Brand New You. escrita por cacabeebs
Eu nunca fui do tipo de garota que morei em um lugar só, nasci no Brasil e morei lá até os quatro anos, quando me mudei para a Virgínia, nos Estados Unidos. Morei lá até completar dez anos, indo em seguida para a Espanha. Mas meu tio John ficou muito doente, e está a beira da morte, então minha família e eu resolvemos voltar a Virgínia, pata cuidar do titio. Chegamos em solo americno fazia apenas um dia, ou seja, não deu tempo de fazer e nem visitar nada. O bairro é o mesmo, mas tudo parece mudado, pelo menos da janela do meu quarto. Era fevereiro, estávamos no começo do ano. Meu pai já tinha feito minha matrícula, e hoje era meu primeiro dia de aula. O despertador tocou, e não muito animada o desliguei. Retirei a colcha de cima de mim e fui até o banheiro, fazendo minha higiene pessoal. Saí do banheiro, coloquei uma calça skinny e uma camiseta mais larga, assim como meus tênis. Minha camiseta era estampada com socos ingleses, combinando com meu colar. Coloquei meu boné dos Yankees e fui até a cozinha, onde se encontravam minha mãe, Marianna, meu pai, Trevor, e meu irmão, Dereck.
- Olha a produção da minha maninha - Dereck riu e veio até mim, abraçando-me pelo lado - E aí, pronta para a escola?
O fitei cética.
- Prefiria ter ficado na minha cama - pisquei e Dereck riu.
Começamos a andar para fora de casa, onde a BMW do meu irmão estava estacionada. Implorei a Dereck que eu pudesse dirigir, mas o ciúmes que ele tem com aquele carro é pior do que com namorada.
Chegamos ao colégio por volta das oito da manhã, e lá estava aquela multidão de crianças e adolescentes. Dereck e eu adentramos na escola, ganhando vários olhares, mas dei de ombros e continuei abraçada a meu irmão. Andamos, andamos, até que nos perdemos.
- Com licença - disse a primeira alma que apareceu em minha frente, uma nerd - eu e meu irmão somos novos no colégio, e queríamos saber onde fica a diretoria. Precisamos de nossos horários.
- Vocês só precisam virar alí na frente, é a terceira porta a esquerda - Dereck e eu assentimos e fomos até onde a garota havia dito. Estudei seis anos da minha vida aqui, mas é claro que não lembro de nada.
Entramos na sala e vimos uma senhora ruiva sentada em sua poltrona. A mesma fez um sinal para que Dereck e eu sentássemos.
- Ora ora, se não são os irmãos Alícia e Dereck! - disse ela animada. Caraca, ela lembra da gente! - Depois de seis anos, finalmente voltam a Virgínia - sua animação era engraçada, meu irmão e eu apenas sorríamos. - Os horários de vocês são esses.
- Obrigada - pegamos nossos horários e nos separamos para tentar achar nossas salas. Minha primeira aula era de biologia, e, para a minha sorte, o laboratório era ao lado. Esgueirei-me pela porta, que fez um rangido surdo, fazendo toda a sala, inclusive o professor me olhar.
- Desculpe o atraso - senti meu rosto corar - sou nova e a diretora disse algumas palavrinhas para mim.
- Claro, entre Alícia - disse o professor sorrindo. Assenti e acanhada sentei-me em uma cadeira no meio da sala. Eu aida não tinha meus livros, e nem meus materiais, então o professor pediu para que eu me sentasse com a pessoa que estava ao meu lado, um deficiente visual, um livro em libras. Do outro, uma emo, que só sabia chorar. Fitei o professor com um olhar de "Por favor, escolhe uma pessoa o Senhor, mas não me faça sentar com eles!"
O professor coçou a garganta.
- Justin, sente-se com Alícia.
Fechei meus olhos, fazendo uma prece para que o garoto fosse "normal". Ajeitei meu boné na cabeça e vi um garoto loiro se aproximar. Puta que o pariu. Sua pele branca fazia par perfeito com seus cabelos dourados e brilhantes. Seus olhos eram de um tom caramelado, incrivelmente convidativo, assim como seus lábios, perfeitamente desenhados.
- Oi - disse ele com a voz rouca. Ok, eu fui para o céu? Puxou uma cadeira, sentando-se a minha frente.
- Oi - disse acanhada. Colocou seus livros sobre a mesa e eu sorri em agradecimento.
- Sei que é cedo perguntar, mas está gostando do colégio? - disse ele, e então percebi que já conhecia aquele garoto, mas não conseguia me lembrar de onde.
- Sim, na verdade eu já estudei aqui, até os meus dez anos, aí me mudei - dei um sorriso e o fitei, percebendo que prestava atenção em cada palavra que pronunciava.
- Justin, Alícia, parem de conversar! - o professor disse e eu ri.Justin arrancou uma folha de seu caderno e me entregou.
"Senta comigo na hora do almoço? Prometo te apresentar uma galera legal."
Sorri com o que tinha escrito, peguei uma caneta de seu estojo, respondendo-o.
"Parece um convite bom, mas tem uma condição."
"Qual?"
Sorri para ele.
"Me mostrar a cidade qualquer dia, não me lembro de nada por aqui rs."
Ao terminar de ler, Justin soltou uma risada e eu apenas sorri."Claro gatinha. Hoje mesmo a gente sai, só me dizer onde mora."Sorri para ele e ele piscou, me fazendo rir sem graça.Justin e eu passamos a aula toda trocando bilhetes. Ele era bastante engraçado, legal e... Bonito. Quando a aula findou-se, pegou meu horário e me fitou com um sorriso travesso.
- Ótimo, seus horários são os mesmos que os meus, menos as quintas-feiras. Mas esse dia a gente pode faltar e passar o dia todo juntos.Loiro, popular, engraçado. Esse cabelo, esses dentes, essa boca... Eu me lembro desse garoto.
- Cala a boca! - disse rindo.
- Chegou hoje, que intimidade é essa? Caralho, finalmente me lembrei quem era ele!
- Eu te conheço muito bem Bieber - lhe lancei um olhar provocador. - Lembra da garota que odiava aos dez anos? - pisquei.
- OMG Alícia Griffiths? É você mesmo? - perguntou ele incrédulo e eu fiz que sim com a cabeça - Caralho, a pentelha chata cresceu e olha, está gostosa e estilosa! - disse me fazendo revirar os olhos.
- Olha, o garoto baleia está com um corpo maneiro! - ri.
- O que te trouxe de volta a Virgínia? Me lembro de que viajava o mundo todo.
- Estava na Espanha, eu realmente gostei de lá, estava morando lá há seis anos, mas o Tio John ficou doente, está quase morrendo. Então minha mãe e meu pai acharam melhor voltar e, para ser sincera, nem eu, nem Dereck estamos animados com essa mudança.
- Você vai ver, vou fazer a Virgínia valer a pena. - Justin me deu um sorriso que quase me fez cair para trás.
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