Lua De Sangue escrita por JhesyAckles


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Sim, esse é o segundo da semana, porque? Porque estou boazinha essa semana rs'
Bem, antes de lerem algumas coisas, devem ter percebido que eu não tenho respondido os Reviews, motivo? Não posso responder as perguntas que vocês tem me feito ou a história perderia a graça, mas estou lendo todos e quero agradecer *-*



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Marcus reagiu como eu imaginava. 

A raiva cresceu dentro dele, ele gritou até não poder mais, eu devia ter me irritado e gritado com ele, mas o que eu podia fazer? Todas as suas acusações eram certas.

" Ele é um lobisomem! Um assassino, o assassino que matou sua mãe Lana!"

Eu não podia discutir com isso... 

Ele tinha inteira razão no que falava e mais ainda tinha razão em ter ficado como ficou.

Eu apenas escutei.

Ele falou por alguns minutos e depois simplesmente se calou.

Não havia mais o que dizer. 

Fui para o meu quarto um pouco atordoada com tudo aquilo, me joguei de costas na cama, coloquei as mãos novamente onde eu sentira seus movimentos mais cedo e fiquei olhando o teto sem realmente ver nada, fiquei lá por algumas horas, as palavras de Marcus ainda ecoavam em minha cabeça.

Ele tem razão. Eu disse a mim mesma. Mas independente disso, independente de qualquer coisa, era meu filho que estava ali.

- Você vai ter que contar isso ao Lucas. - ele falou entrando em meu quarto algumas horas mais tarde, fiquei feliz em notar que estava mais calmo. 

- Eu sei disso. - Suspirei e me sentei. 

- Lana... - ele falou se sentando ao meu lado. - Eu não queria gritar com você, mas quero que você entenda a gravidade da situação. 

- Marcus, eu realmente entendo, acha que não estou assustada com tudo isso?

- Porque não me contou antes? Você já sabia de tudo, é claro, e talvez eu também soubesse,  porque escondeu por tanto tempo?

- Porque mesmo tendo conciência do estado em que estou eu não queria acreditar, era como se, inconciêntemente, eu achasse que se me convencesse de que estava errada e ignorasse tudo ficaria bem. Na verdade não sei, Marcus, simplesmente não sei, mas, depois que descobri, depois que tive certeza não quis admitir. Mas agora, tudo mudou.

- E porque o fez agora? - ele tentava manter a calma. - O que mudou?

- É que agora, a existência do meu filho está mais real que nunca. - eu suspirei e não pude deixar de sorrir. - Ele... - eu abri outro sorriso bobo. - ele está se mechendo. 

- Tenho que pensar. - ele disse parecendo não ter prestado atenção no que eu dissera e me deixou sem entender. 

- Pensar? Pensar em que?

- No que vamos fazer quanto a isso.

- Do que você está falando? - eu me levantei de um salto. 

- Você sabe o que essa criança vai ser?

- Meu filho, seu neto. 

- Não, Lana! Ele é filho de um lobisomem! É um hibrido. E isso, Lana, isso é filho de um assassino. 

- Marcus, não importa quem é o pai.

- É claro que importa Lana. - ele apertou a tempora. - Você diz não querer uma guerra, mas não sabe como ele vai reagir quando descobrir que você está grávida. 

- Ele não vai descobrir. - falei com firmeza.

- Será? Não há como você saber Lana. Entenda, eu não quero seu mau, e não quero o mau da criança, mas, não nego que isso me preocupa. 

- Entendi. - eu não consegui falar nada além disso. 

- Não, não acho que você tenha entendido. O que você acha que vou fazer? Mata-la? Lana, filha, eu só quero o melhor para você.

- Não é o que parece. - falei finalmente com frieza na voz.

- Lucas ligou há pouco. - ele falou mudando de assunto. - Disse que está vindo pra cá. Seria uma boa oportunidade para vocês conversarem, não acha?

- Sim, acho. - respondi sem muitas palavras.

