Juntos, lado a lado, dentro de um carro confortávelmente desconfortável. Não entendeu? Vou explicar...

Sara estava no carro de Grissom, estavam sentados, pensando e bastante distantes, ele não tinha nada de mais para falar com ela e a cabeça de Sara estava em outro lugar, com outra pessoa. Grissom tinha lhe explicado todos os passos de sua palestra no Peru e ela tentou, de toda a forma, prestar atenção no que ele dizia, mas não estava dando. Estavam em silêncio desde que ele terminara, não tinham muito o que falar. Era estranho. Eles não tinham mais aquela química de antes. É, eles não tinham quase mais nada.

A viagem fora longa e triste. Era como se um pedaço enorme faltasse no quebra-cabeça, não estavam se completando, um buraco parecia ter se aberto no meio dos dois, estavam distantes, e não fisicamente, era outra coisa, que nem eles mesmos sabiam explicar.

O que doia mais em Sara era saber que ficou imaginando esse momento por muito tempo e quando ele finalmente chegou...

Não teve aquilo... Que tinha muito forte antes, de repente o "antes" pareceu ser uma eternidade... Ela nem se lembrava mais de quando, só sabia que não se repetia agora.

Sim, ela sempre amou Grissom e foi lindo enquanto eles estiverm juntos, perfeito, mágico. Mas agora, eles pareciam apenas dois colegas, conhecidos, amigos de faculdade que não vemos a muito tempo e queremos saber o que aconteceu na vida de cada um.

Não, não era mais um casamento, ou relacionamento amoroso... Não, isso já passara, era outra coisa... Algo mais leve, mais limpo, que ela não sabia indentificar, mas não era nem um pouco parecido com que estava sentindo por Nick.

Nick... Esse tinha mudado sua vida completamente, e em tão pouco tempo. Ele esperara, assim como ela por Grissom, mas dessa vez com mais complicações. Era como se o relógio tivesse parado para o que ela e Nick, como se deixasse ali, no meio do nada, para ligar depois e trazer novos sentimentos que mudariam os dois completamente.

Era  melhor tese que ela tinha para explicar... Era a única que ela tinha e achava concreta.

Quando Grissom apareceu lá no hospital para pega-la, não teve o que ela achou que teria... Não houveram fogos de artifícil e o perfume dele não a prendeu naquela mesma forma de anos atrás...

Mas o que estava faltando?

Ela não sabia, ou melhor, eles não sabiam...

Quando Grissom a viu no jardim, esperou por mais coisas, que eles fossem correr e se abraçar, que selariam um beijo avassalador e iriam felizes para a casa.

Mas não foi bem assim que as coisas aconteceram, na verdade, foram bem diferentes. Eles sorriram, se abraçaram e trocaram um beijo calmo, que não tinha o mesmo gosto, não que não fosse bom, na verdade. era confortável, até demais.

Não, não era o mesmo. Quando eles se beijaram, era como se fossem amigos, apenas amigos. Quando estavam no carro, era apenas um companherismo, só isso. Ele sentira falta dela, muito, mas não como esposa. Mais por estar acostumado com ela, com as manias estranhas, por eles terem simetria, por se darem bem e por gostarem das mesmas coisas.

Estavam indo para a casa, coisa que não faziam á muito tempo e nem tinha a mesma intencidade de antes. Ele percebeu que ela não estava ali ao seu lado, estava em outro lugar, bem distante...

Percebeu que ela estava triste e viu, ou apenas imaginou, uma lágrima correr pela face dela, bem rapidamente, ela tratara logo de limpar... Ele não gostava de vê-la assim, mas sabia que ela não iria responder se ele perguntasse, ela era assim mesmo. Ele conhecia a figura, ela não era um livro aberto, ele tinha que descobrir, pouco a pouco...

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Sentados na cama, lado a lado de mãos dadas, vendo TV, rindo de algumas coisas do filme sem sal que viam. Olhando de vez em quando um para o outro, estavam se divertindo... Mas, sempre haviam um "mas", não era da mesma forma. Acha mesmo que depois de tanto tempo sem se verem, eles apenas estariam vendo um filme?

É, eu acho que não.

A noite passou rápida, era dia de novo, era a folga dela. Eles saíram para jantar, passearam no parque como antes, comeram a santa refeição que só Grissom sabia fazer. Comentaram casos interessantes. Riram, brincaram e sorriram.

Como amigos, como grandes amigos, Só isso. Eles tinham persebido, mas não falaram nada, ainda não. Não precisava estragar o momento bom, agora não, quem sabe mais tarde?

Eles tinham simentria, algo realmente difícil, mas não era isso que valia agora. O desejo, a paixão a chama que se era acesa só com um olhar não estava mais presente.

Era uma amizade.

Só isso.

E Grissom sabia que não podim ficar assim.

Ele a ouviu chamar por Nick de noite, enquanto dormia, ele entendeu...

Não, não doeu da forma que ele achou que iria doer, apenas sentiu um desconforto no peito, mas não era pelo amor e sim por Sara estar mal, por estar sofrendo.

Queria o melhor para ela, sempre.

Ela deveria ser feliz.

E ele também.

E seria feliz se ela fosse feliz.

Sentiria muito a falta da compania dela.

Mas não precisava perder isso, não por completo.

Ele tinha de deixa-la ir.

Seria melhor assim.

Quando nós amamos, protegemos, cuidamos...

E era exatamente isso que ele iria fazar.

Porque a amava, e muito. Só que não do mesmo jeito.

Não que eles não se amassem, eles só não se queriam mais... Pelo menos não como queriam antigamente, não como um "casal" deveria.

É era verdade...

Uma hora sempre vemos que temos de mudar.

E chegara a hora deles.