The Sound Of 2 Hearts: Segunda Temporada escrita por Mariia_T


Capítulo 46
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Notas iniciais do capítulo

Estou respondendo os reviews de vocês e comendo sorvete, quer coisa melhor? Aw.
Leiam esse capítulo enquanto eu me mantenho ocupada, haha.



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– Justin


- Ei, Scott? Miranda não vem hoje? – Saí do estúdio, meio afobado.

- Ér... Não. Norah está meio doente e... – Deixou as palavras no ar. Ele parecia estar medindo as coisas que dizia.

Podem me chamar de paranoico, louco ou simplesmente desocupado, mas eu estava achando as coisas meio estranhas. Parecia que todo mundo estava me escondendo algo. E minha curiosidade nunca me ajuda a ficar menos ansioso.

Para colaborar, não via Miranda desde que ela desmaiou, ou seja, quatro dias atrás. Eu queria ter ficado lá até ela acordar, mas Scott disse que eu tinha compromisso. Charlie me disse para ir, porque eles ficariam com ela – claro.

Uma vez, ouvi Kenny ao celular, conversando com alguém. E eu acho que era Miranda, porque ele disse “pequena” uma vez, e ele só chama Miranda de pequena. E ainda terminou a conversa com um “Eu não vou contar nada, pode deixar”. O que ele não ia contar? Ele não ia me contar alguma coisa.

O que estava acontecendo de errado?! Não conseguia falar com Miranda de jeito nenhum. Ela não vinha trabalhar, não atendia minhas ligações, não respondia minhas mensagens... Era impressão minha ou ela estava me evitando?

Cheguei em casa meio mau humorado. Queria apenas tomar um banho e cair na cama. Procurei minha mãe para lhe dar um beijo. Não estava na sala, então procurei na cozinha.

- Charlie! – Fui abraçar a mãe da minha namorada, meio animado de repente.

- Justin, querido! – Sorriu, me dando um beijinho na bochecha.

- Miranda esta aqui? – Olhei em volta, procurando por ela.

- Não, desculpe. Ela não pode vir. – O sorriso sumiu de seu rosto.

- Ah. – Sorri torto e virei-me para abraçar minha mãe. – Está chorando?

- Charlie me contou uma história emocionante. – Enxugou os olhos com o dedão. – Por que você não sobe e dorme um pouco? Parece cansado.

- É o que eu vou fazer. – Abri um sorriso. Abracei Charlie mais uma vez. – Diz a Miranda que estou com saudades.

Saí da cozinha. Elas continuaram a conversa.

- Isso vai ser difícil. – Minha mãe disse, com a voz embargada pelo choro novamente.

- Muito. – Charlie sussurrou.

Entrei no meu quarto e corri para tomar um banho longo. Tentei pensar um pouco sobre o que eu achava que estava estranho, mas a água levou minhas preocupações para o ralo.

Vesti uma calça de pijama e me joguei na cama. Disquei o número de Miranda. Chamou, chamou e chamou, ninguém atendeu. Bufei, chateado. Disquei o número de novo.

- Alô? – A voz de Miranda cantou em meus ouvidos.

- Miranda? Meu amor, como você está? – Sentei na cama, sorrindo.

- Justin? – Ela murmurou algo, que mais me pareceu um xingamento. – Oi... Estou bem. – Riu pelo nariz.

- Estou com saudades. – Falei, meio manhoso.

Ela demorou para responder.

- Também estou, Jus.

- Quero te ver.

- Acho que isso vai ser meio difícil, JB. – Riu fraco.

- Por quê?

- Estou correndo para cima e para baixo com as coisas do casamento da Norah, sabe, o grande dia está chegando. – Fez uma voz engraçada.

- É verdade, eu havia me esquecido. – Sorri comigo mesmo.

Alguém falou alguma coisa com ela, do outro lado da linha.

- Jus? Eu tenho que ir. – Sua voz parecia triste. Não era possível que ela estivesse sentindo mais saudade que eu. Cara, sou completamente dependente dessa menina.

- Ok, boa noite. Durma bem, te amo.

Ela riu baixinho e desligou. Coloquei o celular no criado mudo e me esparramei pela cama, de repente bem melhor. Dormi logo depois.



Estacionei o carro em frente à mansão. Respirei fundo e fui para a porta da casa.

- Justin? – Sam me olhou estranho ao atender a porta e me ver ali.

- A Miranda está aí? – Sorri, fraco, meio sem graça por ter aparecido sem avisar. Olhei pela porta, o interior da casa, a atmosfera parecia fria. Norah passou pela sala, comendo uma maçã.

- Não, ela não está. – Sua expressão era um tanto triste.

- Onde ela está? – Perguntei, pegando a chave do carro do bolso.

