A Guardiã Do Livro Oculto escrita por Lana


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Oieeee
Quero agradecer muito, muito, muito, muito a recomendação deixada pela JuhJackson! E convidá-la também pra aparecer mais por aqui,ok Juh!
Espero que vocês gostem desse capítulo. Ele está, digamos, mais leve...porém é importante..
Boa Leitura Galera!!!
:D



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Capítulo 8



Pov Nico


Pelo menos teríamos o resto do dia livre. Eu poderia aproveitar para fazer muitas coisas, como arrumar meu chalé, ou então treinar um pouco...Mas então eu penso: “Pra que arrumar meu chalé se eu vou sair em missão e quando eu voltar ele vai estar todo empoeirado mesmo? E treinar...só vai me cansar mais, e não é uma escolha muito boa sair em uma missão exausto, quando se pode evitar isso.” Era isso que eu tinha em mente enquanto Quíron fazia suas considerações finais sobre a missão.

Quíron mal tinha acabado de falar quando Percy e Annabeth saíram, um puxando o outro. Só os deuses sabem onde eles foram com tanta pressa. Grover e Paige continuavam a jogar pinochle animadamente com o Sr.D. – só essa garota estranha pra agüentar aquele velho bêbado. O centauro rumou Casa Grande adentro resmungando algo sobre coisas burocráticas do acampamento, o que eu não faço a mínima idéia do que seja. E aí eu te pergunto: Quem sobrou? Essa não é muito difícil de acertar.... Eu e Julianne, um sentado ao lado do outro, mudos como duas portas. O silencio entre nós era constrangedor, até que ela finalmente falou.

– Você está estranho hoje.

– A maiorias dos meus amigos dizem que esse é o meu normal. – eu respondi, dando um sorriso discreto.

– Não sei...pode ser impressão minha, mas você parece um pouco nervoso.

– É impressão sua Julie, só estou um pouco confuso em relação à missão. Tudo que sabemos sobre ela descobrimos por Quíron, sem interferência nenhuma dos deuses, o que ultimamente não tem sido comum. – falei voltando meu olhar para a garota ao meu lado.

– Hum. Talvez não tenham se manifestado porque não há nenhuma informação a acrescentar...pelo menos não agora. Os Deuses sempre sabem mais do que a gente, e quase sempre escondem algo também. – Julie disse com segurança. É legal conversar com ela. Conseguir transparecer seriedade e despreocupação ao mesmo tempo é uma coisa incomum, mesmo para um filho de Atena.

A garota me olhava compreensiva, como se eu tivesse usando todo esse tempo em que estou analisando e a admirando para processar o que ela tinha me dito. Me desculpem, mas eu não sou o Percy, logo, não levo tanto tempo para compreender os assuntos.

Quando olhei profundamente em seus olhos vi um lindo sorriso brotar em seu rosto, o que me deu segurança pra falar descontraidamente com ela. Olhei para a mesa no centro da sala e vi o Sr.D. observando atentamente o jogo, tão concentrado que nem percebeu que Grover e Paige cochichavam algo sobre ele, que eu também não consegui escutar. Eles estavam rindo muito. Me virei para Julie e disse, suplicante:

– Você não vai querer ficar aqui vendo-os jogar, vai?

Ela riu baixinho.

– Não... acho que eles conseguem se virar sozinhos. O que vai fazer agora Nico?

– Não tenho idéia, só não quero ficar aqui...Que tal, dar uma volta no acampamento?

Infelizmente soou como uma pergunta, exprimindo minha total falta de jeito com essas coisas. Seria insegurança? Bem, acho que sim. Eu sei que isso foi idiota, mas agora eu já falei mesmo. Saímos da casa grande e começamos a andar rumo à entrada do bosque, onde provavelmente haverão pouco campistas. Julie não demorou a responder:

– Ah, pode ser. O que acha e me falar um pouco sobre você?

Aí complicou cara! Eu acho que não a pessoa mais indicada pra falar de mim mesmo.

– Ham... isso é difícil Julie! Eu nem sei por onde começo... Você bem que poderia me ajudar, tipo, podia fazer perguntas específicas. Seria bem mais fácil.

Eu disse isso mesmo? Sério, acho que quando fico perto dessa garota eu fujo do meu normal, e isso é muito perigoso.

