, onde estão seus cunhados?

_ Estão lá no pátio, conduzindo a festa. Eles sabem que Monk está bem, Roger veio perguntar.

_ Peça que John chame o melhor investigador daqui. Acho que Monk tem um caso para desvendar.

Novamente ela fez o que ele pediu, mesmo sem entender.

Quando Leland contou o que Helbert disse, Monk pensou durante uma fração de segundos.

_ Ele é o cara! Leland, ele matou Bob!

_ Por que eu nunca escuto você? – logo que se ouviu disse a si mesmo – O que eu estou dizendo?

_ Aconteceu o seguinte: Helbert contratou o rapaz mais comportado, porém o mais ambicioso para fazer o serviço. Ele colocou Extases na bebida de Bob, não foi?

_ Sim, segundo a perícia havia um saquinho da droga em poder dele.

_ Herbert deve ter prometido algo ao garoto, mas não disse a ele que Bob podia morrer. Ele sabia sobre o problema de Bob, é amigo da família! Ele queria Judy pra ele... Por isso se tornou “amigo” deles.

_ Monk, você disse “Judy”!

_ Me deixe terminar, Leland! Eu estou uma pilha de adrenalina! – estava sorrindo - Ele podia ter deixado a coisa rolar, mas confessou por que na verdade era um bom rapaz. E na cadeia, pessoas assim não são valentonas. Helbert deve ter mandado alguém matar o menino na cadeia para que nunca confessasse seu crime.

_ Vou sugerir que eles comecem a investigação por aí, na cadeia.

Já era onze horas da manhã quando, as malas estavam na varanda. Monk estava sentado no banco, onde várias vezes ele ficou com Judy, falando sobre aquela linda vista das árvores ao longe. Notou o silêncio que estava na casa, e sentiu um pouco de tristeza ao lembrar que logo estaria longe dali.

_ Foi a casa mais linda que conheci! – disse pensando em Trudy – Eles foram amáveis e não me fizeram sentir vergonha de ser eu... nenhuma vez!

Logo ele avistou o carro que Leland alugou chegando. Ele havia ido com John, Judy e Roger até a delegacia, onde estava o investigador que participou do caso de Bob.

_ Monk, está pronto para partirmos?

_ Sim, estou. Como foi lá, Leland?

_ Acharam um interno que foi “espremido” até confessar. Você tinha razão, o garoto foi morto a mando de Helbert. Descobriram que dias depois do envenenamento Helbert deu um carro pra ele.

_ Eles o prenderam?

_ Bem, Monk. Não vá esquecer novamente que estamos no Brasil!

_ Judy lhe contou?

_ É! Ela me disse tudo!

_ Tudo o que? Não tinha nada para dizer.

_ Por que agora você está dizendo o nome dela corretamente?

_ Eu sempre falei.

_ Ok, esqueça. Só me diz uma coisa. E, por favor, não minta! Você me deve por ter estragado minhas férias. Por causa desse incidente o delegado disse que temos que dar o fora da terra deles antes que...

_ Tudo bem, Leland! Pergunte!

_ Você se apaixonou por ela?

_ Leland, eu acho que temos que ir agora! Vamos perder a hora! E eu estou com uma fome...

_ Monk, minhas férias! Hã?

Ele suspirou e esperou um pouco antes de falar.

_ Leland... No primeiro dia em que eu a vi, senti algo inexplicável. Eu queria que o doutor Bell estivesse aqui pra me dizer por que meu peito estava queimando daquele jeito quando me aproximava dela. Quando vi o sorriso dela ao levar a bandeja, descobri... que não queria mais sair de perto dela, entende?

_ Eu entendo, Monk! – ele via suas lágrimas rolarem.

_ Quando... Quando ela me abraçou, eu achei que ia desmoronar, que não ia suportar, mas sabia que ela queria que eu a abraçasse também, que queria um beijo. Eu não consigo, Leland! Nunca vou conseguir!

Monk chorou um pouco e Leland sentiu muita pena do amigo. Ele também chorou.

Quando as malas já estavam colocadas no carro, a família Starkey chegou. Judy já havia pedido que a cozinheira preparasse o almoço para antes da partida de seus amigos.

Mas Monk preferiu esperar que Leland comesse. Queria ir pela última vez até a casa da piscina para ver as flores de cima.

_ Você vai voltar aqui algum dia, Monk?

_ Não sei, Trudy! Talvez, se Leland me fazer dormir de novo.

Judy riu, mas logo ficou séria.

_ Quero que saiba que eu serei sempre grata por você ter feito justiça pela... Por Bob.

_ Sei o quanto isso é importante.

_ Acha que vou conseguir também?

_ O que?

_ Amá-lo eternamente, como você a ama? – sua voz estava embargada, como a dele.

_ Você não disse que descobriu que é como eu? – ele acariciou seu rosto com as costas da mão – Mas eu espero que não. Ser como eu dói muito, e eu não lhe desejo essa dor.

_ Tarde demais, eu acho. - ela sorriu um sorriso triste.

Então Monk fez algo que não imaginava conseguir. Ele se aproximou e encostou seus lábios nos dela, então os pressionou, e a abraçou. Ela acompanhou cada movimento, e sentiu suas lagrimas se misturarem às dele em suas faces unidas.

_ Me prometa uma coisa, Trudy? Que vai me ligar toda vez que tentar ser eu, pra que eu ajude você a não ser!

_ Só se você fizer a mesma coisa. Se fizermos isso junto.

_ Eu prometo. Se ligar não for o bastante, a Califórnia tem praias e músicas como aqui! E o café da manhã... Você vai adorar!

Os dois sorriram um para o outro em despedida.

Monk e Leland, enfim, deixou o Brasil.

_ Leland, quanto tempo ficaremos aqui dentro?

_ Apenas umas seis horas, Monk.

_ Seis horas? Você está brincando, não é?

_ Isso mesmo. Beba sua agua, Monk.

_ Acabei de beber e está com um gosto... estranho...

E ele dormiu... de novo.

                                                                      FIM... SERÁ?

                                                                                                                                          Fim.


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Notas finais do capítulo

Obrigada pela leitura. Monk é um dos seriados mais bonitos que já vi, e por essa razão escrevi a única história não original, ou original com um personagem existente.
Valeu!!!



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