Charlie escrita por Reet


Capítulo 21
20 - Danny, Danny!


Notas iniciais do capítulo

Oi. EU SEI QUE ESTOU MUITO ATRASADA MESMO, TIPO, MAIS DE UMA SEMANA, QUE TIPO DE MALUCA EU SOU OMG MATE-ME.
Mas eu tenho 1 desculpa! Okay, são duas... três.
Primeiramente, eu estava sem inspiração, ai tá, eu arranjei inspiração com a Leticia Figueroa linnnnnda que escreveu praticamente esse capítulo inteiro s2 bj let e vamos para a segunda desculpa.
Segundamente, eu tentei terminar Charlie (e agora só falta eu escrever mais 2 capítulos e fim), mas aí naquele dia faltavam 4 capítulos e eu vi que não iria dar certo, ai eu comecei a escrever By Your Side, minha fanfic do Tokio Hotel, e eu também tentei terminar, só que isso só me atrasou.
E terceiramente, tentei postar! Os capítulos só estavam aqui no netbook, e a internet FILHA DA EGUA só queria funcionar no notebook! Aí eu fiquei tentando entrar aqui por dias e não consegui. Só hoje, que eu percebi que a internet funciona em todos os computadores na sala... Mas enfim
CURTAM (:



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Charlie

Havia colocado meu casaco de frio, e estava sentada no sofá da sala depois que Danny e Gerard desceram e eu fingi que meu pulso estava doendo demais para descer de elevador.

Me pergunto porque disse essa coisa sem lógica, mas os Moritz sabem que eu não preciso de lógica.

Andy abriu a porta do flat com Lucas.

— Chars, eu acho que com esse pulso você não vai poder esquiar. – Andy protestou ao adentrar o quarto.

— Você tem cara de idiota e nunca te impediram de, por exemplo... Respirar?! – Eu grunhi para o idiota do Andrews. Lucas soltou um riso abafado.

— Você entendeu. – Lucas fez-se de esperto.

— Sim, entendi. – Revirei os olhos – O que eu vou fazer na fora do quarto de neve sem vocês? A única coisa que me agrada é a neve, o que eu não posso aproveitar. – Fiz birra.

— Para de show. – Andy falou tentando ser ríspido. Eu disse tentando. – Você fica no teleférico. Eu mando o Danny ir com você, só por precaução, já que eu não vou me responsabilizar se você se jogar lá de cima.

— Tem um teleférico naqueles poucos metros quadrados da sala cheia de neve? – Lucas se perguntou.

Ignoramos ele.

— Não quero ir, sabe, não estou me sentindo bem! Se o Danny quiser ir, chame a Julia, ele ficaria mais feliz com ela. – Dei de ombros e instalei meu sorriso amarelo e falso no rosto.

— Ciúmes, Chars?! – Lucas me fitou e eu fiz uma expressão indignada.

— Só meu buldogue consegue ter meus ciúmes raros. Só ele. – E depois completei quando vi que eles ficaram muito tempo em silêncio com aquelas caras indicativas de algo para mim – Danny não merece meus cíumes.

— Hm, sei. – Disseram em coro.

— Calem a boca! – Fitei meus pés, envergonhada. Não queria que eles vissem meu rosto completamente corado. – Vamos descer, se não os meninos e projetos de rockeiras fracassadas dão um ataque. – Eles riram e nós descemos.

(...)

— Sabe o que eu odeio? – Falei para o amigo imaginário que havia acabado de inventar. Solidão exige loucura. – Ver pessoas se divertindo e me ver sentada não fazendo nada. Eu também odeio a Julia.

— Você é muito idiota. – Uma voz surgiu atrás de mim.

— É você, Blu?! Pensei que comigo te inventando você iria me amar...

— Sou eu, Charlie! – Virei bruscamente e fiquei de todas as cores ao ver Danny me fitando. “Odeio a Julia”, tenho que medir minhas palavras!

— Ah, Moritz idiota, é você. – Disse não conseguindo disfarçar a voz trêmula.

— Prometi para Andrews que ia ao teleférico com você, não era?! Vamos.

— Não quero.

Claro que não ia falar que tinha pavor de teleféricos, altura, morrer, ir pro inferno e assim sucessivamente. Claro que não. Não ia me entregar a esse ponto nem se isso dependesse da minha passagem para o céu.

— E além do mais, a Julia não vai te esperar pra sempre. Vá lá com ela. – Disse sarcástica.

