Heavenly Oblivion I -The Fate- escrita por HopeNightingale


Capítulo 2
II - Promessa Verdadeira


Notas iniciais do capítulo

Bom gente, este é o segundo capítulo de Heavenly Oblivion -The Fate- ! Espero que gostem da história e continuem acompanhando! Como dito, a relação entre o Luke e o Hope terá destaque aqui. Prestem atenção nos detalhes, ok? Boa Leitura!



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Andei lentamente de volta para casa e não consegui parar de pensar naquilo que acabara de ocorrer; por mais que me esforçasse, não entendia e nem encontrava uma explicação lógica e plausível. Nesse momento tive a leve impressão de que estava sendo observado, seguido. Parei por um instante e olhei ao redor, mas não havia uma única alma viva ali.


Voltei a caminhar e segundos depois escutei passos. Um gélido arrepio percorreu minha espinha. Apavorado, achei melhor não parar novamente. Meu andar tornou-se cada vez mais rápido, o tempo parecia distorcido e o clima era ameno. Ao passar pela esquina da Rua Kaleidoscope com a Rua Flint, um som conhecido, porém altíssimo, me assustou: era meu celular que vibrava e tocava ao som de uma melodia agitada; no meio daquele lugar silencioso, esta parecia ainda mais escandalosa. Coloquei a mão em meu peito e senti as batidas de meu coração disparado. Suspirei por um breve momento, o ar pareceu-me doce como um perfume feminino. Assim que a calma instalara-se sobre meu corpo notei que o desesperador barulho dos passos cessara. Assim que atendi o telefone, uma voz feminina tão doce quanto o perfume que sentira há pouco e ainda mais estridente que o toque escandaloso do celular exclamou:


– Amor! Você não imagina como eu estou com saudades. Mal vejo a hora de te rever amanhã na escola!


Era Nina Cherry, minha namorada; três meses atrás ela me propôs namoro e eu aceitei. Na realidade não gosto dela o suficiente para me dedicar a esse tipo de relação, não gosto de ninguém em especial a ponto de ter um relacionamento carnal sério. Creio que aceitei seu pedido por pura comodidade de minha parte. Afinal, sei que ela me ama de verdade e apoiará qualquer decisão de minha parte. É um amor cego, geralmente suas palavras me proporcionam força pra continuar vivendo. Acima de tudo, Nina sempre foi uma grande amiga.


– Também estou com saudades! - disse com o maior falso entusiasmo que pude acumular em segundos - como vai você?


– Estou extremamente, incrivelmente, excepcionalmente bem! New York é incrível! As pessoas, as roupas, os carros, as lojas, os edifícios... - escutei sua respiração que parecia buscar por fôlego. - Enfim, você precisa ir até lá um dia. Tenho certeza que vai adorar! E antes que eu mme esqueça, como foi passar uns dias na casa de seus tios?


– Ah - pausei por um breve momento - foi... divertido.


– Que ótimo, Hope!


Durante as férias Nina visitou New York, a cidade natal de seus pais. Eu sabia que sua estadia lá não duraria mais que duas semanas, e como estava muito desanimado desde quando acabaram as aulas, não queria ter contato com ela até que se iniciassem novamente. Poderia acabar magoando-a com minhas palavras, pois não estava muito bem ultimamente. Assim, no dia em que voltou de viagem, avisei que passaria um tempo com um casal de tios que moram em Yellowknife, no Noroeste. Nasci em Yellowknife, mas nunca tive tios; ambos meus pais eram filhos únicos. Meu pai ficou órfão muito cedo e mamãe nem chegou a conhecer meus avós. Sentia-me mal por mentir dessa forma para Nina, porém era melhor agir dessa forma a alimentar um falso interesse e, decorrente a isso, iludí-la ainda mais.


Nina tentou me ligar diversas vezes durante esse período, mas eu não atendi em nenhuma delas; disse que o celulatr estava fora de área ou algo do tipo. Eu realmente era um monstro em relação a ela, mas não sabia agir de outra forma. Além disso, prometera a mim mesmo que, quando a encontrasse, colocaria um ponto final na suposta relação que tínhamos; era demasiada covardia de minha parte enganar uma garota tão pura e sincera.


