Em Chamas escrita por tsubasataty


Capítulo 7
Capítulo 6 - Sentimentos pelo ralo




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Eu não via mais nada, não ouvia mais nada. Porém, eu sentia tudo.

Raiva, ódio, desespero, medo, ciúmes... Por mais que não quisesse admitir, cada uma dessas sensações varreu meu corpo, me deixando somente com uma carcaça vazia em que você, se quisesse – já que eu não iria fazer nada mesmo para impedir -, podia chutar ou se divertir à vontade. É, a vingança dela realmente me venceu.

Querendo sair dali e vomitar no primeiro canto que encontrasse, procurei pela dona da casa, mas nem sinal da Amanda em lugar nenhum. Eu estava fadado a ficar ali, como se nada tievsse acontecido. COMO SE NADA TIVESSE ACONTECIDO!

Ainda se beijando, fuzilei os dois com os olhos. Se eu pudesse dar um tiro naquele garoto, eu já teria feito isso. Pelo menos eu ainda tinha uma arma, digamos assim, nas mãos. Enfim conseguindo criar forças para desviar os olhos dos dois, parei a música. O silêncio foi tomado pelos protestos dos meus colegas, que olhavam furiosos para mim. Não liguei para nenhum deles e sai dali, o mais rápido que meus pés me permitiam.

Não consegui encarar Samanta e Felipe enquanto corria para a saída.

-Dih, por que parou a música?! Onde você vai...? – era Amanda, vindo às pressas atrás de mim.

Empurrando alguns estudantes sem querer, acelerei ainda mais. Não queria ninguém no meu caminho agora.

O vento que dançava na rua cobriu meu rosto como se tirasse um peso de mim. Avançando na calçada, deixei que meus passos agissem por mim.

Mesmo morando longe da casa da garota, preferi continuar a pé. Precisava de um tempo para lembrar o que era respirar.

Uma chuva fina começou minutos depois, caindo com mais força à medida que eu avançava. Não mudei de ritmo, não procurei nenhum lugar para me proteger. Eu queria aquela chuva sobre mim, como se só ela fosse capaz de tirar todo o peso, toda a sujeira, que tomavam conta de mim.

Cheguei em casa em silêncio, lutando de todas as formas para nada denunciar minha presença aos meus pais. Não queria que eles vissem o lixo que seu filho havia virado. Segui direto para o chuveiro, deixando que a água quente me livrasse do que quer que ainda incomodava dentro de mim. Leve tudo direto para o bueiro. Faça isso, por favor, chuveiro.

Fechei os olhos e pensei com calma, com muita calma, o que poderia acontecer a seguir. Por mais possibilidades que houvessem, uma única coisa eu sabia: aquilo não ia ficar assim. 


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