In Die Nacht escrita por julythereza12


Capítulo 39
Capítulo 39: Whatsername


Notas iniciais do capítulo

Muito bem, mais um capitulo!
Boa leitura!



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“Thought I ran into you down on the street
Then it turned out to only be a dream”

 

(Trechos da música Whatsername do Green Day)

 

Então, ele uniu nossos lábios num beijo cheio de saudade, de carência e principalmente de amor. Foi uma sensação única, inexplicável, a sensação que eu só sentia estando ao lado dele. E por mais que aquilo você perigoso, era tão desejoso e calmante, que me fez por um momento me esquecer de todos os problemas e de tudo o que eu havia feito.

Bill me deva algo que eu não merecia, o amor dele. Entretanto, por mais que eu me desculpasse e me arrependesse, não era o bastante. Nos beijávamos de forma cada vez mais intensa e necessária, estávamos quase no ponto de tirar-mos a roupa um do outro e fazermos amor ali mesmo, se não fosse o meu celular.

Relutante e com a mínima vontade, eu me separei rapidamente dele, deixando-o caído na cama enquanto eu agilmente me levantava e pegava o celular na bolsa que eu havia trazido.

Olhei para a tela, que indicava número privado, teria acontecido alguma coisa? Atendi, dizendo um típico alô e para o meu desespero, não era nenhuma voz conhecida.

- Alana, querida, como está? – a voz masculina me perguntou alegre.

Olhei para o Bill com os olhos arregalados, ele sentou-se rapidamente na cama e fez menção de se levantar, mas eu pedi que ele continuasse lá, fazendo um gesto com a mão.

- Quem está falando? – perguntei me virando de costas para o Bill.

- Que indelicadeza a minha não me apresentar, mas isso não é necessário no momento. Minha querida Manuela, em breve você me conhecerá. – a voz respondeu, e para o meu espanto, usando o meu verdadeiro nome.

- Não é nenhuma Manuela que está falando, você ligou para o número errado. – me apressei em falar, ouvindo Bill levantar-se e vir na minha direção.

- Não estou me enganando querida, você é Alana Schatz e Manuela Wildscream... Estávamos atrás de você há cinco anos atrás e estamos voltando com todo vapor. – falou – Estamos de olho em você, está loura hoje. É uma pena, prefiro você de cabelo vermelho, ou no natural preto.

- Pare de brincar comigo idiota. – me descontrolei – O que você quer? – perguntei irritada.

- Cuidado com a língua minha cara e cuidado por onde andas. – me preveniu ele – Você sabe o que eu quero, seu sangue... Mas falamos sobre isso outra hora. Até mais. E cuidado com as suas pessoas queridas e com seu adorado animalzinho. – deu uma risada sinistra e a linha ficou muda, ele tinha desligado.

- Quem era? – Bill perguntou vindo na minha direção.

Eu não respondi, estava demais de apavorada para dizer qualquer coisa que fosse. Eu desliguei o telefone e sentei-me silenciosamente no sofá do quarto, cobrindo os olhos com as mãos, que tremiam sem parar.

- Manuela, Manuela... O que foi? – Bill tornou a perguntar, sentando-se ao meu lado e me abraçando ao perceber que eu estava extremante nervosa.

- Eles... Eles sabem... – comecei a beira do choro – Sabem... Sabem que eu continuo... Continuo viva. – respondi e comecei a chorar me agarrando a ele com força.

- Shiiiiu, vamos, se acalme... Você é forte. – ele falou, passando a mão na minha peruca e a tirando da minha cabeça, deixando o meu cabelo preto cair.

Não conseguia parar de chorar agarrada a ele, talvez eu estivesse o machucando até, mas não conseguia solta-lo de tão nervosa que eu fiquei. Será que tudo o que tinha feito, para enganarem a máfia não tinha adiantado, e eles estavam voltando atrás de mim, sabendo que eu era Alana Schatz, Manuela Wildscream. A vontade de chorar aos poucos, foi indo-se e eu comecei a ser tomada pela necessidade de descobrir quem era esse cara e acabar logo com a raça dele, para eu poder ao menos, viver um pouco mais sossegada.

Despendi-me de Bill, e peguei a peruca loira, indo para o espelho ajeitando-a.

- Já vai? – ele perguntou me observando.

- Preciso ir. – respondi – Você está correndo perigo com eu estando aqui. – acrescentei.

- Eu não me importo, e você sabe. – falou se aproximando de mim.

