Morphine escrita por Hoppe, Mih Ward


Capítulo 4
Chapter Three - Eu sinto sua falta...


Notas iniciais do capítulo

Oiii *-* ahh! desculpem pela demora pessoal! o/, bom... Aki está mais um capitulo. Espero q gostem e boa leitura :))
A musica do capitulo: http://www.youtube.com/watch?v=dC6se7MdOsw&feature=player_embedded
Bjoos ♥



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Andei decidida em sua direção. Os cabelos loiros platinados o destacava no meio das outras pessoas, os olhos tão gélidos e tão claros ainda me causavam pequenos e rápidos arrepios, no entanto, não pude senti-los mais.

Respirei fundo e parei logo a sua frente. Ele sorria debochadamente para seus amigos patéticos e logo que seus olhos se fixaram em mim, o sorriso se foi e seus olhos tornaram-se mais escuros.

- Hearthcliff – falou voltando a sorrir ironicamente – O que a traz aqui? Tom está na aula de Astronomia.

- Meu assunto é com você, Malfoy – murmurei entre dentes e ele soltou uma gargalhada.

- Estou esperando – ele me fitou lívido, sem saber o que eu estava prestes a fazer.

Levantei minha mão e consegui acertá-la em um lado do seu rosto provocando o barulho esperado, minhas dores, minha tristeza, minha raiva... Meu ódio se foram por completo ao vê-lo cair no chão de joelhos.

Seus amigos, ainda em choque, tentaram avançar em minha direção, no entanto, ele os barrou com apenas um breve aceno. Levantou os olhos aos meus, cintilavam como nunca imaginei vê-los.

- Se estiver fazendo algo de mal a ele – sussurrei agachando-me a sua frente – Não será um simples tapa no rosto.

Levantei-me lentamente ainda perguntando-me sobre o cintilar dos seus olhos tão gélidos envoltos por uma frieza inigualável. Recuei um passo e logo, voltei a andar depressa para o Salão Comunal da Sonserina. O vazio de lá a tornava mais fria e sombria. Poucos archotes eram colocados nas extremidades de cada canto, mas mesmo assim, não ajudavam muito.

 Subi a escadaria do dormitório feminino e adentrei em meu quarto. Era apenas eu e eu, sem mais nenhuma garota escandalosa da Sonserina para dar ataques histéricos. Sendo, eu, mestiça, muitas delas não se aproximavam de mim. Deitei-me na cama pesadamente e fechei os olhos, forçando-os a permanecerem daquele jeito.

- É melhor não se aproximar muito daí – uma voz fria soou atrás de mim no instante em que eu dera outro passo em direção a margem do Lago Negro. O pôr-do-sol iluminava belamente sua superfície. Rapidamente, me virei para trás e me deparei com o dono da voz tão aveludada. Os cabelos negros destacavam sua pele branca e alva, olhar em seus olhos verdes era minha perdição de tão profundos e enigmáticos, e seu rosto tão bonito e perfeito.

- Deve ser a aluna nova – ele deitou a cabeça de lado fitando-me como se tentasse desvendar ou ler algo em mim.

- Sim... – murmurei abaixando a cabeça – Violet Hearthcliff.

Ele abriu um sorriso que lhe caia tão bem em sua face de marfim que me peguei contemplando-o por tempo demais.

- Seu cabelo é engraçado – murmurou ele dando um passo em minha direção.

- O quê há algo de errado com ele? – perguntei começando a me irritar com sua inexplicável frieza.

Sua risada, até aquele momento tão rara, tornou-se meu passatempo favorita ouvi-la. Uma risada de prata, tão reconfortante e tão gélida ao mesmo tempo.

Ele deu outro passo a frente, em minha direção e ao mesmo tempo, recuei. Outro passo seu foi dado, igualmente eu recuava mais um e de repente, senti o meu chão sumir e mãos agarrarem a minha antes que eu desse de encontro com a água gélida – por que, embora o houvesse sol, o tempo era de pleno inverno.

Fechei os olhos prendendo a respiração e apertei sua mão que me puxou para perto dele. Abri os olhos sentindo meu coração se acelerar mais ainda ao vê-lo tão perto e ao mesmo tempo, tão distante. Seus olhos me fitaram vazios e inexpressivos, embora, em seus lábios um imperceptível sorriso se abria.

- Meu nome é Tom – deitou novamente a cabeça de lado fitando-me de uma forma como se quisesse, com todas as forças, poder saber o que se passava de dentro da minha mente – Tom Riddle. E é um prazer conhecê-la, Violet.