Não demorou muito, algumas horas talvez, e Lucas já havia entrado em casa, eu o esperava na sala, ele correu até mim e me deu um beijo eu retribui sem hesitar.

- Que saudade. - ele falou quando nos afastamos. 

- Também estava.  - soei pouco convicente. - Lucas, precisamos conversar, sim? - eu mordi o lábio. 

- Claro, sobre o que? - ele falou preocupado. 

- Lucas, é importante... Um assunto um tanto delicado, eu já devia ter te falado isso há muito tempo, mas nem eu mesma queria acreditar e... enfim, não vou dar voltas, vou direto ao ponto. - eu o encarava.

- Pode falar. - ele levava uma expressão séria no rosto, mas ainda assim pegou meu rosto com as mãos e afagou minha bochecha. - Sabe que pode me falar qualquer coisa amor.

- Lucas, eu... - voltei a morder o lábio, buscando palavras onde não tinham. Respirei fundo - Eu estou grávida. 

- Grávida? - ele pareceu confuso. - Mas como isso é possivel? Não tem como... - e então a compreenção pareceu acerta-lo e ele se calou enquanto se afastava de mim. - Há quanto tempo você sabe? - falou finalmente depois de alguns segundos. 

- Alguns meses, talvez... 

- E não me contou? - a raiva estava presente em sua voz.

- Não. 

- Ele sabe?

- Não. 

- Tudo bem então. - ele disse e simplesmente saiu. 

Ele saiu me deixando lá completamente confusa.

Ele parecia ter reagido melhor do que eu esperava.

Pelo menos, foi o que eu achei.

Fiquei no meu quarto a maior parte da noite, não tinha vontade de sair, nem falar e muito menos ver ninguém. Queria ficar sozinha, ou não tão sozinha.

A noite passou sem que eu ao menos me desse conta.

Continuei quieta onde estava. 

Em algum momento do dia ouvi uma certa movimentação na sala.

Era a voz de Lucas e de Marcus. Abri a porta do quarto para ouvir melhor.

- As coisas não podem ficar assim. - a voz de Lucas soava dura e fria.

- E o que me sugere? Lucas, é da Lana que estamos falando, acha que é fácil? 

- Não, Marcus, não acho. 

- Ela não vai querer outro ataque, não vai querer mais um massacre, e se pararmos para pensar a garota tem razão. 

- É, Marcus, pode até ser. Mas o assassino ainda anda solto por ai. - sua voz continuava da mesma maneira.

- Sei disso, Lucas, e mais do que você eu quero que isso mude, mas outro ataque não vai resolver isso! - Marcus falou com firmeza. - E ainda que resolvesse, Lana não aceitaria. 

- Isso é verdade, mas... - ele fez uma pequena pausa. - Bom... Há outra maneira.

- Qual? 

- O bebê. 

- Que? Lucas, o que isso tem a ver?

- Tudo! Marcus, preste atenção. A criança é dele, que melhor maneira de nos vingar dele do que matando seu filho?

- Lucas, estamos falando do filho da Lana, se não se lembra. - Marcus falou. - Você não pode estar falando sério. Acha mesmo que ela concordaria com isso?

Eu escutava tudo sem acreditar no que ouvia. 

- Marcus, tome isso como um favor a ela. 

- Um favor?- Marcus parecia não entender. - Está louco? Ela adora essa criança.

- Adora agora, ela sempre foi do tipo maternal, mas preste atenção, acha mesmo que você irá conseguir conviver com a criança sabendo de quem é filho? Sabendo o que o pai dele fez a Diana? 

Eu pensei que Marcus iria falar alguma coisa, para-lo, mas ele ficou calado. 

- Foi o que eu pensei. - Lucas voltou a falar. - E, Marcus, você acha que Lana vai conseguir amar essa criança depois que ela nascer sabendo que o pai dela foi o responsavel pela morte de sua mãe? Sabendo que essa criança foi gerada por que ele a estava usando?

- Eu não tinha pensado por esse lado. - Marcus parecia pensar no assunto. 

