Untitled escrita por kawaii


Capítulo 12
11. Indesejado




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Minha vista se acostumava aos poucos com os raios solares que vinham da janela onde eu mantinha minha atenção. Observava as pessoas que passavam pela rua. Algumas riam ao conversarem com seus amigos e parentes que andavam ao seu lado e outras apenas corriam apressadamente, atrasadas para seu compromisso.

Bufei, me virando de volta para o meu quarto e me afastando com passos longos da janela e parando em frente ao espelho de borda prateada. A imagem refletida não era a que eu esperava. Tinha ali uma garota de cabelos rosados jogados em seus ombros, vestindo uma camiseta preta e um short jeans escuro. Seus lábios em uma linha reta e seus olhos observando aquela imagem de si própria com a testa franzida. Joguei meu corpo para trás, sentindo minhas costas irem de encontro com o colchão macio da cama bagunçada.

O final de semana havia chegado e durante todos os outros dias da semana, Sasuke não havia aparecido na escola. Eu não o via desde o desastroso dia em que ele me viu com seu irmão mais velho. Toda vez que eu me recordava disso, sentia todo o meu corpo tremer. Os olhos raivosos de Sasuke me perseguiam até mesmo quando eu fechava os meus olhos, tentando esquecer tudo aquilo. Mas era impossível. Eu precisava falar com ele, precisava mostrá-lo que ele podia confiar em mim. Mais do que isso, eu tinha provar a ele.
Planejava ir até sua casa hoje. Mas como será que você se veste para visitar alguém e pedir desculpas?

Encarei o amontoado de roupas jogado no chão, próximo ao ármario. Revirei os olhos e me sentei na cama, assoprando para tirar uma mecha de cabelo que tampava minha visão. Soltei um longo suspiro e ergui a cabeça.
- Certo. Tenho que fazer isso. - Murmurei para mim mesma, buscando coragem em minhas palavras.

Levantei da cama, arrastando meus pés até o ármario. Analisei o mesmo durante alguns minutos e suspirei novamente. Aquilo não estava certo. Por que tinha que ser tão complicado? Tudo o que eu precisava fazer era colocar uma maldita roupa e ir até a maldita casa dele para pedir um maldito perdão. Só isso. Então por que cada vez mais que eu pensava nisso, mais meu coração se acelerava?

Me irritei comigo mesma e com toda a minha idiotice. Abri furiosamente as portas do ármario e peguei a primeira roupa que vi. Me vesti com a blusa de mangas curtas, branca e larga, que cobria metade da saia preta que coloquei. Calcei uma sapatilha creme que foi a primeira coisa que vi jogada pelo chão. Prendi meu cabelo em um rabo-de-cavalo alto e voltei a me encarar no espelho. Respirar fundo foi necessário no instante em que minha insegurança retornou.

Eu ainda me lembrava um pouco do caminho da casa de Sasuke. Me perdi duas vezes em algumas ruas, mas no final, acabei parando de frente para a casa verde, fitando a porta marrom.

Ergui um dedo para tocar a campainha, mas parei no meio do caminho. Mesmo obrigando a mim mesma a apertar o botão, eu não conseguia mover minha mão. Cerrei-a fortemente, apertando até sentir certa dor. Busquei o máximo de fôlego possível e ainda com dificuldade, apertei a campainha, ouvindo o barulho soar. Engoli a seco, preparando-me para o que vinha a seguir. Foi inútil. Eu havia ensaiado milhares de vezes o que deveria dizer quando chegasse aqui, mas agora as palavras pareciam fugir de mim.

Limpei com a ponta dos dedos o suor que escorria em meu pescoço e fechei os olhos automaticamente quando ouvi passos vindo em minha direção. Abri-os ao ouvir o barulho da chave na fechadura do outro lado da porta. As batidas do meu coração se aceleraram, junto com minha respiração, que se tornou quase ofegante. Quando a porta começou a se abrir, tive vontade de correr para o mais longe que podia. Mas quando vi quem estava parado me encarando, congelei o suficiente para não ser capaz de me mover por um bom tempo.
- Sakura... Eu não esperava você aqui. - Disse Itachi com um sorriso, embora aparentasse estar confuso. Fiquei um tempo em silêncio, sentindo o clima pesado que havia se estabelecido. Ele pigarreou, rindo de leve. - Então, o que veio fazer aqui?
- Ah, s-sim... Vim para... - Abaixei a cabeça involuntáriamente.
- Entendo. - Apressou-se, trazendo minha atenção de volta para ele. - Sasuke está no quarto. Fica lá no-
- Eu sei onde fica.