- Ela pediu que não...

- Sammy, eu sei que tem alguma coisa de errado. Miranda me disse que Norah estava mal e ela não está! Sei que ela pediu que não me contasse sobre alguma coisa, mas eu preciso ver Miranda. – Supliquei, juntando as duas mãos.

Ela hesitou.

- Ela está no hospital. – Falou, meio receosa.

- Hospital?

- Vai logo! – Fechou a porta.

Corri de volta para o carro e dirigi até o hospital onde ela geralmente era atendida. A ideia de Miranda em um hospital me assustava, ela sempre me pareceu tão frágil e tão delicada.

- Preciso ver Miranda Stephen. – Falei à recepcionista, que estava ocupada com outra coisa e nem olhou para mim.

- Só um momento. – Começou a mexer no computador. – Qual seu nome?

- Justin Bieber. – Falei, meio apressado. Ela tirou sua atenção da tela do computador e me fitou.

- Ah... Sim, ela está... No terceiro andar, aí você fala com a recepção daquele andar. – Teve certa dificuldade para falar. Esperei ela me dar meu crachá e me fui pelo caminho indicado.

Aquele andar era bem silencioso. Vi um balcão e algumas pessoas atrás dele.

- Oi. – Sorri fraco. O homem de branco que estava ali me encarou. – Eu preciso ver...

- Será que podemos esperar um pouco para começar, quero me preparar. – A voz de Miranda chamou minha atenção para o final de um largo corredor. Ela estava acompanhada de uma enfermeira baixinha. Agradeci rapidamente ao moço e segui sua voz.

- Miranda! – Chamei, tentando não gritar. Ela parou de súbito e demorou alguns segundos para se virar. Ela estava com o cabelo preso em um rabo de cavalo frouxo, jeans e regata. Parecia ter chorado algumas vezes antes daquele momento.

- Justin? O que você está fazendo aqui? – Ela se aproximou rapidamente, olhando em volta. A enfermeira que estava com ela entrou em uma sala.

- Meu amor, o que está acontecendo? Por que está aqui? – Diminui um pouco mais o espaço entre a gente.

- Jus... Isso é complicado e não interessa. – Falou, com falso desdém.

- Claro que interessa! Norah não está doente... Você está bem? – Comecei a ficar preocupado, se não era Norah, era ela.

- Justin... Isso é difícil... – Sua voz sumiu.

- Miranda. – A enfermeira voltou, com um sorriso solidário no rosto. – Sua sessão já está pronta.

- Sessão? Sessão de quê? – Perguntei, confuso.

- Obrigada, Sue. – Falou Miranda, sorrindo, meio triste. – Eu já vou. – Voltou sua atenção para mim.

- Miranda... Fale, o que quer que seja, eu aguento. – Encorajei-a a falar. Abracei sua cintura, precisava senti-la em meus braços.

Ela apoiou suas mãos em meus ombros, seus lábios tremiam, estava se segurando para não chorar. Sorri para ela, esperando que falasse. Ajeitei uma mexa solta de seu cabelo delicadamente.

Miranda olhou para minha mão e soluçou alto, soltando o choro. Afundou seu rosto em meu pescoço, molhando minha camisa com lágrimas. Desci os olhos para minha mão e entendi: havia um pequeno punhado de cabelo emaranhado em meus dedos. Naquele momento, senti meu coração parar de bater. Não. Não podia ser, minha pequena, meu bebê... Aquilo não podia se verdade.

- É sério, meu amor? – Perguntei, esperando por um não. Minha voz estava distorcida.

- Eu sinto muito, Jus. Eu sinto muito mesmo. – Agarrou minha camisa com força, soluçando alto de novo.

Algumas pessoas nos olhavam enquanto caminhavam por ali. Ouvi alguém tirando fotos, mas não liguei. Naquele momento, minha cabeça não processava mais nada. Livrei-me daquele cabelo e a abracei, segurando o choro. Grande namorado eu era. Ao invés de ajudar, não conseguia nem dizer algo que fizesse aquilo melhorar. Só estava abraçando-a com força, como um desesperado. Fechei os olhos, respirando fundo.

- Você não ia me contar, não é? – Perguntei, quando ela se acalmou. Aquilo me incomodou.

- Não. – Riu pelo nariz.

- Por isso estava me evitando. – Constatei, apertando um lábio no outro.

- Jus... Só queria tornar mais fácil...

- Mais fácil? Ficar longe de você só ia piorar tudo. Você precisa me dizer, me contar tudo, Miranda. Eu sou seu namorado, seu amigo, eu preciso saber se você está bem! – Segurei seu rosto entre as mãos, olhando em seus olhos. – Você nunca vai se livrar de mim.

- Justin... – Ela sorriu, em meio às lágrimas.