- É, sei que não. A questão, Marcus, é que com a morte dessa criança nos vingaremos dele e iremos tirar um peso das costas da Lana. 

- Mas ela está tão feliz com a idéia de ser mãe... 

- Ela está feliz agora, quando parar para pensar com clareza vai ver que tenho razão. E ela terá a eternidade toda para ser mãe, eu cuidarei disso, darei muitos filhos a ela. - algo em seu tom de voz me deixou alarmada. 

- Você tem razão. - Marcus suspirou. 

- Sim, tenho. 

- Eu só quero o melhor para Lana, Lucas. Ela já sofreu demais, eu a amo como se fosse minha filha, sabe disso, não quero que ela sofra mais, a morte da mãe a decepção com o lobisomem... Isso a abalou muito.

- Eu sei, Marcus, tenho plena conciencia de tudo isso, eu a amo mais do que tudo e não quero ve-la sofrer, a perda do bebe vai deixa-la mau, mas estaremos lá para mostrar a ela que foi o melhor, estaremos lá para ve-la escutar a voz da razão. - o dom que Lucas tinha para fazer a cabeça dos outros sempre me assustara, mas eu não tinha dado grande importancia a isso, pelo menos não até aquele momento.

- Você está certo. Faremos isso.

Fui para o meu quarto em silencio.

Estava em choque.

Estava tentando digerir o que acabara de ouvir sair da boca do meu pai e do meu namorado. 

Eu simplesmente não podia acreditar no que acabara de ouvir. 

Como Marcus pode cair nessa? As intenções de Lucas eram claras. 

Como eu pude ser tão estupida e acreditar nele novamente depois de tudo? 

Minha cota de erros para uma vida já estava estourada.

Como eu pude ser tão burra tantas vezes? Mas agora não, a mascara havia caido. O teatro acabara.

Ele não podia ser o Lucas que eu acreditava ser e querer algo assim. 

Eu precisava fazer alguma coisa...

Lutar? Seria inutil e talvez piorasse as coisas. 

Fingir que estava tudo bem? Eu não conseguiria ser uma atriz assim tão boa. 

Fugir? Não era da minha natureza, mas... Talvez fosse uma saida. 

Fugir seria o melhor, ir pra longe onde eles não pudessem me rastrear, eu viveria com meu filho, ele iria nascer e crescer sem ninguém o ameaçando. Essa era a melhor opção. Mas sozinha eu não seria capaz, viajar apenas a noite não me traria uma boa vantagem.

Eu precisava de alguém para me ajudar. Mas quem?

Eu andava de um lado para outro do quarto como se isso fosse me ajudar a ter alguma ideia brilhante. Eu não podia pedir isso para ninguém em minha familia. Todos eram leais a Marcus e muitos a Lucas, e ambos compartilhavam de uma mesma ideia a meu respeito.

Não.

Vampiros estavam fora de questão. 

Humanos? Eles eram faceis de convencer, mas eu não podia arriscar, minha fome era grande, um humano por perto não duraria muito tempo...

Eu estava ficando sem opções, mas então uma ideia me atingiu, talvez uma das ideias mais estupidas  que eu já tive em toda minha vida.

Estupida?

Imbecil?

Suicida?

Imprudente?

Eu sei, tudo isso e mais algumas coisas, mas o que eu poderia fazer? Estava desesperada.

Mais um momento de estupidez para adicionar a lista.

Que outra escolha eu tinha? Precisava salvar meu filho.  

Resolvi não pensar muito e agir. Peguei o celular e digitei uma mensagem de texto. Não poderia arriscar um telefonema com os dois lá em baixo. Seria arriscado um deles me escutar. 

' Se em algum momento foi verdadeiro no que me disse vá até a caverna ao nascer do sol. Estarei te esperando, preciso falar com você algo muito importante. Se não for eu entenderei, mas quero que saiba, o assunto que tenho a tratar lhe diz respeito. Te espero. '

E enviei. 


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