The Sound Of 2 Hearts: Segunda Temporada escrita por Mariia_T


Capítulo 56
Redemption


Notas iniciais do capítulo

Meu Deus, meu Deus, que emoção. Vou deixar para chorar nas notas finais, boa leitura!



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Final Alternativo I


– Meu Deus! Ainda não acredito que você voltou! – Justin me abraçou de novo.

– Nem eu! – Abri um sorriso enorme, por me sentir naqueles braços de novo. Era tão boa a sensação, de estar em casa mais uma vez, estar com ele.

Estávamos esparramados no chão do camarim dele. Havia me esquecido das exigências que ele fazia para seu camarim. Parecia até uma diva de tão fresco. As toalhas brancas felpudas, o shampoo da Pantene, o sabonete neutro e as porcarias que ele gostava de comer antes do show. Para quê, gente?

Eu estava deitada entre suas pernas enquanto ele estava sentado, encostado no sofá. Por que não estávamos usando o sofá? Não sei.

– Achei que nunca mais te veria. – Falou, com toda a sinceridade do mundo carregada em sua voz.

Respirei fundo enquanto desenhava qualquer coisa no tecido de sua calça preta. Não queria tocar naquele assunto. Era cedo demais, ou tarde. Justin pareceu entender aquilo e não voltou a tocar naquele assunto. Seus braços me envolveram e ele me apertou um pouco mais contra seu corpo.

– Pronta para um show incrível? – Ele riu de repente.

– Show e incrível juntos na mesma frase proferida por você? Hm, não espero nada assim, Bieber. – Brinquei, sarcástica.

– Engraçadinha. – Deu um beijinho no meu pescoço. – Você vai querer camarote ou primeira fila?

– Não posso ficar com a equipe?

– Não senhora, quero olhar em seus olhos quando cantar Stuck In The Moment hoje. – Disse.

– Mas não é sobre o novo CD essa turnê, Justin?

– Hoje é um dia especial. E você me disse uma vez que essa era sua canção favorita. – Explicou.

– Não acredito que você se lembra disso. Elefante Bieber. – Brinquei. Ele riu pelo nariz.

– Claro que lembro.

Scooter bateu na porta e entrou no camarim.

– Cinco minutos, Biebs. – Ele avisou antes de fechar a porta novamente.

– Pronta? – Justin perguntou, levantando-se depois que eu me levantei. Assenti, com um sorriso enorme no rosto.

O barulho era ensurdecedor, mesmo detrás do palco. Eu havia me esquecido de como era aquela sensação de fazer parte de um sonho. Mas eu não podia me entregar de novo, não. Seria pior depois.

Fredo me guiou até a minha fileira. Primeira, claro. Ele ficou ali comigo, o tempo todo, cantando as músicas novas – para mim – e até mesmo o medley que Justin fez com algumas das mais marcantes músicas do antigo CD. Era lindo como eu me lembrava. O calor das fãs, os choros, as risadas, garotas enlouquecidas e Justin. Ele havia nascido para aquilo, era o que simplesmente estava no sangue dele. Ele cantou a minha música favorita, sem muita cerimônia. Ok.

– Eu queria cantar uma música em especial para uma garota que está aqui hoje. Faz muito tempo que ela não me assistia, então... Eu queria dar a ela uma bela canção. Vocês me ajudam? Cantem o mais alto que puderem, por favor. – Justin dizia, enquanto caminhava pelo palco.

Uma melodia agradável começou a tocar. As garotas gritaram como se não houvesse amanhã e eu me senti mal por não conhecer a tal música. A voz arranhada de Justin cantou as primeiras palavras e eu parei para prestar atenção na letra.

Basically I’m saying here
I can’t live without my baby
Loving you is so damn easy for me

Ain’t no need for contemplating
Promise me you won’t keep me waiting
Tell me baby I’m all that you need

If I could just die in your arms
I wouldn’t mind
‘Cause everytime you touch me
I just die in your arms
Oh but it feels so right
So baby baby baby please don’t stop, girl

Senti o braço de Fredo em meus ombros e só então me dei conta de que estava chorando. Meu coração estava apertado e eu já me sentira estranha com a primeira parte da música. Deitei a cabeça em seu ombro e deixei as lágrimas escorrerem livremente. Que mal faria, afinal, se eu jogasse tudo para fora ali? Nenhum, ao meu ver.

