Voleur Sinderella escrita por Pequena em Paranoia


Capítulo 5
Capítulo 5 - Under Cover Of Darkness


Notas iniciais do capítulo

A grande noite hohoho



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Auckland, Nova Zelândia. 14 de Outubro.

Charles tomou fôlego e entrou na porta. Maxine estava acariciando o bichano e deu de cara com o enteado abrindo a porta lentamente, não tinha ido à faculdade naquele dia e cheirava à poeira, fazendo com que ela tampasse o nariz com um lençol caro no instante em que pôs os pés para dentro do quarto.

– A que devo a sua visita repugnante e inesperada? – ela disse com uma voz mais irritante que o de costume.

– Maxine, lembra daquilo que conversamos...?

Ela continuou com a mesma expressão, refletindo o desgosto no ar que respirava. Charles não queria falar nada em falso, Eudes estava bem ao seu lado com uma caderneta. Nas últimas semanas aquele homem se tornou uma pedra em seu sapato, um desgosto em forma de gente.

– Aquilo...? – ela retrucou áspera.

– Vou passar o fim de semana com uns amigos.

– Você não tem amigos. – tossiu Eudes, com o rosto virado para Maxine, propositalmente.

Charles lançou um olhar que poderia ser considerado ameaçador para o detetive, mas ele fez menção de nem percebê-lo, olhando para o teto. Maxine também não estava prestando atenção a nenhum de seus movimentos, tinha uma paciência que raramente lhe dava as caras e mantinha Eudes por perto sempre em prol de alguma gafe nas ações do enteado.

– Meu bem, não pode sair esta noite. – ela disse com quase desdém.

“Que novidade.” Ele ria em seus pensamentos.

– Por que não, madrasta? – ele disse com simplicidade e um sorriso torto.

Maxine retirou o lençol do rosto e se sentou na beirada da cama, parecia até uma pessoa uma pessoa de bom coração falando. Parecia.

– Hoje eu e as meninas vamos sair. Temos uma festa e não queremos que a casa fique sem ninguém, algum ladrão pode entrar. – ela deu um risinho cínico, com o qual qualquer pessoa sentiria necessidade de pular no pescoço.

– Que festa? – ele congelou por alguns instantes – Vocês não mandaram que eu arrumasse vestido algum ou marcasse nenhum salão...

O cenho dele ficou nervoso, realmente tenso.

– Ah, meu bem, vamos para uma festa no Hotel Claire les Nuages! Coisa de gente que tem dinheiro, sabe como é?

Charles escutou. Pensou uma vez. Pensou duas. Se o inferno estivesse realmente próximo, Maxine seria o diabo. Seu sexto sentido a alertava toda vez que ele precisava de algo e ela fazia tudo para que não acontecesse. Naquela noite seria um dos trunfos de Sinderella, ele não queria que nada o atrapalhasse e justamente o demônio previu nas profundezas do inferno que seria aquela data a melhor para infernizar sua vida.

– Mas nós já tínhamos combinado, não? – ele se segurava, mordendo o lábio inferior como uma menininha.

– Oh, sinto muito, mas é impossível. Eu e as garotas já alugamos os vestidos. – Maxine falou abrindo o máximo que podia os lábios repletos de botox.

Segurando as pontas ele levantou e fez uma leve reverencia com a cabeça e uma expressão esbaforida, ironizando:

– Se a senhora manda, eu devo fazer sua vontade...

Ele se virou antes que ela tivesse um lampejo. A maldade subiu a cabeça da madrasta que riu em seus próprios pensamentos, agradada com a idéia que tivera.

– Espero, querido. – ela murmurou se levantando.

– Senhora? – ele se voltou para a madrasta rapidamente, numa esperança realmente inocente.

– Se quiser ir tenho uma proposta a você. – então Charlie desencantou – Sabe o chão da sala de jantar? Está horrível, você bem que podia polir o assoalho. Além das vidraças do primeiro andar, aquelas do corredor dos quartos das meninas, podia mudar o vidro da terceira. Tem também o lustre do salão que está sujo e algumas vezes vi as luzes se apagarem. Teria como você remendar a toalha francesa que ganhei de Tânia? Está furada. Também poderia pegar os papeis que o nutricionista mandou e aprender aquelas receitas. – e de repente seu tom mudou de falsa delicadeza para ordens severas – Arrume as cadeiras do jantar, estão rangendo nos meus ouvidos constantemente, as prateleiras do alto armário de Rhonda estão repletas de aranhas, as cortinas de meu quarto fedem a mofo, fazem séculos que não vejo o chão da garagem limpo.

Eudes abafou um riso e a cada palavra de Maxine as palavras se embaralhavam mais na cabeça de Charlie.