Como estava, embora em movimento, no meio de uma rua escura achei melhor encerrar logo a conversa antes que algum psicopata assassino ou algo do tipo aparecesse. Afinal, a noite estava muito peculiar até então.



– Bem Nina, vou desligar. Estava me preparando para o banho - menti - e estou muito cansado. Vou dormir cedo hoje, quero estar disposto para amanhã. Até mais!


– Tudo bem Hope, vou dormir cedo também. Até amanhã, meu amor. Eu te amo, muito, muito, muito!


– Eu também, Nina... Boa noite.


Não consegui expressar o mínimo de carinho durante minha despedida, e Nina certamente havia percebido isso. Porém, ela não reclamou, ela nunca reclamava de nada. Contanto que eu estivesse ao seu lado, tudo estava maravilhosamente bem. Era, de fato, muito triste e desconfortável enfrentar essa realidade. Ela não passava de uma garota apaixonada, e eu não passava de um garoto covarde que não tinha coragem nem mesmo de expor seus reais sentimentos.


Ao encerrar a ligação aproveitei para visualizar o horário; já havia se passado uma hora desde que brigara com meu pai. Decidi correr os poucos metros restantes da Rua Kaleidoscope para que pudesse estar em casa o mais rápido possível. Assim que cheguei, observei-a por um instante na escuridão: era um sobrado, de certa forma grande; as paredes eram pintadas com uma cor que se assemelhava a tonalidade de pêssegos. No andar superior pude ver que a janela do quarto de meu pai já estava fechada, significando que ele já havia se deitado. Suspirei, destranquei a porta da frente e, num passo suave, entrei na sala de estar. Luke estava sentado no sofá, encarava-me com os olhos ainda úmidos. Sua boca estava contraída, e eu pude ver claramente os vestígios verticais de lágrimas que se estendiam em cada lado de sua face. Seu cabelo estava molhado também, o que indicava que já se banhara.


– Onde você foi? Eu estava muito preocupado! - e com as mãos a enxugar os olhos, continuou - Pensei em te ligar, mas o papai disse que não devia, pois achou que descontaria a raiva em mim e acabaria piorando ainda a situação. - e com um soluço, desatou a chorar mais uma vez.


Meu pai estava certo; provavelmente, caso Luke ligasse para mim, eu acabaria brigando com ele, e isso só provaria o que eu já sei que sou: um péssimo filho, um péssimo irmão, um péssimo amigo. Minha mente tornou-se nublada repentinamente e muitas recordações ficaram nítidas dentro de mim. Em especial, uma dolorosa memória resplandeceu através de meus pensamentos: O dia em que minha mãe morrera bem na minha frente. Vi todo aquele líquido vermelho sobre minhas vestes e sobre o chão; as lágrimas cristalinas que escorriam serenamente nas maçãs de seu rosto e as palavras ofegantes “Eu te amo Hope, cuide de seu irmão” que ressonavam por seus lábios rosados, perdendo a cor saudável lentamente. Seus cabelos dourados estavam já encharcados de sangue e os belos olhos azul-safira se escondiam atrás das pálpebras para sempre. Era o trágico fim de uma mãe bondosa e prestativa, uma esposa determinada e esforçada, uma simples mulher perfeita. De repente, aquele olhar maligno e desesperador surgiu à minha frente. Quanto mais se aproximava, mais eu perdia minhas forças. Minha cabeça doía, o mundo parecia girar descontroladamente. Minhas pernas cambaleavam, os braços procuravam apoio para que eu não caísse no chão. Enfim, meu corpo chocou-se contra o sofá e a dor agonizante cresceu cada vez mais. Gemi, e com um movimeno rápido, levei minha mão até o misterioso pingente que ganhara a pouco. Como esperado por minha mentre em meio a todo o desespero, a dor lentamente se extinguiu e eu consegui voltar a pensar com clareza.


– Hope? Hope! Você está bem? O que houve? O que aconteceu? Hope!



Meu irmão chacoalhava-me e chamava por meu nome incessantemente. Me recompus e logo em seguida sentei-me no sofá, fitando primeiro o chão; depois, olhei diretamente para os olhos de Luke. Era quase possível ver meu reflexo em suas órbitas desamparadas e assustadas. Envolvi meus braços em seu corpo com características ainda infantis e abracei-o o mais forte que pude. Luke retribuiu o ato, parecia estar mais calmo.