- Mas eu me importo. E isso basta. – falei me virando para ele – Você é muito precioso para mim... Por mais que a vontade de ficar com você seja grande, a vontade de manter-te vivo é maior. – toquei-lhe o rosto – Eu não quero que você morra por minha causa, meu pai já basta.

Pela segunda vez, eu vi lágrimas nos olhos dele. Ele não queria me deixar ir, mas sabia que era necessário isso, pelo menos por enquanto.

- Te verei de novo? – perguntou-me levando a mão até a que acariciava o rosto dele.

- Acho que sim. Você sabe que por mais que eu tente, não consigo ficar longe de você. – falei.

- Isso é bom. – ele sorriu, um sorriso lindo.

- Quando as coisas estiverem melhores, eu venho te procurar, prometo. – disse-lhe.

- Está bem, eu acredito em você.

E logo, ele me beijou. Um beijo de despedida, nosso último beijo antes de tudo de ruim começar a acontecer em nossas vidas.

A maior burrada que eu fiz na vida não foi a de deixar o Bill sozinho naquele hotel, foi eu deixar ter deixado o meu apartamento.

Quando eu cheguei àquela tarde no meu apartamento, encontrei sangue... Sangue espalhado por toda a sala. Não encontrei nem a Babis e a Nessah em lugar nenhum, na verdade não tive coragem de procurar ninguém. Apenas sentei-me na poltrona e liguei para a Fernanda, dizendo como estava o meu apartamento. Ela me disse que Babis tinha acabado de sair, mas que a Nessah estava com Mary, no hospital da CIA. Então, eu criei coragem para entrar nos restante do apartamento. Primeiro, fui até meu quarto, estava bagunçado, todas as coisas jogadas e por sorte, ninguém tinha encontrado o lugar onde estavam as armas, pois ele estava intacto. Depois, fui para o banheiro, parecia que ninguém tinha mexido nele. A cozinha estava intacta, apenas um copo estava fora do lugar. O quarto da Babis também estava bagunçado, mas, como no meu, ninguém tinha encontrado o esconderijo das armas. E por ultimo, fui para o quarto da Nessah... Me apavorei, assim que cheguei na porta, uma poça de sangue estava no chão. Criando coragem, abri a porta... Não foi a Nessah que eu encontrei lá, encontrei a minha pequena, não tão pequena mais, Buffy. Ela estava jogada de qualquer jeito, com uma bala na cabeça e outra na coluna, ela estava morta!

Eu cai ajoelhada na poça de sangue, sem me importar se estava me sujando ou não, o choro veio compulsivo novamente... E para a minha alegria, ouvi o barulho da porta, Babis tinha chegado, percebi ao ouvi-la cantando. Seu canto alegre parou na hora que ela deve ter visto o sangue pela sala.

- Bárbara. – chamei por ela, elevando a voz um pouco.

Ela veio correndo, deixando as coisas que ela trazia caírem. Quando ela chegou à porta, onde eu estava, arregalou os olhos e me olhou.

- O que aconteceu aqui? – perguntou – O que a Buffy está fazendo aqui... Morta? – foi nessa hora que ela percebeu que a minha husky já não respirava mais.

- Eu... Eu não sei. – respondi com a voz embargada – Nossos quartos estão todos bagunçados, a Buffy morta... Eu... Eu não sei quem fez isso!

Os olhos da minha amiga se encheram de lágrimas e pavor, ela me ajudou a levantar, me fez sentar na sala manchada com o sangue da minha husky e pegou o celular, discando o número que eu reconheci ser o da Fernanda.

- Fê, venha pra cá. Traga a Nessah. O apartamento foi invadido, Buffy está morta.

 

 

Eu já estava mais calma, minhas amigas estavam reunidas na sala do apartamento e os oficiais da CIA estavam fazendo as investigações, vendo se conseguiam encontrar alguma digital e também, para tirarem a Buffy de lá.

- Como ela chegou aqui? Estava na minha casa! É impossível entrar lá. – Fernanda parecia estar mais nervosa que eu. Era ela quem cuidava da Buffy, já que não podíamos ter um cachorro daquele porte no apartamento.

- Eu não sei, mas quem fez isso é extremante macabro. – Vanessa falou. Ela estava sentada do meu lado, acariciando o meu cabelo.

- Eles sabem que eu estou viva. Um homem me ligou quando eu estava com o Bill, disse que sabia quem eu era na verdade e que queria o meu sangue, o gene-espião. – falei atraindo a atenção delas para mim.