– Só isso? – ele riu meio irônico.

– Creio que terminará antes das sete, já que quer ir para a tal viagem, então acho que ainda consegue arrumar o cano da pia do banheiro de Rosie. – sorriu Maxine.

Charles saiu desejando bater os pés no chão como suas irmãs. Ainda sim, não ia deixar que ela o detivesse. Nunca deixou e não seria aquela a primeira vez, disso ele se garantia. Rato e ele tinham feito todos os preparativos para não serem reconhecidos, nem por Claire Perrault, amiga de Rato, nem por ninguém, agora ainda mais por Maxine.

Ele saiu com passos rápidos pelas escadas do casarão, passando rapidamente por Rose, que fez menção de falar com ele, mas a ignorou. Seus passos foram largos e ele quase correu até a garagem, fechando o mais rápido possível o portão. Tinham muitas prateleiras de metal com ferramentas nos cantos, além dos três carros no meio e as tralhas espalhadas pelo chão.

– Acerte se for capaz... – disse Charles ao telefone.

O que aconteceu? – a voz era de Rato do outro lado da linha.

O loiro se recostou no carro e deu um longo suspiro.

– Maxine estará no Hotel hoje à noite, não quer que eu vá e está colocando o servo imbecil para me vigiar, o que faremos a partir de agora?

Deixe-me pensar um pouco. Mais tarde posso te ligar?

– Desde que não conte nada à Marianne, fiquei à vontade.

Quando desligou o celular deu uma última olhada na garagem, como se procurasse por algo ou alguém que pudesse escutá-lo. Nada viu. Nada ouviu.


.


– Rose! Sua vaca estúpida e gorda! SAIA LOGO DO BANHEIRO!

A porta continuou fechada e Rhonda estava quase perfurando a madeira de tanto bater com força. TOC TOC TOC.

– Se continuar batendo assim vai acabar quebrando, sua mãe vai ficar com raiva... – Charles dizia, passando por detrás de Rhonda com uma cesta de roupas das irmãs.

A moça lançou um olhar reprovador enquanto via que ele passava jogando em cima da cama as várias roupas. Entretanto, ele não deu importância e começou a dobrá-las, o que fez com que ela continuasse a bater ferozmente na porta do banheiro.

– Vamos! Saia já! Eu tenho que terminar de me arrumar! – continuava Rhonda.

A porta abriu e Rose colocou o rosto coberto de máscara esverdeada para fora.

– Dá um tempo, maninha! Eu também tenho o direito de ficar bonita! – berrou Rose como se brigasse com Rhonda – Você pode usar o banheiro da mamãe, eu estou realmente ocupada!

– Se eu fosse vocês duas já teria me vestido... – murmurou Charles, chamando atenção das irmãs – Tem que estar prontas antes de Maxine e, devo dizer, ela já está quase pronta.

As duas saltaram para trás com os olhos arregalados e correndo de um lado para outro, jogando para cima tudo que tinham de maquiagem, vestidos e jóias. Ele até que achava cômica a situação, sendo empurrado para fora do quarto quando as duas começaram a tirar as roupas e experimentar o que tinham.

Subiu as pequenas escadas para o sótão com o resto das roupas e guardou-as ao lado de sua própria cama. Tinha que se vestir rápido, já tivera terminado todos os serviços naquela mesma tarde, algo sobre-humano deve-se constatar.

Os minutos passaram tão rapidamente que quando o barulho da limusine soou, Maxine já estava com seu vestido abarrotado de brilho e laços vermelho-berrantes, enquanto as duas irmãs desciam as escadas, também com roupas escandalosas que chamavam a atenção de todos.

– Lindas! Maravilhosas! – Maxine dizia com os olhos brilhando sobre as duas filhinhas.

Ao lado dela estava Eudes Byron com sua roupa de sempre, o mesmo terno marrom e a blusa manchada.

– Minha querida, sua limusine a espera... – disse abrindo lentamente a porta.

– Muito bem, muito bom... – sorriu Maxine com uma expressão assombrosa – Mas antes, onde está o cachorrinho do Charles? Aquele menino ingrato, por que será que se esconde?

Do outro lado do salão de entrada, entretanto, o ranger das dobradiças chamou a atenção de todos. Da cozinha, Charles entrou carregando um mochilão nas costas como se fosse viajar realmente, entretanto a madrasta o olhou de cima a baixo, reprimindo os lábios carnudos como se fosse brigar.

– Aqui estou. – disse com um leve sorriso. – Também já estou indo.

– Então conseguiu terminar todo o serviço?

– Sim, eu terminei. Fique à vontade para olhar o chão da sala de jantar. As vidraças do primeiro andar, lustre do salão, a toalha francesa, as receitas, as cadeiras do jantar, as aranhas, as cortinas e o chão da garagem. Tudo que mandou, além de um banho no bichano...