Ele bufou, mas não conseguia dissipar seu sorriso vitorioso do rosto. Ele deveria estar morrendo de rir ao ver o efeito que estava conseguindo em mim, voz trêmula, nenhum xingamento – quase nenhum, não sou tão forte assim – e um rosto completamente rosado e envergonhado.

— Mas EU quero ir. – Ele deu ênfase no eu, fiquei tentando procurar suas segundas intenções, que estavam claras em sua voz. Isso me deu vontade de ir. Muita vontade mesmo.

Me senti ridícula com os meus pensamentos, e hesitei bastante antes de levantar. Só ali percebi a extensão daquele lugar, nem parecia uma sala, meus olhos quase não conseguiam ver as altíssimas paredes.

Era praticamente uma sala que se estendia de altura por todos os andares do hotel, no meio do mesmo.

O banco já estava se aproximando de nós. Moritz foi o primeiro a sentar-se, logo em seguida eu. O homem fechou a catraca – se é que aquilo é mesmo uma catraca – e nós fomos subindo, subindo, subindo. Eu já estava desesperada e com os olhos fechados.

— Está com medo, Chars?! A mini-capeta tá com medo. – Danny provocou.

— Eu tenho pavor de altura, pavor. Eu to quase morrendo, não piore o momento me chamando de capeta, porque eu não sei se você sabe, mas é um apelido completamente tosco. – Desatei a falar.

— Você fica engraçada com medo.

— Eu não estou com medo, eu não tenho medo, Moritz idiota! RETIRO O QUE EU DISSE, EU TENHO MEDO! – Naquele segundo o teleférico parou, estávamos no ponto mais alto e eu só conseguia ver pequenas cabecinhas lá em baixo. Fo-deu.

— Claro que você tem medo, por dentro dessa forma grossa tem uma menininha fofa. – Ele mesmo riu do que disse, por mais que eu achava idiota, não consegui rir.

— Eu já conversei com você, seu filho da mãe, que eu não fui criada com amor nenhum. Se eu fosse tão grossa não estaria me controlando pra agarrar um idiota. – Foi a única coisa que consegui dizer.

O que? Existem mais de um milhão de palavras e eu precisava mesmo formar essa frase?

Arrependimento. Oh, arrependimento, por que meu ataque de idiotice tinha vindo justo nesse momento. Merda, mil vezes merda. E o trato no ar.

Pra completar fui ignorada, já que Danny parecia nem respirar, abri os olhos pela primeira vez desde que estava sentada naquele banco nada confortável. Ele olhava pra mim com uma cara completamente doce e surpresa. “Fazer essa cara maravilhosa só piora, Moritz!” Pensava nervosa tentando me controlar ao máximo.

— Ainda bem que você não é assim tão grossa quando está sozinha comigo, seria um péssimo desperdício. – Se aproximou de mim, ele olhava nos meus olhos feiosos e verdes.

— Larga de ser imbecil – Afastei seu rosto. E os olhos azuis perfeitos que ele compartilhava com o irmão gêmeo também.

— Você disse...

— Meu ânus deve ter inveja da minha boca, ela solta mais merda do que ele. – dei uma pausa e voltei a olhar pra frente, ele estava morrendo de vontade de rir e eu me pergunto de onde tirei essa frase. – Eu não confio nos meus impulsos mesmo.

Disse, por último.

O teleférico voltou a andar e ficamos sem falar nada até chegarmos lá em baixo. Na verdade ficamos sem nós falar o tempo todo depois disso.

Eu pisei pela neve fofa ao lado de Danny, que de vez em quando, me segurava pela cintura para me ajudar a caminhar sem equilíbrio nenhum naquele lugar. Chegamos até a concentração de pessoas, onde Andrews arrasava esquiando e... Ajudando pervertidamente à Julia esquiar.

Troquei olhares com Danny, até porque, eu não falei mais com ele. Corri, me livrando de suas mãos na minha cintura, em direção à Andrews e Julia. Mas sabe como é, minha sorte anda SEMPRE em alta quando eu faço uma besteiras dessas sem pensar, aí, eu caí de cara na neve aos pés de Andrews, e a primeira vadia a começar a rir foi a puta da Julia.

Gelo molhado, cara molhada, roupa molhada, eu corri para o meu quarto e me tranquei lá pelo resto do dia. Ou quase todo resto.