– Ok, Nico. - ela disse com uma expressão engraçada. – Eu já sei que você tem catorze anos, assim como eu, mas, hum.. o que você gosta de fazer? – Percebi que ela estava receosa em me perguntar isso, e eu, de certa forma, ficava um pouco envergonhado em responder, porém, por fim eu disse:

– Antigamente eu costumava viajar pelas sombras, vagar por cemitérios e fazer qualquer coisa que pudesse realizar sozinho. Ultimamente as coisas têm sido um pouco diferentes. Digamos que eu esteja um pouco mais sociável e não freqüente tanto os cemitérios. E agora eu toco violão também.

Julie tinha ficado claramente assustada quando comecei a falar, mas pouco a pouco sua expressão foi se suavizando, até que se acalmou por completo quando eu disse que tocava. Seu rosto iluminou-se...

– Você toca? Ah, eu também!!!! – ela falou toda animada. Foi quando minha língua inquieta não se conteve e murmurou:

– É, eu sei.

– Como? Nós nunca tínhamos conversado... – ela arqueou a sobrancelha com um semblante super desconfiado. Ótimo, Nico, você conseguiu estragar tudo com apenas três palavras. Isso é um recorde! Acho que nem Percy consegue. O que eu podia fazer agora? Contar a verdade...

– É...Amn... bem Julie, eu meio que sonhei sobre isso. E também sobre você gostar de ler e passar a maior parte do tempo sozinha em um quartinho escuro. Desculpe, foi sem querer.

Ela estava boquiaberta. Annie ainda não deve ter explicado muito a ela sobre os sonhos de semideuses. As informações que ela têm, se tiver alguma, devem ser bem superficiais. Julianne olhou para mim como se perguntasse se eu era algum tipo de vidente, mas acho que ela concluiu sozinha que não.

– Eu preciso aprender mais sobre esse mundo. E olha que eu pensava que sabia muita coisa... – Julie me surpreendeu falando isso. – Mas, mudando de assunto, o que você acha de tocar alguma coisa mais tarde? Eu digo, juntos. Nós poderíamos fazer uma parceria.

Eu não me contive de tanta felicidade quando ela disse isso. Mais rápido do que qualquer coisa, eu respondi – vai que ela desiste...

– Claro! Claro que sim... se bem que faz pouco tempo que aprendi, então não sei muita coisa ainda. – eu murmurei, momentaneamente triste.

– Não tem problema. Eu também não sou nenhuma profissional. O que acha de tocarmos na praia? Por incrível que pareça eu adoro o mar...

– É, é estranho mesmo. Mas pode ser lá... ao pôr do sol?

– A-hã! A gente se vê, Nico.

– Até mais Julie.



Pov Paige



Ahhh! Finalmente terminamos o jogo. Não que o Sr. D. seja chato [n/a: claro que não.. imagina!], mas eu já estava enjoada de ficar sentada. A propósito, foi Grover quem ganhou, mesmo o deus dos vinhos tentando trapacear quase que a todo minuto. Decidi dar uma volta.

Passei pela ala dos chalés e pensei em ir até a arena treinar um pouco, mas mudei de ideia. Foi quando me lembrei do lago de canoagem. Já que sou uma filha do mar, acho que seria boa em praticar esportes aquáticos... Caminhei despreocupadamente até lá, por que não tinha necessidade de ter pressa. Até que vi uma coisa que com certeza me deixou vermelha: Percy e Annabeth estavam se agarrando na beira do lago. Pensei em sair de fininho, mas não ia adiantar porque eu estava em uma distância de uns cinco passos deles. O que eu poderia fazer? Dei um pigarro alto.


– A-haam! Posso atrapalhar? – eu falei sorrindo abertamente. Percy me olhou com um pouco de raiva, mas quanto mais ele me encarava, mais eu ria.

– Que pergunta Paige...Já atrapalhou! – minha cunhadinha respondeu um pouquinho alterada, mas logo sorriu também.

– O que você quer maninha? – Percy estava bravo mesmo hein! Ele me fuzilou com o olhar.Porém, não me importei. Eu sentei entre eles dizendo:

– Nada não. Só não queria ficar sozinha mesmo... Sabe, eu ainda não conheço muita gente aqui, não que eu esteja querendo manter distância, não é isso, é o povo daqui que é fechado demais! Eu acho que eles deveriam se preocupar menos e se divertir mais, porque vocês sabem né, a preocupação causa danos seríssimos à saúde, e ficar doente não é...

