Lua De Sangue escrita por JhesyAckles


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Mais uma vez venho pedir, não seja um leitor fantasma, seu review é muito importante, pense nisso.



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Eu me sentia totalmente vulneravel, completamente frágil. 

Eu vivi a vida toda ao lado da minha mãe, e agora eu me via sem ela, eu me sentia sem chão. 

Fizemos um enterro simbolico para ela, não havia muito o que enterrar, seu corpo havia sido praticamente todo destruido.

O tempo passou, varias semanas correram eu já me sentia um pouco melhor, já conseguia aceitar um pouco, mas ainda doia muito lembrar.

O mês passou e nada mudou.

Aquela cena não me saia da cabeça, ver minha mãe sendo multilada por... um lobisomem.

Eu não queria acreditar que era Daniel mas tudo indicava que sim.

Eu queria confronta-lo, queria explicações, queria gritar com ele, e queria que ele me dissesse que eu estava enganada... Mas eu ainda não estava pronta para encara-lo.

Peguei meu celular pela primeira vez depois do acontecido, haviam 150 chamadas não atendidas de Daniel e mais de 60 mensagens de voz, coloquei para ouvi-las.

" Oi, amor, preciso falar com você! É importante."

" Lana, estou com saudades."

"Me liga.Tenho novidades para você!"

" Lana, porque você não me responde?"

" Estou preocupado com você."

" O que está acontecendo, Lana? Há dias estou tentando falar com você, o que você tem?"

" Que droga, Lana! Já deixei umas 30 mensagens pra você e você não me responde!"

" Lana, pelo amor do que você quiser, me responda. Já fazem semanas que você não dá sinal de vida, que droga."

Ouvir a voz dele fez meu coração doer. Isso fez com que se confirmasse a certeza de que eu não suportaria falar com ele. 

Eu devia odia-lo!

Eu vira um lobisomem matar minha mãe, e ele podia ser esse lobo.

Eu deveria querer mata-lo. Mas o que eu realmente queria era que ele me confortasse. Eu não estava sendo tão irracional, estava?  Eu não tinha certeza de que havia sido ele... Mas se isso se confirmasse eu o odiaria, eu o odiaria mais do que já odiei qualquer um.

Em quase dois meses que haviam se passado Lucas não saiu do meu lado em momento algum...  

Ele estava sendo maravilhoso, aquele Lucas que eu vira em outros momentos parecia já não existir.

Talvez ele tivesse razão, talvez ele fosse melhor pra mim...

Talvez estivesse realmente arrependido do que fizera, pelo menos era o que ele demonstrava. 

Marcus mal parava em casa a noite, algumas vezes vagava por ai a procura deles, outras estava se reunindo com os outros para planejar o ataque, e desse ataque eu participaria. As vezes ficava na casa de outros vampiros durante o dia, e esse dia era um deles. Mas eu nunca ficava sozinha, Lucas sempre estava comigo...

Em uma noite, aproveitei a oportunidade de estarmos sozinhos, eu precisava falar com ele, estavamos no meu quarto conversando então entrei no assunto...

- Lucas... - eu mordi o lábio. - você tem certeza?

- De que? - ele me olhava. 

- Foi... - eu respirei fundo.

- Você tem certeza de que foi o Daniel? 

- Lana... - ele pegou minha mão. - eu sei o que vi, e não tenho duvidas de que tenha sido ele, eu o vi voltar a forma humana, eu corri e o segui e me escondi atras de umas arvores quando ele parou de correr, então o vi mudar, ele voltou para junto do bando na forma humana. 

- Então não há duvidas. - meu coração doeu em resposta aquelas palavras.

- Não. - ele me olhava confiante.

- Eu o odeio. - eu disse com sinceridade e dor.

- Eu sabia que mais cedo ou mais tarde você perceberia o que ele realmente é, pena que foi dessa forma. - ele se aproximou de mim e colocou uma mecha do meu cabelo atras da minha orelha. - Agora você entende? Entende que eu sou o melhor pra você?

