A Guardiã Do Livro Oculto escrita por Lana


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, como promessa é dívida, vim postar o capítulo que tinha prometido pra hoje. Desculpe pela demora, mas só consegui terminá-lo agora...
Espero que gostem!
Boa Leitura
Beijo (Leiam as notas finais, por favor...)



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Capítulo 13

Pov Annabeth

É difícil pra eu dizer isso, mas eu confesso que realmente não sei por onde começar. O que quer que tenha pegado Grover não deixou nenhum rastro visível e ainda conseguiu nos enganar com a história dos bilhetes, fazendo com que a gente perdesse um tempo precioso. Argh! Por que as coisas não poderiam ser, pelo menos dessa vez, mais fáceis? Tudo é sempre tão complicado.

Todos na cabine estavam muito quietos. Nico estava com cara de paisagem (n/a:pensando na Julie provavelmente); Julie olhava pela janela com uma expressão muito conhecida por mim – certamente estava tentando achar alguma pista desse quebra-cabeça que não se encaixa; Paige lixava as unhas com uma lixa que eu não sei de onde veio, e de vez em quando cantarolava alguma coisa; e eu e Percy estávamos deitados na ponta esquerda do sofá, ele com os olhos fechados.

De repente, Percy levantou-se apressado e como conseqüência, escorregou e caiu de joelhos no chão. O cabeça de alga é muito atrapalhado... Todos nós rimos dele, que fechou instantaneamente a cara e se pôs em pé. Em seguida falou:

- Acho que Grover conseguiu se comunicar comigo. Precisamos ir.

- O que ele disse? – eu perguntei ansiosa. Pude perceber que ele estava bem agitado, querendo fazer tudo o mais rápido possível, como se um minuto que perdêssemos fosse mudar todo o destino. Por fim, vendo que estávamos ansiosos com o que Grover lhe disse, se acalmou e em seguida falou pausadamente.

- “Percy, ouça...cabine 51”, só isso.

- Mas é melhor do que nada né Cabeça de alga. Você queria que ele desse detalhes? Impossível meu caro. O coitado deve estar dormindo ao relento, passando fome e frio, talvez delirando de febre e sem ninguém pra conversar, além do que el... – a tagarela começou seu discurso, interrompido por Julie. Quem mais poderia ser? Óbvio que era minha linda cunhadinha...

- Ok Paige. Vamos nos concentrar no que devemos fazer.

Incrível como a filha de Poseidon se conformou rápido com a interrupção de minha irmã, porque geralmente ela reclama. (n/a: Paige deve ter se acostumado com todo mundo sempre a interrompendo. Já virou rotina! Kkkkkkkk)

Nico, sempre muito atento e focado, que até agora estava calado, disse:

- Será que ele está nessa cabine 51? Como vamos fazer: simplesmente chegar lá e arrombar o local?

- Não. A coisa tem que ser bem arquitetada. Primeiro: É bem pouco provável que Grover esteja nessa cabine, seria fácil de mais... Acho que  eles não seriam tão tolos; Segundo: Devem haver muitos aliados deles aqui, então precisamos nos proteger para que nenhum de nós seja pego. Vamos armar um plano e agir na hora certa. – eu disse.

- Mas Annie, não temos tempo! – Percy, afobado demais e preocupado com o sátiro, interviu. Paige apenas observava a tudo com a mesma expressão desesperada o irmão, afinal, ela e Grover se tornaram muito próximos esses últimos dias.

- Vamos por partes. Você só o ouviu ou conseguiu vê-lo também? – eu perguntei para Percy desviando o olhar de sua irmã antes que ela pudesse perceber.

- A imagem estava bem borrada e distorcida, mas consegui ver uma sala bem escura e extremamente pequena e baixa, com um barulho iminente de rodas atritando os trilhos, e Grover sentado desajeitadamente no chão e encostado na parede. Levantado um pouco a cabeça, ele murmurou as palavras na minha mente. – o cabeça de alga nos contou.

