A Guardiã Do Livro Oculto escrita por Lana


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Oie galera!!
Acho que não demorei muito dessa vez né?!
Tá aí um capítulo bem grande pra vocês. Esse é bem legal: têm romance, revelações, ação...
Tá, vou parar de enrolar.
Não se esqueçam dos reviews hein! A escritora pedinte está suplicando! ;)
Boa Leitura



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Capítulo 16

Pov Nico

Andávamos lentamente em direção ao sexto vagão. Paige mantinha uma expressão curiosa, que chegava até a ser engraçada. Julie, ao contrário estava extremamente quieta, com o pensamento longe. Ás vezes penso que ela se sente desconfortável ao meu lado. Será que ela ainda não percebeu que eu gosto dela? É complicado...

A garota de Poseidon deve ter notado meu embaraço. Na tentativa de descontrair o ambiente, Paige começou a falar sem parar (n/a: que novidade...) em um tom de voz muito alto. Tive que repreendê-la, ou então a mesma acordaria o trem inteiro. Pensei que ela ficaria sem graça depois da minha intervenção, mas se ela fizesse isso não seria ela...

Julie continuava muda. Segui seu olhar e me deparei com algo que conheço muito bem: o medo. Olhei para Paige e pisquei um olho. A mesma sorriu de leve e adiantou-se um pouco, cantando baixinho e caminhando distraidamente.

- Hum...Julie, o que você tem? – eu perguntei como quem não quer nada.

- Por que Nico? – ela me respondeu com outra pergunta. Odeio quando fazem isso, mas já que é ela, eu dou um desconto.

- Não sei, só estava preocupado com você... – eu disse. Droga! De tanta desculpa que eu poderia dar, tinha que ser essa?

Julie arqueou significativamente a sobrancelha. Chegamos ao sexto vagão. Paige estava prostrada em frente à porta da cabine 55.

- E por que você estaria preocupado comigo? – Ela perguntou desconfiada. Para minha imensa “sorte”, Paige abriu sua boca grande.

- Aff Julie, não acredito que ainda não percebeu... Tá na cara que é porque ele gosta de você! Francamente, depois dizem que eu sou a burra da história.

Obrigada Paige! Graças a você eu corei uns 360 graus...

Depois de me constranger, Paige abriu a porta da cabine e entrou, me deixando no corredor com uma Julie totalmente desconcertada. Eu não sabia o que fazia nesse momento. A minha vontade era abrir uma fenda no chão e me despachar para o mundo inferior, mas eu estou em uma missão e não posso me dar ao luxo de fazer isso.

- É verdade Nico?

De repente o teto ficou muito mais interessante. É sério, eu estava muito envergonhado. Porém, agora que ela já sabe não adianta mais eu tentar esconder.

- É Julie. Se lembra que eu disse que já tinha sonhado algumas vezes com você?

Ela assentiu. Eu continuei:

- Então, acho que gosto de você desde que sonhei contigo pela primeira vez. Eu nunca tinha gostado de alguém antes, por isso não soube como lidar com isso.

Eu fazia de tudo para não olhar diretamente em seus olhos. E se não fosse recíproco? – eu tenho quase certeza que não é, contudo, a verdade sempre é a melhor opção. Parece que o que eu disse a tranqüilizou, pois ela esboçou um discreto sorriso.

- E como Paige sabia?

- Todos já perceberam. Percy me lança olhares maliciosos toda hora. Um dia desses eu e Paige estávamos conversando e eu contei a ela, inclusive sobre os sonhos. Ela é uma boa amiga, porém, péssima confidente.

Com minha última afirmação nós dois rimos. Era bom ver que o clima de tensão havia passado, mas meu coração se apertou mesmo assim, porque pelo visto ela não correspondia ao meu sentimento. Acho que ela leu meus pensamentos, porque logo em seguida, ela disse:

- Nico, eu não sei como me sinto em relação a você. Preciso de um tempo para distinguir as coisas. Ás vezes te considero mais do que um amigo, digamos que você é bem interessante. Mas eu tenho medo de não dar certo e acabar estragando a nossa amizade.

Ok, essa me surpreendeu. Acho que sorri involuntariamente de tão feliz que estava. Julie me olhava compreensiva, só que eu podia ver através de sua face rosada que foi um esforço imenso ela me confessar isso.

Ela simplesmente rolou os olhos. Caramba! Por que os filhos de Atena sempre fazem isso? Queria saber exatamente o que significa... Ficamos mais um tempo em silêncio, só que desta vez, não era tão desconfortável. Julianne Owen, a garota de quem eu gosto, o desfez:

- Vamos fazer o seguinte: Agora nós precisamos nos concentrar no plano. Depois a gente conversa sobre isso.

