Little New Life escrita por Lady Holmes


Capítulo 12
Detenção com o diabo


Notas iniciais do capítulo

Capítulo bônus, só porque eu escrevi bastante hoje. Boa leitura.



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Chegou sábado, e ao invés de como havia planejado, que era passar horas deitada na grama conversando com Jesse e depois aprender alguma coisa nova com Mione eu tive que me dirigir a masmorra do Snape para um dia de detenção com Slater.

- Você não pode ir comigo Jesse! - Disse em quanto descia as escadas ao fantasma gostoso de 150 anos ao meu lado.

- Eu não posso deixá-la ir sozinha Suzannah. Slater vai estar lá.

- Eu sei me virar. - Disse abrindo a passagem e saído para o corredor. Ainda era cedo a ninguém, ou quase ninguém havia levantado.

- Ainda sim, vou com você hermosa. - Mesmo ele falando a palavra com H eu não poderia, você sabe, deixar que ele fosse junto.

- Jesse, não sabemos se Snape tem outra daquela caixa e nem se ele percebeu a falta dela. - Snape não havia reclamado da falta de nenhum objeto desde terça-feira passada, mas ele, as vezes, ficava olhando para mim com certo ódio então não sei bem o que dizer.

- Hermosa... - Eu segurei minha vontade de beijá-lo, que era mais forte que as outras vezes e então sorri.

- Jesse, eu ficarei bem, e se não ficar eu lhe chamo. - Ele ainda estava bravo, eu iria entrar no salão para comer alguma coisa antes de ir para a sala do ranhoso. - Fique um tempo com Jake, ou quem sabe, com os milhares de fantasmas presos aqui no castelo. - Disse sorrindo e entrando.

Não havia muita gente no salão. Três ou quatro pessoas sentadas a mesa da grifinória quando cheguei, nenhuma na corvinal, cinco na lufa-lufa e seis na sonserina. Me sentei a mesa pegando uma xícara de café bem quente e um pão com manteiga. Comi em silêncio e sozinha até que ele apareceu. Era um garoto que deveria ter uns dezessete anos, usava uma camiseta metade amarela e metade preta, que pude observar era da Lufa-Lufa, usava uma calça de esporte, daquele tipo adidas não que ele soubesse, eu acho, preta com listras amarelas. Tinha o cabelo de um loiro escuro e olhos azuis escuros e penetrantes. Ele simplesmente apareceu, como qualquer fantasma fazia.

- Você é a mediadora?

- Depende, você vai querer me matar? - Ele pareceu confuso, mas eu nem ao menos dei atenção ao fantasma.

- Na verdade, não. - Então ergui meu olhar da xícara de café e realmente encarei o garoto.

- Então, sim, eu sou a mediadora. - Disse baixinho, não queria que os outros pensassem que eu era louca. Ele sorriu estendendo a mão que eu ignorei e arqueei uma sobrancelha.

- Ah, bem, desculpe-me. - Eu me limitei a sorrir. Mesmo que eu tivesse meu fantasma particular de 150 anos, esse que estava na minha frente era bem bonito e era um desperdício estar morto.

- Eu só não gosto... Você sabe, de contato físico. - Ele fez que compreendeu e sorriu. - Mas então, o que te mantêm por aqui?

- Hã? - Ele pareceu confuso. Revirei os olhos, só o que me faltava, um fantasma que nem ao menos sabia o porque estava preso aqui.

- Porque você não foi para a terra dos bruxos e bruxas bonzinhos depois que eles morreram?

- Ah, eu não sei. - Ah, claro, porque eu preciso saber, se tem a mediadora que pode descobrir. E daí se ela ficar em detenção e quebrar alguns ossos, é o trabalho dela. E toda vez que um fantasma assim aparece é que eu me pergunto: Que foi o idiota que distribuiu esse dom por ai?

- Tudo bem, mas para que eu possa ajudá-lo precisarei que você descubra o que prende aqui...

- Cedrico, Cedrico Diggory. 

- Suze. - Olhei para o relógio e percebi que se não corresse chegaria atrasada a detenção e isso, provavelmente, significaria outra.

- Olha Cedrico eu realmente tenho que ir, quem sabe... Hoje a noite na torre da grifinória, tudo bem pra você? - Ao invés de ele responder ele simplesmente se desmaterializou, como qualquer outro fantasma. Ótimo, era tudo que eu precisava.

Sai correndo em direção a masmorra e cheguei exatamente no horário.