O show terminou alguns minutos depois. Justin não mudara nada no palco, sempre aquele garotão idiota que apenas se diverte fazendo o que mais ama.

Mais tarde, no quarto do Justin, eu estava deitada na cama, olhando o teto sem animação alguma para arranjar outra atividade menos mórbida. Já havia tomado meus remédios do dia, mas a sensação de não surtirem efeito já era comum. Ouvi meu celular vibrar em cima do criado mudo e rolei na cama para alcançá-lo. Mensagem de Norah. Sabia que mais cedo ou mais tarde aquilo viria.

“Volte para casa, x.”, dizia, apenas. Suspirei alto, sentindo aquele mesmo aperto no coração que sentira no show. Minha cabeça estava um turbilhão de pensamentos, apesar de eu já ter me conformado com minha situação há um tempo atrás.

– Mais tempo... – Sussurrei, na esperança de que Norah ouvisse meu desejo e pedisse desculpas por ter me apressado. Mas que idiota.

– Falando sozinha? – Justin saiu do banheiro, seu cabelo ainda pingava no peito nu e escorria até o cos de sua calça de moletom. Lindo, como sempre. Um sorrisinho de pura felicidade brincava em seus lábios.

– Vem cá? – Pedi, abrindo os braços. Ele se aproximou e me abraçou quando eu fiquei de joelhos na cama. Selei nossos lábios sem a menor cerimônia, liberando toda a minha saudade ali, em seus braços. Tentei ao máximo decorar seu gosto, seus lábios perfeitos, seu beijo doce e calmo, enquanto minhas mãos percorriam seu tórax, com o mesmo objetivo de memorizar cada traço dele.

Suas mãos desceram até a barra da minha blusa e a puxou para cima. Eu me afastei minimamente e deixei que ele a tirasse de mim, beijando meu pescoço em seguida. Havia lava correndo em minhas veias no lugar do sangue. Um de seus braços segurou minha cintura enquanto eu era deitada delicadamente na cama macia, ele por cima de mim, seus lábios nos meus. Ora ele sorria entre o beijo, ora mordia meu lábio inferior e o puxava. Em algum momento, percebi que estava sem meu short e ele se encontrava do mesmo jeito que eu, apenas em roupas íntimas. Livramo-nos daqueles pedaços de pano, matando nossa saudade um do outro.



Fiquei acordada a noite toda, apenas observando Justin dormir calmamente ao meu lado, como uma criancinha linda. Mais uma vez eu estava lá, me martirizando por estar fazendo aquilo e ao mesmo tempo feliz por poder fazê-lo.

Lembrei-me da mensagem de Norah. Algumas lágrimas vieram rápido demais e caíram, molhando o travesseiro. Funguei baixinho, me sentindo uma idiota por não suportar aquilo. Meus dedos apertavam nervosamente os botões da minha blusa de flanela, eu tinha que fazer aquilo.

– Amor? – Ouvi sua voz rouca me chamar. Levantei os olhos, surpresa. – O que foi?

– Eu... Nada, Jus… tin. – Falei, me enrolando nas palavras. Ele estranhou o modo como pronunciei seu nome.

– Você anda estranha. O que está acontecendo? – Passou as pontas dos dedos pela minha bochecha, limpando uma lágrima. – Me conta...

– Eu não vou ficar, Justin. – Falei rápido demais, como se dizer daquele modo doesse menos. Ele parou por um momento e olhou fixamente para algum ponto do meu rosto.

– Como assim? – Ainda não olhava nos meus olhos.

– Eu vou voltar para Atlanta. Norah já deve estar comprando as passagens. – Expliquei, liberando o ar de meus pulmões aos poucos.