Eu ainda estava com a face distraída. Tenho certeza de que estava parecendo um idiota, mas eu não me importo. Julie pegou minha mão e me arrastou pra dentro da cabine. Cara, parece que as coisas estão evoluindo...

Assim que abrimos a porta, Paige começou:

- Nossa! Demoraram hein...Conseguiram se acertar?

- Paige, nunca mais eu te conto nada! – eu disse a ela. Eu até quis parecer sério, mas um sorriso escapou.

- Para com isso Niquinho, eu sei que você gostou... – ela disse piscando um olho. Em seguida, apontou com o dedo indicador para as nossas mãos, que ainda estavam juntas. Soltamos rapidamente.

Julie ainda estava muito corada.

- Se nós formos ao Olimpo lembrem-me de pedir uma recompensa a Afrodite. Adorei ser o cupido de vocês! – Paige disse batendo palmas como uma legítima filha da deusa do amor.

- Ok, vamos mudar de assunto. Pelo que a Annie disse, ele já devem estar se preparando para atac... – Julie começou a dizer, até que a inconveniência em pessoa interrompeu.

- Ah não, estava tão interessante...

- Paige, fique quieta só um pouquinho tá! – eu bufei olhando para a filha de Poseidon. Ela não se ofendeu com o que disse. Apenas corrigiu a postura e passou os dedos pela boca como se estivesse fechando um zíper. Julie e eu rimos enquanto ela continuava séria.

- Então, como eu estava dizendo, nós temos que decidir como vamos fazer. Acho que Nico poderia ir na frente, já que tem mais experiência. A gente invade o local e surpreende o vigia do Grover, sem fazer muito barulho pra não chamar a atenção. Depois procuramos Grover e o trazemos pra cá. Estão de acordo?

Eu e Paige assentimos. Agora é só esperar.

Pov Percy

Eu já estava cansado de esperar. Eles poderiam aparecer logo e acabar com essa agonia. Annie rabiscava um folha me explicando como agiríamos em várias hipóteses, só que ela já tinha falado tantas que eu já nem prestava mais atenção. Não se irritem comigo, mas não é fácil estudar estratégias de batalha com uma linda filha de Atena pela qual você é apaixonado e não se distrair, ainda mais você sendo filho de Poseidon.

Estava imerso em meus pensamentos quando me deparo com uma Annabeth com cara de preocupada estalando os dedos em frente aos meus olhos.

- Percy. Percy. Você tá bem?

- Ham. Estou...

- Entrou em transe de novo e não prestou atenção em nada do que eu disse.

- Mais ou menos isso.

- Eu não te perguntei, eu fiz uma afirmação. Eu não sei porque eu ainda fico brava com você... Nunca presta atenção no que eu digo! – Ela reclamou fazendo biquinho.

- Você sabe que não é assim sabidinha. – eu disse e a abracei. Quando escuto um barulho na porta. Alguém estava forçando a passagem.

Eu e Annie nos soltamos e ela murmurou sem som: “Você já sabe o que fazer”. Eu balancei positivamente a cabeça e coloquei a mão sobre o bolso em que estava contracorrente. Annabeth sacou sua adaga e escondeu-a atrás do corpo.

Quem estivesse tentando arrombar a porta conseguiu. Eu e minha namorada fizemos cara de surpresos e de repente três homens entraram na cabine: o loiro que vi no jantar; o garoto que Annie viu na cabine 51; e o barman suspeito do restaurante – este último que notei ser mais alto do que aparentava e com uma incrível cara de espertalhão. Eu reconheceria um desses a muitos quilômetros de distancia. Era óbvio: um lestrigão.

Eles surpreendentemente não nos atacaram de súbito, o que me fez ficar desconfiado. Ficamos em um silêncio mórbido até que o loiro falou com uma voz ameaçadora:

- Onde estão os outros? – Ele disse pausadamente, mas deixando transparecer surpresa na voz.

Annabeth respondeu com uma voz igualmente fria.

- Desceram na última parada de desembarque.

- É mentira! Algum de nós teria visto. – Foi o barman que disse isso.

- Vocês acham que somos burros?  Nós sabemos que vocês querem as guardiãs, então despachamo-nas antes que nos atacassem.  – Annie disse calmamente. Pude vê-los com uma expressão clássica de quem não sabe o que fazer. Aproveitei o momento de confusão deles e perguntei:

- Onde está o sátiro? – eu disse rangendo os dentes.

