Faculdade de Administração , quem diria que hoje eu estaria aqui. Dois anos após a morte do Brian eu , Alice Albuquerque, estou no começo da minha faculdade, na verdade na metade. Perdi contato com todos lá da Abigail, no fim todos foram para caminhos diferentes, principalmente a minha irmã, fiquei sabendo que ela ainda estuda lá, mas pretende se mudar para outro país logo que completar a maior idade.

Comprei um apartamento para mim, na verdade para o meu namorado também. Eu estou namorando, diferente né ? Mas o Michael é um amor, super atencioso e carinhoso comigo, sempre me apoiando em todas as decisões.Estamos morando juntos há 1 ano, conheci ele na faculdade.

- Pronta para começar ? – ele me pergunta

- Pronta .

Hoje nós vamos começar a procura pela minha mãe biológica. Descobri no mês passado que eu era adotada por meio de um advogado antigo da família. Minha vida inteira eu acreditei que aqueles que me criaram eram os meus pais, mas agora tudo mudou e eu vou até o fim nessa busca.

Abri meu notebook e ele o dele. Entrei no GOOGLE e abri a pasta que continha minha certidão de nascimento e documentos que o advogado me deu. Na minha certidão constava que minha mãe biológica chama-se Judith Robbins .

Digitei Judith Robbins no Google.

Passei o mouse sobre a página até achar um link que me interessasse.

“ Incêndio no Hospital Marie Claire deixa dois morte e quarenta feridos.”

Cliquei sobre o link para saber melhor sobre a noticia.

“...Hoje pela manhã o Hospital Marie Claire pegou fogo, por conta de uma fiação elétrica em um dos quartos. Duas pessoas foram vítimas desse acidente, entre elas Judith Robbins nossa eterna artista.

Judith deixou uma filha de apenas um ano, sem nenhum parente próximo que possa cuidá-la. Alice será encaminhada para adoção e estamos na esperança que essa linda garota seja muito feliz. “

- Michael , olha isso – eu disse apontando para a tela do meu computador. Ele andou até o meu lado e leu.

- Agora pelo menos sabemos quem é a sua verdadeira mãe – ele respondeu

- Ela está morta, não vou poder nem conhecê-la .

- Olha o que eu achei – ele pegou seu computador e me mostrou a tela.

“Hoje, 31 de outubro de 2003 inicia a exposição de roupas de Judith Robbins, a entrada será gratuita e o horário será das 9h até as 22h no Victoria & Albert Museum . “

- Minha mãe era estilista – eu disse espantada

- Pois é, e pelo jeito uma das melhores – ele disse – Amor eu vou dormir, você vem ?

- Daqui a pouco – respondi – Vou dar mais uma pesquisada.

Ele me beijou e foi se deitar. Minha noite ia ser longa ...

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- Bom dia raio de sol – Michael me acorda com um beijo

- Hã ? – eu respondo sonolenta

- Passou a noite acordada – ele me disse – Quer um copo de café ?

- Por favor – eu respondo me sentando na bancada da cozinha

- Hoje você vai querer ir a exposição ?

- Com certeza. – afirmei – Quero conferir de perto o trabalho da minha mãe.

- Hoje de manhã um cara te ligou . – ele disse suspeito

- Ele tem um nome ?

- Sebbastian ou algo assim.

- Sebbastian ? – eu perguntei assustada – Ele deixou algum número ?

- Aqui – ele estendeu para mim um papel com um número de Londres.

Eu andei depressa até o quarto e procurei pela minha antiga lista telefônica. Nenhum número batia com aquele que eu havia recebido.

- Eu preciso ir – disse pegando minha bolsa e deixando Michael parado na minha frente

Andei rapidamente pelas ruas de Londres, lembrando de uma das ultimas conversas que eu tive com Sebbs.

FLASHBACK

“- O que você mais gosta de fazer em Londres ? – eu perguntei

- Eu adoro ir a um café perto do Big Ben. É pequeno, mas muito calmo e me ajuda a lembrar das pessoas.

- Tipo como ?

- Lembrar especialmente da minha irmã. Ela morreu ano passado de câncer, ela sempre me levava no café para conversarmos sem nossos pais por perto. Era um momento só nosso sabe ? – ele perguntou

- Sei . “

FIM DO FLASHBACK

Peguei um táxi e fui até essa café, na esperança de achá-lo.

 CAFÉ DA DESCULPA – dizia a placa

Desculpa? Que tipo de nome é esse ?

Eu entrei e sentei em uma mesinha no canto. Observei cada pessoa naquele café, era exatamente como Sebbs descreveu, calmo e pequeno. Mas uma pessoa me chamou muito atenção, cabelos lisos, curtos e escuros.

Ele lia um livro qualquer enquanto tomava um café, ele percebeu meu olhar e se apressou a sair de lá, eu o segui obviamente.

- Por que você não me ligou ?  - eu perguntei

Ele de repente parou, mas não virou

- Você sabe o que eu passei nesses dois anos ? Eu precisava de um amigo e onde você estava ?

Ele se virou e me encarou, seus olhos alegres foram tomados por olhos de raiva e tristeza, como se ele fosse outra pessoa. Sua roupa era agora séria, vestia um bom terno, de marca que eu poderia dizer que era Hugo Boss, sapato social e gravata.

- O que aconteceu com você ? – eu  perguntei

- Eu mudei Alice, cresci amadureci ....

- E se tornou uma miniatura do seu pai.

- Não fale assim dele! – ele levantou a voz – Você não tem idéia do que ele me ajudou naquela noite!

- A matar o Brian ? – eu perguntei levantando a voz

- Como você se atreve a dizer isso ? – ele veio até mim quase correndo, com muita raiva. – Eu te salvei !

- Matando ele ?

- Eu não o matei, apenas bati. Mas não cheguei a matar. – ele disse mais calmo e foi embora

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Eu abri a porta de casa e  logo Michael veio correndo até mim.

- Onde você estava?

- Fui dar uma volta e encontrar velhos amigos.

Eu fui até minha sala e encontrei a pessoa que eu nunca mais queria ver na minha frente.

- Sentiu minha falta ?