– Mamãe me disse pra cuidar de você. Tenha certeza de que eu vou fazê-lo. - falei gentilmente perto de seu ouvido.


– Mas Hope - nesse momento Luke recuou os braços num sinal de reprovação - antes de mais nada, você tem que cuidar de si mesmo. O que aconteceu agora há pouco? Algo está doendo? Se machucou ou algo do tipo?


– Fique calmo, foi só uma dor de cabeça forte que surgiu subitamente. Até já passou. - sorri - Tudo vai ficar bem.


– De qualquer forma, tome um remédio senão pode ficar ainda pior! - Luke franziu a testa e olhou em direção à janela. Sua expressão ficou extremamente séria e sua voz adquiriu um tom melancólico. - Por favor, não faça mais o que você fez hoje. Por mim.


– Luke... Eu... - Não consegui dizer nada a respeito; até o momento não tinha percebido como meu irmão era afetado pelas brigas recorrentes. Ele deveria se sentir impotente, afinal, era o mais novo e ninguém lhe dava a devida atenção. Apesar de tudo, Luke sempre foi maduro. Arrisco dizer que é a pessoa mais madura que já conheci; sua preocupação comigo era até mesmo maior que a de Nina.


Um forte impulso tomou meus pensamentos: se minha mãe desejava que eu cuidasse de Luke, era isso que eu levaria como objetivo na vida. Prometi, primeiramente a mim mesmo, que me tornaria uma pessoa melhor à partir daquele dia. Por algum motivo, meus pensamentos pareciam determinados e imutáveis, o que nunca ocorrera antes. "Será que isso é decorrente do pingente em meu pescoço?" pensei por um segundo, mas achei melhor não procurar uma explicação novamente; eu sabia que não a encontraria de qualquer forma. Juntei todas as minhas forças e misturei-as com tudo que idealizara ali até então; declamei o juramento.


– Eu prometo a você que vou me tornar uma pessoa melhor. Nada disso irá acontecer novamente.


As palavras que saíam de minha boca pareciam verdadeiras. Não... elas eram verdadeiras! Senti certo orgulho de mim mesmo, era como se uma barreira psicológica acabara de ser destruída. Eu, definitivamente, iria cumprir minha promessa; minha primeira promessa verdadeira.


– Assim que se fala! - e com um suave toque, Luke enxugou uma lágrima que percorria minha face esquerda. Habitualmente, sentiria vergonha de mim mesmo com aquilo, mas naquele momento, isso não me preocupou; não havia problema algum em chorar quando se está emocionado.


Fiquei ali por um tempo explicando onde havia ido, porém, não relatei o estranho encontro com o Homem das Vestes Negras no parque e os passos que ouvi enquanto voltava para casa. Luke estava muito nervoso até poucos instantes atrás, dizer coisas assustadoras com certeza destruiriam a calma que se instalara sobre ele. dessa forma, disse apenas que caminhei um pouco pelo bairro. Algo dentro de mim dizia que aqueles momentos vivenciados no Parque Redlight e na rua de minha casa não deveriam ser comentados com outras pessoas. Em certo ponto, eu concordava com esse pensamento, pois provavelmente ninguém em sã consciência levaria a sério tais relatos. Decidi apenas relaxar e descansar no resto daquela noite para tentar abstrair da minha mente todos os momentos estranhos que ocorreram até então.


Luke desligou a televisão enquanto eu trancava a fechadura da porta de entrada. Subimos silenciosamente as escadas e ao parar em frente seu quarto sussurrou:


– Caso se sentir mal, chame por mim, irei até seu quarto te ajudar. Boa noite, sonhe com os anjos.


– Está bem. Boa noite, Luke.