- Em algum lugar que vocês não encontrarão. Se as guardiãs estivessem aqui vocês teriam chance de encontrá-lo, porém elas não estão, então isso está fora de cogitação. Mas se quiserem, podemos fazer uma troca: o sátiro pelas garotas das espadas.

- E o que te leva a acreditar que nós aceitaremos?

- Não sei... Talvez seja porque se não for assim, daremos um fim no bode. Não temos nada a perder. – O loiro sentou-se na cadeira do lado oposto com pose de quem nos deixou sem saída. O pior é que ele deixou mesmo. O que vamos fazer?

O garoto de cabelos compridos também se sentou, só que na poltrona. O barman continuou em pé, como um legítimo guarda-costas.

Olhei para minha sabidinha e quase ouvi as engrenagens de seu cérebro funcionando. Quando ela olhou de volta, consegui ver em sua expressão que ela tinha um plano.

- Façamos assim. Como as garotas desceram do trem, não tem como fazer a troca aqui. Ficaremos como prisioneiros de vocês até que encontremos com elas novamente.

Um sorriso presunçoso e satisfeito brotou no rosto do homem loiro, mas ele não disse nada. Annabeth completou:

- Não pense que desistimos fácil das guardiãs das espadas gêmeas. A questão é que não podemos arriscar a vida de nosso amigo, e sabemos que ela são preciosas demais pra vocês atentarem contra a vida delas. Nós a buscaremos e derrotaremos vocês.

- Isso é o que veremos. Mas eu gostei da ideia. Parece justo – como se justiça fosse algo importante! – Ele disse e sorriu largamente junto com seus parceiros.

O lestrigão rosnou:

- Que pena que se entregaram tão facilmente. Eu estava louco para dar uma surra em semideuses... – ele fez uma cara horripilante de sanguinário, mas eu não me incomodei. Temendo que Nico e as garotas já estivessem vindo para cá, ohei para Annabeth e em seguida disse:

- Vamos logo. Prendam-nos e acabem com toda essa palhaçada.

- Olha, ele está ansioso para ser capturado... – o barman debochou.

- Aproveitem porque não terão outra chance dessas. – eu disse com um semblante duro, porém, devolvendo o deboche.

Eles apenas amarraram nossas mãos e nos empurraram para fora da cabine. Em que direção? Ao restaurante. Durante nossa caminhada olhei por uma das janelas do trem e vi que já tinha amanhecido. Era tudo o que eu queria... o tempo está se esgotando.

 O garoto – que eu escutei o nome, é Sean – e o lestrigão nos conduziram até a cozinha do restaurante e nos trancaram em um quartinho apertado que reconheci como uma dispensa. Depois a movimentação cessara, e nós ouvíamos apenas os barulhos irritantes de passos de um lado para o outro. Annie escorou sua cabeça em meu ombro e sussurrou “Confie em mim. Tem que funcionar.”

Eu não sei qual é o plano de Annabeth, mas seja qual for, eu espero que dê certo. E rápido.

Pov Paige

Ouvi uns barulhos vindos do corredor. Acho que chegou a nossa hora. Eu, Nico e Julie nos entreolhamos, na tentativa de repassar o nosso plano.

Nico parou em frente a porta. Eu conferi se estava com minha tornozeleira para confirmar se estava com Aquarius, e vi Julie fazendo o mesmo. Sorri ao ver que ela estava lá.

Quando o silêncio reinou novamente, Nico abriu a porta e saiu. Nós esperamos um pouco até segui-lo. Andamos calmamente até a porta da cabine 51. Julie olhou pelo buraco da fechadura e depois levantou o olhar para nós. Ela disse baixinho:

- Annie estava certa. Só tem uma mulher aí dentro. Deve ser a monstrenga.

- Eu entro primeiro. – Nico murmurou e se pôs em frente a porta.

Julie e eu olhamos uma para a outra e eu, mais do que depressa, disse:

- Eu entro por último.

Os dois sorriram. É claro que eu tinha que fazer alguma coisa pra aliviar a tensão.

Nico abriu a porta e entrou. Julie esperou um pouco, até que escancarou-a e entramos praticamente juntas.

A monstrinha tinha saltado do sofá e avançava em direção ao garoto das trevas com uma espada em punho. Nico sacou sua espada de ferro estígio e avançou pra cima dela. Eles travaram uma batalha incrível, de cair o queixo. Eu fiquei deslumbrada com os movimentos até que a criatura do tártaro acertou uma coronhada na cabeça do Nico, que desmaiou no mesmo instante.

Esfreguei minha mão no meu tornozelo e minha espada apareceu no instante em que a empousa – Percy que me explicou o que era, há um tempo atrás – desferiu um golpe em direção ao meu estômago, mas eu ainda consegui bloquear. Continuamos lutando em um ritmo bem acelerado e eu até estava satisfeita com meu desempenho, o problema é que a minha oponente também era muito boa.

