Mudança. Vida nova, casa nova, cidade nova, amigos novos. Não sei se estou preparada para isso, mas eu tenho que seguir em frente. Alías, não é sempre que o seu pai recebe uma oferta de emprego boa e a cidade que iremos morar fique em frente a praia. Sou apaixonada por água, desde pequena eu e meu pai andamos de barco pelos lagos da cidade que estou me mudando hoje. Depois de aprender a pilotar um barco, comecei a participar de competições e sempre levo a melhor, é claro. Não queria de jeito nenhum me mudar, porque irei perder os meus amigos de anos, mas isso será o melhor para mim e para a minha família.

- Lise, vem! O caminhão já está aqui na frente. - Minha mãe disse para mim, com uma voz doce. Marta, nome da minha mãe, é brasileira. Conheceu o meu pai em um ponto de ônibus e dai começaram a namorar. Minha mãe não trabalha, por conta de meu pai conseguir bancar a família inteira com o seu emprego. Agora com a mudança, com certeza a nossa vida vai melhorar, mais do que já é boa.

- Estou indo mãe. Só estou terminando de despedir do meu quarto. - Respondi para ela com o mesmo tom. Despedir do meu quarto está sendo a pior coisa da minha vida. O meu lindo quarto rosa, que eu tanto amo. Cada coisas que já passei aqui, como por exemplo, quando eu e a Camilla ficávamos conversando sobre o Brady, o menino mais lindo do colégio. Me lembro também de colocar músicas altas e ficar dançando em cima da cama, e fazendo a escova de cabelo o microfone. Tantas lembranças que serão deixadas aqui, e tantas coisas novas que virão. 

Saí dos meus pensamentos tristes e peguei minha bolsa que se estava em cima da escrivaninha. Sim, o meu pai deixou todos os móveis na casa. Ele disse que a casa nova que vamos mudar é muito maior, mais bonita, moderna e os móveis já estão inclusos. Só espero que o meu quarto seja parecido com esse, ou melhor. Com a bolsa em meu ombro direito, saindo do meu quarto, passei pelo corredor e desci as escadas. Saí da casa e avistei meu pai, minha mãe e o meu irmão João encostados no carro e olhando fixamente para a casa. Fui até eles e fiz o mesmo. Essa casa que moramos tem uma das melhores lembranças da minha vida, na minha infância e que hoje irei deixar para trás.

Não quis que Camila, Brandy, Doug, Brian e Hila viessem aqui em casa se despedir. Já basta que eu fui na casa de cada um chorar. Não queria chorar mais ainda. Mas eu avisei eles que no verão, poderão aparecer em casa, já que cada um agora tem o seu próprio carro. Se vocês pensam que Brady, é o gato do colégio, estão certas. Depois que eu o namorei por 4 meses, nós do meu grupo e o pessoal do grupo dele começamos a andar juntos. E nunca mais nos desgrudamos, até agora. Agora que eu iria partir e não sei o que acontecerá com eles. Mais sempre irei ligar para Camilla, aliás, tenho que saber das novidades mesmo estando longe. Acordei dos meus pensamentos com a buzina do carro em que eu estava encostada.

- Entra logo sua lerda! - Meu lindo irmão João de 10 anos disse com a sua linda voz. Irônia? Claro que sim. Minha mãe escolheu o nome dele porque é brasileiro. E o meu pai escolheu o meu.

- Da para ser um pouco mais educado? - Perguntei nervosa enquanto abria a porta do carro e me sentava no banco de trás. Meu pai Miller, estava dirigindo. Minha mãe no banco do passageiro. Eu e meu irmão atrás.

- Vamos então pessoal? - Meu pai perguntou entusiasmado. Eu revirei os olhos e fiz o sinal de beleza. Meu irmão e minha mãe deram um grito que quase fiquei surda, mais ainda bem que eu já tinha tirado o meu Ipod da bolsa e colocado em meus ouvidos. 

Meu pai ligou o motor do carro e a longa viagem acabara de começar.