Agora Percebi Que Ela Existe! escrita por Lys17


Capítulo 5
O Encontro - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Ganhei duas reviews *___*, gente vcs n fazem idéia do quanto ganhar reviews significa pra mim. Bem, pra quem está gostando do casal, um cap com vários momentos divertidos entre eles. Mas AINDA não vai ter sacanagem, vai demorar um pouco ainda. Bem, boa leitura, e fique a vontade pra comentar.



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Demorou, mas eles finalmente haviam chegado num local que era bem perto da praia mesmo. Daniel olhou o local, os olhos brilhando. Fazia tempo que não ia ali, apenas quando as ocasiões eram especiais, e aquela parecia ser especial pra ele. Foi parando a moto aos poucos, ainda sentindo o corpo de Charlie colado ao seu. Umedeceu os lábios, e virou-se pra garota, que tinha o queixo apoiado em seu ombro.

– Chegamos - ele disse, notando o brilho de surpresa que surgiu nos olhos dela.

Charlie desceu da moto, ainda incrédula, olhando tudo ao redor. Ele sorriu ao notar que ela parecia feliz. De repente, a felicidade dela pareceu importante pra ele.

– Gostou? - perguntou ele, pois ela ainda não havia se manifestado.

– Se gostei? - ela arregalou os olhos. - Daniel, isso... É perfeito. Tudo isso aqui é muito lindo, eu... Sério, eu nunca havia tido a oportunidade de vir aqui antes... Obrigado.

Daniel sorriu, e observou o Rhodes com ela.

Rhodes era uma espécie de moinho que havia perto da praia, e nele era tipo um local para visitar, e para conversar, tirar fotos, etc. Como era noite, o moinho brilhava junto com as estrelas, de uma cor meio âmbar. A cena era encantadora, principalmente porque ao redor do moinho, havia uma espécie de parque, que as pessoas visitavam, mas era muito raro alguém ter coragem de andar neles.

– Que bom que gostou - ele falou, sincermente. - Quer andar em algum?

– Ah, sim, eu sempre quis ir na roda gigante - disse ela com o olhar sonhador. - Vamos - e ao puxá-lo, ela segurou em sua mão.

Daniel sentiu a pele se arrepiar por inteira, e o corpo latejar um pouco. Olhou pra mão dela agarrando a sua, e de repente aquilo tudo pareceu tão certo. Cada vez mais, aquilo lhe deixava confuso. O que estava acontecendo com ele?

Foi subindo junto à ela na roda gigante, após dar cinco reais para o homem deixar-los entrar. Ele sentou-se ao lado dela, e em seguida começou a girar.

Ela soltou um gritinho animado, e agarrou o braço no dele, os olhos verdes brilhando enquanto ela contemplava encantada o céu que parecia mais brilhante daquele ângulo.

Notando a felicidade dela, Daniel tocou de leve no seu ombro, e ela se virou pra ele. Ele estendeu o braço, e indicou o próprio ombro, como se dissesse pra ela se escorar lá. Um pouco timidamente, ela sorriu, e se escorou lá. Ele passou o braço ao redor dela, sentindo o corpo quente dela entrar em contato com o seu novamente.

– É muito divertido, não é? - perguntou ele, passando a mão casualmente pelo ombro dela.

– Com certeza - disse ela, encantada. - Isso é muito lindo. Como eu nunca ouvi falar sobre isso antes?

– Acho que é porque é meio que fora da cidade - indagou ele, sem tirar os olhos dela. - Que bom que está se divertindo. Porque a noite está apenas começando.

Tudo que ele teve em resposta, foi um sorriso dela.

Depois de vários momentos emocionantes na roda gigante, finalmente a passagem deles lá acabou, e eles desceram. Meio tonta, Charlie se apoiou nele, pra não cair, e Daniel não conseguia nem esconder o quanto estava adorando aquilo.

– O que acha de uma pizza? - perguntou ele, indicando a barraquinha de pizza com a cabeça. Charlie assentiu, em resposta.

Amanhã meu lado consumista me dá uma bronca pelo dinheiro gastado, pensou ele pegando o dinheiro do bolso, e indo em direção à mulher, com Charlie ao seu encalço.

– Duas fatias de... - ele se virou pra Charlie, e ela completou.

– A minha pode ser de mussarela. - disse Charlie, dando um sorriso suave.

– E a minha de presunto - disse Daniel. - E uma coca-cola. Quanto é?

– Apenas dois, cada, Sr. - disse a mulher que servia. - Mas vou dar um desconto de dois, por serem um casa tão lindo.

Charlie ficou vermelha, e encarou o chão, enquanto Daniel dava um sorriso sem graça.

– Er... - ele riu amarelo. - Nós... Não somos um casal.

