No dia seguinte começamos a empacotar as coisas que levaríamos para los angeles, pra mim, peguei apenas o necessário, roupas, e objetos que estimava, agora pro bebê tivemos que levar tudo, móveis e enxoval, foi decidido que íamos morar no apartamento (lê se apertamento) do chad, haha mentira nem é tão pequeno assim, minha mãe havia ficado para nos ajudar, um dia apenas foi o tempo que levou para juntar as coisas, e essa seria a minha ultima noite em Franklin.

_Você está sentada nessa varanda a exatamente quarenta e sete minutos, no que tanto pensa?

_no bebê, sabe chad, o Tennessee é meu lar, assim como eu queria que fosse o lar dele – disse acariciando minha barriga

_ah meu amor, eu queria tanto que ele fosse criado nessa casa, mas você sabe, nunca nos deixariam em paz- ele disse me aninhando em seu peito, segurei a lagrima que insistiu em brotar em meus olhos

_bom essa é minha ultima noite aqui, se importa, eu quero dar uma volta

_tudo bem, só me dizer onde quer ir... – tive que interrompe-lo

_sozinha, eu quero ir sozinha

_mas hayley, você pode passar mal, não é bom você andar sozinha

_chad, eu estou bem ok ? qualquer coisa eu ligo, e eu volto logo é só uma volta, preciso pensar – ele apenas concordou com a cabeça, e me entregou as chaves do carro que estavam em seu bolso, peguei as chaves, e minha bolsa que estava bem ao meu lado e fui até o carro, pensei por alguns instantes pra onde iria, e resolvi deixar meu coração me guiar, comecei a dirigir, passei pelo centro de Franklin, pela starbuks, estacionei e comprei um Frapuccino de chocolate, e continuei o caminho, passei pelo estúdio, sim eu ainda voltaria a Franklin para gravar isso seria bom, mas quem sabe não encontraríamos um estúdio novo e quem sabe até no estúdio da new found glory, continuei andando, passei pelo cemitério, mais algumas quadras cheguei a igreja onde cantava, quando eu ainda era uma pequena criança com um sonho, me veio uma imagem do dia em que me casei, eu vestida de noiva entrando correndo de mãos dadas com o Josh, aquilo foi como uma pontada em meu peito, como tinha que evitar ficar nervosa continuei dirigindo,

continuei seguindo, até chegar na escola, a velha escola onde conheci os Farro

[b] Flashback on [/b]

Era meio do ano, e minha mãe resolveu se mudar para essa maldita cidade, odeio morar aqui, odeio ter que ir pra uma escola no meio do ano, onde não conheço ninguém e talvez seja zuada como nas ultimas cinco escolas por onde passei no ultimo ano, cheguei e fui direto pra sala, me sentei na ultima carteira do fundo, queria me isolar sim, assim era mais fácil, pessoas são difíceis de se compreender, então mantenho distancia delas, eu sou feliz com a minha solidão, as aulas se arrastavam, e quando chegou o intervalo, comprei meu lanche e fiquei no refeitório, quieta, ouvindo musica, quando uma garota se aproximou.

_hey, você deve ser a garota nova

_er, sou sim

_bom já vou logo avisando, sou eu quem mando aqui e se você não quiser levar uma boa surra diária, acho bom ir me obedecendo

_O que? – comecei a gargalhar- não mesmo, já arranquei muitos fios de cabelos de vadias como você então, vê se pega o rumo da roça, e Cai fora

_hmmm falou a valentona, se prepara que esse seu cabelo cor de fogo está com os segundos contados na sua cabeça – me levantei, pronta para surrar a garota quando vi um garoto vindo correndo em nossa direção, ele tinha olhos extremamente castanhos, era hipnotizante

_Bonnie, larga ela

_Que? Ah não farro, vai defender outra vai, essa daqui vai tomar uma surra pra nunca mais mexer comigo

_Bonnie, vai por mim, deixa ela em paz, ela vai te quebrar, sabe de onde ela veio? Do mississip, foi expulsa de oito escolas, e foi proibida de estudar lá por isso veio pra cá, acabaram de dizer, acho melhor tu se afastar dela

_você não escapa na próxima vadia – disse rindo da cara de pânico da menina, não demorou dez segundos para que eu a perdesse de vista correndo pelo pátio – então meu querido, sou perigosa assim?

