Aconteceu há poucos meses atrás, mas antes, devo contar a vocês, como tudo realmente começou.
Era uma tarde diferente, a filha de Tina, Sofia, acabara de nascer. Mãe e filha estavam juntas ao fogo da lareira na sala. Tina ouviu um barulho na cozinha, como se algo se debatesse. Foi olhar... Grande erro. Não se ouvia mais nada, além de gritos e choros de uma criança. 
Roberto chegara alguns minutos depois, e escutava sua filha recém-nascida chorando no chão, e desesperado chamara por sua mulher, agora morta:
- Tina! Tina me diga, onde você está?!
Quando Roberto avistou sangue nas paredes da cozinha, teve um colapso. Algo havia sufocado sua mulher, e apertado-a tão fortemente, que seus ossos rompiam sua pele. Ele ligou para o hospital, mas a linha estava cortada!
Nisso, ele ouviu barulhos e risos pela casa, o que seria isso?
- Seja lá quem fora, apareça! – exclamava ele – Ainda tenho meu celular!
Algo vinha da lareira. Ele olhou de vagarosamente para trás... E viu uma silhueta saindo das brasas! Roberto nunca havia ficado tão assustado. Pegou Sofia no colo, e saiu desesperado de sua casa! Entrou no carro, e tentou dar a partida. Algo batia muito forte na porta. Ele não via ninguém, além de vultos levantando as folhas do jardim. Foi direto para a casa de sua mãe. 
Por algum motivo, ao ligar o rádio do carro, ele escutou uma voz sombria apenas dizendo: 
- Em catorze tempos voltarei e meu jejum será validado por vós
Aquela voz repetiu isso três vezes, e na terceira, o carro parou. Roberto chorava no volante, e prometeu a si mesmo, que nunca contaria essa história para ninguém. E então finalmente chegou à casa de sua mãe. 
- O que aconteceu?! – perguntava Christina, avó de Sofia - Porque choras?!
- Alguém matou... – um nó se deu na garganta de Roberto 
- Quem matou quem?! Diga! – a voz de Christina crescia de tom
- Alguém matou a Tina – Roberto mentira por medo – posso usar seu telefone?
- Claro que pode!
Então Roberto ligou para o hospital, e contou sobre Tina, e a morte dela foi dada como assassinato onde há intenção de matar; sufocamento e estrangulamento. Apesar de não encontrarem digital alguma na cena do crime ou no corpo da vítima. 
O tempo passou e tudo fora normal demais, e Roberto sempre velou a história sobrenatural que acontecera naquele dia, mas, ele sabia que algum dia o seu porto seguro seria quebrado. E ele estava correto.