Saranghae - Amando Em Coreano escrita por Valentinnes


Capítulo 1
Conheço dois garotos perfeitos




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As aulas finalmente haviam acabado e meu aniversário seria daí uma semana, e como presente de aniversário, no lugar da super festa, pedi para minha mãe uma viagem para a Coréia do Sul, que depois de muita insistência, ela acabou concordando. Meu avião para a Coréia partiria daí três horas, e eu acordava minha mãe a sacudindo bastante.

- Vamos mãe, temos que chegar cedo ao aeroporto para fazer o check-in.

- Já estou indo Charlotte – respondeu minha mãe muito contragosto e se levantou.

Depois de alguns minutos parti com meus pais e meu irmão mais novo para o aeroporto. Minha mãe, claro, fez um pouco de drama na hora do embarque, mas acabei entrando no avião mesmo assim, prometendo ligar para ela assim que chegasse a Coréia do Sul. O voou foi longo e cansativo, mas a minha empolgação superava tudo. Uma semana inteira em um país estrangeiro, sem meus pais, nem ninguém da família, para fazer o que eu quisesse, ou pelo menos o que a agência de turismo havia programado.

Michelle, a moça da agência de turismo, foi sentada ao meu lado durante todo o voou, até que ela era legal, uma fã de k-pop nata, e me prometerá me levar para ver shows do SHINee –minha boy band preferida. Depois de horas de vôo, parando em tudo quanto era país no caminho até a Coréia, finalmente o avião pousou em solo coreano e tenho que assumir que comecei a chorar feito louca, pela emoção de estar mais perto dos meus bias.

Como eu não era a única que havia viajado com a agência de turismo, Michelle acabou separando-se de mim enquanto eu esperava pela minha mala na esteira. O lugar estava lotado de gente, e eu tentava reconhecer minha mala preta de rodinhas, mas quando vinha uma alguém sempre pegava primeiro. Aquela aflição só passou quando avistei uma mala preta solitária vindo pela esteira.

“É minha, é minha!” – pensava ansiosa, esperando que ninguém a pegasse antes.

Então ela passou pela minha frente e a agarrei com toda a emoção do mundo. Eu estava feliz da vida, abraçada com a mala quando alguém cutucou meu ombro direito.

- Desculpe, mas essa mala é minha – disse uma voz jovem atrás de mim em coreano.

Demorei alguns segundos para traduzir aquilo na minha cabeça, já que meu coreano não era lá essas coisas, mas entendendo o ‘essa mala é minha’ me virei triste para o jovem e estiquei a mala para ele sem olhar para sua face.

- Obrigado – disse ele de modo animado, sempre em coreano.

Foi então que suspendi minha visão para o rosto do jovem e quase tive um ataque. Henry Lau estava parado com um sorriso gigante a minha frente. Aquilo foi literalmente um choque, como assim eu tinha pego a mala do Henry? Eu devia ter saído correndo com aquela mala, burra, burra, burra! – repetia em pensamento quando ele falou.

- Você é turista não é mesmo? Vai ficar aqui por muito tempo? Me diga seu nome.

Fiquei sem fala enquanto ele movia aqueles lábios lindos de onde saiam palavras. Sério mesmo, eu não podia acreditar que ele estava falando comigo. E parada igual uma lesada de boca aberta, só fui tomar consciência desse ato, quando ele sorriu constrangido.

- Ohh! Me desculpe, o que dizia mesmo? Se eu sou turista? Sim eu sou turista – disse em meu coreano decadente atropelando palavras e completei sem fôlego – Meu nome é Char.

- Me passa seu número Char? Poderíamos marcar algo enquanto estiver aqui – disse ele com um lindo sorriso.

- Ahn... você pediu meu número?  – disse sem acreditar e ele concordou com a cabeça, então comecei a gaguejar e sujar frio, mas na quarta tentativa consegui passar meu número correto para ele.

- Então até mais Char – disse ele com um sorriso tímido se despedindo.

- Até – respondi levantando a mão esquerda para acenar, mas meus pensamentos estavam muito lesados para que eu conseguisse fazer algum tipo de movimento.

Depois desse encontro, fui para o hotel com a agência de turismo e fiquei em um quarto com duas jovens chilenas que falavam rápido pra caramba e eu não conseguia entender nada. Passei o dia inteiro com o celular em mãos esperando uma ligação do Henry, mas nem mensagem da minha operadora eu recebia. Então no início da noite, Michelle disse que me levaria em um clube particular onde o SHINee cantaria. Ela conhecia o dono do local, então conseguimos entrar sem problemas. Então lá pelas tantas da noite, quem sobe ao palco? SHINee para a minha alegria que gritei, pulei, dancei e cantei todas as músicas com eles até que o show acabou. Assim que eles deixaram o palco, Michelle veio até mim.

- Então, gostou do show?

- Muito perfeito – respondi ainda sem fôlego e com a voz um pouco rouca.

