L.C. - Hogwarts. escrita por IuriGomes


Capítulo 1
A Carta.


Notas iniciais do capítulo

Essa é uma Fanfic que venho escrevendo desde o começo do ano. Incentivado por amigos, decidi postar.
Espero que gostem.



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Capítulo 1

 A Carta

“Caros pais,
Aqui é realmente incrível, a cerimônia de início de ano foi inesquecível. Fomos escolhidos por um chapéu velho que cantou uma música bem estranha, acho que ele repete alguma, é impossível tanta imaginação, ainda mais para um chapéu.
Bom, agora vou me deitar, a noite foi cansativa e amanhã já teremos aula.

p.s: Fui selecionado para a boa e velha Sonserina, eu não suportaria ficar na Lufa-lufa!”

   Landon relia as palavras que seu irmão escrevera há três anos e imaginava como seria quando chegasse a sua vez, ele tinha muitas dúvidas sobre qual casa seria a melhor pra ele. Decidiu dormir e colocou a carta sobre a escrivaninha ao lado de sua cama. Deitado, alisava seus cabelos muito lisos e negros enquanto observava seu quarto que era banhado pelo brilho prateado da lua que entrava pela janela. Era um lugar não muito grande, um armário de madeira com suas roupas e pertences ocupava a parede oposta á cama, em sua porta se viam fotografias e nelas pessoas ressonavam na tranqüilidade de um sono profundo. Fixou seu olhar na janela, um céu salpicado de pontos luminosos. Com dez anos ele era muito novo para receber a carta de admissão, costumavam entrar com onze, mas e se ele não recebesse, se eles se esquecerem dele? Seus olhos muito azuis piscaram rapidamente e então tentou afastar pensamentos ruins e logo adormeceu, seu sono foi agitado com chapéus cantando música clássica e de repente gritando que ele havia sido recusado e nunca entraria em uma escola.
   Acordou na manhã seguinte com as batidas de sua mãe á porta.
- Landon acorde, o almoço está ficando pronto e quero que desgnomize o jardim pra mim, eles estão organizando uma briga, ouvi da cozinha e não precisamos de uma guerra entre gnomos no nosso jardim, certo?
   Sue McGray era magra, loura de cabelos lisos até a cintura, era uma mulher linda e de aparência jovem, possuía um sorriso simpático que combinava perfeitamente com os olhos extremamente azuis e expressivos, era uma bruxa muito competente e realizava feitiços simples sem o menor esforço.
   Enquanto o garoto lançava gnomos ,três ou quatro metros no ar, ouviu o estalo já conhecido que veio de dentro da casa. Teve tempo de arremessar mais um gnomo e chegou à sala a tempo de ver seu pai, um homem alto e forte, caucasiano com os cabelos negros  e uma expressão cansada em seus olhos azuis, espanar a fuligem de sua roupa.
- Então porque não disse a ele? – Indagou a senhora McGray.
- James é do tipo que não aceitaria receber uma tarefa como essa, eu estava realmente ocupado, mas eu não podia recusar um pedido do ministro – Disse o senhor McGray se largando na cadeira da mesa.
- Paul, creio que o ministro tenha funcionários para realizar esse tipo de função - Argumentou a mulher.
- Vamos querida, sabe que não posso recusar um pedido do ministro em pessoa.
- O que aconteceu? – Perguntou o garoto.
- Ah, nem queira saber... O ministro disse para eu resolver um problema, um trouxa foi enfeitiçado na St. Parker, é claro que eu poderia resolver, mas esse não é o meu trabalho, por isso chamei James...
- James? James Spolkins? – Landon se surpreendeu.