- Miranda? – A enfermeira se aproximou de novo. Miranda se afastou de mim, limpando as lágrimas e colocou um sorriso no rosto. Essa era a minha garota, forte, sempre forte.

- Tenho que ir. – Fez uma careta. Me deu um selinho demorado e me deixou ali, no meio do hospital com o coração na mão.



- Mãe? – Chamei, ao chegar em casa. Ela veio da sala, segurando o celular numa mão.

- Oi filhote, como foi seu dia? – Sorriu.

- Você já sabia, não sabia? – Perguntei, ignorando seu cumprimento.

- Sobre?

- Miranda. – Foi a única coisa que precisei dizer para ela entender.

- Meu amor...

- Tinha que ter me contado, mãe! – Levantei um pouco a voz.

- Eu sei, meu amor. Achei que seria melhor se eu não te constasse...

- Não quero que vocês se preocupem se vai ou não me machucar, se eu vou passar o dia inteiro chorando, eu quero sempre a verdade. – Pedi, baixando a bola. Ela assentiu, meio sem graça.

- Desculpe por ter escondido isso. Charlie me disse que Miranda não estava aceitando muito bem tudo isso.

- Vou subir. – Ignorei sua informação.

- Ok. Vai descer para jantar?

- Acho que não, eu não estou com muita fome. – Sorri torto e subi as escadas com pressa.

Desabei na cama, enterrando minha cabeça no travesseiro fofo. Aquilo só podia ser um pesadelo, não era possível... Era tão injusto!

Rezei internamente para que aquilo acabasse bem.

Dormi, mas não fiquei muito tempo apagado. Precisava fazer algo, precisava ser útil, não ia conseguir ficar em casa, parado.

Liguei para Norah, contei tudo a ela, antes de perguntar se Miranda estava em casa. Para minha sorte, havia acabado de chegar em casa. Precisava fazer minha baixinha sorrir.

- Ela está no quarto dela, não faça barulho. – Norah abriu a porta da casa para mim. A casa estava silenciosa, provavelmente todos estavam dormindo já.

Subi as escadas fazendo o menor barulho possível. Entrei no quarto dela meio animado, mas não encontrei ninguém. O barulho do chuveiro me avisou que ela estava no banho. Deitei na cama e esperei.

- O que você está fazendo aqui? – Ela saiu do banheiro, de roupão e uma toalha na cabeça. Parecia bastante cansada.

- Preciso te ver. – Falei, manhoso. – Estou carente.

- Besta. – Riu fraco e foi para seu closet. Voltou com um pijama diferente do que costumava usar. Calça e regata, seu cabelo estava molhado e bagunçado.

- Vem aqui. – Abri os braços e ela rapidamente se aninhou neles. Beijei seu ombro, entrelaçando uma perna com as pernas dela. – Como está se sentindo?

- É difícil responder. – Franziu o cenho. – Sinto enjoos e dores de cabeça muito fortes, e é de repente... Eu estou assustada com tudo isso, Jus. – Sussurrou a última parte.

- Ei, estou aqui. Estamos juntos nessa. – Segurei sua mão, olhando em seus olhos. Custasse o que iria custar, eu iria manter essa promessa. – E por mais que você me queira longe ou coisa do tipo, vou ficar aqui.

Ela sorriu e me deu um selinho.

- Gosto quando você fala assim... Faz as coisas parecerem menos piores.

- Vamos passar por essa, eu prometo. Você vai melhorar. – Não sei de onde estava tirando tanto otimismo, mas alguém precisava estabilizar o momento, não podia deixar Miranda triste com aquilo tudo.

Aliás, eu não podia me permitir pensar o pior.

- Obrigada, Jus.

Afaguei seus cabelos, sorrindo firme para ela. Não havia por que temer o pior, a vida não é tão cruel assim, certo? Não sei.

- Podemos dormir agora? – Bocejou. – Me sinto exausta.

- Claro. – Apaguei a luz do abajur. Aquilo tudo devia exigir demais dela, a quimioterapia, a pressão, a ansiedade de resultados... Era sofrimento demais para minha pequena.

Miranda pegou no sono rápido e fiquei assistindo-a dormir. Lembrei-me da promessa que havia feito na noite em que aquele doente entrou no quarto de hotel dela. Prometi que ninguém mais iria machuca-la, e eu a machuquei mais que tudo. Refiz minha promessa, dessa vez disposto a cumpri-la. Não ia abandoná-la.



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Notas finais do capítulo

Esqueçam POVs da Miranda. Eles quase não vão existir mais. WEEE.
Espero que tenham gostado. Pois é, ela não está grávida, hihi.
Postei antes de sair de casa, gente, sou uma ninja! Qualquer erro eu corrijo depois.
Xx, amo vocês demais!