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Mantive meus olhos nos deles, eu não conseguia me mover, não conseguia ter nenhuma reação, por alguns instantes eu tive que me lembrar de como se respirava, foi muito tempo sem vê-lo, respirei fundo e me obriguei a continuar andando, ele não desviou os olhos de mim, mais também não falou nada e nem fez nada, mais manteve seus olhos nos meus  e isso me deu força pra continuar, o seu olhar estava brilhando porem estava um pouco triste, eu pude notar isso, pois pela primeira vez eu vi tudo aquilo que eu pensei que não veria naqueles olhos que sempre me passou segurança.

Cheguei perto dele e ele se levantou e ainda continuou olhando profundamente dentro dos meus olhos, eu não sabia o que fazer e o que falar.

Isa: érr.. oi? – tive que falar alguma coisa, ele não falava nada, apenas me olhava – como você esta?

Gustavo: to indo na medida do possível e você? -  o tom de voz dele estava muito diferente,ele estava conversando comigo de um jeito frio, eu  não estava gostando nada disso.

Isa: com saudades – fiz um gesto de chegar perto dele, mais ele se afastou.

Gustavo: você esta melhor sem mim. – ele falou e virou as costas, me virei ficando de frente pra ele, e ficamos muitos próximos, apenas alguns centímetros de distancia nos afastavam.

Isa: e quem te disse isso? Foi por você que eu me apaixonei, foi com você que tive os melhores dias da minha vida, e eu sei que você ta precisando de mim, do mesmo jeito que eu estou precisando de você.

Falei isso e cheguei ainda mais perto dele, parecia que existia um imã que me atraia para ele. Não fiz mais nada, mais ele me puxou e me abraçou. Ficamos um tempo abraçados, eu não queria estragar esse momento, eu sentia que se afastasse dele, ele poderia acabar com tudo isso, então resolvi ficar parada, nos braços da pessoa que eu mais amo e que me passa uma segurança inexplicável.

Gustavo: como que eu sinto a sua falta – ele falou mais baixo, acho que não era pra mim escutar mais eu escutei.

Isa: tava sentindo muita falta de você.

Nos afastamos, voltei a olhar nos olhos dele, ele ainda estava com as mãos na minha cintura, acho que ele não  notou o tanto que estávamos próximo. Ele me puxou e sentamos de um jeito que fez eu ficar de frente pra ele.

Gustavo: sabe Isa, eu não vou negar pra ninguém, principalmente pra você e pra mim mesmo, eu te amo de um jeito que é maior de tudo que eu conheço, de um jeito que se você estiver feliz mesmo se não for comigo, eu vou estar feliz só por você estar, é um amor fora do normal, eu sinto que você tem que estar bem pra eu poder estar bem.

Isa: é do mesmo jeito que eu me sinto Gustavo, só que você não quer ver, que eu estou aqui, pra te ajudar, pra passar tudo isso com você. Se você estiver bem eu também estarei.

Gustavo: então Isa, eu não estou bem, mais eu quero que entenda que eu fico com muita vergonha de olhar pra você,e para os outros, eu sei que todos querem meu bem e tal, mais sei lá, é uma vergonha que eu prefiro me afastar.

Isa: então é isso? Você prefere terminar comigo do que deixar eu te ajudar? – meus olhos já estavam  cheio de lagrimas,mais eu seria forte o suficiente para deixá-las em seu devido lugar.

Ele pegou nos meus braços e fez com que eu ficasse mais perto dele ainda.

Gustavo: você já me ajudou como ninguém poderia, se eu estou aqui me recuperando é por você.

Não pensei duas vezes, o puxei e o beijei, eu estava precisando dele, e foi no beijo dele que eu pude perceber o tamanho do esforço que ele estava fazendo para poder olhar nos meus olhos e dizer tudo aquilo, eu pude sentir que não era verdade, e que ele mesmo estava tentando acreditar naquilo, mais depois desse beijo eu sei que foi em vão.

Isa: eu preciso de você, por favor, deixa continuar a te ajudar .

Gustavo: não dá Isa. É melhor terminarmos aqui, você merece alguém melhor do que eu.

Isa: por favor, Gustavo não faz isso, você é o melhor que eu posso encontrar.

Gustavo: desculpa, mais é isso.