Quando as palavras saíram, quase cometi suícidio ali mesmo. Itachi com certeza estaria pensansando coisas inapropriadas de mim agora, mas não era como se eu pudesse fazer alguma coisa a respeito disso. Talvez pudesse lidar com isso mais tarde, mas minha prioridade no momento era consertar as coisas com seu irmão mais novo.
- Com licença. - Murmurei, adentrando a grande casa, mas parei de repente e me voltei para Itachi. - O que você está...
- Ficarei aqui por uns tempos. Minha mãe insistiu. - Percebi que o sorriso em seu rosto era um tanto quanto forçado. Apenas assenti. - Isso não importa. Apenas vá falar com Sasuke e se resolva com ele. Mas, Sakura... - Ele parou de falar, desmanchando seu sorriso.
- O que foi? - Perguntei por ele estar demorando tanto tempo para concluir sua frase.
- Não conte nada a ele, por favor. Eu sei que é difícil, mas... Por favor. Quero contar a ele eu mesmo na hora certa.
- Mas... - Demorei algum tempo para analisar a situação e por fim, apenas suspirei. - Tudo bem.
- Obrigado. - Ele voltou a sorrir.

Encarei suas costas enquanto ele saía, andando por um corredor um tanto quanto estreito e saindo de minha vista ao entrar em um cômodo que não pude identificar. Parte de mim agradeceu por Itachi não estar mais ao meu lado para me ver praguejar inúmeras vezes. E foi o que eu fiz, sem nenhum pudor.

Agora eu definitivamente estaria ferrada. Se não podia contar a verdade para Sasuke, então de que adiantava falar com ele? A situação não mudaria em nada no fim de tudo.

Mesmo com esses pensamentos, eu queria vê-lo. Queria pedir desculpa e mais do que isso, queria que ele voltasse a confiar em mim. Eu não entendia exatamente porquê ele depositava algum tipo de confiança em mim, mas não queria perder isso. Essa era a única coisa que me ligava a ele e estranhamente, eu não queria que isso mudasse.
Inalei todo o ar que pude, como se estivesse trazendo coragem junto ao oxigênio. Subi as escadas lentamente, forçando minhas pernas a continuarem se movendo a cada degrau. Quando os degraus acabaram, meus olhos foram diretamente de encontro com a porta do quarto de Sasuke. Não pude controlar as lembranças do dia em que eu havia passado a noite naquele mesmo quarto. Ao balançar a cabeça, senti esses pensamentos se afastarem e voltei a me concentrar no momento.
Aproximei-me a porta, consciente de que do outro lado dela, estava Sasuke. Embora hesitante, bati duas vezes na porta, ouvindo o barulho oco da madeira.
- Já disse que não quero ver ninguém!  - A voz esbravejante de Sasuke me alcançou do outro lado da porta. - Apenas saia daqui, quem quer que seja!

Engoli a seco. Fitei a porta durante longos minutos, sentindo meu corpo paralizado. Queria sair daquela casa e ir para bem longe dali, mas não era capaz de me mover. Todos os músculos do meu corpo travaram, fora de meu controle. Com toda a força de vontade possível, dei duas batidas na porta novamente. Agora que estava ali, não podia simplesmente recuar. O veria de qualquer jeito.
Passos altos vinham até mim e a porta foi aberta furiosamente.
- Eu já disse que-

Interrompeu-se. Suas expressões alternavam entre confusão, raiva e surpresa. Os olhos negros contra os meus, faziam-me estremecer. Mordi os lábios com força, esperando que ele se pronunciasse. Ele não o fez. Continuou parado com o olhar fixo em mim. Conclui que ele não falaria nada, então eu precisava agir.
- Sasuke... Podemos conversar? - Falei com a voz mais baixa do que o esperado.

Ele se afastou da porta para me dar espaço e indicou com a cabeça que eu deveria entrar. Entrei silenciosamente, sentindo seu olhar ainda sobre mim, acompanhando todos os meus movimentos. Sasuke fechou a porta e voltou a me encarar.
- Sente-se. - Permaneci imóvel. Ele revirou os olhos. - Não vou oferecer de novo.

Sentei-me na beira de sua cama, ainda sendo observada. O silêncio fazia com que fosse cada vez mais difícil de respirar. Tudo em volta parecia abafado e seco.
- E então, o que você quer? - Perguntou ríspidamente.
 - Quero pedir desculpas. - Ele tombou para trás, apoiando as costas na parede e colocando as mãos para dentro do bolso da bermuda preta que usava.
- É só isso? Se for, pode ir embora. Não vai adiantar nada. - Cuspiu as palavras.
- Eu entendo, Sasuke. Entendo que você esteja bravo pelo que viu. Mas não é o que você está pensando que aconteceu. Por que você não me ouve? Mais que droga! - Soltei as palavras com raiva, elevando o tom de voz.
- Pare de agir como se você me entendesse. - Falou no mesmo tom de voz que eu havia usado, porém com uma amargura que nem mesmo eu poderia alcançar. - Você não sabe de nada.