— Abre a porta, Chars. Estou preocupado! – Era a voz de Andy que batia na porta desesperado. Eu resolvi abrir.

— Está sozinho? Por que se não vai se arrepender por mentir pra mim, e vai perder toda minha confiança em segundos.

— Pode abrir, Charlie!

Abri a porta e puxei-o pra dentro em segundos, estava sozinha com Nikabrik que Danny havia contrabandeado para o hotel que não permitia cães. Andrews desatou a falar ao ver meu estado, estava com uma roupa de frio, se comparada com o tempo lá fora, longe da cápsula de neve, quase insuportável.

— QUE MERDA DE ROUPA É ESSA, CHARLIE? Quer morrer? Tá calor de mais pra você estar usando casacos fora da sala de neve! – Dei de ombros. – O que houve? Por que tá assim? A gente almoçou no restaurante e você não apareceu... E se você disse que está querendo emagrecer, se mate, porque mais magra do que isso não dá! Eu trouxe salgadinhos do almoço para você.

— Que dieta, seu imbecil, no momento minha aparência é o que menos está me importando. – Sequei uma lágrima que caiu dos meus olhos. – Lágrima tosca! Obrigada pelos salgadinhos. – Eu disse, depois de secar mais lágrimas, comi alguns salgadinhos.

— Chars, meninas choram, não é mesmo?!

— Não eu.

— Mas você é uma menina, uma linda menina, pare de se sentir inferior! Nem uma junção de Julia e Rocket chega perto de você.

— Não precisa mentir, seu babaca. – Sorri pra ele.

— Eu não estou mentindo dizendo que você é, assim, linda. – Ele piscou – Mesmo que eu tenha uma cara tão feia que as pessoas deviam me impedir de respirar.

— Eu estava brincando – Eu disse – Você parece aquele carinha que faz o Edmund em As Crônicas De Nárnia. O Edmund é meu personagem favorito.

Depois de um silêncio definhante em que eu pude notar, como não, Andrews se aproximava cada vez mais, eu soltei: – Você não acha que eu pareço um menino? Que eu sou infantil, idiota e que só afasto as pessoas de mim?

— Não. Não acho nada disso. Só porque você é a melhor amiga que quatro meninos imbecis possam ter isso não significa que você seja masculina – ele colocou uma mecha de meu cabelo pra trás da orelha – não te acho infantil, e você tenta afastar as pessoas, mas quem te ama fica por perto pra sempre. E que seja o quão perto isso seja. – Seu rosto estava a um palmo do meu. – Eu gosto de você, Chars.

Droga, seu babaca, você tinha que falar isso agora? E eu falo o que?

— Foi o Danny que mandou você vir aqui?

Yay! Tantas palavras para formar frase e eu formei uma perfeita para o momento crítico.

Ele ficou envergonhado e coçou a cabeça.

— Sim, mas eu devo admitir que foi a melhor coisa que aquele gay me mandou fazer, levando em conta todas as apostas que me trouxeram em lucro, canivetes, facas, amoladores e filmes de terror que apostamos.

Porra, canivetes? Eu estava falando com um assassino aqui.

— E aí, vai rolar alguma coisa? – Andrews brincou.

Ele me puxou lentamente pelo queixo. Não, não, não, que isso não aconteça! Roçou seu nariz rapidamente no meu, pronto para me beijar. Mas aí, o cachorro mais idiota que costumava bater a cabeça no sofá sem motivo algum, fez alguma coisa que prestasse.

Ele pulou, e mordeu a mão de Andrews.

Não que Andrews fosse o vilão dessa história, eu adoro ele demais, mas não estava certo beijá-lo agora.

Nikabrik é pequeno e seus dentes não machucam, então a única coisa que Andrews fez foi tirar sua mão da boca do buldogue, rindo, e eu estava gargalhando.

Voltamos a nos encarar, e eu senti minha cabeça começar a estourar. Minha boca estava salgada pelo salgadinho que pelo visto, estava muito salgado. Eu sentia minha pressão subindo. Fechei os olhos, e nem preciso dizer que “tudo se apagou” né? Fica clichê demais e já dá para entender que fechando os olhos, FICA tudo escuro porra.

— Eu pensei que você aprendido a amar, querida Charlie, mas vejo que não, se mantêm a mesma inútil.

— Eu não sou inútil, mamãe. Não me chame de inútil! Foi você a inútil que me criou a vida inteira.

