P.O.V Katherine

Dez anos depois

-Oi pai!- o cumprimentei quando cheguei em casa.

-Olá querida!- ele me cumprimentou me dando um abraço- Damon esteve aqui te procurando.

Eu odiava aquela perseguição de Damon, ele não entendia que eu não queria ser nada além de prima dele. Tudo bem, aquilo era mentira, eu queria ser dele, como um dia minha mãe foi do meu pai, mas...

-Katherine?!- papai me chamou tirando-me dos meus devaneios.

-Sim?

-Por que não fica com ele de uma vez?- papai perguntou, um tanto quanto incomodado com aquele assunto.

 -Estou bem como estou- respondi indo para meu quarto.

**

Tudo havia mudado após a morte de mamãe. Toda família não vivia mais, todos apenas sobrevivam e isso era terrível. Papai e eu éramos os primeiros desta lista, éramos os sobreviventes principais.

Mas não tinha como ser diferente, papai havia perdido sua alma gêmea e eu minha mãe, a mulher que sempre lutou por mim. Não havia um dia em que não sentíssemos a falta dela, às vezes e me perdia o passado, me lembrando daquele tempo em que havíamos passado juntas, e esse tempo era menos de um ano.

Porém, tudo era um pouco mais fácil para mim. Mas para papai não, ele sentia a falta dela a todo instante, e eu me sentia culpada por ser tão parecida com ela, com exceção da cor dos olhos. Ele me brigava quando eu falava isso, dizia que eu nunca seria culpada de nada ruim. Pelo contrário, ele dizia que eu era a responsável por grande parte das coisas boas que haviam acontecido na vida dele e de mamãe.

Quando completei sete anos, meu pai me mostrou uma carta de despedida de mamãe. Nesta carta ela pedia que papai nunca me deixasse e ele disse que nunca me abandonaria, mesmo sem aquele pedido dela. E fez questão de dizer que para sempre e seria “o pequeno milagre” deles dois.

**

-Jane mandou uma carta- falei para papai quando ele voltou do trabalho no dia seguinte.      

-Tia Jane- ele me corrigiu automaticamente.

-Ela não vem aqui desde que minha mãe morreu, só manda essas cartas estranhas falando sobre essa tal de Luna. Nunca mais a vi, sinceramente acho que ela nem lembra que sou sobrinha dela!- exclamei, Jane havia sumido desde a morte de mamãe , e só falava conosco através de cartas que tinham como assunto principal: Luna, a filha hibrida que Aro teve, ela por sinal possuía o mesmo poder de mamãe e havia nascido três messes após a morte dela. Papai da minha reclamação, bufei e comecei a ler a carta em voz alta.

-“ Queridos Alec e Katherine

Desculpem por passar tanto tempo sem escrever nada. Sei que fazem três meses desde a última carta, mas eu estive muito ocupada neste meio tempo.

Quero que saibam que eu não me esqueci de vocês, nunca esquecerei. Quero que fiquem sabendo também que Luna está ótima, eu ainda não sei com quem ela se parece, mas ela é tão familiar...

Bom, ela se tornou uma bela moça como vocês sabem. É fina, elegante, meiga e doce, muito doce.

Ela mandou beijos para vocês e eu também mando.

                                                                                                    Jane”

-Essas cartas ficam cada vez mais estranhas. Afinal, por que ela fala tanto nessa tal e Luna? E com quem esta garota se parece?- questionei entregando a carta para papai,ouvi ele sussurrar algo parecido com um: “ ela me lembra sua mãe”.  Mas  ao dei importância e perguntei- Quer responder a carta desta vez?

-Quero- ele respondeu e eu não discordei.