_salvei você de uma briga, me agradeça por isso

_não pedi pra você me salvar – disse com descaso

_De nada

_ta ta, obrigada, qual seu nome anjo salvador?

_Josh, Josh Farro, e você marrentinha?

_Hayley, Hayley Williams

[b]Flashback off[/b]

Balancei minha cabeça para afastar aquela lembrança, mas era inevitável, ela era tão forte, liguei o carro e tornei a dirigir, passei por varias ruas, me lembrava de ter tomado sorvete em alguns lugares, ah passei pelo bar onde tomei o pior porre da minha vida com o Jeremy, acho que aquele dia eu vomitei tudo que tinha pra vomitar e um pouco mais, cada canto daquela cidade me trazia uma lembrança, até porque ali fora quase minha vida toda, pelo menos os momentos felizes foram ali, todos. Quando me dei conta estava na frente da casa dos Farro, avistei Belle sentada na varanda, eu tinha que me despedir dela, então desci do carro e fui até a varanda, quando ela me viu abriu um sorriso e veio correndo até mim se agarrando em minha cintura

_hays! Tava com tanta saudade, olha como ele ta grande – disse acariciando minha barriga – oi bebezinho

_é ele cresceu muito belle, ta crescendo cada vez mais rápido

_hays

_sim belle?

_é verdade que você vai embora?

_é sim, mas quem te contou?

_o Justin, eu tava hoje mais cedo brincando com a Érica e ele chegou e comentou...porque?

_eu preciso

_tudo bem, mas posso te pedir uma coisa?

_claro

_quando ele nascer, manda fotos pela érica? Prometo não mostrar pro Josh, só pra mim, alias ele vai ter os olhos do meu irmão, ou os cabelos não sei sempre imagino ele, vai ser um bebê lindo – ela estava empolgada

_ja disse que ele não é um Farro

_ e eu já disse que você não sabe mentir, promete?

_sim, e se um dia vier pra Franklin com ele, eu o trago pra você conhecer tá?

_eba!

_mas é nosso segredo belle. – a abracei forte, e estava voltando pro carro quando o Josh estacionou logo atrás do meu carro

_hayley, pelo amor de deus, me ouve

_não Josh

_como assim você vai embora? Não, não! – nada respondi apenas fui abrindo a porta do carro quando ele me segurou

_me diz uma coisa, você me ama? Você ainda me ama? Não vá embora, se ainda me ama não vá

_se não amo posso ir?

_sim, mas você não?

_não Josh, não, eu amo o pai do meu filho – realmente eu não estava mentindo, eu amava o pai do meu filho, ele, mas como sempre ele pensaria que estava falando do chad, vi um sorriso brotar nos lábios de belle, na hora que ele ouviu isso, que amava o pai do meu filho ele me soltou

_adeus, e nunca se esqueça de como eu te amo.

_tanto faz – e entrei no carro, aquilo me machucava, eram como lâminas em minha pele, mas eu precisava, precisava fazer com que ele me odiasse, só assim poderíamos viver...ou apenas existir, mas eu havia feito minha escolha, meu filho, minha carreira, e nesse mundo Joshua, não existia. Não tardei a voltar pra casa, estava exausta, fui direto pro quarto, o chad me levou o jantar mas eu não conseguia comer, estava mais enjoada que no segundo mês de gravidez.

_você precisa comer

_não quero, to enjoada tira isso daqui!

_você está bem? Assim, acha que está bem para viajar amanhã?

_estou chad, quero ir embora o quanto antes, por mim iria hoje – ouvi batidas na porta, mas estava tão cansada que nem me virei para olhar quem era, o chad se levantou e abriu a porta

_Filha, você está bem?

_estou mãe – disse sem animo, e senti ela se sentar ao meu lado na cama

_Chad, se importa de me deixar mimando o meu bebê?

_ah, claro que não Cristi, eu vou aproveitar que você faz companhia pra ela, e vou até o mercado comprar umas frutas pra ver se ela come

_não quero

_ta mas eu vou comprar, quer alguma coisa?