Ele levantou e me deu um beijo na testa e saiu, fiquei observando ele andar, eu sei que ele está sofrendo. Mais porque ele terminou comigo? é isso que eu não entendo e nem entenderia, as lagrimas que eu estava tentando esconde-las caiu sobre meu rosto como se não houvesse nada e ninguém ali, eu não suportaria isso, perde-lo não,ele  foi muito especial pra mim, será que ele não sentia o mesmo? Eu debrucei minha cabeça na mesinha e fiquei ali, chorando, nada mais me importava somente ELE.

Depois de quase meia hora, levantei minha cabeça, e vi que tinha algumas pessoa me olhando, não importei com nada, levantei e voltei pra onde Mari e D.Marcia estavam.

Minha cara deve que estava horrível, porque assim que elas me viriam saíram correndo e me abraçaram, fizeram um monte de perguntas que eu não dei nem a importância de ouvir, apenas caminhei com elas até o carro, eu estava precisando do meu quarto, eu queria um colo de mãe essas horas, deitei no banco de traz do carro, e chorei, como jamais tinha chorado.

GUSTAVO NARRANDO:

Falar aquelas coisas pra Isa, doeu mais em mim, que alguém pode acreditar, ela era tudo pra mim, meu porto seguro, meu ponto de paz, o meu lugar no mundo onde eu posso passar o resto da minha abraçada. Mais eu tinha que deixa-la, eu não suportaria vê-la sofrendo de novo, não por minha causa, eu sei que ela me ama igual eu a amo, mais sem mim ela vai ficar melhor, eu acho.

Eu me esforcei tanto para não pega ela em meu colo, pra dizer “ei amor, vai dar tudo certo” mais eu tive que agüentar isso, se for para alguém sofrer, que esse alguém seja eu, eu procurei  com minhas próprias mãos isso tudo que esta acontecendo, eu não tenho coragem de olhar nos olhos dela e ver tudo aquilo que eu perdi, o meu amor pra sempre se foi, espero que ela seja feliz, mesmo sem mim.

Depois que eu virei as costas, minhas lagrimas caíram sobre meu rosto, e eu me obriguei a não olhar pra  traz, mas quando eu já estava fora de vista dela, eu a olhei e vi que estava sofrendo , não aguentei, minha vontade era de voltar lá e pedir desculpas e dizer que eu fui um idiota e um covarde de deixar a mulher que eu amo e sempre amarei, eu dei alguns passos na direção dela, fui andando mais perto e quando eu tava quase levantando meus braços para tocá-la e pedir desculpas e dizer que foi um erro, mais ela estava com a cabeça baixa, suspirando e eu pensei melhor e voltei pra onde ela não me veria. Eu não teria coragem de ser o mesmo com ela e com meus amigos. SIM ,EU ERA UM COVARDE. As pessoas que mais me ajudaram e que mais me apoiaram eu estava virando as costas, eu ACHO  que vai ser  melhor assim, só espero que eles me entendem e saiba que eles são os melhores amigos que alguém poderia ter, e espero que a Isa nunca esqueça que eu a AMO e sempre AMAREI e que ela é a mulher da minha vida.

A decisão do covarde aqui, estava decida, me afastar de todos, pelo menos ate ter certeza que eu estou 100% curado, voltei pra meu quarto e fiquei lembrando de tudo o que eu vivi com todo eles, e que eu não agüentaria viver sem ELA, mais eu tentaria, eu sei que isso  é o melhor pra ela.

ISA NARRANDO:

Adormeci no banco de traz, acordei com a Mari me chamado.

Mari: Isa, acorda, chegamos –abri meus olhos e por um momento eu pensei que estivesse tendo um pesadelo, mais aí a dor apareceu e pude ver que era tão real e não apenas um sonho. Sai do carro agradeci a D.Marcia e me despedi da Mari.

Mari: tem certeza que não quer que eu fiquei com você hoje?: - pela milessima vez ela me perguntou isso.

Isa: tenho Mari, obrigada, amanha eu estarei melhor, e nos encontraremos na escola, eu preciso ficar sozinha no meu quarto e colocar meu pensamentos em ordem.

Ela entendeu e voltou pro carro, eu fui direto pro meu quarto, tomei um banho e não consegui pensar em nada, apenas essa dor que estava dentro de mim, já estava me consumindo, coloquei meu pijama, eu não tinha noção de quantas horas era, quando olhei no relógio ainda era 17:00, pra mim parecia que o dia de hoje, fosse como um mês e não como apenas mais um dia.

Deitei na minha cama e tentei não pensar em nada, eu achava que não tinha mais lagrimas, mais mesmo assim eu continuei chorando e foi aí que adormeci.