Dirigi-me ao banheiro, e ao passar em frente ao quarto de meu pai escutei o grave som que fazia ao roncar. Era de certa forma engraçado, me esforcei para segurar o riso. Entrei logo e me preparei para tomar banho. Deixei o misterioso colar perto de minhas roupas; pretendia analisá-lo em meu quarto com calma, por isso, tentei ser o mais breve possível. Liguei o chuveiro e a água quente que caía pareceu-me incrivelmente confortável e revitalizante, afinal, fazia muito frio. Fiquei alguns poucos minutos ali aproveitando a água enquanto limpava meus cabelos e meu corpo. Pouco tempo depois já estava me secando com a toalha, ansioso para visualizar os detalhes existentes no pingente. Vesti meu pijama, escovei meus dentes e ao olhar no espelho tive a impressão de que havia alguma coisa atrás de mim. Olhei diversas vezes para todas as direções, mas não havia nada ali; provavelmente meu cansaço estava fazendo com que eu comecasse a imaginar coisas. Fiquei extremamente apreensivo com aquilo e caminhei até meu quarto com passos delicados, o colar entrelaçado entre os dedos.


Assim que entrei senti um súbito frio: eu esquecera a janela aberta, fazendo com que uma brisa noturna extremamente gélida passeasse pelo cômodo. Fechei-a o mais rápido possível e um rangido agudo que ressonara devido a dobradiça de ferro já desgastada fez com que eu me assustasse. Assenti-me de que tudo estava seguro e arrumado no quarto enquanto observava-o uma última vez: a janela que acabara de fechar situava-se na parede oposta à entrada; ao seu lado direito havia meu computador e logo acima uma prateleira com alguns livros. Do lado esquerdo encontrava-se uma poltrona branca na qual minha mãe costumava sentar-se enquanto cantava canções de ninar para mim. Devido à isso, aquele objeto era indispensável, trazia-me de boas lembranças. À esquerda da porta havia um móvel que servia como suporte para a televisão (a qual eu raramente ligava). Minha cama ficava encostada na parede oposta ao televisor e o guarda roupa localizava-se à direita da porta. Havia também, próximo a cama, um criado-mudo que servia de apoio para uma pequena luminária e meu despertador. Toda a mobília se apresentava em uma tonalidade escura, quase negra; uma tinta verde clara recobria o quarto, que em conjunto com o carpete cinza dava àquele ambiente um ar sóbrio e aconchegante.


Sentei-me na cama e acendi a lâmpada da luminária; a luz quente e incandescente se propagou gentilmente pelo quarto. Eu estava extremamente ansioso, logo comecei a olhar para cada pequeno detalhe presente no pingente. Após a primeira análise rápida concluí que aquele adereço era uma representação em miniatura de uma espada: a lâmina prateada apresentava diversas ranhuras diagonais e sua ponta afiada tinha uma curvatura em um dos lados; o gume aparentava estar do lado convexo. Não era nem muito grossa, nem muito fina. Há algum tempo atrás, por curiosidade, eu havia pesquisado sobre tipos de armas brancas e caso fosse necessário classificar aquela espada provavelmente seria uma cimitarra com empunhadura ao estilo de uma rapieira. Após uma segunda análise mais descontraída percebi algo muito interessante presente no pingente: um pequeno cristal azul celeste incrustado próximo ao início da região cortante. Ele reluzia devido a luminosidade emanada pela lâmpada e aparentava ser muito valioso.


O cansaço começava a manifestar-se sobre meu corpo que respondia com longos bocejos. Minhas pálpebras exaustas permaneciam semicerradas. Deixei o colar em cima do criado-mudo e enfim deitei-me. O calor proporcionado pelos cobertores era definitivamente uma ótima sensação, porém nem se comparava com a que eu sentira anteriormente naquela noite; uma sensação que realmente ficaria em minha memória por muito, muito tempo...


x.X.x



Era um lugar totalmente tomado pela escuridão. Um garoto estava abaixado ali, no meio do nada. Seus braços envolviam suas pernas e ele tremia muito. Os soluços de desespero ecoavam com as seguintes palavras:


– Mamãe onde está você? Aqui está escuro, está frio...


– Eu estou aqui. Eu estou bem aqui... - uma voz feminina delicada e gentil ressonava, mas não havia ninguém ali além da criança.


– Mamãe! - ele levantara-se. Enxugava as lágrimas enquanto começava a olhar ao redor - Não consigo te encontrar... Onde você está?


