O dia havia chegado.

Em parte eu estava preparada, havia ensaiado como se não houvesse amanhã, mas meu psicológico ainda estava abalado, eu não acreditava que Jared não estava ali naquela manhã para me desejar um bom dia ou uma boa sorte.

Barulho.

–Sim?- Atendi ao telefone rapidamente.

–Senhorita Janett?- Dizia do outro lado da linha.

–Sou eu.

–Temos uma entrega para a senhora, descera ou mando entregarem?

–Entregar, por favor.

–Tudo bem, estão subindo.

–Obrigada.

Desliguei.

O quarto estava uma tremenda bagunça, eu não aguentava mais viver em um hotel. Quase aceitei a oferta de Vicky de lhe fazer companhia por alguns tempos, mas talvez a incomodaria.

Campainha.

–Janett?- Tinha um sotaque diferente.

Afirmei com a cabeça.

–Assine aqui, por favor.

–Obrigado- Disse logo depois que assinei e fechei a porta.

Uma caixa grande.

Precisei da ajuda de um estilete para acabar de abrir a caixa misteriosa.

Meus olhos brilharam.

–Não... Acredito.

Peguei o bilhete.

“Como não estarei ai para te prestigiar, mandei esse presente.

Escolhi com todo carinho e amor, e particularmente... Ele é a sua cara.

Acredito que te dê sorte.

Não se esqueça de mim,

Com amor e saudades,

Jared.”

–Como esquecer, idiota!

Beijei o bilhete, e olhei para o lindo violão roxo, cheio de
desenhos a qual me traziam uma breve lembrança de energia e confiança.

Estava admirando-a quando me lembrei da minha apresentação.

Não queria em motivo algum usá-lo, mas eu não recusaria aquele presente, e sinceramente, o que eu mais estava precisando no momento era confiança.

–Tudo pronto Janne?

–Eu... Acho que sim. -Minhas mãos tremiam.

A professora dizia coisas a qual eu não escutara, provavelmente
apresentando o grupo e falando sobre o trabalho.

Apertei o braço de meu violão.

Era nossa deixa.

THIS IS NOT REALITY.

THIS IS A DREAM.

–Disse em francês já de olhos fechados.

Violino.

No matter how many times that you told me you wanted leave.

No matter how many breaths that you took you still couldn't breathe.

No matter how many nights that you'd lie wide awake to the sound of the poison rain.

Where did you go?

Where did you go?

Where did you go?

Questionei-me ainda de olhos fechados.

As days go by, the night's on fire.

Tell me would you kill to save a life.

Olhei para eles.

Tell me would you kill to prove you're right?

Devolviam o olhar com admiração.

Crash, crash

Burn, let it all burn…

This hurricane's chasing us all underground.

No matter how many deaths that I die I will never forget.

No matter how many lives that I live I will never regret.

There is a fire inside of this heart and a riot about to explode into flames.

Where is your God?

Where is your God?

Where is your…God?

Olhou para o céu.

Do you really want…

Do you really want me?
Pausa.

Notava-se a sua emoção.

Do you really want me dead or alive to torture for my sins?

Do you want?

Do you really want me?

Do you really want me dead?

…Or alive to live a lie?

Tell me would you kill to save a life?
Tell me would you kill to prove you're right?

Crash, crash

Burn… Let it all burn…
This hurricane's chasing us all underground.

Underground.

Underground.

Underground…

Aplaudiam de pé a apresentação.

–Obrigado. –Disse saindo do palco enxugando as poucas lágrimas que estavam em seu rosto, a qual não se conseguia distinguir se eram de alegria ou tristeza.