Tinha me esquecido de Julie, mas lembrei quando a vi atrás do monstro. Ela abaixou-se e passou uma rasteira certeira pelas pernas escamosas daquele bicho, mas o mesmo caiu por cima dela, prendendo o braço que segurava Áquila, o que a impedia de dar o golpe final. Ela segurou a monstrenga e olhou pra mim. Eu entendi o que ela queria me dizer e imediatamente apontei a espada para a barriga do monstro. Apliquei uma dose extra de força e finquei a espada no intestino da horrorosa do mundo inferior.

Não sei porque, mas fechei os olhos depois de minha última ação. Quando os abri novamente, vi Julie coberta de pó dourado, que era o único vestígio do monstro naquele local. Ajudei-a a levantar e a filha de Atena tirou um mini cantil de néctar do bolso, provavelmente para dar a Nico. O coveiro bebeu uns dois goles e recobrou a consciência.

Agora precisamos achar o Grover.

- Annabeth disse ter certeza de que ele estava aqui. – Disse Julie passando os olhos pelo local, com sua espada ainda em mãos.

- Lembram que ela falou de algo como passagem secreta? – eu disse.

- Mas como vamos descobrir onde é a tal passagem?

É estávamos com um grande problema. E eu estou muito cansada. Lutar com um monstrinho chato daqueles não é nada fácil. Me estirei no sofá, enquanto Nico e Julie vasculhavam o local.

Nico virou-se para mim.

- Você não vai ajudar não? – ele arregalou os olhos. Sinceramente não sei porque fez isso.

- Estou cansada e não faço ideia de onde é essa passagem. Além do mais, vocês dois  são muito mais inteligentes do que eu. Eu serei mais útil se não incomodá-los.

Nico parece que não ouviu o que eu respondi, ou estava me ignorando.

- Julie, olhe isso aqui. – Ele apontou para mim. A garota me olhou e arregalou os olhos também, como Nico já havia feito antes.

- Que foi gente? Meu cabelo está bagunçado? – Eu larguei minha espada e comecei a passar as mão no meu cabelo desfazendo alguns nós.

- Não é isso Paige, olhe para sua espada. – Julie falou e eu olhei. Aquarius estava emitindo uma luz azul, da mesma maneira que aconteceu quando lutei com Julie no acampamento.

- Julie, olhe a sua. – Nico falou. Nós três olhamos e Áquila estava normal. Mas Julie fez algo que eu não tinha pensado: aproximou-se de mim e sentou ao meu lado. A espada dela também começou a brilhar, só que com uma luz amarela.

Julie falou:

- Vamos afastar o sofá. Acho que a passagem está por aqui.

Dito e feito. Atrás do sofá, perto do assoalho, tinham dois suportes pequenos que eu imaginei que seriam para as espadas. Então era isso!  Bingo! O passagem só pode ser aberta pelas espadas...

Julie e eu, de maneira sincronizada, introduzimos Áquila e Aquarius nos suportes, que instantaneamente afstaram-se e entre eles formou-se uma abertura - um buraco de cerca de um metro de altura. Abaixamos e entramos.

- Béééé, vocês me acharam. – era Grover. Nós o encontramos! Corri até ele.

- Amiguinho! Você está bem?

- Sim. Como vocês conseguiram entrar aqui?

- Depois te contamos Grover, não temos muito tempo. Talvez eles já estejam voltando.

Soltamos as correntes que lhe prendiam os pés e as mãos e saímos daquele lugar escuro. O barulho ali era ensurdecedor.

Nico amparava Grover que andava com dificuldade, enquanto eu e Julie retirávamos as espadas dos suportes e a passagem encolhia-se lentamente. Encostamos o sofá na parede de novo e sopramos o pouco do pó dourado que ainda havia no chão para disfarçar a luta.

Saímos todos juntos e corremos até a cabine 55. Entramos lá e todos nos jogamos nos assentos, em busca de descanso. Agora era esperar o momento preciso de voltar para a cabine 37. Isso me fez lembrar de Percy e Annabeth, estou preocupada com eles... por hora não podemos nos arriscar. Devíamos ficar aqui mais um pouco.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Eu particularmente gostei bastante desse capítulo, mas a minha opinião não conta, e sim a de vocês...
Já estou escrevendo o próximo, e posto rápido se mandarem os meus preciosos REVIEWS, e isso inclui os fanstasminhas também!
Sejam camaradas comigo! (lembreidoGasparzinhoagora kkkkkk)
Beijokas!