In Die Nacht escrita por julythereza12


Capítulo 5
Capítulo 5: Wo Sind Eure Hände


Notas iniciais do capítulo

Finalmente irão descobrir quem é esse Julio! ;)
E também em breve surgira um novo personagem nesse meio.
Boa leitura! ;D



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“Ich hör alles ist so wichtig

 

(Trechos da música Wo Sind Eure Hände)

 

 

- Alô? Julio?

- Manu! – ouvi a exclamação animada dele – Você sumiu sua amiga desnaturada! Não deu noticias há quatro dias! Babis está desesperada atrás de você. Não entrou no orkut, no MSN, e o celular, seu número nem existe mais. Estávamos muito preocupados com você. Vimos notícias suas na internet, de você e de sua mãe, que ambas tinham chegado à Alemanha. E nada de se lembrar da gente! – ele falou num fôlego só.

- Calma, garoto! – exclamei rindo, estava falando em português, e percebi que a única a me entender era minha mãe, o meu avô e os garotos tentaram entender algo, por causa de eu ter rido – Que desespero, eu hein. Eu estou bem, estou ótima. É que eu me esqueci de ligar mesmo... Tipo, aconteceram tantas coisas com a minha chegada aqui, ainda estou um tanto perdida.

- O que aconteceu tanto? – ele quis saber.

- Ahm, surpresas do meu avô, tipo, não posso contar... É segredo de família. – respondi divertida.

Meu avô tinha falado que eu não podia contar para ninguém que Tokio Hotel está, ou esteve em nossa casa. Pelo menos por enquanto.

- Hum, parece que as coisas estão animadas por aí. – Julio falou desanimadamente.

- Bem, essa é uma verdade. E por aí? Como estão as coisas? – eu perguntei.

Queria noticia de Babis, minha melhor amiga. Nós éramos como irmãs no colégio, eu, ela e Julio éramos o trio mais bagunceiro de lá. Julio era como se fosse nosso irmão mais velho, mas tempos atrás, antes de eu vir para a Alemanha, ele se afastou da gente. Começou a namorar a Helen, uma patricinha da turma. Voltamos a nos falar quando eu dei a notícia que ia me mudar para a Alemanha. Mas a Helen pareceu não gostar nada disso, de ficar dividindo o namorado conosco, comigo e com a Babis.

- Bem, a Babis está feito uma louca atrás de você... Recomendo que ligue para ela quando tiver tempo. Eu e a Babis não estamos nos falando muito... Depois que você foi embora tudo aqui mudou. Ah, e eu terminei com a Helen. Manu, como você faz falta aqui!

- Ah, também estou sentindo falta de vocês aí. – eu afirmei. Era verdade, aquele pessoal fazia muita falta.

- Sério Manu, quando você volta pra cá? Queria te ver de novo, abra... – ele começou mas eu o interrompi.

- Eu não sei Julio, provavelmente nas férias... Meu pai continua aí, mas parece que ele vai trabalhar nos EUA a partir de agora, ficará meio difícil. – eu respondi rapidamente.

- Manuela, eu queria te ver. Tenho que te contar uma coisa que eu descobri quando você foi embora... E eu terminei com a Helen, talvez... – Julio começou me chamando pelo nome completo. Sabia que quando ele me chamava assim era porque ele queria falar algo sério. Novamente eu o interrompi.

- Julio, ei, você pode ligar outro dia? Eu estou no meio do jantar. – eu falei dando uma desculpa. Minha mãe olhou para mim nesse momento. Ela devia ter percebido que eu fiquei séria de repente.

- Ah, me desculpe Manu. Certo eu ligo outro dia. Mande um beijo para a sua mãe. – ele falou rapidamente – A gente se fala.

- Sim, até mais então. – eu falei me despedindo, e desliguei o telefone.

Respirei fundo, não esperava por aquilo. Tudo bem, eu esperava uma ligação sim, mas o Julio... Ele estava estranho. Ele estava sentimental demais. E por que ele terminaria com a Helen? Ele sempre foi apaixonado por ela! Minhas suspeitas estavam quase confirmadas... Será que ele estava se apaixonando por mim? Ah, que droga!

Deixei o telefone no lugar dele, na cozinha e depois voltei à mesa. Todos já estavam quase terminando o jantar, menos minha mãe que tinha prestado atenção na conversa e Bill, ele estava brincando com a comida, e continuou de olhos baixos quando eu me sentei.

- Quem era querida? O Julio? – minha mãe perguntou voltando ao alemão.

- Sim mamãe, era ele. Queria saber como eu estava, e a propósito, ele te mandou um beijo. – eu respondi.

- Oh, que adorável! – minha mãe exclamou feliz por ser lembrada – Sempre um bom garoto. E a Babis? Ele te deu notícias dela? – ela perguntou. Considerava a Babis como sua segunda filha.