– Oh - a mulher aarregalou os olhos. - Sério? Porque vocês conseguem parecer mais um casal do que os outros casais apaixonados que eu vejo.

O clima ficou bem tenso depois disso. Charlie encarava o chão fixamente, e por um momento, Daniel quis ler os pensamentos dela. Fosse o que fosse que ela pensasse, parecia estar deixando-a um pouco desanimada.

– Algum problema? - perguntou ele, se aproximando dela, preocupado.

– Não, nenhum - disse ela, acordando de seu transe. - Apenas... Me lembrei de uma coisa.

– O que era? - ele mal conseguiu esconder a curiosidade.

– Nada. Besteira - disse ela, girando os olho em seguida. - Por que não nos sentamos?

– Oh, sim - ele ainda estava desconfiado, mas pra não desanimá-la, apenas assentiu, e os dois foram se sentar numa mesinha. Apenas o som de Poker Face, que acabava com o silêncio. Charlie estava toda encolhida no seu canto, encarando o chão, e Daniel ainda tentava desvendar o porqu~e daquela nuvem negra que havia caído sobre os olhos verdes de Charlie. Resolveu então puxar assunto. - Então... Você e o seu namorado... Como se conheceram?

– Minha amiga, Isabella - disse Charlie, rindo levemente, encarando as unhas vermelhas. - Ela meio que notou que eu andava meio solitária, e fez a gente sair juntos. Depois de mais alguns encontros, ele me pediu em namoro. Fui meio cabeça dura, mas acabei aceitando. Não me arrependi, até agora.

Daniel novamente sentiu aquele leve aperto desconhecido no peito, e apertou a mão sobre a própria perna, tentando conter algo dentro de si que ele nem sequer sabia o que era.

– Que bom, sabe - ele disse de repente, chamando a atenção dos olhos dela. - Que você está feliz.

– É - ela deu um sorriso de lado, os olhos vazios e sem vida. - Feliz. - essa última palavra ela pronunciou encarando o chão tristemente.

Daniel ergueu a sobrancelha, mas não falou nada. A mulher serviu as bebidas, e ambos começaram a beber as suas.

– E você? Está namorando? - perguntou Charlie, deixando a tristeza de lado.

– O quê? - ele riu. - Não! Quer dizer, já faz um tempo que eu não namoro com ninguém.

– Isso só pode ser uma brincadeira - riu Charlie, sacudindo a cabeça. - Quero dizer, você é o Daniel, o garoto mais pegador do colégio, acredito que deve ter pelo menos dado uns pegas em alguma menina.

– Bom, isso talvez - ele franziu os lábios. - Mas digamos que eu esteja gostando de alguém.

– Quem? - perguntou ela, imediatamente. - Eu conheço?

Ele olhou dentro dos olhos verdes dela, e uma das mãos dele pousou em cima da perna dela, enquanto ele se aproximava um pouco. Sentiu o corpo dela retesar, enquanto os olhos dela pestanejaram um pouco.

– Tem certeza que não sabe? - a voz dele saiu mais rouca do que ele esperava.

– Daniel... - murmurou ela, encarando os lábios chamativos dele.

– A comida - disse a mulher, acabando com o clima que tinha nascido. Daniel voltou a se recostar na cadeira, e Charlie praticamente enfiou a comida na boca, tentando se distrair.

Finalmente, uma música conhecida começou a tocar. Daniel sorriu pra si mesmo, então se virou pra Charlie:

– O que acha de dançar, jovem dama?

Charlie deu um sorriso de lado.

– Eu adoraria, sr.

Ele estendeu a mão, e ela a segurou praticamente na ponta dos dedos, assim como nos velhos filmes de Paris. Chegaram até o local onde alguns casais dançavam, e ela envolveu o pescoço dele com os braços, enquanto ele a segurava pela cintura.

If you ever leave me, baby

Leave some morphine at my door

'Cause it would take a whole lot of medication

To realize what we used to have,

We don't have anymore

– Então - ele quebrou o silêncio. - É o nosso último ano aqui. O que pretende fazer?

– Curtir o bastante que eu puder - comentou ela, respirando fundo. - Se bem que há horas em que mal vejo a hora que o ano acabe. Pra eu poder me mudar de uma vez.

There's no religion that could save me

No matter how long my knees are on the floor

Oh, so keep in mind all the sacrifices I'm makin'

To keep you by my side

And keep you from walkin' out the door

O estômago de Daniel despencou.

– O que? - ele repetiu, ficando desesperado por dentro. - Como assim se mudar?

– Bem, como você disse, é o nosso último ano - disse ela, umedecendo os lábios. - E eu preciso continuar a minha vida. Apenas não a imagino aqui. Provavelmente vou pra uma cidadezinha distante, talvez nem tão distante assim.