- Em cima da hora Srta. Potter? - Snape sorriu sarcástico. Paul já estava ali, sentado com cara de entediado. - Hoje os senhores irão catalogar esses ingredientes. Não são muitos, mas terá que ser tudo a mão no modo trouxa. Não que a senhorita tenha algum problema com isso não é? Já que é conhecedora das artes trouxas para arrombar portas... - Opa, eu me limitei a abrir um sorriso amarelo e me sentei na frente de Paul pegando uma bolinha marrom estranha. Ao meu lado havia um livro para poder reconhecer as coisas que eu deveria catalogar.

- Vou deixar os pombinhos a sós. - Snape disse rindo e me deixando um pouco mais furiosa. Mas por fim eu apenas ignorei a presença de Slater e continuei a catalogar aquelas coisas. Provavelmente era hora do almoço quando Snape apareceu com dois pratos cheios com arroz, batata assada e um pedaço de carne desconhecido. Havia também duas taças onde surgiu um suco desconhecido mas com um sabor muito gostoso. Comemos e toda vez que o prato esvaziava, ele se enchia novamente até não querermos mais.  Por fim continuamos a catalogar, sempre em silêncio, aqueles ingredientes.

Eu chutaria que era por volta das seis e meia da tarde quando Slater suspirou e disse:

- Tudo bem, temos que fazer trabalho escravo mas tem que ser tão desconfortável assim? - Eu me limitei a encará-lo. - Vamos lá Suze, pelos velhos tempos.

- Você ajudou o cara de gancho, - leia-se, Snape e seu nariz em forma de gancho, -  a prender Jesse em uma caixa que provavelmente ele fiaria louco.

- Mas você soltou seu amado Jesse e tudo se resolveu, não foi? - Dei de ombros e percebi que ele não estava mais a minha frente e sim ao meu lado.

- Suze, você é uma deslocadora como eu. Precisamos nos unir. Eu posso lhe ensinar coisas novas, como voltar aquele mundo que você tanto odeia e muitas coisas mais. - Me lembrei de Voldemort e seu papo de união daquelas noite e um frio na espinha percorreu meu corpo.

- Prefiro passar o resto do ano cumprindo detenções. - Disse, dando de ombros. Mas ele não se afastou como era meu desejo, ele se aproximou mais ainda.

- Você tem que parar de negar que sente algo por mim, seja ódio ou atração. - Obviamente é ódio seu demente! O que você pensa que está fazendo? Mas eu não tive chance de verbalizar meu descontentamento já que ele cobriu minha boca com a dele.

Eu tenho que admitir, mesmo que meu coração batesse por Jesse, e ele batia, com toda a certeza, eu não podia negar que o beijo de Paul era bom. Não tão bom quanto o do Jesse, mas, sei lá, era bom saber que alguém me queria, em quanto quem eu queria não estava nem ai pra mim. Ele podia ser um crápula, um nojento, mas mesmo assim eu não o afastei. Eu retribui. Quando Paul se afastou de mim, eu estava mais vermelha que um pimentão e muito ofegante.

- Eu sabia que sentia alguma coisa por mim Suze, se você ao menos me permitisse eu lhe ajudaria a esquecer o fantasminha e você poderia viver a sua vida, com alguém que seus amigos e sua família possa ver. - Eu não tinha ação, eu havia retribuído aquele maldito beijo, e pior, eu havia gostado. O que estava acontecendo comigo? Eu me limitei a encarar Paul, com os olhos semicerrados e dizer:

- Se me encostar novamente, seus espermatozóides serão espermatozóides mortos. - Ele riu e voltou ao seu lugar. Por sorte havia apenas mais alguns minutos de detenção e tão logo Paul sentou, Snape apareceu nos mandando para janta.

Quando dobrei o corredor, em menos de segundo depois que Snape havia nos mandado sair, Jesse se materializou ao meu lado.

- Fugindo de Slater? - Quando ele falou o nome de Paul meu coração pulou e eu quase tive um treco ali mesmo, murmurei um sim e continuei andando em direção ao salão. Eu precisava de gente, era isso, gente para que eu não pudesse falar com Jesse e pudesse esquecer o beijo de Slater.  

- Hermosa, o que aconteceu?

- Aconteceu? Aconteceu nada Jesse, está tudo... Bem. - Disse da maneira que pude. Ele me encarou, duvidoso, mas deixou por isso ai.

- Não acha que está na hora de mandar uma carta a sua mãe e ao Padre D.? - Eu havia pensando nisso no meio da tarde, antes é claro, de Paul me beijar.

- É, acho que sim, farei isso após a janta... Ah não.

- Ah não o que? - Jesse parou na minha frente, antes que eu pudesse fugir e entrar no salão.

- Teremos uma pequena visita essa noite. - Jesse me olhou preocupado, mas ao invés de eu explicar eu apenas desviei dele e entrei no salão. 


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Notas finais do capítulo

Viram quem apareceu? E ai, será que ele vai arrumar alguma confusão? ^^