Me levantei no exato instante em que ele havia terminado sua última frase e andei rápidamente até ele, sentindo a raiva tomar conta de mim. Encarei-o, soltando minha raiva nesse olhar. Ele não tinha mais nenhum tipo de expressão em seu rosto. Aparentava ser o Sasuke frio de sempre, mas eu sabia que não era. Aquele não era o Sasuke que eu conhecia. De maneira alguma. Cerrei os punhos.
- Você está certo. - Murmurei, abaixando o olhar. - Eu não te entendo. Como poderia? Não tenho irmãos. Sou filha de um homem e uma mulher que nunca me deram nenhum tipo de atenção. Mas por que eu deveria reclamar disso? - Voltei meu olhar para ele. Meu punho anteriormente cerrado foi se tornando cada vez mais trêmulo.
- Desculpe, Sakura. Não poderei ir até a sua apresentação musical. Tenho que trabalhar. Fica para a próxima, certo? - A voz de minha mãe ecoava em minha cabeça.
- Eles fizeram tudo isso por mim. Para manter a casa e me sustentar. Não entendo como funciona uma amizade, porque nunca tive uma.
- Sakura, você ficou sem parceiro para o trabalho de novo? Não se importa em fazê-lo sozinha, não é? - A voz de Anko, minha professora durante a primeira série foi a próxima a invadir meus pensamentos.
- Nunca perdi alguém próximo a mim, porque nunca tive tal pessoa. - Minha vista ficou embaçada de repente, mas não me importei. - Eu sempre fui tratada como um nada. Como se nem mesmo estivesse presente.
- Sakura! Você já está em casa? Desculpe, não pude te buscar na escola. Me esqueci completamente disso. - E então, veio a voz de meu pai, entrando ofegante em casa com um sorriso forçado nos lábios.
- Eu sempre, sempre estive em último lugar. Nunca fui tratada como prioridade. Em toda a minha vida, nunca pude confiar em alguém e muito menos ser uma pessoa em que os outros pudessem confiar. É por isso...
- Sinto muito, Sakura. Você sabe que eu e seu pai estamos planejando essa viagem há muito tempo. Precisaremos fazer algumas economias e para isso precisaremos do dinheiro usado para pagar sua aula de canto. Espero que não se importe. - As palavras indesejadas de minha mãe voltaram a martelar em minha cabeça, causando uma dor fora de meu alcance.
- Quando você disse que confiava em mim, eu soube que não queria perder isso. Por favor, por favor... Me perdoe, Sasuke. Você pode confiar em mim. Eu não entendo como funciona tudo isso de amizade, como já disse. Mas me esforçarei. Eu prometo. Então, por favor...

O peso de meu corpo se multiplicou, fazendo minhas pernas fraquejarem. Por alguns segundos, tive a sensação de estar caindo, mas as mãos de Sasuke foram mais ágeis e me seguraram pelos braços. Esboçei um sorriso para ele, agradecendo silenciosamente. Minha vista se normalizou quando as lágrimas gélidas escorreram pelo meu rosto. Só então pude perceber a expressão que Sasuke tinha no rosto. Era algo em meio a dor e arrependimento. Algo que não pude identificar.

Limpei as lágrimas teimosas que insistiam em sair de meus olhos e voltei a me equilibrar, sendo solta por Sasuke. Ele se mantinha do mesmo jeito. Percebi que ainda estava próximo a mim quando senti sua respiração batendo contra meu rosto. Talvez pensasse que eu perderia o equilibrio novamente.
- Eu não posso contar a você os verdadeiros motivos por estar com Itachi naquele dia, pois prometi a ele que não contaria nada. - Murmurei, vendo sua expressão ficar séria mais uma vez. - Mas eu preciso que você confie de verdade em mim e acredite em minhas palavras. Por favor.

Ele não disse nada por algum tempo. Nem mesmo se moveu. O silêncio se instalava cada vez mais naquele cômodo, mas eu não ligava. Esperaria ali até que ele me desse sua resposta final. Se ele decidisse não me perdoar, eu saíria daquela casa ainda mais magoada do que quando entrei. Sabia disso. Pensando por esse lado, talvez até fosse masoquista esperar por sua resposta. Mas eu precisava disso. Precisa saber de uma vez por todas se havia perdido o fino laço que tinhamos.
- Desculpe. - Murmurou, dando a única resposta que eu não esperava. - Seu ombro está vermelho. Acho que eu realmente te machuquei. Desculpe por isso. - Ele olhou para as paredes e então voltou a olhar para mim. Um sorriso fraco em seus lábios fez com que minhas lágrimas voltassem a pedir passagem em meus olhos, mas as segurei.
- Obrigada, Sasuke. Por me perdoar.
- Você não tem nada a ver com a minha relação com o Itachi. Eu não deveria culpá-la.
- Não se importa com isso. - Não pude conter um largo sorriso. - Preciso ir agora. Tenho algumas coisas para fazer em casa. Te vejo na escola na segunda-feira?
- Claro. - Murmurou com o velho tom de antes. Frio, mas ao mesmo tempo... Quente.

