Christine olhou para a porta, mas não havia ninguém a não ser ela no camarim. Lembrou-se que a semanas atrás havia ouvido a voz de um homem que lhe dava aulas de canto todo dia. Desde então ela passou a sentir-se voar toda vez que cantava com ele.

O camarim estava num silêncio de dar medo, mas ela sentia que havia alguém perto, sentia estar sendo observada. Ela levantou da cadeira que estava sentada e ouviu uma voz.

- Christine, Christine – ouviu uma bela voz cantando seu nome – Quem era o garoto insolente que ousava roubar minha glória?

- Anjo! – Disse Christine – Eu te ouço! Fique do meu lado, me guie! Anjo, perdoe-me, minha alma estava longe! Mas onde você se esconde, eu não te vejo!

- Minha cara, você não me conhece – Continuou a voz estranha – Você me ouve, mas eu me escondo. Olhe para sua face no espelho. Eu estou lá dentro!

Christine olhou-se no espelho, mas não só seu reflexo estava lá. Um homem vestido num terno, cabelo preto e com metade de seu rosto coberto com uma máscara ocupava a imagem também.

- Anjo da Música! Meu guia e guardião! Divida-me da sua glória! – Disse Christine caminhando até o espelho.

- Venha para mim, sou o anjo da música – Falou aquela figura misteriosa, meio que cantando com sua bela voz, estendendo a mão para Christine no espelho - Venha para mim.

Christine sem perceber levantou sua mão para o espelho e tocou na mão daquele homem. Sua mão não tocou no espelho, mas sim na mão dele.

Fora do camarim, Raoul chegou perto da porta, mas ao tentar abrir constatou que ela estava trancada. “Estranho” pensou ele. Ao bater na porta, uma voz foi ouvida pelo visconde, mas a voz não era de Christine.

- Venha para mim, sou o anjo da música – Disse uma voz meio que cantando.

- Quem está aí? – Perguntou Raoul temeroso – Quem está aí dentro? Christine?

Christine tocara na mão daquele homem e ele o levou para dentro do espelho. Um corredor iluminado por tochas aparecera e a imagem de seu camarim sumira. Christine nada disse enquanto o homem mascarado lhe levava. Ao atravessarem aquele corredor, chegaram a um lago, onde Christine subiu em um barco junto com ele, e levou-a remando até um lugar que parecia ser a morada de alguém. 
            Era escuro e frio, havia um grande piano no centro dele e quadros não acabados no chão. Finalmente, Christine se deu conta: Quem era ele e onde estava?

- Quem é você? – Perguntou Christine com medo do homem mascarado – Onde eu estou? Porque me trouxe até aqui

- Christine... – Disse ele ajoelhando-se na frente dela – Aqui é o subsolo da ópera. Eu te trouxe aqui por somente um motivo... amor... Sempre te amei desde o primeiro momento que você pisou nessa ópera. Você me conhece, eu sou “a voz” que falava com você todas as noites, Christine.

- Mas então você não é o... – Christine começou a chorar.

O homem, percebendo o desapontamento de Christine ao perceber que ele não ela o Anjo da música que ela tanto falava, levantou e começou a cantar. Sua voz fez Christine parar de chorar. Mesmo ele não sendo o “anjo da música” ele tinha uma voz muito bonita.

- Qual o seu nome? – Perguntou Christine ainda com um pouco de medo.

- Não tenho. Mas muitos me “chamam” de Fantasma, o Fantasma da Ópera. Venha até aqui.

Ela caminhou para perto do homem e ele lhe levou até um closet naquele local. Lá havia um vestido.

- O que... – Perguntou Christine, mas ela percebeu e desmaiou. Não era um vestido comum, mas um vestido de casamento.

O homem segurou a cantora para não cair no chão e levou-a para um quarto, botando a Christine desmaiada em uma cama, saindo do quarto.

Fora do subsolo da ópera, o visconde de Changny proucurava Christine prucupadamente.

- Christine... cadê você?