— Seu pai foi muito idiota impedindo-me de cortar o mau pela raiz enquanto o mau era curto todas aquelas vezes. – Ela riu sínica. – Agora você é essa grande catástrofe.

— O mau pela raiz seria me matar? – Engoli em seco. – Realmente você fez muito mau o deixando te impedir. – Sequei as lágrimas e passei a engoli-las.

Eu tinha apenas doze anos! Doze anos, vendo a imagem da minha mãe sendo levada para o hospício, discutindo contra os braços dos homens de branco da camisa de força. Mas aí ela passou pela porta e meu pai tentou fazer carinho no meu rosto, mas eu já havia decidido.

Eu não seria mais doce. Eu seria pior do que eu sempre fui.

Corri pelo corredor, tombando os quadros e quebrando os vasos de porcelana da casa. Destruí tudo dentro do meu quarto, nunca fiz amigos, até meu pai passou a ter receio de mim. Eu era uma catástrofe como ela mesma tinha dito. Eu era igual à ela.

Eu abri os olhos dentro do banheiro do meu quarto, sentada na banheira com o chuveiro jorrando água em cima de mim. Um Andrews preocupado estava sentado no chão do meu lado, me esperando acordar. Ele segurava meu pulso longe da água. Eu ri como uma louca.

— Pressão alta. – Explicou ele.

— Ah, eu sei. – Sorri.

— Quase fui lá embaixo chamar Danny, ele sempre cuida de você.

Eu abaixei a cabeça.

— Eu estou apaixonada por ele.

Admiti. É, eu não precisava daquela droga de aposta para saber gostar de alguém. Andrews soltou meu pulso, mas ele não estava surpreso. Estava rindo de forma debochada de mim.

— Eu sei disso! – Gargalhou ele. – Pode deixar, eu não estou triste por isso.

Depois de alguns minutos em silêncio e o chuveiro ainda jogando água gelada em cima de mim, as roupas grudando ao meu corpo, eu perguntei: – O que vocês apostaram dessa vez?

— Aparentemente, você deveria me beijar há alguns vinte minutos, e, ah não ria, cara! – Gargalhou Andy, voltando a suspender minha mão. – E se acontecesse, ele ganharia um tubo cilíndrico de Pringles, mas nada aconteceu, então eu ganho o cartão de crédito dele por um dia para sair com você.

Eu gargalhei alto.

— Eu vou sair com você? – Perguntei.

— Vai ser obrigada – Disse ele – E eu compro quantos tubos cilíndricos de Pringles você quiser, e quem paga, é o Danny, mas Charlie...

Eu não estava prestando atenção. Estava loucamente desenhando no azulejo com sabonete a imagem de Blu, da mansão Foster para amigos imaginários.

— Hm? – Eu arqueei a sobrancelha sem dar atenção.

— Danny disse para mim e para os garotos depois que você foi embora, que estava disposto a ficar com a Ju. – Falou ele – Você o perdeu agora. E vai precisar lutar para conquistá-lo de volta com esse seu charme escondido.

Eu tombei a cabeça e comecei a chorar. Danny ficou do meu lado, desligou o chuveiro e ficou mais um tempo. E novamente, eu afastei mais uma pessoa que eu amo de perto de mim.

A porta do banheiro se abriu, e o garoto castanho de olhos azuis me viu naquele estado, de mãos dadas com Andrews, dentro da banheira, totalmente molhada.

— Desculpa, estou atrapalhando...

Ele saiu do banheiro, deixando a porta aberta. Eu me levantei desesperada, encharcada de água, tirando os fios molhados do rosto.

— Danny! – Gritei – Danny, Danny!

Tropecei na borda da banheira quando tentei pulá-la e caí de cara no chão, mas ainda levantei e corri atrás, banheiro afora, jorrando água pelo carpete do flat inteiro, pelo corredor para o quarto que Danny dividia com Gerard, e quando finalmente cheguei, a porta estava trancada.

If you love me, won’t you let me know? (…) So if you love me, why’d you let me go?


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Notas finais do capítulo

Frase ali em ccima da música Violet Hill do Coldplay, eu A-M-O coldplay.
Gente, tá trovejando aqui. Eu to morrendo de medo, eu tenho medo quando eu moro em um prédido muito alto e o barulho é ainda mais alto daqui de cima. Ai que medo. To imcorporando a Charlie. Só falta 1 danny.
Bj gente.