Maxine continuou com os olhos fixos, não piscou um segundo enquanto o enteado falava.

– Bom, creio que não haja motivos para que eu o impeça de ir, não é?

As duas filhas da mulher se entreolharam, como se estivessem pensando que aquilo fosse realmente ruim. Apesar disso, Rose ficou apreensiva, do contrário da irmã. Maxine, por sua vez, andou na direção dele, passando ao lado de um móvel com vasos de vidro, olhando para um deles e depois para Charles. Ela bateu sua mão no vaso que caiu e quebrou-se em centenas de pedacinhos cristalinos.

– Acho que esqueceu isso...

O sorriso de Rhonda e de Eudes foi malicioso, enquanto Charlie apertava o próprio punho, mantendo uma expressão vazia.

– E que tal ali? – Maxine continuou, andando na direção de uma pintura enorme de rosas.

A mulher derrubou o quadro. Olhou para o outro lado e foi até outra mesinha, puxando a toalha que tinha a baixo, jogando flores, água, vidro e barro tudo no assoalho. Maxine deixava tudo de cabeça para baixo.

– Mamãe, o que está fazendo? – disse Rose baixinho.

Mas Maxine lançou para ela um olhar que a calou rapidamente, em seguida voltando sua atenção para Charles.

– É o seguinte, cachorrinho... – começou a mulher de maneira amarga e maldosa – Você é meu. Quando digo que você é meu significa que faz o que eu mando enquanto eu tiver a herança de seu pai e tudo que possa te colocar na justiça. Infelizmente, não quero que saia hoje.

Charles virou-se lentamente e foi para a cozinha, pegando uma pá e uma vassoura, imaginando-se verdadeiramente um cão com o rabo entre as pernas.

– Eudes, quero que fique de olho no fedelho. – murmurou Maxine, vestindo o casaco de pele pesado e indo para fora. – Venham meninas.

Rhonda empinou o próprio nariz e seguiu a mão, mas Rose olhou para trás duas vezes antes de fazer o mesmo.

– Mamãe, para que tudo isso...?

– Querida – disse a velha com um sorriso – tenho que cortar as asas de seu meio-irmão. Deveria tê-lo feito antes, mas não foi possível...

Assim, a última visão que Charles teve antes de Byron fechar a porta foi de ver Rose o olhando com ternura e pena, olhar que ele não gostava.

– Megera... – sibilou Charles para que ninguém além de sua própria consciência escutasse.

– Ah, garoto, não vamos dificultar a convivência, não é? Além do mais, vou ficar aqui até que sua madrasta volte.

Eudes começou a andar no casarão como se fosse seu próprio, olhando por todos os cantos com um brilho de interesse nos próprios olhos. Ao contrário dele, Charlie limpava a bagunça que a “patroa” tinha feito, sempre com uma visão atravessada para o convidado que o “vigiava”.

Olhando para todos os lados ele levou os cacos para a cozinha, pegando o celular o mais rápido que pôde e ligando para Rato.

– Estou preso. – disse ligeiro.

Como assim? – berrou Rato.

­- Eudes Byron está de vigia, ou seja, eu estou encurralado. Vou precisar fugir...

Você está me dando muito trabalho, Charlie haha. Tudo bem, vou falar com alguém, tente ao máximo sair de casa!

Num click ele desligou o celular e ficou rindo sozinho. Quando saiu para ver como Eudes estava, o encontrou dentado na poltrona velha que Maxine tinha na sala da televisão, com os pés para cima e a camisa desabotoada, mostrando a devastada visão de sua barriga peluda e flácida.

O loiro passou por detrás dele, observando o programa de comédia entediante dos anos 80 que assistia e ria como louco.

– Garoto, que tal fazer a gentileza de pegar uma garrafa de cerveja para mim? – disse Eudes sem despregar os olhos da TV.

– Vai me deixar sair de casa? – o outro riu ironicamente.

– Não mesmo...

Acabou por dar entre ombros e foi rapidamente para a cozinha novamente. De repente um lampejo de idéia passou pela cabeça do jovem Charles. Ele correu para as prateleiras altas, as que continham os remédios secretos de Maxine.

– Garoooto! O que está fazendo? – a voz de Eudes era estridente. Não era para menos que tinha perguntado, Charlie estava mexendo freneticamente entre os vidros, fazendo muito barulho.

– Procurando uma caixa do cereal que minha madrasta usa nos tira-gostos! – mentiu ele, continuando a busca.

