L.C. - Hogwarts. escrita por IuriGomes


Capítulo 2
O Livro.




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Capítulo 2

O Livro

   Tendo o máximo de cuidado para não causar nenhum dano, ele abriu sua carta. Landon sentia tanta excitação, que tremia, ao abrir o envelope, encontrou duas cartas lá dentro, apanhou uma e leu.

ESCOLA DE MAGIA E BRUXARIA HOGWARTS

Diretora: Minerva McGonagall
(Ordem de Merlin, Segunda Classe)

   Prezado Sr. McGray,
Temos o prazer de informar que V.Sa. tem uma vaga na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Estamos anexando uma lista de livros e equipamentos necessários.
   O ano letivo começa em 1º de setembro. Aguardamos sua coruja até 31 de julho, no mais tardar.

   Atenciosamente,

Filius Flitwick
Diretor Substituto

   Sim, era verdade! Não se esqueceram dele. Nada o preocupava mais, tampouco a visão de Damon terminando de comer seus últimos filetes de bacon. Quando finalmente tirou seus olhos da carta, sua mãe o observava com uma expressão divertida no rosto, Landon se levantou e deu um abraço forte nela.
- Parabéns querido, tenho certeza que será um grande bruxo! – Disse Sue enquanto afagava os cabelos do seu caçula.
   Landon se virou para falar com seu irmão, mas ele já se fora e o único ser á mesa era Damon, que no momento estava se deliciando com o resto de bacon de seu dono.
- Preciso responder logo – Disse Landon, recuperando a euforia.
   O garoto saiu da cozinha e se dirigiu a sala. Um ambiente amplo com uma lareira branca que se combinava perfeitamente com os sofás brancos que estavam a sua frente e paralelos entre si, as paredes eram de um azul-cobalto e cortinas brancas se estendiam até o chão, cobrindo a grande janela retangular. Em pequenas mesinhas colocadas em lugares estratégicos, alguns vasos decorativos e retratos.
   Landon passou pelo retrato de um jovem casal, uma Sue alguns anos mais nova e um Paul que ainda não perdera tantos cabelos, foi até a mesinha de madeira onde costumavam guardar penas antigas e pergaminhos e pegou uma pena, um tinteiro e um pedaço de pergaminho. Sentou no chão, apoiou suas costas em um dos sofás e colocou os itens sobre a mesinha entre eles. Ficou um tempo observando aquilo e pensando como ele escreveria. Em minutos ele conseguiu usar toda sua formalidade em algumas linhas, depois de ler muitas vezes, achou que a resposta estava pronta.
   Saiu da sala, passou pelo hall de entrada e subiu as escadas, passou pela porta de seu quarto e em seguida o de seu irmão, seguindo o corredor que se deslocava para a direita, passou pelo banheiro à direita e logo depois pelo quarto de seus pais. O corredor terminava em um aposento perfeitamente quadrado e bem pequeno, em frente ao corredor estava uma mesa alta de madeira polida, sobre ela, um grande vaso com rosas cor-de-sangue e atrás deste, na parede, um quadro majestoso com uma moldura dourada e escovada. No quadro se via uma jovem, quem a pintara conseguira fazer com que fosse meiga e de uma beleza única. Cabelos cor de fogo presos em uma trança arrumada milimetricamente em seu ombro deixando exposta sua orelha pontuda, seus olhos eram verdes e brilhavam como esmeraldas ao sol, seus lábios eram lisos e carnudos, usava um vestido verde que parecia ser feito de folhas de árvores.
- Ah, que bom vê-lo! Veio me visitar, aposto – Disse a ninfa com muita meiguice e doçura em sua voz.
- Olá Íris – Disse o garoto desviando seu olhar para o teto.
   Um quadrado de madeira estava exatamente no centro do teto do aposento, quando o menino se aproximou dele, o alçapão se abriu devagar e por ele desceu uma escada de madeira se desdobrando até ficar aos pés de Landon.