- O próprio, e é um homem muito estranho se quer saber... Enfim, ele me disse que não poderia resolver e é claro, eu não acreditei. O importante é que o trouxa já está bem e o que deixei pra fazer, posso fazer depois.
- O que fizeram ao trouxa ? – Perguntou o garoto.
- Alguém achou engraçado enfeitiçar um homem sem o menor conhecimento em magia com o feitiço da desilusão... O coitado não conseguia enxergar o próprio corpo.
   Paul McGray era do tipo de pessoa que tentava fazer o que devia e assim levava sua vida. O almoço se seguiu silencioso até que foi cessado pelo senhor McGray.
- Matthew nos mandou alguma carta hoje? É uma pena que tenha ficado na Sonserina, já se passaram três anos e ainda acho estranho – Disse Paul, franzindo a testa.
- Não... Pai, como foi seu primeiro dia na escola?
- Foi incrível, a visão do castelo quando se chega de barco é inesquecível – Disse Paul, com o olhar sonhador.
- O que realmente me marcou foi a seleção das casas, eu fiquei muito nervosa – Disse Sue animada – Seu pai ficou na Grifinória e eu fui pra Corvinal, foi realmente engraçado quando seu pai foi selecionado – Sue sempre contava essa história, Landon não se importava, adorava ouvi-la.
- Por quê? – Quis saber o garoto sorrindo para o pai – Me conta!
- Nada em especial, ele só ficou sentado lá uns cinco minutos e o chapéu dizendo em voz alta para ele se levantar,  acho que ficou em estado de choque!  – Rindo, a mulher se levantou da mesa e começou a recolher os pratos.
   Depois que seu pai retornou ao ministério, Landon foi ao armário de vassouras e apanhou uma, pediu sua mãe que enfeitiçasse uns limões e foi para o jardim voar um pouco, desviar dos limões era uma tarefa muito difícil, mas ele era bom nisso. Após pouco tempo no ar ele percebeu que voar já não o prendia tanto, agora o pensamento dele era em outra coisa, em outro lugar... aquele lugar. O fato de ser o único garoto da casa estava lhe causando um certo desconforto, sentia falta do irmão e até mesmo das brigas, mas o pior era saber onde Matthew McGray estava e não poder estar também, o que estaria fazendo agora? Já seria capaz de transformar pessoas em sapos? Se podia, Landon não sabia, pois desde a primeira carta seu irmão não enviara mais nenhuma.
   A tarde se passou demasiadamente rápida e logo a noite caiu, o Sr. McGray estava de volta e passou o resto da noite jogando xadrez de bruxo com seu filho mais novo, enquanto sua mulher fazia uma visita á vizinha. Landon possuía muita facilidade em criar planos e estratégias, algo que provavelmente herdou de sua mãe, pois seu pai não era exatamente o que podia se chamar de bom jogador. Cansado e com sono, Paul foi dormir enquanto Landon discutia intensamente com o rei negro que sempre estava lhe dizendo o que ele devia fazer, depois o garoto guardou as peças e o tabuleiro e subiu pro seu quarto. Se despiu e quando colocou a roupa usada na cama, ela se ergueu alguns centímetros no ar e foi se dirigindo devagar até o cesto de roupas sujas, onde caiu e lá ficou imóvel. Landon foi até seu armário e abriu a porta, dispostas em prateleiras, estavam suas roupas, o menino apanhou um pijama e fechou a porta. Antes de desligar o interruptor fez um breve aceno com as mãos para um bebê com olhos azuis como os da mãe e cabelos finos e negros como os do pai, que ria a plenos pulmões em uma moldura antiga ao lado de seu abajur na escrivaninha. Dormir não foi um problema, depois de alguns minutos se virando na cama, ele adormeceu.

