Give Your Heart A Break escrita por Ms Bea


Capítulo 4
Movie Session


Notas iniciais do capítulo

Se esse capitulo não estiver coerente é por que eu realmente o mudei de ultima hora. Eles já estava pronto, mas quando eu fui postar modifiquei umas coisas. Acho que é só. Aproveitem ;*



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A semana passada inteira Sterling e eu saímos para algum lugar diferente, mesmo eu ainda estando um pouco nervosa pelo seu telefonema no domingo passado. O que não fazia acepção nenhuma, é claro. A semana não podia ter sido melhor, no entanto. Quando ele me ligou na segunda de manhã eu não consegui recusar o pedido de uma corrida no parque já que eu também estava pensando em fazer isso. Uma companhia para uma corrida é sempre bem vinda. Combinamos de levar algumas coisas e logo depois que demos algumas – várias – voltas, nos sentamos na grama e comemos alguns sanduíches. Ficamos lá por uma ou duas horas, sem perceber que o tempo estava passando rápido de mais, conversando como sempre fazíamos e brincando com os talinhos de gramas que arrancávamos do chão. Foi entre uma risada e outra que percebi alguns homens com câmeras. O tirei dali comigo, começando a ficar estressada com a idéia de novos rumores que fariam as garotas olharem para mim com um ar de “eu sempre tenho a razão”.

Nos dias seguintes decidimos ir para alguns lugares menos notórios. E eles realmente não eram públicos, por que eu insisti em ficar longe de fotógrafos e qualquer coisa do tipo. Alternávamos entre reuniões intimas na casa de colegas meus e dele. Mantendo o padrão da semana, iríamos fazer uma sessão de filmes essa noite, dessa vez na casa do Andrew, seu "maior parceiro”, como Sterling dizia. Tínhamos a escolha de filmes no estilo comédia romântica ou terror. Provavelmente seriam as comédias, já que a gente já tinha assistido quase todos os filmes paranormais existentes na quinta-feira passada. Certo, dizer que foram todos foi um belo exagero, mas com alguma sorte o convenceria a deixar o medo – que ele parecia querer esconder - de lado e talvez pudéssemos completar a lista. Deixo soar uma risada e aperto a campainha. A namorada do amigo dele abriu a porta com um sorriso e me cumprimentou alegremente. Logo que entro vejo Sterling passar com certa dificuldade, carregando dois baldes enormes de pipoca, o que me faz rir mais ainda.

—Wow, vai ter mais que quatro pessoas hoje? – pergunto ajudando a levar as coisas para a sala.

—Não ora. Só que o meu querido colega disse para eu me prevenir hoje. Sabe, quando eu contei que da ultima vez você comeu quase toda a pipoca que eu fiz ele ficou assustado. – ele riu falsamente sarcástico, o que lhe resultou um tapa meu no braço. Consegui ouvir o grito que veio da cozinha, desmentindo a história.

—Isso é mentira! – logo vejo Andrew surgir pela porta ao lado, abraçando sua garota por trás. —Hey Demi.

—Olá Andrew – sorrio.

—Hey! Você o cumprimentou com um sorriso! Agora quando é comigo são só tapas, não é? Tapas e socos.

Franzi o nariz tentando evitar o riso que queria vir quando o vi com ares de indignação.

—Você pede. No dia que você pedir outra coisa eu te dou.

Ele olhou de um lado para o outro, de uma maneira típica dele, quase erguendo as mãos em rendição e é só ai que eu percebo o quão idiota tinha sido a minha frase. Reviro os olhos e me jogo no sofá ao lado dele após apagarem a luz. Ouço-o falar.

—Então, o que vamos ver hoje?

—Qualquer coisa com muito sangue. – respondo desenganchando a pulseira que ficou presa em uma das almofadas felpudas.

—Você está muito macabra ultimamente – ele riu mexendo nos DVDs que estavam na mesinha.

—Pois é. Prevenção de desapontamento. O sangue nunca me decepciona.

—Hey, isso foi profundo. – ele me olha admirado.