Nico e Paige se entreolharam. A filha de Poseidon definitivamente estava muito preocupada com o sátiro, que agora era também o senhor da natureza.Olhei para Julie, que assim como eu tinha se aproximado de Percy para não perder nenhum detalhe de sua narração.

- Alguma ideia? – eu a interroguei.

- Acho que devemos distribuir as funções. Nem todos devem sair ao mesmo tempo para procurar Grover, seria muito arriscado. Pelo que Percy disse, Grover está em algum lugar bem desconfortável, mas pelo visto está bem. Só não sabemos por quanto tempo ele continuará assim. Precisamos encontrá-lo o quanto antes.

- Entendi. Está na hora do jantar e não é seguro sairmos juntos. Eu e Percy vamos buscar comida para nós enquanto vocês ficam aqui. Cuidado.

Saímos da cabine rapidamente olhando se havia alguém suspeito no corredor, mas este estava vazio. Barra limpa!, pensei. Percy enroscou minha mão na sua e me olhou preocupado.

- Sabidinha, não podemos enrolar... Grover corre perigo a todo instante, e as meninas também. Por que não vamos de uma vez até essa tal cabine 51?

- É simples Percy. Nós não sabemos com quem estamos lidando. Precisamos ter cautela. Vamos aproveitar pra observar alguma coisa no restaurante. Eles estão esperando que nós todos vamos jantar no restaurante. Fique atento.

Eu disse essa última frase quando passávamos pelo portal de entrada do restaurante. Com uma cara teatral de garota ingênua, passei os olhos pelas pessoas do local e algo me chamou a atenção: uma moça bem bonita que sentava-se à mesa com um homem loiro o cutucou assim que eu e meu namorado entramos. Discretamente, ela apontou o dedo indicador em nossa direção e instantes depois murmurou algo em seu ouvido. Ele apenas assentiu.

Percy também observava tudo à sua volta. Aparentemente não viu nada de anormal, ou então com certeza não saberia disfarçar. Ele bem que tenta, mas não consegue ser discreto. Caminhamos até uma mesa vazia e sentamos porque nós dois comeríamos aqui mesmo, assim, teremos duas hipóteses: ou os “elementos do mal” deduzem que apenas eu e Percy continuamos no trem e os outros desceram, ou então se lembrarão dos que ficaram sozinhos na cabine e irão atacá-los. Eu sei que era arriscado, mas eu tenho um plano pra tentar salvar Grover.

O garçom se aproximou e fizemos nossos pedidos. Por se tratar de refeições simples, nossa comida chegou bem rápido. Durante  algum tempo tudo ocorreu na mais perfeita normalidade, até que notei que a tal moça em que reparei na entrada tinha se levantado e caminhava em direção à saleta reservada – um local de recreação no restaurante. O rapaz loiro que estava com ela foi na direção oposta e simplesmente desapareceu.

Terminamos de comer e convenci Percy a ir comigo até a saleta. Nos aproximamos do portal de madeira que possuía um véu de tecido transparente preso nele. Olhamos através do pano para o interior da sala e vimos algo não muito agradável: a mulher estava sentada de frente para a janela e a mesma levantava um pouco a saia longa que usava, e foi quando podemos ver uma faca de uns 40 centímetros presa às suas pernas escamosas. O cabeça de alga fez uma cara de nojo muito hilária, e não pude deixar de rir, claro que sem fazer barulho. Não devíamos estar surpresos, mas aquilo era um monstro! O que faríamos agora? Bem simples, nos afastaríamos o mais rápido possível pra não dar chance a ela.

Quando voltamos para o salão principal, vimos o acompanhante da monstrenga entrar na cozinha do restaurante. Pedi a Percy que fosse pegar comida para os outros enquanto caminhava para um lugar mais escondido para colocar meu boné da invisibilidade. Ele não queria deixar, mas não estávamos na condição de discutir agora, e aliás, ninguém me veria.

