As Roseiras

Eu não consigo dormir depois do sonho esquisitíssimo que tive, espero as pessoas acordarem, enquanto faço isso imagino o tempo passando rápido e tudo o que aconteceu na minha vida até agora passa como um flash. São pensamentos, pensamentos que invadem a minha cabeça, pensamentos demais para uma pessoa só. Pensamentos e coisas bobas que aconteceram ao longo de um tempo, pode ter sido ao longo de um flash de segundos ou em meses não importa, o que importa é que eles geram memórias que eu não gostaria ter que lembrar fantasmas do passado que me assombram. Os fantasmas me fazem ficar cada vez mais fraca e as lagrimas caem na frente de todos, destruindo a reputação de forte que eu tentei criar ao longo de anos, tudo isso acontece porque eu não aguento mais.

Eu paro de chorar por um minuto e o silencio ta muito foda, decido sair e buscar alguma coisa para comer, porque tipo tem umas 24 horas que eu não como, na verdade desde que eu cheguei nesse inferno (literalmente), o problema é que do jeito que aqui é eu vou ter que comer carne humana!

Eu procuro um lugar que tenha decência o suficiente para uma pessoa comer, até que eu ouço passos atrás de mim, fico com medo e fujo. Pode ser um dos filhos dos diabos ou sei lá o que mais, entro numa sala toda empoeirada, facas sujas de sangue e uns aparelhos estranhos como pinças e alicates todos sujos também, mas o que é mais estranho: O sangue é recente! Como pode ser tão recente se todas as pessoas que estão vivas estão aqui e o diabo não mataria ou torturaria seus próprios filhos. Ou torturaria?

Simplesmente impossível de responder, então ouço a porta abrindo e meu coração dispara, eu entro debaixo da maca de cirurgia e fico lá respirando forte torcendo por o que quer que seja não me veja ali, vejo uns sapatos de camurça pretos passando por perto de mim, encolho e me encosto-me a uma das barras de ferro da maca só que minhas costas fazem barulho ao encostarem-se à barra de ferro, os sapatos pegam o lençol branco o puxam me revelando a visão de Ray.

Ela fica rindo, deve ser da minha cara de desespero ou de susto, ou de quebra de expectativa, ou de tudo.

- Não tem graça!- digo limpando minha calça com a poeira que tinha debaixo da maca.

- Fala sério, sua cara de susto foi hilária, mas ou minha filha, o que você está fazendo aqui á uma hora dessas da manhã?

- Procurando comida.

- Você não sabe que todo o dia ás 8 horas o Dorian leva comida para todo mundo?

- Sério?

- Sim.

- Ou, mas o Dorian não tem medo de não ficar no abrigo a noite?

- Também não sei qual é a dele, deve ser algum tipo de louco.

-mas é um louco lindo fala a verdade!

-o que foi que disse?

-nada, vamos voltar estou faminta.

Chegando ao abrigo vejo Dorian dando comida as pessoas e também reparo que ele tem uns ferimentos que estão sangrando um pouco, mas nem liguei para isso.

Durante a tarde fomos até o pátio principal olhar as roseiras fiquei com medo, mas Dorian disse que o demônio perde o poder quando está perto das roseiras, mas  estranhamente Dorian não quis ficar com a gente disse que tinha “coisas” a fazer. Enquanto isso eu aproveitei a chance de conhecer as pessoas do abrigo.

Primeiro vou falar da Ray:

Ela foi uma das primeiras pessoas do abrigo e foi a mais torturada o demônio vivia atrás dela.

Bob:

Foi o primeiro a chegar viu o hospital ser construindo, achei estranho, pois não tinha cara de ser tão velho assim, mas voltando ao assunto bob chegou com sua namorada Rubi que decidiu viver ao lado do demônio como sua esposa e foi com ela que o demônio teve os três filhos.

Fred:

Fugiu de casa com 14 anos pensou que seria seguro passar sua primeira noite fora de casa no hospital, mas não deu certo.

    Jake:

Era um modelo que se escondeu no hospital para fugir das fãs.

Anastácia:

Entrou no hospital procurando seu gatinho que avia fugido.

Melany:

Era uma pequena garotinha que aparentava 10 anos, mas disse que tinha 15(vê se pode?!?)

Ela disse que entrou aqui enquanto brincava de esconde-esconde.

Ficamos um tempo nos conhecendo até que ouvimos um grito apavorante vindo da zona oeste do hospital, parecia que alguém estava brigando saímos correndo até o abrigo ficamos lá por uns 30 minutos até que Melany decidiu sair, tentamos impedi-la, mas de nada adiantou ela saiu correndo e voltou pouco tempo depois junto com Dorian todo machucado, sangrando todos foram ajudar a cuidar ele, perguntamos o que tinha acontecido, mas ele não quis disser nada...

Estou preocupada com ele, sério, ele vive aparecendo com machucados ou muito perturbado mesmo, desde o primeiro di em que cheguei aqui, ele estava suando frio e perto das roseiras, lembrem que eu disse que ele tava machucado? Pois é.

Tem alguma coisa acontecendo e eu vou descobrir  de qualquer jeito, Dorian foi uma das pessoas mais acolhedoras desse lugar desde que eu cheguei, vou retribuir sendo amiga dele e dando apoio no que ele precisar.