- Ela está bem, quase enfartando por não ter notícias minhas, mas ela está legal. – eu respondi, brincando com a comida – Mãe, o Julio terminou com a Helen. – eu falei rapidamente.

A conversa parecia ter se tornado interessante para certa pessoa que estava brincando com a comida, pois eu percebi ele levantar os olhos discretamente.

- Terminou? – ela perguntou espantada. Sabia que Julio era doído pela Helen.

- Sim, sim. Ele estava estranho, mãe. Lembra das suspeitas que eu te falei? Estou com medo que estejam certas. – eu afirmei olhando-a.

- Ah querida, não devia se preocupar com isso. Ele está no Brasil, nem aqui ele está. – ela me disse.

Levei aquilo em conta, ela tinha um tanto de razão. Percebi que Bill prestava bastante atenção em nossa conversa, seguido de Tom, os dois olhavam diretamente para mim reparando nas minhas reações. Voltei meu olhar para o prato e larguei os talheres.

- Perdi a fome. Vou para o meu quarto. – falei.

Sai da sala de jantar o mais rápido que consegui. Queria me esquecer de tudo, das minhas suspeitas, das minhas dúvidas... Pelo menos uma coisa eu tinha certeza, apaixonada pelo Julio eu não estava, ele era como um irmão para mim. Mas eu estranhei o que o Bill e o Tom fizeram, e aquilo ficou martelando em minha cabeça.

Queria algo que me distraísse, mas não achei nada naquele quarto, então me sentei no sofá e fiquei olhando as paredes em silêncio. Ouvi passos, passos se aproximando do meu quarto. Percebi pararem a minha porta. Alguém iria bater na porta, foi a certeza que eu tive, mas ninguém bateu. Os passos se afastaram e eu continuei sentada no meu sofá. Fiquei um pouco desconfortável e acabei deitando nele, não estava com sono e não queria ir para a cama, me deitei e fiquei olhando para o teto. Novamente ouvi passos se aproximando do meu quarto, pararam à minha porta, mas ninguém bateu. Por fim, tornaram a se afastar. Mas se viessem de novo, eu ia abrir a porta, já estava começando a me irritar. Passaram-se uns dez minutos e não voltaram mais.

Decidi sair do quarto, estava começando a ficar tentador aquilo. O microfone que meu avô tinha colocado no meu quarto, eu queria pega-lo e cantar! Mas eu não ia dar esse gostinho para o meu avô. Sai do quarto e fui até o final do corredor, ficaria olhando as estrelas pela varanda que tinha lá. Que melhor coisa eu tinha para fazer? Abri as portas e sentei-me no banco de jardim que lá tinha, um banco branco com varias detalhes de flores esculpidos nele. Aquela noite estava estrelada e uma bela meia lua decorava o céu. As luzes da cidade eram pontos pequenos, estávamos afastados o suficiente para podermos ver uma parte do céu. Novamente ouvi passos, dessa vez eles se aproximaram da varanda e pareceram parar na porta.

- Uma bela noite, não? – Bill perguntou-me.

- Sim, uma bela noite. – eu respondi olhando para o céu.

Aquela era a segunda vez que nos encontrávamos a noite, isso já estava virando rotina.

Bill aproximou-se e sentou do meu lado no banco. Ficou por um momento em silêncio, admirando as estrelas comigo. Sabe, ele me distraiu, a presença dele ali me fez pensar em outra coisa, no porque dele estar ali, ao meu lado.

- Você está bem? – ele perguntou-me de repente.

- Ah, estou. Por que não estaria? – eu respondi e perguntei ao mesmo tempo sem entender o porquê da pergunta dele, apesar de já ter uma idéia do que seria.

- Não sei, você ficou meio estranha após aquela ligação. – ele falou me olhando.

Eu olhei por um momento para ele e depois virei meu rosto, olhei para o jardim que estava escuro.

- É que... Ah, ele me deu notícias que eu não esperava, e sem contar que eu o achei meio estranho. – eu falei dando de ombros sem olhá-lo.

- Hum, e isso a deixou preocupada? – Bill tornou a perguntar.

- Em partes... Como eu lhe falei eu não esperava, foi uma surpresa! – eu respondi rapidamente – Ei, você podia me distrair, não? Não estou muito a fim de pensar nisso. – eu falei olhando para ele e sorrindo meio sem jeito.

- Está bem, hum... – ele falou, parecia pensar em algo e acabou fazendo uma cara engraçada, na qual eu não resisti e dei risada – Que música você acha que devíamos tocar na festa? – Bill perguntou rindo.

- Ahm, talvez Vergessene Kinder... – eu surgeri.

- Ei, você gosta bastante de Vergessene Kinder, não? – ele quis saber.

- Sim, sim. É uma das minhas preferidas. Acho que a música tem uma ótima mensagem, as crianças são realmente importantes, e estão todas meio que esquecidas. – eu respondi me lembrando da letra.

- Interessante... – Bill parecia comentar consigo mesmo – Heilig... – ele murmurou baixinho.