Aproveitei que um funcionário do local abriu a porta e fiquei atrás dele para poder entrar ali. O local não era dos mais asseados, digamos assim, o que fez o jantar revirar em meu estômago. Ao fundo, havia uma pia cheia de lodo e bem ensebada – com certeza nunca viu detergente!

Cerca de umas cinco pessoas trabalhavam em ritmo mecânico no meio de toda aquela sujeira que já estava me dando repulsa. No canto esquerdo vi o homem que procurava parado em frente a uma bancada, esperando um outro funcionário preparar comida para viagem. Seria para o Grover? Talvez sim, talvez não, mas estávamos perto de descobrir.

Prostrei-me perto da porta à espera de alguém que a abrisse para que eu pudesse sair, afinal, eu simplesmente não poderia abri-la, ou então me notariam. Graças aos deuses não demorou muito até que uma moça viesse com uma bandeja em mãos para entregar a alguma mesa. Saí junto com ela.

O restaurante já estava bem mais vazio do que antes, e pude ver Percy com pacotes medianos nas mãos parado na entrada e olhando distraidamente para o teto, mas com o cenho franzido. Caminhei até ele e dei uma leve puxada em sua camiseta. Andamos um pouco e quando entramos em um corredor deserto, eu tirei o boné. Meu namorado me deu um selinho demorado aliviando-se por não ter acontecido nada comigo. “Fala sério... como se eu não soubesse me cuidar.”

 Puxei Percy depressa em direção à nossa cabine. Entramos com olhares assustados sobre nós e eu disse rapidamente:

- Vimos um monstro junto com um cara loiro. Quando entrei na cozinha – disse essa parte olhando para o cabeça de alga – vi que ele esperava uma refeição para viagem. Pode ser para o Grover.

- E o que vamos fazer? – Julie perguntou.

- Eu tenho o meu boné dos Yankees que me torna invisível. Posso voltar lá e segui-lo, até porque ele não deve ter saído ainda. Assim, saberemos onde Grover pode estar e volto para decidir com vocês como resgatá-lo.

- Você não vai Annie. Deixa que eu vou. – Percy disse autoritário. Quando ele vai entender que não manda em mim?

- Eu não estou pedindo permissão. Estava só comunicando. – Percy quis me interromper, mas levantei uma mão e ele se calou. Então, continuei, - Não é hora pra isso Cabeça de Alga. Você mesmo disse que não temos muito tempo.

Abri a porta e ele veio atrás e segurou meu braço. Em seguida, me puxou para si e disse em meu ouvido:

- Não quer o beijo de “Boa sorte”?

- Claro que quero... – eu disse olhando em seus profundos olhos verdes. Nos beijamos rapidamente, mas com uma intensidade incrível. Senti espasmos de coragem percorrerem o meu corpo e isso com certeza me deu ânimo para encarar o que quer que viesse. Sei que pode ser perigoso, mas é a única chance que temos.

Dei um último selinho nele e me desprendi do mesmo. Coloquei o boné e saí andando, porém ainda ouvi o barulho da porta da cabine 37 batendo. Se tudo der certo, em breve estarei de volta e em segurança ali.

 Mas e se não der? Isso será algo que ainda vou descobrir.


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo, o resgate de Grover! Será? Leiam para descobrir...
P.S.: Tenho um assunto sério pra falar com você, leitor fantasma. Sim, é com você mesmo! Por que você não posta reviews? Não custa nada, e não precisa ser longo também. Eu quero saber o que você está achando da história, e pra isso você precisa aparecer! Sempre respondo a todos e estou me esforçando pra postar mais capítulos em um curto espaço de tempo, então façam esse esforcinho pela história também... Desde já agradeço a quem aderir meu pedido e também aos meus super leitores ( e amigos, claro!) que sempre mandam reviews! Amo todos vocês, mas se postarem vou amar mais porque saberei que vocês existem.
Ufa!
Depois dessa...até o próximo!
Beijokinhas