Foi quando encontrou o frasco pequeno e modesto que tinha uma tira com o nome “Zolpidem” da Intermezzo dos Estados Unidos. Era um remédio que Maxine usou tempos atrás quando teve problemas com insônia. O sossega-leão perfeito para a situação, além de ter efeitos colaterais como amnésia e diarréia. Olhou para o relógio rapidamente, já eram quase dez horas, e correu para a geladeira, colocando muitas gotas de Zolpidem na cerveja de Eudes.

– E os petiscos? – ele perguntou ao receber a cerveja gelada e já aberta, colocando o gargalo na própria boca.

– Ela deve tê-los escondido em algum lugar, depois eu procuro mais. Estou um pouco cansado de tanto trabalho e vou subir.

O tom de Charles era tão calmo que, supostamente, Eudes Byron não se deu conta de absolutamente nada, virando a bebida entre vários goles.

Quinze minutos. Apenas quinze e o ronco era quase insuportável de se escutar. Charlie ficou olhando com um ar de nojo para a baba que escorria pela boca do detetive de meia-tigela, perdendo a concentração de tal cena quando olhou para o relógio e subiu para seu quarto a fim de pegar a mochila com o smoking e tudo que precisaria em seguida.

A pressa foi tamanha que um único som interrompeu sua concentração.

DING DONG.

Era a campainha e sua carona teria chegado. Entretanto, quando finalmente abriu um sorriso e desceu as escadas do sótão deu de cara com o corpo de Eudes em pé, bem a frente da porta, batendo-a com extrema força.

Eudes tinha acordado.

– Mexendo com soníferos, não é, jovem Charles? – ele disse, ainda virado de costas – Devo dizer que quase fui enganado por sua peripécia.

Quando ele se virou tinha uma expressão de fanatismo, o que não foi agradável de ver já que, na concepção de Charles, ele teria tomado mais do que necessário para dormir até as quatro da tarde do dia seguinte.

– Quem era na porta? – disse Charles, tentando mudar o foco.

– Seu amigo Jack Lourette. Ele parecia meio apreensivo quando me viu... Não estava planejando fugir, estava?

Eudes pegou o braço de Charles num puxão, que, apesar de ser mais forte, não ousou fazer nada contra o detetive maluco. Ele levou o loiro para seu quarto no sótão novamente e trancou a porta com três das quatro trancas que tinha na porta, sem fazer um pio em seguida.

O primeiro impulso foi pegar o celular e reportar para Rato o ocorrido, mas o tinha deixado na cozinha. Agora era demais, se Eudes colocasse o ocorrido no processo seria o fim de suas chances pela herança, seria considerado irresponsável e perigoso.

De repente um enorme baque e vidro quebrado ele escutou. Não era apenas um barulhinho de vidro, tinha que ser algo realmente grande para que pudesse escutar tão nitidamente de seu quarto. Foi rápido e quando percebeu as trancas de seu quarto já eram retiradas com vários empurrões na madeira.

– Você dá muito trabalho, meu rapaz...

Na porta entreaberta o sorriso de Wallace Ruther, adentrando no quarto do enteado rapidamente.

– Padrinho! – ele disse surpreso – O que o senhor faz por aqui?

– Eu não lhe disse que ajudaria neste último caso? Vim aqui justamente para isso...

Os dois deram um longo abraço antes de descerem, querendo sair o mais rápido possível daquele casarão.

Charles até riu um pouco e ficou observando Eudes deitado no chão com os cacos de vidro por perto, imaginava o que Wallace teria feito.

– Não se preocupe, nunca vai saber o que o atingiu. – disse Wallace calmamente, abrindo a porta para o sobrinho – Só entrar no furgão...

O Furgão. Utilizado sempre que Rato e ele estavam em uma operação, era um carro grande e com adesivos de lavagem a seco, roupas delicadas e bolhinhas de sabão espalhadas por todo lado. E quando os dois entraram viam apenas amontoados de telas e computadores com um homem vestido em preto olhando como se estivesse com raiva para Charles, ao seu lado estava Rato vestido com roupas de gala e um fone enorme em seus ouvidos.

– Chegou tarde, parceiro! – riu Rato com leveza.

– Onde estão as coisas? – disse Charles logo após apertar a mão do amigo.

Ele sobrevoou seu olhar rapidamente pelo interior do furgão vendo uma sacola enorme.

– Aí mesmo. Pode pegar logo o de sempre, e coloque as escutas invisíveis o mais rápido que puder, temos que praticamente voar para o Hotel.

Mas antes de qualquer movimento, Wallace colocou uma sacolinha fechada na frente de Charles.

– O que é isso? – sorriu Charlie.

– Apenas um presente para que fique... Bem vestido, digamos assim.



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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado *-* próxima parte ele vai se encontrar com a Claire e teremos o tão grandioso roubo!
UNDER COVER OF DARKNESS é uma música da banda The Strokes



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