- Você devia ter jogado o número do seu celular no palco, vai que eles pegavam? De repente até te ligavam para marcar algo – disse ela brincando.

Aquilo fez me lembrar de Henry e da minha mãe também.

- Tenho que ligar para a minha mãe – disse apressada e sai em busca de um lugar mais silencioso já que agora começava a tocar música eletrônica.

O lugar aonde a festa estava acontecendo, ficava no último andar de um pequeno edifício, e achando a sacada, fiquei ali e liguei para minha mãe. Por causa do fuso horário, no Brasil já era de tarde, e minha mãe me xingou até por eu não ter ligado antes, mas ao saber que eu estava bem acabou se acalmando. Enquanto eu estava ali, escutei passos de alguém se aproximando, mas não dei atenção até que eu desligasse a chamada. Foi então que olhei de relance para a pessoa para seguir de volta para a festa, mas aquele rosto me fez paralisar.

Na outra ponta da sacada estava MinHo olhando para a bela paisagem urbana que a sacada oferecia. Fiquei secando-o por tanto tempo, que ele olhou para mim e sorriu.

- Ya, tudo bem com você? – perguntou ele com aquela voz linda e seus olhos brilhantes indo de encontro aos meus.

- Ahn... tutu... tu... tu... do, muy bien – falei gaguejando com o meu coreano decadente e para completar ainda terminei a fala em espanhol, só para complicar mais as coisas.

- Espanhola? – perguntou ele sorrindo caminhando para mais perto de mim, e a única coisa que fiz foi assentir – Então baila comigo – finalizou sorrindo segurando com delicadeza as minhas mãos.

Apenas suspirei e sorri sem dizer nada e fui levada até o salão de dança. Como era música eletrônica, ele se afastou um pouco de mim e começou a dançar. Eu fiquei completamente paralisada enquanto o via dançar em minha frente, foi então que ele se aproximou com calma entrelaçando seus longos braços em minha cintura e puxando para mais perto de si, me fazendo dançar com forme a música. Eu sinceramente era minúscula ao lado dele, mas ele dançava tão bem e tão juntinho a mim, que apenas deixei meu corpo se levar pela melodia da música.

Ele realmente era um fofo e eu estava vivendo um sonho, que se repetia e repetia em minha cabeça todas as noites antes de dormir, mas então ele olhou de relance seu relógio preto de pulso e fez um careta.

- Já passou das quatro da manhã, eu tenho que ir – disse ele soltando minha cintura.

Fiz uma careta triste, não querendo me soltar dele, mas então ele aproximou seu rosto do meu e sussurrou no meu ouvido.

- Amanhã terá uma sessão de autógrafos na livraria Seoul Kim, apareça por lá – então me deu um beijo demorado na bochecha e me deixou.

Fiquei viajando por alguns minutos até que Michelle viesse ao meu encontro e me chamasse para ir embora. Chegamos ao hotel bem cedo, e só tivemos uma hora de sono, pois as atividades logo começaram. Durante a manhã perguntei para Michelle sobre a sessão de autógrafos e ela acabou confirmando que teria uma sessão as duas da tarde. Logo após o almoço, tomei aquele banho, me arrumei toda e peguei o endereço com a Michelle. Não parecia tão complicado chegar até lá, e eu iria de metrô. Então deixei o hotel sozinha e parti para a minha aventura.

Embora eu atropelasse um pouco a língua coreana, nada se comparava a minha leitura. De vez em quando eu até entendia algo do que eles escreviam, mas na maior parte do tempo eram todos homenzinhos palitos. E entrando no metrô e conferindo o mapa, segui o percurso normalmente descendo na segunda estação.

As informações em cartazes eram todas em hangul e de nada eu entendi, então caminhando perdida por aquele bairro desconhecido, pedi informações a um morador local. Ele me disse que eu havia pego o metrô errado e eu me perguntei como aquilo era possível. E tentando voltar para a estação, me perdi mais ainda no bairro. Já era uma da tarde quando consegui achar a estação, porém quando fui passar pela catraca, não achei meu cartão de passe, e o jeito foi dar meia volta e seguir andando até a livraria. Depois de andar muitas quadras, meus pés doíam, meu pulmão ardia, meus olhos já não enxergavam mais nada e eu sentia a pele inteira do meu rosto ser cortada por cada vento que dava.

Cansada de tanto andar, simplesmente parei no meio da calçada e sentei no meio fio. As pessoas passavam por mim e me ignoravam, e aos poucos fui abstraindo no ambiente. Então senti minha cocha vibrar. Em primeiro momento, dei um pulo assustada, mas então me lembrei do meu celular e o peguei. O número não aparecia, mas atendi assim mesmo dando ‘Alô’ em português.

- Oi... Aqui quem fala é o Henry, é do celular da Char? – perguntou a voz do outro lado em coreano.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que esta meio fraquinha, mas essa é a minha primeira fanfic e eu prometo que ela terá mais ação no futuro. Não percam o próximo capítulo ;D
by: Mc =]