- Eu devia ter te ouvido antes... Devia ter acreditado que ele era um erro. 

- Mas agora você percebeu. - ele se aproximou mais. 

- É, percebi. - ele me encarava, olhando dentro do meu olho. 

- Você sabe que te amo não sabe? - eu apenas assenti e ele sorriu.

Minha cabeça estava uma bagunça, eu pensava em Daniel com odio, com saudade, com sede de vingança...

Também pensava em Lucas, no que ele já tinha me feito, mas também no quanto ele já havia me feito feliz e no que fazia agora por mim... 

- Lana, eu nunca quis te fazer sofrer. - ele disse com sinceridade na voz.

- Mas fez.... - falei com uma certa amargura.

- Te prometo que isso nunca, nunca voltará a acontecer, você acredita em mim?

-Eu... - mordi o lábio inferior e depois de alguns curtos instantes respondi. - Acredito. - eu suspirei e ele sorriu.

Ele se aproximou mais o corpo do meu e tocou nosso lábios, dessa vez eu não neguei seu beijo e o retribui.

Aquele beijo tinha uma certa sensação de nostalgia, de quando estavamos juntos.

Seus beijos eram sempre maravilhosos, mas dessa vez era diferente... Ele me beijava e eu não posso negar que gostava mas não sentia absolutamente nada, era como se eu estivesse beijando um completo desconhecido, mas não deixava de ser bom. 

Ele me acariciava e eu com uma certa relutancia retribuia suas caricias, mas ao mesmo tempo que estava ali com ele minha mente estava em Daniel... 

Nos beijamos por alguns momentos e então ele parou e me olhou nos olhos. 

- Lana, volta pra mim? Não consigo mais viver sem você comigo. - ele acariciava minha bochecha com o polegar. 

- Sim. - eu disse sem pensar. - eu volto pra você. - ele sorriu e eu retribui. 

Eu não pensei ao dar a resposta pra ele. Estava vulneravel com tudo, precisava de alguém em quem me apoiar e havia a raiva que crescia em mim por ter sido tão estupida e acreditado em Daniel... 

Mais dias se passaram e Lucas continuava ali comigo, Marcus esquecera totalmente de minha presença, ele queria guerra e estava se dedicando totalmente a isso. Mal passava os dias em casa quem dirá as noites...

Ficava a maior parte do tempo sozinha com Lucas, ele estava sendo maravilhoso comigo, confesso que sem ele eu não conseguiria superar tudo aquilo. Daniel não saia da minha cabeça, mas eu me obrigava a pensar nele como o assassino que matou minha mãe, esse era o certo a fazer, mas as vezes eu não controlava minha mente e viajava...

- Está pensando nele, não? - Lucas perguntou me tirando de meus devaneios.

- Ele é um idiota. - foi o que eu respondi. 

- Vou fazer com que você esqueça ele. - Lucas disse me puxando pra perto dele. 

- Já está fazendo. - menti. 

Ele sorriu e colou meu corpo no dele, colocou a outra mão em minha nuca e me beijou.

Seus beijos eram sempre otimos mas eu ainda não conseguia sentir nada, e isso não era bom, mas eu ia sentir, eu ia voltar a ama-lo, eu ia esquecer Daniel. Com esse pensamento beijei ele com mais intensidade e colei meu corpo ainda mais no dele.

Ele sorriu entre o beijo, isso pareceu incentiva-lo, ele me beijou com mais vontade e me conduziu até minha cama, eu deixei que ele o fizesse. 

Me deitei com ele em cima de mim ainda me beijando, já estavamos ofegantes.

Ele tirou sua boca da minha e veio percorrendo o caminho da boca ao meu ombro com beijos então desceu a alça da minha blusa e continuou beijando até chegar ao outro ombro e descer a outra alça.

Aqueles beijos, aqueles toques me faziam ter sensações fisicas maravihosas, mas nenhuma emocional... 

Eu podia sentir o desejo emanar de seu corpo, e o meu ansiava pelo dele da mesma maneira.