Annabeth me interrompeu. Como esse pessoal gosta de fazer isso! Santo Zeus!

– Ok, Paige. Nós já entendemos. – Ela se virou para Percy. – Eu tenho que fazer algumas coisas em meu chalé. Por que você não mostra Blackjack a ela Percy? Garanto que ela vai gostar de conhecê-lo.

– Então nos vemos mais tarde? – Percy se levantou.

– Mais tarde, na praia.- Annie respondeu já saindo.

Eu me virei para ele. “O que diabos seria Blackjack?” Sei lá, poderia ser qualquer coisa... um cachorro ou então uma prancha de surf de estimação. Do jeito que o pessoal aqui é maluco, eu não duvido de nada.

Acho que Percy entendeu minha confusão mental.

– Vem, vou mostrá-lo a você.

Não demorou muito e chegamos aos estábulos. Lá, a primeira coisa que vi foi um cavalo todo preto com asas nas costas. Depois que vi um dragão abraçado a uma árvore e uma cadela gigante fantasma, eu não me surpreendo mais com essas coisas. Mas levei um grande susto quando ouvi o tal do cavalo falando com Percy:

“ E aí chefe, beleza?” – o cavalo disse.

“ Tudo bem Blackjack. Trouxe minha irmã pra te conhecer. Esta é Paige Hawkin” – então o cavalo se voltou pra mim.

“Oi chefinha! Sou Blackjack, pégaso, a seu dispor.”

“ Hummmm... Obrigada?” – foi o que eu consegui dizer

“Chefe, ela trouxe torrões de açúcar pra mim?” – O pégaso perguntou para Percy, mas eu me antecipei.

“Desculpe, eu não sabia que você gostava. Assim que vier te visitar novamente eu trago.”

“ Você é muito bonita chefinha!”

“Obrigada Blackjack! Você também hein...nada mal”

Percy começou a rir do nosso diálogo. Conversamos ainda por um bom tempo, até que nos despedimos e eu e meu irmão voltamos para o chalé. Precisávamos organizar nossas coisas para a missão. É, essa tal missão tem me deixado levemente preocupada, mas seja o que os deuses quiserem.

Ao fim da tarde nós fomos à praia. Eu sei que vocês devem estar pensando que eu atrapalhar o casal chiclete, mas a praia do acampamento é relativamente grande, então, eu vou ficar de um lado e eles de outro.

Chegando lá tivemos uma grata surpresa. Annie estava sentada ao lado de Julie que segurava carinhosamente um violão. Nico também, só que ele estava tocando. Os três sorriam o tempo todo. Percy e eu nos aproximamo-nos:

– E aí galera feliz? Andaram combinando uma festinha e nem me convidaram? Que feio... – eu brinquei com eles, fingindo estar zangada. Annabeth tratou de responder:

– Não Paige, nos encontramos aqui por acaso. E também eu já tinha combinado com Percy aqui, lembra? Nem me dei ao trabalho de te chamar porque sabia que você viria mesmo! – ela sorriu.

– Nossa, estou ficando muito previsível. Isso não é bom...preciso rever meus conceitos. Como assim as pessoas adivinham o que eu vou fazer? Ah, como eu tenho sofrido! – Eu respondi dramaticamente, o que fez todos caírem na gargalhada, inclusive eu.

– Então galera vejo que vocês dois têm um violão...- Percy disse apontando para a garota dos livros e o garoto das trevas – o que estão esperando pra começar a tocar?

Julie e Nico cochicharam entre si, provavelmente decidindo qual música tocar, mas por fim parece que se decidiram. Pelo jeito tocariam alguma que ambos gostavam muito. Começaram com leves batidas que nos transportaram para outra dimensão, fazendo-nos relaxar antes da importante missão que enfrentaremos. Vamos sair amanhã, mas agora é hora de aproveitar o momento, sem preocupações. Espero que isso seja possível, já que vida de meio-sangue...




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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Chatinho, Legal, Bom...
Música: Wake me up when september ends
http://letras.terra.com.br/green-day/105396/traducao.html
Mandem Reviews! Garanto que não vai machucar seus dedinhos!
Até o próximo capítulo...
Beijos