Abri os olhos mesmo que eles quisessem permanecer fechados. Levantei da cama sentindo as lágrimas quentes rolarem pela minha bochecha me causando cócegas. Respirei fundo segurando minha cabeça e deixando pequenos soluços escaparem.

Inexplicavelmente, sempre estávamos no mesmo lugar e na mesma hora, na calada da noite, depois do toque de recolher.Sempre. Ele parou um pouco distante fitando-me vazio, como em minhas lembranças.

- Oi... – abri um fraco sorriso e ele apenas retribuiu com um breve aceno de cabeça – O que faz aqui?

- Voltando da Ala Hospitalar – murmurou – Abraxas estava reclamando de fortes dores pelo rosto.

Prendi a respiração, fechando as mãos em punhos.

- Não liguei muito pra isso – ele deu de ombros passando por mim, indo em uma direção qualquer – Ele normalmente, é fresco.

- É... – pigarreei olhando para o lado de fora, concentrada no brilho que a lua cheia emitia.

- E você? – ele parou de repente, virando-se para mim – Deveria estar na cama.

Levantei a ele meu velho e grosso exemplar de Alice no País das Maravilhas. Ele arqueou as sobrancelhas.

- Sem sono – dei de ombros.

- Pensei que já tivesse lido... – falou ele.

- Eu quis lê-lo de novo.

Ele soltou uma pequena risada me virando as costas e recomeçando a andar. Seus passos eram sinuosos pelos corredores onde apenas alguns archotes ainda estavam acessos.

- Foi você, não foi? – cortou ele o silêncio, repentinamente fazendo um pequeno eco.

- O quê?

- Abraxas... – ele suspirou cansadamente.

- Ah! – olhei para o chão, evitando seus olhos que por vezes, fitavam-me de relance.

- Por que fez isso?

- Você sabe... – foi a minha vez de suspirar. Ele parou novamente, dessa vez em um trecho mais escuro e sombrio dos corredores e virou-se para mim. Seus olhos cintilavam no escuro.

- Não, Violet – falou com rudez – Eu não sei!

- Por você, Tom! – exclamei e rapidamente, abaixei o tom de voz – Foi por você! Foi um aviso! Se ele fizer algo de mal a você... Eu... Eu...

- O quê você vai fazer? – estava escuro, no entanto, conseguia imaginar a expressão de sarcasmo se formar em seu rosto – Dar outro tapa nele?

Olhei para o chão com os olhos cheios d’água. Minha respiração, de repente, saiu entre cortada, pesada e ofegante.

- Você não entende! – levantei o rosto voltando a fitar seus olhos – Não entende, não é mesmo?

- Não... – ele recuou um passo – Não entendo.

- Não confio em Abraxas Malfoy – murmurei – Nunca confiei! Ele lhe fará mal!

- Se esqueceu de um mero detalhe? – perguntou ele, ainda sarcástico – Sou o herdeiro de Slytherin, ele não fará mal nenhum a mim.

Voltei meus olhos ao chão. Dedos gélidos tocaram meu queixo forçando-me a levantar o rosto.

- Eu vou ficar bem – sua voz voltou ao normal. Aveludada... De prata – Durma bem, Violet – acariciou meu nome enquanto eu fechava os olhos e sentia sua respiração morna bater contra o meu rosto.

- Eu sinto sua falta – sussurrei e ele riu minimamente.

- Eu posso dizer o mesmo.

- Posso vê-lo amanhã? – perguntei e senti que um sorriso se abrira em seus lábios.

- Claro... – sua resposta, inexplicavelmente me pareceu tirar a metade de todos os meus problemas. O alívio logo me inundou.

Seu toque se foi, juntamente de sua respiração e quando abri os olhos, já me encontrava sozinha na escuridão.

“ - Mas os poços da fantasia acabam sempre por secar e o contador de histórias, cansado tentou escapar como podia: o resto amanhã... Já é amanhã – eu lia em voz alta enquanto ele sorria debochadamente.

- Isso tudo é tão patético – murmurou ele – Livros trouxas não passam de invenções para enganar pessoas desavisadas e que precisam de um motivo para não se afogar em suas próprias lágrimas.

Ele puxou o velho e pesado livro de minhas mãos e folheou rapidamente as páginas. Seus olhos se voltaram aos meus e um sorriso cínico se abriu em seus lábios.

- Só há uma coisa certa nisso tudo – falou ele voltando seus olhos ao livro, parando em uma página qualquer - Nada se é conquistado com lágrimas.”


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Notas finais do capítulo

Ahh! Eu naum pude revisar o capitulo, muita pressa! Se tiver algo errado... Eh so me avisa :))
Bjoos ♥