– Ah, por um instante pensei que... Esquece. – Riu, parecendo aliviado. Mordi o lábio.

– Não, me conta.

– Achei que ia se afastar de...

– Eu vou, J. – Cortei-o, sentindo o nó na minha garganta se tornar uma bola imensa. – Uma semana, foi o que eles me deram.

– Isso não tem graça, Miranda. – Disse, me olhando com uma cara de bravo.

– Não é uma brincadeira, Justin. – Falei, tentando parecer firme.

– Você voltou para ir embora? É isso? – Ele parecia nervoso ou irritado, ou simplesmente chateado. Não respondi.

Ele sentou na cama, encarando a parede oposta à cama. Permaneci deitada por alguns segundos e me sentei também. O silêncio estava me incomodando, queria que ele dissesse alguma coisa, queria que ele gritasse ou apenas mudasse de assunto, daquele jeito que ele sempre fazia para me sentir melhor quando alguma coisa me magoava.

Ouvi algo que foi muito pior que o silêncio, alguma briga com ele ou qualquer uma das dores que me assaltavam naquele momento.

– Por favor, Justin, não faz isso comigo. Não chora. – Pedi, passando meus braços por sua cintura e deitando minha cabeça em seu ombro. – Por favor.

– Eu... Você pode... Me deixar um pouco sozinho? Eu preciso... – Mal terminou a frase, apenas se levantou e correu para a porta, abrindo-a. Entendi o recado. Limpei as lágrimas que já queimavam meus olhos, calcei minhas sapatilhas que estavam ao lado da cama, peguei meu celular e saí do quarto, como um foguete. Nem ao menos levantei a cabeça para poder olha-lo.

Encostei-me à parede oposta do quarto dele e cruzei os braços na frente do peito, sentindo aquele nó maldito me cortar de dentro para fora.

Não havia mais volta. Não sabia nem se deveria ter ido ali.

Como esperado, Norah comprou minha passagem e me mandou todas as informações necessárias por e-mail. Eu não estava tão animada como deveria estar para passar meus últimos dias com minha família, amigos e pessoas que eu gosto. Quero dizer, ninguém sabia que, quando acabasse a festa e eles fossem me dar “tchau”, estariam se despedindo para sempre de mim.

Claro que sempre havia o ‘porém’: essa coisa de última semana não é certeza.

Mas àquela altura do campeonato, eu não acreditava em mais nada. Talvez eu duvidasse até do amor que eu achava que Justin tinha por mim.

Grande jeito de terminar a vida – curta: solitária, triste e desiludida.

No mesmo dia da minha estranha “briga” com Justin, eu já estava no aeroporto, pronta para fazer o caminho de volta. Será que eu podia se enterrada com meus pais biológicos? Bom, para isso eu deveria voltar ao Brasil. Daria trabalho, esquece.

Sentada, esperando meu voo, eu me perguntava como a vida podia parar ali. O final da linha do trem, o final da caminhada, o fim de tudo, chame como quiser. Para mim, tudo ia dar no mesmo: morte. Era completamente irônico como eu me encontrava ali, sentada, esperando pacientemente – ou nem tanto – por meu voo que simplesmente me levaria até o lugar onde eu seria futuramente enterrada. Não é como se eu não aceitasse o meu trágico final, mas... Poxa, ele estava tão perto! E, por algum motivo, eu não tinha medo daquilo. Alguma coisa me confortava. Não sabia o que era, mas uma sensação de dever cumprido me tomava e eu podia descansar agora.

Mas eu experimentei a morte uma vez, ela tinha gosto de sangue e lágrimas, doía um pouco.

Olhei em meu relógio, dez minutos para meu voo. Levantei da cadeira, preparando-me para esperar o portão abrir. Aquele era o terminal mais afastado do aeroporto, que ironia. Ninguém ia para Atlanta naquela cidade amada pela Rainha?

