Capitulo I:

Rin dormia tranquilamente em seu pequeno futon sujo . Barulhos estranhos vinham de fora de sua pequena casa e a cada segundo que passava começavam a ficar cada vez mais próximos, até que a pequena menina que dormia, antes tranquilamente, despertou e pegou a pequena faca que estava ao lado de seu futon e ficou virada de costas para porta esperando quem quer que estivesse do lado de fora entrasse.

Aos poucos ela começou a ouvir passos vindo em sua direção e logo apertou a faca em suas mãos, ela não escondia o medo que estava sentindo e assim que sentiu que o estranho agachou-se ao seu lado virou para colocar a faca contra seu peito, o invasor segurou o seu pulso e fez com que ela larga-se a faca que caiu como uma pedra extremamente pesada no chão.

Rin ficará paralisada, não conseguia acreditar no que estava vendo, lagrimas escorreram sobre seu rosto, nunca em toda sua vida pensara que o veria novamente. Os mesmos cabelos prateados, olhos cor de âmbar e a mesma expressão sem sentimento.

- Senhor Sesshoumaru... – Sussurrou Rin.

Sesshoumaru ficou a encarar a pequena menina, jamais pensara em ver tão diferente da pequena menina que havia deixado no vilarejo. A pequena menina de oito anos, havia se transformado em uma bela jovem nos nove anos em que não a vira. Cabelos castanhos escuros e olhos quase da mesma cor, ela realmente havia mudado em todos aqueles anos, mas algo estava diferente em seus olhos, tinha pavor neles, pavor de uma criança assustada.

- Vamos Rin...

Antes que ele pudesse terminar a frase, Rin soltou seu pulso do aperto forte de Sesshoumaru e pulou em seus braços e o apertou com toda força que tinha. O belo yokai ficou sem se mexer, não gostava de se aproximar de ninguém daquela maneira, principalmente de humanos, mas por um estranho motivo ele não conseguia afastá-la, era como se seu corpo não pertencesse mais a ele.

Rin começou a chorar em seus braços, ela estava amedrontada com o que havia acontecido e Sesshoumaru sabia disso, sabia tudo o que havia acontecido na noite anterior. Ambos ficaram parados até Rin se tranqüilizar, que só conseguiu fazer tal coisa quando o sol começou a raiar no horizonte.

- Vamos Rin... – Repetiu Sesshoumaru agora se levantando e indo em direção a porta.

Rin encarou o belo yokai de armadura branca que com os raios de sol passando pelos buracos da casa mais parecia um anjo do que um yokai frio. Rin se levantou e caminhou lentamente até Sesshoumaru.

Os dois passaram pela porta e no instante em que passaram Rin se deparou com o que jamais queria ver novamente. O vilarejo inteiro, pessoas que a ajudaram e cuidaram dela durante todos aqueles anos mortos. Todos estavam dilacerados, o pacifico vilarejo havia se tornado em um cemitério sangrento. A bela jovem ainda não tinha entendido exatamente como havia sobrevivido o dia anterior.

Sesshoumaru continuou a andar, aquilo tudo não o atingia, ele já havia visto e feito coisas bem pior em toda sua vida. Rin ficara andando lentamente entre os corpos de homens, mulheres e até mesmo criança. A cada pessoa que via mais lagrimas escorriam sobre seu rosto. Sem perceber acabou tropeçando em alguém e quando viu que era a senhora Kaede e bem ao seu lado estava Miroki e Sango, Rin começou a chorar e logo começou a soluçar. Os três haviam cuidado tão bem dela durante todos esses anos que não podia acreditar que estavam mortos. Logo ela começou a urrar de tanta dor, ela considerava os três como seus pais.

O belo e frio yokai virou-se e viu a sua protegida chorando e ficou a encará-la, percebera que seu simples kimono branco estava manchado de sangue e seu rosto estava completamente sujo.

- Rin vamos logo! – Apressou Sesshoumaru a alguns metros de distancia.

- Não podemos deixá-los dessa maneira...

- Rin eles estão mortos, chega de bobagens e vamos!

A garota ficou assustada com a frieza daquela bela pessoa, havia esquecido de como ele era, mas mesmo assim não podia deixar seus amigos daquela maneira, as pessoas daquele jeito, ninguém merecia ficar daquele jeito, todos mereciam achar a paz depois do jeito que haviam morrido.

Sesshoumaru, percebendo a intenção da moça de enterrar todos aqueles corpos, correu até atrás da menina, e a agarrou, em seguida começou a flutuar com ela pelo belo céu azulado. Rin protestava e tentava se soltar, querendo voltar ao vilarejo, mas Sesshoumaru não deu atenção.

- Se continuar assim ira cair. – Falou friamente.

Mesmo assim ela continuou a se debater. Sesshoumaru a encarou e assustada com o yokai ela logo se calou, sabendo que não ia conseguir o que queria logo ficou parada, mas ainda chorando.

Sesshoumaru voava rapidamente a leste e só começou a voltar para o solo quando Rin começou a avistar um belo castelo branco, parecendo até mármore. Os portões eram cercados de yokais cachorros, todos estavam em sua forma de cachorro gigante e assim que todos viram o Sesshoumaru, todos que rondavam o castelo se curvaram em sua presença e imediatamente yokais menores abriram o portão e deixaram Sesshoumaru passar com Rin em seus braços.

Todos sussurravam e comentavam o que uma humana fazia com o senhor do leste.

Assim que entraram no castelo Sesshoumaru colocou Rin no chão e deixou que ela visse a sala feita de pedra gigante. Com uma enorme escada a frente e com duas portas duplas, uma de cada lado. A sala era bonita com um lindo tapete branco que subia junto com a escada e do lado direito tinha uma enorme pintura do pai de Sesshoumaru e do lado esquerdo tinha outra pintura da mãe de Sesshoumaru uma belíssima yokai prateada.

- Que lugar é esse? – Perguntou Rin a Sesshoumaru, tentando esconder a voz de choro.

- Essa é sua nova casa.

Assim que falou subiu as escadas rapidamente deixando Rin completamente sozinha naquela enorme sala.