   O que seria o sótão de uma casa normal, na casa dos McGray era uma espécie de corujal. O jeito mais usado de enviar mensagens, cartas e objetos no mundo bruxo era usar corujas.
   Logo que chegou ao corujal encontrou o lugar como ele sempre o via... Com fezes de corujas por todo o chão e restos de animais que foram caçados. No poleiro mais próximo estava uma coruja que o olhou astutamente, era branca como a neve e suas penas possuíam algumas manchas negras, seus olhos eram amarelos e pareciam enxergar a alma do garoto. A coruja-da-neve continuou a observá-lo quando ele se dirigia à coruja mais distante. Hunter era uma coruja-das-torres, tinha uma penagem com tons de cinza e marrom, em seu rosto de penas brancas se destacavam os dois olhos completamente negros.
- Hunter, preciso que leve esse carta a Hogwarts para mim – Disse o menino, acariciando o dorso da coruja.
   Então Hunter esticou sua perna para que Landon prendesse sua carta nela, e assim que ele o fez a coruja saiu voando pela uma das várias aberturas nas paredes de pedra.  Terminado seu serviço, o menino se dirigiu a escada ignorando o olhar da outra coruja.
   Quando seus dois pés tocaram o chão, a escada se recolheu e o alçapão se fechou.
- Estava fazendo um pedido de flores para mim não é mesmo?  A gentileza de um homem é a sua maior virtude, guarde minhas palavras, jovem apaixonado... guarde minhas palavras... Ei, volte aqui, não precisa me comprar chocolates, as flores já bastam.
  Quando abriu a porta de seu quarto, já tinha alguém lá. Media cerca de um metro, possuía orelhas iguais as de um morcego que estavam à mostra sob um boné vermelho e azul. Seus olhos castanhos pareciam grandes demais para o rosto pequeno. Usava uma camiseta azul e bem em seu centro estava bordada em vermelho a palavra “BUD”.
- Oh! Meu senhor me desculpe. Bud só estava arrumando o quarto – Disse o elfo doméstico largando as roupas.
- Bud, onde você esteve? Não o vejo a semanas.
- Bud estava aqui meu senhor, um bom elfo doméstico deve trabalhar sem ser notado por seus senhores – Concluiu o elfo, fazendo uma reverência.
- Sabe que não somos seu senhores. Você trabalha pra nós porque quer, recebe por isso e tem direito a férias.
- Bud precisa terminar de limpar os quartos, e rápido, se ele encontrar mais algum de seus senhores será terrível... – Disse o elfo, pegando as roupas que deixara cair.
- Então te aconselho a limpar o quarto dos meus pais agora, pois o Matthew está no dele – Disse o garoto querendo ajudar.
- Oh não, o primogênito dos McGray não se encontra em seu quarto... Bud acaba de limpá-lo e não viu o garoto em lugar algum. Bud precisa terminar seu serviço – Disse Bud, fazendo mais uma reverência e logo em seguida desapareceu.
   Matthew não estava em seu quarto, era a oportunidade que Landon esperava para descobrir o motivo de tanto mistério. Saiu rápido de seu quarto e andou até a porta do quarto de seu irmão, encostou seu ouvido na porta procurando algo que indicasse que tinha pessoas lá. O silêncio parecia reinar no recinto e então ele girou a maçaneta e entrou. No primeiro momento aquela visão o assustou, o lugar lhe pareceu tudo menos um quarto. Toda a superfície da parede estava forrada com tecidos verdes e prateados. Bandeiras, bandeirinhas e bandeirolas ajudavam na decoração. Brasões com serpentes se espalhavam por todo lugar. Na cama, um grande livro aberto, parecia velho demais para um livro escolar. Com a janela vedada, era difícil ler o que estava escrito naquele livro, depois de muito olhar, ele percebeu que mesmo com  claridade suficiente ele não seria capaz de ler, não eram letras comuns, eram símbolos.  Landon chegou a conclusão de que olhar aquele livro não o ajudaria então ele se dirigiu a porta do quarto, deu uma última olhada e fechou a porta ao passar. Desceu as escadas e foi direto para a cozinha onde sua mãe agora ouvia a rádio bruxa e cantava alegremente enquanto agitava a varinha e as panelas se mexiam sozinhas e os pratos e copos se lavavam na pia.