– Miranda! – Alguém me – gritou – chamou. Girei nos calcanhares e vi Fredo correndo como louco até onde eu estava. Apenas fiquei olhando enquanto ele se aproximava. – Você não... Não pode... Ir embora. – Ofegava. Apoiou-se no joelho com uma mão e com a outra segurou meu ombro. – Sem antes me dar um abraço, pequena. – Dessa vez estava mais controlado, mas seus olhos se encheram de lágrimas. Justin havia lhe contado.

Assenti, no mesmo estado que ele. Abracei-o com força, não querendo soltar. Fredo era tão especial para mim. Ele, junto com Chaz, Ryan e Christian, fazia parte dos garotos mais incríveis que eu já conheci, meus irmãos mais velhos.

– Você vai fazer falta, sabia? – Sussurrou em meu ouvido, fazendo-me fechar os olhos com mais força ainda. Funguei e ele me apertou mais.

Abri os olhos e olhei à minha frente, sentindo meu coração disparar.

– Oi. – Ele disse, se aproximando.

– Oi. – Respondi, soltando Fredo e indo em sua direção. Era possível ouvir a multidão que ele arranjara indo ali me ver, mas eu mal liguei. – Veio se despedir?

– Eu vim me desculpar. – Sorriu de lado. – E, bom, me despedir. Por mais que eu não queira fazer isso de modo algum, porque eu não vou suportar ficar sem você, acho que vou me internar em algum hospício e...

Beijei seus lábios, fazendo-o se calar.

– Você vai se sair melhor do que pensa. – Garanti. – Promete para mim que você vai seguir sua vida.

– Miranda...

– Promete, Justin. – Olhei firme em seus olhos.

– Eu prometo, Miranda. Mas prometo também que ninguém nunca te amou do jeito que eu amo, ninguém nunca vai poder ocupar o espaço que você vai deixar em minha vida. Eu sei que você vai dizer que eu vou encontrar alguém, e quem sabe eu até ache, mas ninguém será como você. – Disparou ele, num jato. Comprimi os lábios, evitando sorrir como uma idiota.

– Obrigada, Justin. Você é a melhor coisa que já me aconteceu e eu não me arrependo de nada... Porque até mesmo minhas tragédias se tornaram boas quando eu conheci você. Porque elas me levaram a você.

– Eu te amo, brasileirinha. – Ele riu do apelido. – Muito. E é tão ruim ter que me despedir... É tão ruim pensar que esse é o fim... Por que você? Não é justo, não é justo! – Ele se lamentava.

– Você é o responsável por toda a felicidade que eu senti. Obrigada por me dar a melhor vida que eu poderia ter, Justin. Você é o cara certo para mim, sempre foi. Mas “nós” acabamos aqui. Você vai encontrar alguma garota linda, com um nome tão fofo quanto... Sei lá, Alice e vocês vão ser o novo casal mais lindo. – Brinquei, segurei seu rosto entre as mãos, olhando em seus olhos castanhos.

– Isso soa tão mal. – Justin franziu o cenho.

– Eu sei. – Mordi o lábio, sorrindo com pesar. – Mas, um dia, você vai entender porque as coisas acontecem assim. Eu entendo minha vida agora, Jus.

Alguém avisou no alto-falante que os passageiros do meu voo já deveriam embarcar. Xeque-mate, a vida disse para mim, em minha cabeça.

– Eu queria... – Tateou os bolsos à procura de algo. – Eu gostaria de dizer às pessoas, quando elas perguntassem, que eu tive a oportunidade de pedir isso a você. – Tirou uma caixinha do bolso, preta, aveludada.

– Jus...

– Miranda Stephen, eu sei que somos muito novos, sei que nosso relacionamento é meio conturbado, mas se nem a morte ligou para isso e vai te levar mesmo assim, porque o meu amor deveria ligar? Você aceita se casar com esse garoto que não é nada sem você? Será que, por esse breve espaço de tempo, você gostaria de ser a Senhora Bieber? – Ele se ajoelhou e segurou a caixinha, abrindo-a e revelando um anel delicado demais, lindo demais.

– Eu seria muito idiota, Justin, se eu não aceitasse casar com você. – Sorri e o abracei, ficando de joelhos também, para poder beijá-lo.