'Cause there'll be no sunlight

If I lose you, baby

There'll be no clear skies

If I lose you, baby

Just like the clouds, my eyes will do the same

If you walk away

Everyday, it will rain, rain, rain

Mas você vai embora, pensou Daniel, sentindo o desespero lhe dominar. Mas que diabos era aquilo? Por que aquela angústia tão grande de saber que Charlie não iria mais estudar lá? Afinal, ela era apenas mais uma garota, não era? Ele iria conseguí-la pra si, e depois a jogaria fora, como fazia com as outras, se bem que dessa ele aproveitaria muito. Além do fato de que até ele mesmo iria parar de estudar naquela cidadezinha, mas ele sempre iria lá. O fato de que Charlie iria embora o invadiu como um soco dado por um gigante.

I'll never be your mother's favorite

Your daddy can't even look me in the eyes

Oh, if I was in their shoes, I'd be doing the same thing

Saying there goes my little girl

Walkin' with that troublesome guy.

– Você vai deixar saudades - ele disse, apertando o corpo dela com mais força ainda, como se temesse deixá-la sair.

Ela riu levemente.

– Com certeza, próximo ano ninguém vai nem lembrar de mim, com especialidade de você - ela deu um leve soquinho nele, embora parecesse um tanto magoada ao falar a última parte.

– Eu acho que jamais poderia me esquecer de você, Charlie - ele falou, pousando de leve os lábios na testa dela.

But they're just afraid of something they can't understand

Oh, but little darlin' watch me change their minds

Yeah, for you, I'll try, I'll try, I'll try, I'll try

I'll pick up these broken pieces 'till i'm bleeding

If that'll make you mine

– Bom saber - murmurou ela, encostando a cabeça no ombro dele. - Mas continuarei grata pelo que fez pela minha irmã, Dan. Eu não sei o que seria de mim se você não tivesse encontrado-a. Ela é tão pequena, nem sabe como é o mundo ainda, e... Obrigado.

– De nada - ele deu de ombros. - Foi uma honra. Sua irmã é um doce.

– Isso porque você não convive com ela - disse Charlie, causando uma crise de risos nele.

'Cause there'll be no sunlight

If I lose you, baby

There'll be no clear skies

If I lose you, baby

Just like the clouds, my eyes will do the same

If you walk away

Everyday, it will rain, rain, rain

– Eu agradeço por não ter irmãos - disse Daniel, jogando a cabeça pra trás. - Se bem que de vez em quando me bate uma saudade de ter alguém com quem disputar a TV, ou o computador, ou a mamãe.

Charlie riu, contra o ombro dele.

– Acho que poderíamos trocar de papéis - disse ela, abraçando-se a ele com força. Ele sentia o corpo responder ao dela, de uma forma sensual e quente ao mesmo tempo. - Eu adoraria ter uma casa enorme só pra mim, e nenhuma peste vindo me atormentar depois.

Oh, don't just say goodbye

Don't just say goodbye

I'll pick up these broken pieces 'till i'm bleeding

If that'll make it right

– Acho que eu só sinto falta de alguém - falou ele. Os dois ficaram em silêncio, se movendo levemente no ritmo da música, apenas a voz de Bruno Mars, e a respiração deles eram ouvidas.

– É meio estranho, não é? - perguntou ela.

– O que é estranho?

– Eu e você - ela sacudiu a cabeça, parecendo incrédula. - Nunca me passou pela cabeça que um dia eu e você estaríamos aqui, juntos, dançando It Will Rain, do Bruno Mars.

Daniel riu, e a puxou mais pra si, encarando-a nos olhos, e perguntando sedutoramente.

– E por acaso você pensa tanto assim em mim?

Ela não lhe enviou nenhum olhar repreendedor, nem ficou vermelha. Apenas perdeu um pouco do sorriso, e murmurou tudo num suspiro só:

– Mais do que eu deveria.

'Cause there'll be no sunlight

If I lose you, baby

There'll be no clear skies

If I lose you, baby

Just like the clouds, my eyes will do the same

If you walk away

Everyday, it will rain, rain, rain

A música havia acabado, e tudo que ele fazia era contemplar os olhos brilhantes de Charlie. Ela sorriu de lado, fingindo não notar a cara surpresa, feliz, e confusa que ele fazia.

– Acho melhor irmos logo - disse ela, se afastando. - Daqui à pouco dá meia noite.

E foi andando em direção a mesa.

Daniel colocou a mão sob o coração, que batia aceleradamente. Naquele momento, ele soube que fosse o que fosse que ele sentia por Charlie, não era apennas atração. Era algo mil vezes mais forte e mais intenso.

Que sentimento é esse?, ele pensou, enquanto dava as costas pra multidão, e ia na direção de Charlie.

CONTINUA...


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Notas finais do capítulo

UFFA! Acabei. Review?



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