- O que? – Fernanda agora estava furiosa – Como assim, eles sabem que você está viva? – perguntou.

- Não sei Fê, ele me ligou. Não sei quem era, mas foi sinistro. Foi como se me conhecesse há cinco anos. – respondi me encolhendo.

- Me dê seu celular, vou pedir para o Matt verificar... Isso já está fugindo do controle! – Fernanda exclamou – Invadem as nossas casas, matam o nosso animal de estimação e fica por isso mesmo? Quem eles pensam que são?

- Se acalme Fê, vamos resolver isso. – Babis pediu, ela estava tão nervosa quanto eu.

- Vocês ficaram num hotel hoje, um hotel da nossa rede... – começou – Mas eles estão lá. Não posso deixá-las tão perto deles.

- Nós não iremos atrás deles Fernanda. – falei aumentando a voz – Acha que depois de tudo o que aconteceu eu correria o risco? Não sou tão idiota assim.

- Eu sei, mas é que... – começou ela.

- Não irei para hotel nenhum, vou acompanhar as investigações de perto e tentar ajudar em algo. Precisamos falar com o Ed. e descobrir o que realmente está acontecendo. – cortei-a me levantando – Vou pegar algumas coisas e nós duas iremos para a CIA, conversar com ele.

- Está bem. – ela acabou por concordar comigo – Vocês duas vão para o hotel, mas não cheguem perto deles, já temos muitas pessoas em risco.

- Precisamos colocar mais segurança perto do meu avô e da minha mãe. – lembrei-a.

- Vou ligar imediatamente a embaixada de lá e pedir o aumento da segurança. – ela falou, já pegando o celular.

Fui arrumar as minhas coisas para passar um tempo na CIA, estava uma bagunça, mas acabei encontrando o que queria e não queria. A minha caixa, com lembranças da minha vida como Manuela, estava vazia. Nenhum dos álbuns estava lá na caixa. Eu comecei a procurar por todo o quarto, bagunçando ainda mais o quarto. Não encontrei nada lá, eles tinham levado os álbuns, entretanto, encontrei uma das primeiras fotos que eu tinha tirado da Buffy em cima da cama.

Sai do quarto apressada, com as minhas coisas na mochila preta. As meninas também já tinham arrumado as coisas delas e estavam cochichando sentadas no sofá.

- Eles levaram os meus álbuns de fotografia. – falei para elas.

- O que? Como assim? – Babis quis saber, se virando para me olhar.

- Eu não encontrei foto nenhuma de cinco anos atrás e nem as atuais, achei apenas uma da Buffy. – mostrei para elas a foto da Buffy.

- Você está ferrada. – Fernanda falou para mim – Agora eles sabem quem atingir! Eles não vão parar enquanto não conseguirem o que querem...

- Ou seja, eu. – falei. Que infortúnio era tudo isso!

- Vamos, me diga que fotos tinham tanto lá? De quem tanto? – ela me perguntou rapidamente.

- Ahm, tinham as da Buffy, dos meus pais, meus avôs, de vocês e... Dos Tokio Hotel. – respondi para o meu pesar.

Fernanda ficou em silêncio por um momento, pensando em algo que nos fez ficar ainda mais espantadas.

- Eu sei o que você farão... – ela nos disse pegando rapidamente o celular – Quero o número de David Jost. É, esse mesmo e ande logo.

Espera ai, David Jost era... Era o empresário do Tokio Hotel!

- O que você quer com ele? – Babis perguntou antes de mim.

- Que melhor forma de protegermos eles, do que vocês mesmo fazendo isso? – Fernanda falou. Tinha momentos que eu pensava que ela era louca, e esse era um desses momentos.

- Mas... Como? Babis está machucada ainda! Não sei como ela está conseguindo agüentar tudo isso. – falei rapidamente.

- Babis virá comigo e você serão as novas seguranças do Tokio Hotel. Que melhor modo de protegermos você e eles? – ela falou me olhando – Agora prestem atenção, vamos mudar os nomes de novo. Manuela, você será Anke Wust e a Vanessa, será Stacy Luvison. Manuela, lentes de contato pretas e Vanessa, cor de mel. É isso. – ela ainda estava louca, mas Vanessa pareceu aceitar o que foi lhe imposto.

Nós entramos no furgão preto e começamos a nos trocar, enquanto Fernanda falava ao telefone com David Jost.