– Eu te amo. – Dissemos juntos.




– Tem certeza que quer fazer isso? - Kenny perguntou, sob o ombro, me olhando curiosamente. O que ele esperava? Eu enlouquecer? Eu estava quase lá.

– Eu preciso. - Falei, entredentes.

Ele assentiu e destravou as portas. Com relutância, abri a porta e pisei na grama macia, o verde brilhava especialmente naquele dia de verão. Daria no mesmo se o sol não estivesse lá. Chovia todos os dias por dentro e ninguém podia mudar isso. Com um susto, percebi que quase não conseguia mover as pernas. Forcei-me a andar, caminhando por entre vários nomes, uns mais apagados, outros mais conservados. Prometi que não ia deixar aquilo acontecer com seu nome. Não ia.

Muita gente olhava para mim, engraçado e triste como aquele lugar estava cheio naquele dia. Engraçado e irônico como o fim de uma vida pode ser tão movimentado, conturbado. Mas eu sabia que não era assim com quem eu estava procurando. De tanto procurar, achei. Meu coração quase parou. Como eu queria que tivesse.

Ali, no meio de alguns nomes estranhos, estava o nome que fazia meu coração acelerar, me aquecia durante a noite, era o meu sorriso de bom dia. Tal nome que agora estava entalhado numa pedra fria, sem cor, sem emoção, serena e em paz. A leve brisa bateu em meu rosto.

– Oi, meu amor. - Sussurrei, esperando que o vento levasse as palavras para junto dela, onde quer que ela estivesse, onde ela merecia estar, num lugar melhor.

Sentei no gramado bem cuidado e passei a ponta dos dedos pelas letras.

– Tenho sentido saudades. - Falei com o nada. Nada. Era tudo o que eu tinha. Que irônico. Por quase dois anos inteiros eu achei que tinha tudo na minha música, nas minhas fãs. E aí eu decobri que pode ser muito mais que isso. Minha vida toda estava naquela garota, única e exclusivamente, eu vivia por ela. Que grande contradição é o amor. Você pode amar de tantas formas, mas aquele amor que você sabe que é o mais forte, é o que te derruba, mas mesmo assim você se alegra por estar no chão. Porque quem vai te audar a levantar é a mesma pessoa que te derrubou. - Você faz tanta falta.

Algumas lágrimas teimaram em cair. O cara durão e forte sumiu, não foi? O seu mundo desabou, foi tudo embora. Amar é uma burrice, mas seja o mais burro de todos os tempos. Porque vale a pena.

– Por que você me deixou? Sabe que eu preciso de você aqui, baixinha. Eu não consigo... Sem você... - Fui interrompido pelo choro. Inferno, por que doía tanto? - Sabe qual foi a pior parte, meu amor? Quando eles fecharam... Você sabe o quanto doeu? Eu nunca mais te verei. Seu rosto, seu perfume, seu calor. Você conseguiu se livrar de mim, afinal. Seu chato preferido, lembra? Eu sei que eu errei tanto, eu fui tão imbecil de deixar você escapar tantas vezes. E agora tudo o que eu quero é te abraçar e nunca mais soltar. E sabe o que é mais engraçado? Eu não posso fazer isso. - Ri com amargura. - Isso não é engraçado.

Olhei o objeto que eu segurava em minhas mãos. Que grande merda de ironia do destino. Equilibrei-o em cima da grama, bem perto de seu nome.

– Isso aqui é para você. Eu ganhei o Grammy, meu amor. Por sua causa. - As lágrimas irromperam e eu solucei alto. Kenny se aproximou, mas eu não queria ninguém perto de mim. Aquele era a minha redenção, minha punição. - Eu te amo, tanto, baixinha. Meu anjo, olhe por mim daí de cima.

Levantei-me e peguei o prêmio. Olhei uma última vez para a lápide e seu epitáfio que me trazia boas lembranças. "Miranda Stephen. 5/01/1994 - 27/06/2012. 'Quando você sentir a leve brisa tocar seu rosto, saiba que eu estou acariciando seu rosto'."