- E então, enviou a resposta? – Perguntou ela fazendo um aceno displicente com a varinha para o rádio, que reduziu seu volume.
- Sim... Mamãe sabe onde Matt foi? – Perguntou o garoto
- Está em seu quarto, o vi subindo as escadas.
- Não achou estranho o comportamento dele desde que entrou para Hogwarts?
- Não, ele deve estar cheio de deveres de casa a serem feitos, eles aumentam a cada ano, conversei com seu pai sobre isso e ele pensa a mesma coisa. Espere só para ver quando você voltar – Disse ela, se virando para verificar a panela – Aqui está ficando pronto, chame seu irmão para o almoço, seu pai chega a qualquer momento.
   Quando Landon ia dizer a sua mãe que seu irmão não estava em seu quarto, Damon veio do jardim e passou correndo direto por eles, vendo isso Landon se levantou e seguiu o gato. Assim que entrou no hall pôde ver o rabo negro do gato entrando no corredor, subiu os degraus o mais rápido que pôde, quando entrou no corredor não viu o gato em lugar algum, todas as portas fechadas, ele só poderia estar na entrada do corujal. Se sentindo muito idiota por estar correndo atrás de um gato, ele parou de fronte a porta do quarto de Matt e sabendo que não teria nenhuma resposta, socou três vezes a porta.
- O que foi? – Ouviu a voz de seu irmão
   Não era possível, ele entrara lá, vira que não tinha ninguém.
- O almoço está pronto, vamos comer – Disse ele se recuperando do susto.
- Certo, já estou indo – Encerrou Matt.
   Ele só poderia ter entrado em casa pelo corujal, Landon tiraria essa dúvida e não deixaria para depois. Ele foi o mais silenciosamente que pôde até a entrada do corujal. Fez sinal para Íris ficar quieta, o que pareceu não tê-la agradado muito.
- Íris, ouça, preciso saber se meu irmão passou por aqui agora – Disse o garoto falando o mais baixo que pôde.
- Ele não vem me visitar a séculos, deve ter entendido que não teria chances comigo só com aquele rostinho bonito – Disse a ninfa, com azedume.
   Não dizendo mais nada e dando as costas, Landon chegou a curva do corredor e parou. Ouviu, mais a frente, a  porta do quarto de seu irmão, apoiou na parede e olhou. Quando a porta se abriu, primeiro saiu Damon e depois Matthew e juntos desceram as escadas. Então ele estava mesmo em seu quarto. Sentindo as engrenagens de sua cabeça trabalharem arduamente para pensar, ele desceu as escadas e chegou na cozinha onde os outros três McGray já estavam á mesa esperando-o.
- Ah, Landon encontrei com o Gerard no ministério hoje e ele me disse que iria comprar os materiais do Brian no próximo sábado – Disse Sr. McGray se servindo de suco de abóbora – Decidimos ir juntos comprar o material de vocês três.
- Tudo bem – Foi a única coisa que Landon conseguiu pensar em responder.
   Passou o resto do dia em seu quarto pensando nas possibilidades, sabia que se perguntasse a esse novo Matt ele não o diria nada, o antigo Matt diria onde esteve e se tivesse sorte até o chamaria para ir junto. A noite fora longa e as únicas coisas em que ele conseguia pensar era como o gato conseguira entrar no quarto, ele estava logo atrás e não ouviu a porta se abrir em momento algum. Mas o principal era, onde esteve Matthew McGray?


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