Ele já estava impaciente e ainda haviam muitos panos por serem retirados, então usou de sua força e rasgou minha blusa e depois arrancou a dele.

Voltou para cima de mim me acariciando e eu retribuindo suas caricias. Em movimentos rápidos ele retirou o que restava do que vestiamos. 

Meu corpo pedia que ele continuasse.

Minha mente não tinha tanta certeza.

E meu coração implorava que ele parasse.  

Nada mais nos separava além de nossas peles, voltamos a nos beijar, ele estava com a mão em minha nuca e foi descendo com ela explorando meu corpo até chegar a parte interna da minha cocha para afasta-la. E então algo me veio... eu não sei o que aconteceu, no momento que ele fez isso eu percebi o quanto tinhamos chegado longe, não era a primeira vez que faziamos isso, mas dessa vez era diferente.

Tantas coisas me vieram a cabeça, Daniel me veio a cabeça e eu percebi que aquilo era errado. 

Meu corpo o desejava, mas meu coração pedia outro. 

- Para. - eu disse retirando minha boca da dele. - Para. - eu pedi antes que ele pudesse terminar o que começara.

Ele me olhou sem entender. 

- Para, por favor, é sério... 

- Porque? - ele se afastou um pouco para poder me olhar.

- Desculpa, Lucas, mas eu não posso... Eu não consigo... - eu olhei pro lado para evitar seu olhar.

- Tudo bem... - ele suspirou. - Não vou te forçar a nada. - ele disse saindo de cima de mim e se sentando na cama. 

- Obrigada... - eu voltei a olha-lo e me sentei de frente pra ele. 

- Só me responde uma coisa... - ele me olhou me avaliando. - É por causa dele, não é?

- Não... - eu menti. - É por causa de tudo. - suspirei. - eu preciso de algum tempo para associar as coisas, sei  la... 

- Está bem... - ele me olhou de cima a baixo.

- Eu... Eu vou... - ele gaguejou. - É melhor eu tomar um banho gelado... Não vou demorar, está bem? 

Eu assenti e ele se levantou.

Pela primeira vez em muito tempo eu vi seu corpo daquela maneira, e não posso negar, gostei do que vi... Mas isso não era o suficiente...

Fiquei observando enquanto ele saia do quarto totalemnte descoberto e o ouvi entrar no banheiro e ligar o chuveiro, então voltei a deitar na cama e respirei fundo. 

Fiquei ali deitada por alguns minutos então ouvi meu celular tocar, peguei-o e congelei quando vi o nome na tela do celular.

Daniel.

Faziam algumas semanas que não recebia mensagens nem ligações...

Resolvi atender, mais cedo ou mais tarde eu teria de faze-lo, aproveitei que Lucas estava no banho e atendi. 

- Alô. - eu disse com a voz tremula. 

- Finalmente! - ele disse com alivio na voz.

- O que você quer? - minha voz continuava tremula. 

- O que eu quero? Lana, porque está falando assim comigo? Faz mais de um mês que não nos falamos e é assim que você me atende?

- Não... - eu respirei fundo. - Não se fassa de desentendido, por favor. Você sabe o porque!

- Não Lana, eu sinceramente não sei o porque. - ele agora parecia um pouco irritado. - Porque está falando assim? Aliais, porque não me atendeu? Fiquei muito preocupado, cheguei a pensar que estivesse morta.

- Agora viu que não estou, não é? Como se isso te importasse. - eu não podia conter o odio que estava sentindo por lembrar da morte de minha mãe. - Mas agora que viu que não morri, está satisfeito?

- Não estou entendendo... - ele falou.

- Lana você já está vestida? Se não vou ter que voltar para o chuveiro. - Lucas falou enquanto entrava no quarto.

Quando me viu ao celular perguntou desconfiado

-  Quem é no telefone? - eu apenas o olhei. 

- Quem está ai com você? - Daniel perguntou do outro lado. - Porque perguntou se você já está vestida?