Ela não morreu no dia seguinte, muito menos na semana seguinte. Até onde Norah me contou, ela esteve com eles por mais de uma semana, acho que três. Não me apeguei aos fatos numéricos, até porque quando eu estava com Miranda, o tempo não parecia passar ou passava voando.

Eu resolvi acreditar nas palavras que ela me dissera antes de embarcar naquele voo. Afinal, sobre nós dois, ela sempre esteve certa, era sempre mais confiável acreditar nela do que em mim. Apeguei-me ao fato de que ela me garantiu que foi feliz ao meu lado, tanto quanto eu fui ao dela.

Foi numa madrugada que me ligaram para avisar de seu falecimento. Norah me confidenciou algo que ninguém mais soube, já que fora ela quem encontrou a irmã morta em sua cama. “Ela morreu enquanto dormia, quer morte mais agradável? Aposto que ela estava sonhando com alguma coisa boa, pois havia um leve sorriso em seus lábios, Justin, eu acho que ela estava sonhando com você.”

Um sorriso brotou em meus lábios assim que ela disse aquilo. Como a vida pode ser irônica: eu, que causei tantas tristezas à ela, podia ser o motivo de seu sorriso num momento como aquele.

Seguir em frente. Eu sempre me dizia aquilo. Ela queria que eu fizesse aquilo e aquilo seria feito. Seria meu último favor concedido, minha última ordem realizada: seguir em frente, por ela.

Não vou dizer que, como em qualquer filme clichê e besta, eu encontrei uma garota linda, com um sorriso tímido nos lábios e pronta para embarcar em um amor arrasador comigo assim que saí daquele cemitério. Não vou dizer até porque não aconteceu isso.

Mas vou dizer que sempre que sinto a brisa tocando suavemente meu rosto, eu sinto carinho ali, sinto amor. Eu sei que ela está ali, cuidando de mim, me motivando a continuar em frente. Meu anjo.





– Bom dia, Scott. – Falei, entrando no estúdio. Estava frio naquele dia, o que não era muito comum em Los Angeles, mas era perfeito para escrever uma música melancólica para o novo álbum. – Frio, né?

– Fala, Biebs! – Ele sorriu, de dentro da cabine, testando alguns microfones. – Temos mudanças.

– Jura? Espero que seja coisa boa, hoje o dia promete! – Esfreguei uma mão na outra e Scooter riu, animado.

– Não, JB, eu não comprei outro carro para você ou vou te dar férias, não se anima muito não. – Disse, olhando algo no celular.

– Poxa, sem carro? – Fingi decepção. – De qualquer forma, Scott, hoje ninguém tira meu bom humor. Vou buscar um café. – Avisei, indo para a porta.

– Não precisa, eu já mandei a...

Abri a porta mesmo assim e avancei. Senti o líquido quente me queimar por debaixo da blusa e quase gritei. Ouvi alguém xingar baixinho e logo uma horda de desculpas se fez presente. Olhei para frente, estranhando ouvir a voz feminina.

– Meu Deus, me desculpe! – Ela disse, me olhando nos olhos com preocupação e culpa.

– Não, que isso! – Falei, sem conseguir desviar o olhar dela. – Culpa minha abrir a porta com tanta pressa.

– Certeza? – Perguntou, certificando-se.

– Uhum. – Sorri. – A propósito, Justin. Só Justin.

– Tudo bem, Justin. Sou a Alice. Só Alice. – Sorriu um sorriso estonteante, apertando a minha mão estendida.



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Notas finais do capítulo

AAAAAAAAAAAAH E ENTÃO? ME DIGAM, cara, que sentimento é esse? Cara que vazio, acabou ;c
Mas o final foi legal, né? HSUAHSUASHUAS nem tanto, mas ok. Eu achei que ficou perfeito, quem criticar meu bebê vai levar tapa u.u
mentira.
Ah gente, pois é, acabou. Já já posto os agradecimentos, okok?
Preciso ir ali chorar :cc



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