   Dias como este, típicos para os McGray, logo se tornaram semanas e depois meses. Landon estava animado com a volta de seu melhor amigo, Brian O’Donnel. A família O’Donnel era de uma linhagem antiga de bruxos ingleses, portanto era mais fácil manter uma amizade sem precisar esconder nada. Brian estava com sua família fazendo uma viagem para a Irlanda, pois seu pai trabalhava no Departamento de Relações Internacionais Mágicas no Ministério da Magia e precisava firmar compromissos com o ministro irlandês. Brian enviou algumas cartas dizendo sobre a viagem, contou que é possível encontrar leprechauns, uma espécie de fada irlandesa, aos montes nos famosos campos verdes da Irlanda. Landon, Brian e Matthew estavam sempre juntos quando menores, por serem mais novos e da mesma idade Landon e Brian eram mais próximos. Os três ,quando mais novos, começaram a desenvolver seu poder mágico simultaneamente. A primeira demonstração de magia ocorreu quando os mais novos tinham seis anos, em uma disputa acirrada por uma caixa de sapos de chocolate entre Brian e Landon, Landon segurou uma das fofas almofadas de sua mãe e arremessou em Brian, o menino desviou e o objeto acertou em cheio o rosto de Matthew, que no momento sentiu tanta raiva que ouviu-se uma explosão em massa de copos na cozinha.
   Era uma tarde de sábado quando ouviu-se batidas na porta. Quando Landon a abriu um menino menor que ele, um tanto gorducho, de cabelos castanhos e olhos verdes, exibia um grande sorriso.
- Ei cara, como foi na Irlanda? – Perguntou Landon animado.
- É incrível, conhecemos os jogares do time da Irlanda e eles são espetaculares! Nunca vi um país com tanto verde, a noite nesses campos se pode ver leprechauns que são uns caras bem encrenqueiros – Terminou Brian, parando para respirar.
- Está preparado? No próximo ano letivo, é a nossa vez. – Disse Landon fazendo a pergunta que queria fazer a meses.
- Não sei... – Disse Brian pensando – Seu irmão tem mandado noticias?
- Sim, mas nada demais – Responde Landon desanimado.
- Porque ele não voltou para passar o natal em casa?
- Desde que estuda, ele sempre passa lá... Mamãe ficou um pouco triste, mas no fim acabamos mandando uma cesta de doces e presentes a ele como de costume.
- Certo... – Disse Brian – Ei, comprei um pomo de ouro, ele não voa muito porque é apenas de brinquedo, vamos jogar?
   Os dias se passaram e os dois ficaram realmente bons em quadribol, o esporte mais jogado pelos bruxos, onde se jogam sete jogadores de cada time, usando vassouras e o objetivo é fazer pontos, Brian que era um pouco acima do peso sempre usava essa justificativa para defender suas derrotas. Logo o feitiço do pomo irlandês foi enfraquecendo e não foi mais usado. Finalmente chegou o dia em que seu irmão regressa da escola. Landon acordou realmente animado essa manhã, tinha muitas perguntas para serem respondidas. Quando desceu as escadas para o hall, seu pai e sua mãe já estavam a sua espera. Os estudantes voltavam da escola no trem que desembarcava da estação de King’s Cross, em uma plataforma que só os bruxos poderiam acessar. Enquanto seu pai dizia ao motorista de táxi para aguardar que eles já voltariam, Landon e sua mãe entraram na estação.
- Vai demorar ainda?
- Não querido, vamos esperar ali para que ele possa nos ver assim que sair.
   Esperaram mais alguns minutos e de repente algumas pessoas saiam da parede de pedra entre a plataforma nove e dez, os trouxas pareciam não notar, o que era muito intrigante. Alto para um menino com quase 14 anos, cabelos loiros e espetados e olhos azuis, Matthew McGray se aproximou de seus familiares.
- Aprendeu muita coisa este ano, Matt? – Perguntou a mãe abraçando e beijando seu filho.
- Mamãe me solte, as pessoas estão olhando – Disse o garoto, tentando de desvencilhar da mãe.
- Não fale assim com sua mãe menino, ela só esta com saudades – Disse o pai sorrindo de leve.
   Os quatro McGray seguiram para o táxi, o caminho foi rápido e enquanto o Sr. McGray pagava o taxista com dinheiro trouxa, os meninos tiravam o malão e Damon, o novo gato preto e peludo, de cauda longa de Matthew, do porta-malas. Logo que chegaram, Matthew foi para seu quarto e ficou lá a maior parte do tempo, os únicos momentos em que eles viam o menino era na hora das refeições, que fazia muito calado, e quando estava assaltando a geladeira. Isso acabava completamente com os planos de Landon de saber tudo sobre a escola, ele segurava suas perguntas desde o primeiro ano de seu irmão, por muito tempo ficara com um pouco de raiva de Matt por se fechar tanto, alguma coisa estava errada.
   Semanas se passaram e logo Matt foi arrastado de sua memória por uma manhã de segunda-feira. Seu despertar foi habitual desde que seu irmão voltara, Damon vivia em seu quarto e, mais precisamente em sua cama, o que sempre o acordava com marcas de arranhões em suas pernas. Fez tudo como todos os dias, tomou seu banho, escovou seus dentes e desceu para tomar café, quando entrou na cozinha não avistou nada de diferente... Sua mãe estava fazendo os ovos com bacon e cantarolava alegremente como de costume e sentado junto à mesa estava seu irmão, lendo uma carta de papel pardo sem muito interesse da qual já conhecia. Landon puxou uma cadeira e sentou, enquanto comia seus ovos viu uma coisa que o chamou a atenção, com o garfo a meio caminho da boca ele parou, olhou para seu irmão que estava lendo a carta e para a mesa. Largou o garfo, pois uma cópia, ou assim se parecia, estava em cima da mesa e lacrada. Landon pegou o envelope e leu.

Sr. L. McGray
Segundo quarto á esquerda
Diamond Terrace 8
Greenwich
Londres.

Quando a abriu, uma felicidade explodiu em seu peito, era o mais novo aluno da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.


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