- Vão tocar Heilig então? – quis saber.

- Não, tem que ser uma mais famosa. – ele afirmou olhando para o lado.

- Hum, se você diz... Que tal Schrei? É bem famosa. – sugeri.

- Não, é muito animada. Tinha que ser uma mais calma... – ele falou pensativo.

- Que tal 1000 Meere, Rette Mich, Totgeliebt... Durch den Monsun, Spring Nicht, só consigo pensar nessas.

- É, acho que vamos ter que ensaiar umas duas ou três músicas, já que está difícil para decidir. – ele afirmou.

- Ei, eu posso assistir aos ensaios? – perguntei curiosa.

- Ah, claro que vai poder né? Vamos ensaiar no estúdio da sua casa. – ele respondeu-me rindo, provavelmente da minha cara.

- Ah que massa! – comemorei esquecendo de usar o alemão, e falando em português.

- Hein? – é claro que o Bill não entendeu.

- Digo que legal. – eu falei rapidamente voltando ao alemão.

- Pois é, isso é o que qualquer fã desejaria. Ver Tokio Hotel ensaiando com exclusividade.

- Ah, eu tenho muita sorte. – eu afirmei rindo.

- Você tem mesmo.

- Sabe, eu nunca imaginei que ia acontecer algo assim comigo, nunca mesmo. Claro eu tinha em mente conhecer vocês, ainda mais meu avô que é o dono da Universal, não ia ser difícil. Mas tê-los na mesma casa? Nunca pensei nisso. – eu falei rapidamente ficando séria.

- Hum, quanto a isso, não esperava que você fosse assim, uma garota controlada. Nós ficamos meio assustados quando descobrimos que você estava no avião e que íamos ficar na mesma casa, nós sabíamos que o Senhor Poürshe tinha uma neta, sempre ele pedia para que nós autografássemos as coisas que saiam com o nosso nome. E depois, quando você desmaiou no avião após ver a gente... Ficamos mais preocupados ainda, com medo que você chamasse a atenção, já que nós estávamos meio que como fugitivos. – Bill falou, ficando sério também, mas depois deu um belo sorriso me olhando – Mas não. Você agiu de modo totalmente inesperado por nós, muito controlada, muito gentil e nada oferecida e muito menos espalhafatosa. Aquela conversa que tivemos no avião, você me tratou como se eu fosse um cara normal. Eu e os garotos, principalmente eu, ficamos um tanto espantados com a sua atitude.

- Ah, também não é para tanto. – eu falei completamente sem graça, depois de tudo o que ele havia dito, quem não ficaria sem graça?

- Ah, mas é claro que é. Você foi uma das únicas fãs que nos tratou normalmente, não foi direto no nosso nome, ou no nosso dinheiro. Como eu disse, eu repito, você é diferente. – ele tornou a afirmar me olhando.

- Eu me sinto estranha quando você ou os outros falam assim. Poxa, eu sou uma garota normal! – eu exclamei cruzando os braços, me fingindo de irritada.

- Desculpe Manuela... – Bill começou rapidamente ao ver a minha reação – Eu não quis ofendê-la, isso... Ahm, é um elogio! – ele exclamou.

Eu mudei a minha expressão de irritada para uma divertida, e dei risada alegremente.

- Eu sei que é. – eu afirmei divertida, e mostrei a língua para a ele.

- Viu só? Você agiu de modo inesperado novamente. – ele afirmou rindo.

- É, vamos dizer que eu sou uma pessoa um tanto inesperada. – eu falei piscando.

- Mas você é mesmo. – ele concordou comigo rindo.

Novamente o silêncio tomou conta de nós dois. Eu já estava começando a ficar com sono, na verdade eu estava quase cochilando...

- Ah, Bill... Acho que eu vou dormir. Sabe, eu estou com sono. – eu falei quebrando o silêncio.

- Hum, tudo bem... Eu vou ficar um tempo mais aqui, e já vou dormir. – ele falou observando eu levantar.

- Okay. Boa noite Bill. – eu desejei.

- Boa noite para você também, bons sonhos. – ele desejou-me.

- Ah, obrigada... Bons sonhos também. – desejei de volta para ele.

Voltei para o meu quarto e tirei o roupão deixando-o em cima do sofá. Quando eu estava me dirigindo para a minha cama, ouvi a porta da varanda ser fechada e passos no corredor, os passos do Bill, percebi aproximarem-se da porta do meu quarto, ele parou em frente à porta, eu segurei a respiração. Demorou um tempo, mas depois ele voltou a andar, dessa vez em direção ao seu quarto.

Fiquei intrigada com aquilo, o que será que o Bill estaria pensando?

 

“Das was mir morgen passieren wird”

 


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Notas finais do capítulo

Então, cá estamos nós com mais um capitulo...
U.u
Deixem reviews! Eu não mordo, e preciso saber a opinião de vocês. ;**