Desiree, um tanto quanto chateada, almoça sozinha no restaurante localizado a uma quadra da FoxTech. Sua usual parceira, a amiga Carly, há dias não a acompanhava mais, pois se encontrava entretida com Freddie.

A moça de pele clara e cabelos negros não aprova essa atitude da amiga.

Ao fim do expediente, já em casa, ela se conecta ao SplashFace e olha espantada para a tela quando vê uma mensagem de alguém ausente há muito tempo de sua vida.

Era Alex.

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Oi, Des.

Eu terminei meu estágio na Nokia, preciso saber sobre a Carly. Por favor, assim que puder, me ligue. Meu telefone continua o mesmo.

Beijos

Alex

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Desiree para por um momento, coçando seu queixo com os dedos da mão direita enquanto reflete sobre o novo fato que entra na equação.

A presença de Alex poderia fazer com que Carly deixasse de ver Freddie. Desiree tinha certeza de que, se continuasse a ser amante do rapaz, Carly se daria mal e acabaria com o coração destroçado.

 Ela se levanta da cadeira e apanha o celular, que estava dentro da bolsa.

“Alô?”

“Oi, Alex. É Desiree.

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Dias depois...

Carly, com um sorriso bobo estampado nos lábios, está caminhando pela calçada, retornando ao trabalho. Há poucos minutos, ela havia se despedido de Freddie. Os dois estavam em um de seus pontos secretos de namoro.

Não era o que a morena queria para a sua vida, mas para o momento bastava.

Quando está próxima da entrada da fábrica, ela olha para o outro lado da rua e vislumbra um rapaz alto e loiro, que lhe instiga. Ela foca a visão e seu queixo quase cai.

Era Alex, seu ex-namorado.

Ele atravessa rapidamente a rua, enquanto ela fica congelada no lugar, sem reação.

“Morena! Há quanto tempo...”

O rapaz loiro pega gentilmente em seu braço e a traz para perto de si, dando-lhe um abraço.

“É... é... Alex! Que bom te ver também!”

“Então... como eu lhe havia prometido, eu voltei.”

Alex lhe diz isso, afastando-se um pouco dela, mas ainda mantendo suas mãos nos ombros da garota.

“B-bom... mas... como você me achou aqui?”

“Ora, a Des me falou.”

Eu mato a Des!!!

“Ah... bom... que surpresa...”

“Eu sei tudo, Carly.”

De repente, a morena sente como se tivesse caído em um poço sem ter como voltar à superfície, Alex fora alguém importante para ela, mas como se livrar dele, agora que estava ali, à sua frente?

“Hã?!?”

“Sei que você está saindo com aquele Freddie, Carly. Como você pode? O cara está comprometido, quase casado. Isso não do seu feitio!”

“Olha, nós já fomos namorados, mas não somos mais! Isso não é da sua conta!”

“Fica comigo, se muda comigo pra Toronto, eu consegui ser promovido, estou ganhando muito dinheiro... e além de tudo, eu serei só seu, não haverá outra...”

Ele a beija nos lábios, mas imediatamente Carly o repele.

“Alex, eu não gosto mais de você!”

“E vai preferir ficar com um cara comprometido, virar amante?!?”

A discussão ganhava ares violentos, Alex pegava o braço direito da moça com força.

“Vou! Que se dane o que os outros pensam! O importante é o que eu desejo, eu sempre fui a boazinha, fiz as vontades dos outros e sempre me dei mal por isso! Chega! É hora de eu fazer o que eu quero!”

Carly violentamente livra seu braço do agarrão de Alex; a marca dos dedos do rapaz estavam claramente visíveis, ainda mais acentuada por causa da pele delicada e alva que a morena possui.

Nisso, Freddie chega correndo, colocando-se entre ela e Alex.

“Ei! Quer deixar a Carls em paz?”

Freddie empurra o rapaz loiro, preparando-se para brigar.

“Você! É você quem está enganando a Carly! Como tem coragem, ficar com duas ao mesmo tempo?”

“Ela sabe a situação, meu chapa... e que eu saiba você não é o pai ou o irmão dela!”

Alex não se aguenta mais e desfere um murro no rosto de Freddie, que cai sentado ao chão. Carly avança para cima do ex-namorado, dando-lhe socos no peito, sem efetividade alguma.

“Carly! Para com isso!”

O rapaz loiro pega as duas mãos de Carly.

Ao ver sua amiga se debatendo sem sucesso, Freddie se enche de raiva e dá um violento murro na bochecha de Alex, que cai atordoado no chão. Ele põe a mão direita por cima do local atingido, que latejava muito.

“Vocês se merecem... quer saber, pode ficar com essa vadia...”

Freddie ia avançar no outro rapaz, mas é impedido por Carly, que pega no seu braço e o arrasta em direção à fábrica.

“Chega, Freddie! Deixa ele aí... não vale nosso esforço.”

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Durante a tarde, a produtividade de Carly estava próxima do zero. A discussão com Alex a havia feito pensar na sua atual situação, uma coisa era fato, ela era mesmo uma amante.

Por mais que ela gostasse do moreno, ela não queria ficar nessa situação.

Ela manda um e-mail corporativo ao amigo.

“Preciso falar contigo na saída, no lugar de sempre.”

Horas improdutivas mais tarde, Carly espera por Freddie na cafeteria que ficava a duas quadras da fábrica. Já haviam se passado alguns minutos além da hora marcada, ela batia o pé no chão impacientemente.

Finalmente, ela vê a bela figura do amante chegando pela calçada.

“Oi...”

“O queixo melhorou?”

“Não esquenta, já me bateram mais forte. E, além do mais, acho que ele se saiu pior do que eu.”

“Olha” ela fala colocando a mão no peito do rapaz “é melhor nós pararmos de nos ver. O Alex me fez pensar em umas coisas... realmente, ser a outra jamais foi minha inspiração pro futuro, o que meu pai vai me falar? Olha, não quero mais...”

Freddie olha entristecido para a morena. Pensa um pouco e começa a falar.

“Carls... agora que eu senti seus lábios de novo... não quero outra mulher. Só que não posso deixar a Sam assim, você sabe como ela é... só me dá algumas semanas, tipo, cinco semanas, OK? É só o que preciso... por favor. Aí seremos só nós dois.”

Carly pensa um pouco, senta-se à mesa...

“Cinco. Cinco semanas, nada mais. E nada de sexo durante esse período!”

Freddie assente com a cabeça.

“Perfeitamente.”

Carly lhe dá as costas e abre a porta da cafeteria, dirigindo-se à calçada.

“Cinco semanas, Benson.”