 

 

- Por que novos seguranças David? Já estamos acostumados com os outros. – Tom reclamou assim que o empresário lhes informou sobre um reforço na segurança deles.

- Porque sim. Vocês estão correndo perigos aqui, terroristas. A CIA vai ajudar com a proteção de vocês, pelo menos aqui. – ele explicou sentando-se nervoso num dos sofás.

- Nós somos apenas uma banda de rock, porque terroristas iriam querer a gente? – Georg perguntou.

- A mulher me explicou tudo certinho, e apenas três palavras já bastam para vocês entenderem: Terceira Guerra Mundial. – David respondeu para o espanto dos quatro.

- Nossa, a que ponto chegamos... – Bill falou nervosamente, se jogando na cama.

- Hunf, ainda sim... Como são esses seguranças? – Gustav quis saber, olhando para David.

- São duas dos melhores recrutas. – ele respondeu.

- Duas? São garotas? – Tom sorriu safado como ele só, levando uma cotovelada de Bill.

- Sim, duas garotas que irão te dar um chute certeiro entre as pernas se você tentar algo. – David falou rindo dos gêmeos.

- Nunca tentei seduzir uma segurança... Vamos ver como eu me saio. – ele falou convencido, se levantando da cama.

- Por que garotas? – Bill perguntou sentando-se.

- Não sei, disseram-me apenas que melhor que elas, só o James Bond. – David deu de ombros – Elas chegam em uma hora, é bom vocês não tentarem nada, eles estão apenas querendo proteger vocês. Sejam gratos.

- Serei muito grato. – Tom afirmou malicioso.

- Cale a boca Tom. – e três travesseiros voaram nele.

 

 

Eu estava com medo, não pelo fato de estar correndo risco de morte, mas pelo fato de encarar aqueles quatro. Eu precisava fazer um teatro muito bom para que eles não suspeitassem de mim. Iria usar o meu cabelo preto normal, os olhos pretos e um tanto de maquiagem para disfarçar a minha expressão e eu estava irreconhecível! Que bom trabalho eles sabiam fazer. Vanessa também estava irreconhecível, então nisso nós não teríamos problema. Estávamos usando terninhos pretos e justos, típicos do femeninos, mas ainda sim sentia falta da roupa de couro que eu já me acostumara. Teríamos apenas que sermos discretas como seguranças.

Pela segunda vez naquele dia eu entrei no hotel. Fernanda estava conosco e ela não se importou de ser reconhecida pelos garotos. Subimos no elevador até o andar que eles estariam. Assim que a porta se abriu, encontramos David Jost nos esperando.

- Boa noite. Sou Fernanda Kiliz, vim trazer as novas seguranças. – ela falou estendendo a mão para ele.

- Ah sim, muito prazer, David Jost como já deve saber. – David falou apertando a mão dela.

- Bem, essas são Anke Wust e Stacy Luvison. Ambas falam fluentemente alemão e inglês, elas que cuidaram da segurança dos integrantes da banda. – Fernanda falou nos indicando.

- Sim, sobre as meninas que eu queria falar. Você não acha estranho, garotas como seguranças? – perguntou a ela.

- Sinceramente, um pouco. Mas elas são consideradas as nossas melhores agentes, principalmente a Anke. Então, você erra duvidando delas. – ela respondeu-o duramente.

- Perdoe-me, mas não me resta mais dúvida nenhuma. – falou – Venham comigo, vou lhes apresentar os garotos. – pediu para nós duas.

- Minha presença não é mais necessária aqui. – Fernanda adiantou-se – Qualquer coisa, me liguem. – ela falou para nós duas e depois se dirigiu ao David – E qualquer coisa que aconteça de estranho, peça para que elas me liguem.

- Sim, obrigado pela atenção e pelos avisos. – agradeceu.

- Não foi nada, fiz apenas o meu trabalho. – e depois, saiu, voltando para o elevador.

- Muito bem, vamos até os garotos.

David nos guiou por um caminho conhecido por mim, eles estavam reunidos no quarto que eu estivera essa tarde com o Bill. Ele abriu a porta e pediu para que nós entrássemos. Fizemos exatamente o que ele pediu e quatro olhos curiosos pousaram sobre nós duas, esperando que nos apresentássemos, que falássemos algo.

 

“She's in my head
I must confess
the regrets are useless
in my mind
she’s in my head”


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Notas finais do capítulo

Prontinho, espero que tenham gostado desse capitulo.
Em breve eu volto com mais.
Beijux