– Não consegue me encontrar? Mas eu estou bem aqui.

– Aonde? Eu não quero ficar sozinho. Por favor, venha até mim e dê-me sua mão, me abrace... - o choro ficara mais intenso


– Eu não posso tocá-lo, não posso abraçá-lo. - a voz de repente se tornara tão sombria quanto o lugar que ali estavam.


– Por que? - ele abaixara a cabeça e envolvera as pernas com mais força - Você não me ama mais, mamãe?


Um riso sádico e crescente se iniciou. O garoto, assustado, se levantou e fitou o nada. Uuma grande quantidade de luz surgiu iluminando o ambiente: era uma sala branca, o chão e as paredes possuíam manchas vermelhas. Não havia nada ali, exceto uma única janela que se encontrava fechada.


Surgira, logo à frente ao garoto, uma belíssima mulher loura e tão alva quanto a sala onde encontravam-se. Seu vestido branco também apresentava manchas vermelhas. Com dois longos passos ela aproximou-se do menino, o rosto dele refletia um medo inexplicável. Em um instante seus lábios estavam próximos ao ouvido do garoto, a cena pareceu congelar.


– Porque eu estou morta, graças à você.


Após as palavras derradeiras serem ditas aquela cena se desfez. O pesadelo havia terminado.


x.X.x

Acordei eufórico repentinamente no meio da madrugada. Pude perceber que estava suando frio, minhas mãos tremiam de forma violenta. O pesadelo que eu acabara de vivenciar era recorrente, porém, dessa vez havia algumas diferenças: normalmente, eu era o garoto que chorava e implorava pela presença de sua mãe. E aquela janela fechada... ela não existia até então. Uma luz fraca e azulada se manifestou ao meu lado. Minha visão ainda estava levemente embaçada, porém, pude ver com clareza que tal luminosidade dispersava-se através da pedra presente no pingente. Sem pensar, levei minha mão até ele e acorrentei-o em meu pescoço. Pela terceira vez em poucas horas eu pude vivenciar tal sensação aliviadora, mas dessa vez, após a passagem do tempo uma dor intensa surgiu em minhas costas: era como se dois punhais cortassem profundamente minhas costas criando duas diagonais em cada lado dela. Aquilo era desesperador demais, eu não tinha forças nem para gritar. Pensei que morreria ali mesmo.

Minutos depois a dor se dissipou e eu pude voltar a pensar com clareza. Passei levemente minhas mãos sobre o local onde sentira dor mas não havia o menor resquício de ferimento.

Uma brisa extremamente gélida percorreu o quarto novamente desviando minha atenção para a janela: estava totalmente aberta. Levantei-me. Cada passo era mentalmente calculado e meu corpo tremia com a mistura de frio e medo proporcionado naquele momento. Assim que cheguei perto do vidro vi novamente um vulto. Aproximei-me com cautela e antes mesmo que pudesse reagir senti o toque de duas mãos extremamente geladas em meus pulsos. O mundo pareceu se dissolver em um segundo; senti meu corpo tornar-se leve, meus pensamentos desapareceram. Fui puxado para fora do quarto e pude observar o céu escuro enquanto era violentamente jogado para cima.

Havia algumas estrelas no céu, a grande e brilhante Lua cheia e uma criatura alada que voava em minha direção. Era realmente uma noite muito peculiar...



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Notas finais do capítulo

Pequeno Glossário:
Cimitarra: é uma espada de lâmina curva mais larga na extremidade livre, com gume no lado convexo, utilizada por certos povos orientais.
Rapieira: A rapieira, ou espadim, é um tipo distinto de arma branca, uma espada comprida e estreita, popular desde o período Medieval até a Renascença, que se tornou a arma mais comum daquela época, principalmente na Itália e na Espanha nos século XVI e XVII.
Espero que tenham gostado do capítulo e que acompanhem-no, afinal, o que será que aconteceu com Hope? E quem é o Homem das Vestes Negras?
No próximo capítulo "A Noite Manchada de Escarlate" : Os segredos do colar revelados, novos personagens e uma nova (e peculiar) realidade.
Deixem um review com suas críticas, isso é muito importante pra mim, e por favor continuem lendo ! ♥