_não, não quero comer – disse irritada

_tudo bem amor, se acalma

_ah chad, é a gravidez, eu quando estava gravida também ficava irritada com facilidade

_desculpa chad

_tudo bem hays, - Ele pegou as chaves que estavam sobre a cômoda, e eu ainda consegui ouvir os passos dele descendo as escadas.

_então filha, porque você ta assim? O que houve?

_nada mãe

_Hayley, você foi ver o Josh?

_qualquer lugar que eu vá nessa cidade eu vejo ele, é aqui que está nosso passado e eu estou enterrando ele, e mãe, eu não quero falar disso, amanhã embarcamos pra los angeles, casa nova, vida nova, e o passado fica pra trás

_o passado nunca fica pra trás, ele estará sempre em você – não respondi nada, apenas continuei deitada olhando para o teto- filha, me responde com toda sinceridade esse bebê, é do Josh?

_não!

_não minta pra mim Hayley Nichole

_ta, é.

_mas o chad – ok tinha deixado minha mãe mais confusa que eu

_ele sabe, e quer me ajudar, porque me ama, eu me sinto mal por estar prendendo ao chad a mim e a esse bebê, masé a forma que achei de seguir em frente

_ah meu amor! – ela me abraçou, deitei a cabeça em seu colo, eu me sentia com oito anos de idade quando meu pai foi embora, minha mãe estava quebrada por dentro mas continuava por mim, me consolava pela saudade enquanto a dela gritava, e ela abafava esses gritos, fiquei deitada ali e acabei adormecendo, nem ouvi o chad voltar, muito menos minha mãe sair do quarto, acordei pela manhã, devia ser bem cedo pois o sol ainda estava fraco, me levantei da cama me sentindo vazia, um fantasma, fui aé o banheiro e me encarei no espelho, como eu gostaria de voltar atrás quando eu era uma criança, era tudo tão mais fácil, tomei um banho e vesti um vestido preto bem leve, olhei no relógio ainda eram nove da manhã e estava um calor, bem típico do verão. Ao descer as escadas, ouvi vozes vindo da cozinha, parei para ouvir.

_Mas Cristi, eu sei o que estou fazendo

_Querido, eu entendo que você ama a hayley, e eu fico feliz por tudo que está fazendo por ela, mas assumir isso você tem que pensar se é isso que quer pra tua vida

_você está me dizendo para desistir dela?

_claro que não! Só que se casarem precipitadamente pode trazer arrependimentos mais pra frente, ainda mais o bebê sendo filho de quem é

_Ele é meu filho, eu vou criar e amar essa criança, portanto ele é meu

_Bom dia – disse entrando na cozinha, os dois pararam o assunto na hora

_meu amor, fiz pra você omelete do jeito que você gosta

_queijo, tira daqui – na hora me veio uma ânsia corri pro banheiro, mas chegando lá a ânsia tinha ido embora, voltei pra cozinha e comecei a comer algumas torradas com geléia – que hora embarcamos?

_meio dia, as malas já estão no carro, ta tudo pronto

_eu levo vocês pro aeroporto

_você não vai com a gente mãe?

_eu vou amanhã filha, hoje vão vocês, se instalem na casa nova e eu visito vocês amanhã

_tudo bem mãe, vamos chad

_mas hays, ainda são nove da manhã

_mas eu quero sair daqui, Agora! Agora! – disse exaltada, e senti lagrimas pelo meu rosto

_ei, calma meu amor vem cá – senti chad me abraçar, apenas me encostei nele –tudo bem meu amor, para de chorar está tudo bem

_eu to com medo, me tira daqui – ele continuava me abraçando, e acariciando meu cabelo, de certa forma aquilo me acalmava, fiquei deitada no sofá no colo do chad até dar a hora ir pro aeroporto, todo aquele caminho até Nashville, todo aquele caminho até o aeroporto era torturante, segui calada, não demorou muito para embarcarmos, eu continuava calada, apenas abracei a minha mãe, e segui de mãos dadas com o chad até o avião. Enquanto o avião decolava eu tentava gravar em mim cada marca daquela cidade, era como levar em mim aquela ultima imagem que teria do Tennessee, a ultima imagem que teria em um bom tempo.