- Isso não lhe diz respeito, Daniel. - eu disse e trinquei os dentes. 

- É claro que diz, sou seu namorado! - ele disse irritado. 

- Então é o assassino? O que ele quer? - Lucas disse também irritado. - Deixei que eu fale com ele!

- Lucas, agora não. - eu pedi. 

- Lucas? Lana, você pode me explicar isso?

- Ela pode! Mas sou eu quem vai explicar. - Lucas tomara o telefone da minha mão sem ligar para meus protestos.  - Eu te disse que Lana não iria te querer mais depois que visse o que você realmente era, não disse? Eu te disse que ela voltaria a ser minha quando percebesse que você não servia pra ela!

- Eu quero falar com a Lana! - eu ouvia Daniel protestar do outro lado.

Não precisava ter a audição aguçada para isso, ele estava gritando. 

- Mas não vai, aliais, como tem a cara de pau de ainda procura-la depois do que fez? Assassino!

- Do que é que você está falando seu maldito?

- DE VOCÊ TER MATADO DIANA, DE VOCÊ TER MATADO A MÃE DA LANA! - Lucas agora gritava - É DISSO QUE EU ESTOU FALANDO SEU DESGRAÇADO, COMO É QUE VOCÊ AINDA PODE PROCURA-LA DEPOIS DO QUE FEZ? VOCÊ NÃO A MERECE, VOCÊ NÃO MERECE VIVER, E EU VOU CUIDAR DISSO! NÃO VOLTE A INCOMODA-LA, ELA ESTÁ COMIGO AGORA, E REZE PARA QUE EU NÃO TE ENCONTRE, PORQUE SE EU ENCONTRAR VOCÊ MORRE ANIMAL MALDITO.

Ele disse isso e desligou antes que Daniel pudesse responder. 

Quando dei por mim estava chorando, minhas lágrimas eram uma mistura de dor, perda e odio.

Lucas correu e me abraçou.

- Lana ele não merece suas lágrimas, sabe disso. - ele afagava meu cabelo enquanto falava.

- Sei, mas não é só por isso... 

- Eu sei... Lana vou fazer o possivel para curar a ferida que se abriu em você, eu prometo.  - ele disse ainda afagando meu cabelo.

Então me apertou mais junto a ele.

Foi ai que me dei conta de que ambos ainda estavamos sem roupa, então percebi que ele notara o mesmo e voltava a se animar, aquela sensação gerou um certo desconforto.

- Acho que vou.... tomar banho também... - eu disse me soltando de seu aperto. 

- Tudo bem... - ele suspirou.

Fui até o banheiro, entrei no box e liguei o chuveiro com agua gelada, me sentei no chão e deixei que a agua fria caisse em minha cabeça para tentar colocar as ideias no lugar.

Ainda que eu não quisesse mais cedo ou mais tarde eu teria de confrontar Daniel cara a cara...

Eu queria ve-lo admitir o que fez com meus próprios olhos, e queria saber porque ele tinha agido daquela maneira...

Ele me devia algumas respostas, eu merecia isso depois de ter me iludido tanto com aquelas palavras... Burra, isso que eu fui, burra, tonta e ingenua em acreditar nas palavras de alguém que eu mal conhecia.

A agua caia em minha cabeça e se misturava as minhas lagrimas.

A todo momento a imagem do corpo de minha mãe vinha a minha mente e me atingia como milhares de facas, como se isso já não fosse ruim o suficiente eu ainda tinha que suportar a dor em dobro pelo fato do assassino ser quem é. 

Eu nunca havia sentido por ninguém o que senti por Daniel.

Ninguém nunca me causara o efeito que ele me causava.

E ninguém nunca havia me ferido tanto quanto ele me feriu...

A pior parte?

Eu não conseguia deixar de ama-lo mesmo sabendo que deveria odia-lo.

Eu não conseguia deixar de deseja-lo mesmo sabendo que deveria querer mata-lo. 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, próximo capitulo quinta-feira :)