The Life Of A Demigod escrita por Bruna


Capítulo 3
Minha mãe ou pai esquece que existo




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       Acordei as sete da manhã com o despertador do relógio de pulso  de Laura ao meu lado, na sala do apartamento de Percy. Não fazia idéia que horas eram em Nova York, olhei pela flecha da cortina e vi que ainda estava escuro, não deviam ser nem seis horas ainda. Ela desligou o despertador,  que provavelmente devia usa-lo para acordar e ir para escola, e voltou a dormir, eu fiz o mesmo.

        Cinco minutos depois (pelo que me parecia, mas provavelmente já tinha passado uma meia hora no mínimo) acordei novamente com alguém cutucando minhas costas. Era Laura. Todos pareciam já estar acordados, menos Gustavo que ainda estava deitado no sofá da sala, quase caindo. Sally e Paul estavam na cozinha, preparando alguma coisa para o café da manhã. Percy ainda estava no seu quarto então não sei se ele ainda estava dormindo ou não, provavelmente estava arrumando suas coisas para o acampamento.

       Laura foi até o sofá no qual Gustavo estava dormindo, silenciosamente, e empurrou ele que caiu no colchão de solteiro que eu e Laura dividimos de noite. Ele acordou assustado enquanto Laura e eu riamos baixinho. Ele nos olhou com uma cara de “Vocês vão se arrepender de ter feito isso” já planejando vingança e sorriu.

       Sally nos deu bom dia e disse que podíamos se trocar no banheiro que ficava no final do corredor.

       Trocar oque? Eu não tinha outra roupa. Eu nem mesmo sabia que viria pra Nova York até meu professor de História começar com um papo louco (que agora não parecia tão louco assim).

       -Timber pegou umas coisas para vocês. – Paul disse, apontando para três mochilas empilhadas no canto da sala.

       Fui até lá e peguei minha mochila, era a mesma que eu sempre levava para a escola. Minhas roupas e algumas coisas para higiene pessoal estavam ali. Peguei uma calça jeans escura e uma camiseta e fui me trocar.

       Percy saiu do quarto logo depois que todos já havíamos nos arrumados. Usava uma calça jeans e uma camiseta laranja escrita “Camp Half Blood” (Acampamento Meio Sangue), tinha um desenho, do que me parecia, um centauro com um arco e flecha pronto para atirar, em baixo da escrita. Ele parecia bastante animado para um sábado as oito da manhã.

      Tomamos café da manhã azul, é eu disse azul mesmo. Panquecas e ovos azuis. Já é esquisito comer panquecas ou ovos no café da manhã, imagine quando eles são azuis. Parecia algo normal para eles. Me perguntei se comiam comida azul todo dia.

      Paul não iria junto, disse que não podia ver através da nevoa e que não ia adiantar nada. Não fazia o que era essa tal de nevoa mas entrei no carro.

    -O que é a nevoa, que Paulo falou? – Laura resolveu perguntar enquanto estávamos parados no transito de Nova York.

     -Paulo?

     -Paul. – Ela corrigiu.

     -É o que faz com que a maioria dos mortais não enxerguem os monstros ou coisas desse tipo.

     -A maioria?

     -É, alguns mortais conseguem, mas são poucos. Eu consigo ver.

             Depois Percy e Sally ficaram conversando e nós ficamos quietos pelo resto da “viajem”. A maioria das frases incluía uma tal de Annabeth, provavelmente sua namorada, ou quem sabe melhor amiga. É, a primeira opção é mais provável. Em menos de meia hora Sally parou no meio da estrada, em lugar nenhum. Disse que devíamos ir sozinhos agora, era só subir uma colina e estaríamos no acampamento.

       Descemos do carro, Percy se despediu da sua mãe e nós o seguimos pela colina.

       No topo dela, havia uma espécie de arco, não era bem um arco, era mais como um portal, escrito “Acampamento Meio Sangue” em grego. Não me pergunte como sabia ler grego, nem eu mesma sei. Do lado do portal havia um enorme pinheiro. Tinha um negocio dourado e brilhante pendurado em um dos galhos e um dragão embaixo dele. Parecia estar dormindo mas mesmo assim ficamos com medo e se afastamos.

       -Não precisam ter medo, ele só está protegendo o velocino de ouro. – Ele sorriu para tentar nos tranqüilizar. Percy havia falado sobre esse tal velocino, que eles tiveram que lutar com um ciclope, e que isso iria salvar a arvore de Thalia, que depois voltou a ser humana... Algo assim, não me lembrava muito bem. – Venham.

      Passamos pelo “portal”, era incrível oque se podia ver lá de cima, no outro lado da colina. Havia ma casa, casa não, uma mansão azul e quatro andares. Vários chalés, todos diferentes, formavam a letra grega Ω, tinha uma plantação de morangos, uma praia um pouco mais no fundo, quadras de vôlei e uma floresta.

       Uma menina com cabelos loiros e enrolados, presos em um rabo de cavalo, usava uma blusa do acampamento como a maioria dos campistas, pulou nos braços de Percy quando o viu.

      -Annabeth! – Ele gritou, feliz. E os dois se beijaram.

       É, estava certa, era a primeira opção. Tentei não ver a cena, Laura e Gustavo faziam o mesmo. Em um monte de gente amontoados, vi uma menina, com cabelos escuros e enrolados, um pouco curtos, parecia alguém que eu conhecia...

     -Pamela?

       Quando ela se virou vi que era realmente ela, minha vizinha, ela também era uma semideusa? Parecia bem enturmada, ela já sabia disso antes? Porque não havia me contado? Bem, é claro que não iria contar.

       -Bruna! – Ela gritou surpresa. – Acredita nisso? Meu pai é Ares, o deus da guerra. Você é uma semideusa também? Não sabia disso. Quem é seu pai ou mãe? Por que não me contou antes?

    -Ares? Uau. É eu também não sabia, meu professor de história me contou e me “seqüestrou” para Nova York ontem durante a aula. Não faço idéia quem é meu pai ou mãe. – Contei tudo que acontecera desde quando meu professor me chamou para conversar até a hora que chegamos ali.

      Depois, um homem, ou melhor, um centauro, Quíron, acho que era assim que estavam chamando ele. Chamou todos para um “reunião” de boas vindas e apresentou todos os novos campistas. Alguns já sabiam quem era seu pai ou mãe. Laura, eu, Gustavo, uma menina... Lohane, é era esse o nome dela, e mais alguns poucos campistas não sabiam ainda. Eu era a mais velha de todos que não sabiam, já iria fazer quinze em um mês, Laura e Gustavo tinham quatorze e só iriam fazer quinze no meio do ano. Lohane tinha treze e os outros campistas aparentavam ter doze. Segundo Quíron, os filhos deviam ser reclamado aos treze anos.


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Notas finais do capítulo

Ficou meio curto, me desculpem.