Acenei brevemente para ele e saí do quarto, sentindo uma grande felicidade me preencher. Sorrisos escapavam sem que eu pudesse evitá-los. Não sentia vontade de evitá-los, de qualquer forma. Desci as escadas, pronta para sair da casa dos Uchiha, mas parei ao ver a ruiva encostada na parede ao lado da porta com uma expressão ameaçadora.
- Há quanto tempo, Sakura. - Falou com sarcasmo na voz. - Itachi, o irmão mais velho igualmente gostoso ao irmão mais novo, me disse que você está aqui. - Seu tom de voz me irritava, espantando toda a felicidade que eu sentia antes.
- Sim, eu vim para conversar com o Sasuke. Acabamos de ter uma ótima conversa em seu quarto. - Sorri ironicamente. Ela me encarou com raiva.
- Escuta aqui, queridinha. Ele é meu namorado e não seu. Então eu acho melhor você se afastar enquanto ainda tem esses seus dentinhos brancos para sorrir dessa maneira debochada. - Ameaçou, se aproximando de mim.
- Se eu tivesse algum interesse em Sasuke, garanto que você seria a primeira a saber disso. Como pode ver, não é o caso. Procure saber das palavras antes de sair latindo por aí. - Elevei o tom de voz, exibindo meu sorriso. - Agora, com licença. Eu não tenho tempo a perder com uma ruiva qualquer.
- Quem você está chamando de "ruiva qualquer", sua vadia? - Gritou alto o suficiente para que todos na casa ouvissem. Percebi que haviam ouvido de verdade quando os passos começaram a vir em nossa direção.
- Você é a única que estou vendo aqui. Mas não a culpo de não saber disso. Se eu fosse você, também evitaria me olhar no espelho.

Um alto estalo, seguido por uma forte dor em minha bochecha foi tudo o que percebi. Olhei para Karin que ria com ar de superioridade.
- Gostou do tapa? Se quiser, posso repetir a dose.

A raiva que eu senti preencheu todas as veias do meu corpo, indo direto para o meu punho. Soquei seu nariz, jogando toda a minha raiva naquele soco. Ela recuou alguns passos, colocando a mão no local dolorido para impedir o sangue de escorrer.
- Eu vou acabar com você! - Gritou ainda mais alto do que antes.

Chutou minha barriga antes que eu pudesse me defender. O peso do meu corpo foi para trás, caindo no chão. Me levantei antes que ela pudesse me chutar novamente e empurrei-a para trás, vendo seu corpo bater contra a parede. Ela gemeu de dor, mas logo voltou para cima de mim, tentando me acertar um soco. Recuei antes que ela o o fizesse, mas logo outro chute foi acertado em meu joelho. Caí no chão, sentindo a dor de seu chute. Karin se preparou para me dar outro chute antes que eu me levantasse, mas os passos mais próximos ainda de nós a impediu.
- O que está acontecendo aqui? - Perguntou Itachi, incrédulo.

Meus olhos passaram por ele e foram direto para o olhar duro de um homem e uma mulher, ambos de cabelos negros. Olhei para a escada e vi Sasuke, nos encarando com a boca aberta.

Maldita boca grande, maldita dor, maldita Karin!


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Notas finais do capítulo

Postei mais um capítulo que espero que vocês gostem. Um pouco do passado da Sakura foi revelado e mais será revelado mais a frente na história. Acho que a briga entre elas meio que quebrou o drama todo da situação. Era isso o que eu queria, porque drama toda hora fica cansativo.
Quero avisar que eu vou viajar por um curto tempo e que não poderei escrever a fic durante esse tempo. Mas será uma viagem breve e voltarei logo para escrever mais. Prometo. XD
Quero agradecer pelas reviews, como sempre. Agradecer pelos leitores que acompanham a história e aturam as bipolaridades dessa autora chata hahaha. E também quero agradecer pela primeira recomendação da fic. Muito obrigada mesmo, Daissa.
Outra pessoa que quero agradecer é kekedia, que vem acompanhando a fic desde o começo e não perdeu nenhum capítulo até agora. Muito obrigada mesmo. Isso significa absurdamente pra mim.
Até o próximo capítulo que (espero) não vai demorar muito. Não deixem de fazer suas críticas e sugestões, porque é nelas que eu me baseio na hora de escrever.
Ja ne!