—Estou com essa garota. Nada de comédias por hoje. — Concordou And.

Rio pegando um dos CDs que ele espalhou.

—Vamos assistir esse. Que tal? – viro para que eles possam ver a capa.

—Eu acho que a gente já assistiu isso.

Encaro Sterling por alguns segundos com um sorriso desafiador.

—É? Pelo que eu observei você não prestou muito atenção.

—Sério? Acho que não foi bem assim.

Deixo um riso escapar antes de sentar-me sobre uma das pernas e apoiar o cotovelo no joelho, olhando-o curiosamente.

—Sério que você tem medo, Sterling?

—Eu? O que, medo de filmes? Ora, não brinque comigo. É claro que não.

—Então vamos ver esse mesmo. – bato palmas como uma garotinha de cinco anos que acaba de ganhar um doce. – Concordam?

Os outros dois dão de ombros e Andrew levanta do sofá para colocar o filme.

—Eu estava pensando em uma coisa mais light hoje...

Olho para o lado, desejando que Sterling visse que a decisão já estava tomada. Sento com as pernas em cima do sofá, de modo que pudesse abraçá-las. De esguelha vi o Knight pegar algumas almofadas e se agarrar fortemente a uma delas. Tive que conter o riso para tentar não deixá-lo envergonhado, mas não pareceu funcionar muito, por que senti a atenção nele em mim.

O filme ia avançando e a todo minuto ele procurava alguma coisa pra fazer – já que eu tinha roubado o celular dele. Eu, Andrew e a namorada dele estávamos realmente sendo malvados, mas as cenas mais fortes nem eram tão assustadoras assim. Pelo menos eu não acho que elas sejam. Quando o loiro ao meu lado sentiu que uma delas estava chegando, ele levantou dizendo algo como ter que ir ao banheiro, porém não conseguiu mover nem um músculo a mais, por que eu o segurei pelo pulso. Há essas horas só estávamos eu e ele na sala, já que os outros dois arranjaram coisa melhor pra fazer no corredor que dava no quarto.

—Só admita. Fica muito mais fácil se você admitir.

Ele me olhou estranhamente por um momento, moveu a cabeça em direção a televisão e depois voltou com as sobrancelhas erguidas.

—Você está falando do filme?

—É claro. Vaaaamos, admita que você tem medo e eu tiro ele agora.

Ele riu com um tom de superioridade, mas tenho certeza que tinha um quê de alivio também. Só não entendi bem o porquê.

—Lovato, Lovato. Com quem você acha que está falando? Me passe essa pipoca aqui. Tenho certeza que quem vai correr de temor será você.

Somente rio, batendo no espaço vago ao meu lado. Ele senta confiante, mas toda essa falsa prepotência não durou nem um minuto. A grande quantidade de sangue só faltava escorrer da tela, transbordando, escorregando pelo chão. Senti o tremor vindo do corpo dele. Por um momento senti um gosto de vitória por ter a confirmação, mesmo que não verbal, de seu medo, mas logo veio uma vontade de tirar o filme e abraçá-lo, com pena e pontadas de divertimento incrédulo. Simplesmente por que nunca imaginei que com todo esse tamanho ele pudesse ter mesmo medo de filmes.

—Come um pouco Ster, quem sabe isso faz você relaxar. – digo com a voz calma.

—Não vou comer nada.

Viro o rosto lentamente em sua direção, erguendo uma das sobrancelhas. A ignorância dele morreu na ultima palavra e o canto da sua boca tremia. Ele queria rir. Ou chorar. De medo. Reprimo um sorriso.

—Como é?

—Eu não vou comer.

—E aonde toda essa pipoca vai parar? Caso você não tenha reparado, eu não vou comer isso sozinha.

—Se vira garota.

Olho-o sem reação.

—Ah você vai comer. – digo em uma afirmação sem paciência.

Ele dá de ombros, como se dissesse sem palavras que eu não poderia fazer nada. Mas eu sabia que podia, então com um sorriso maquiavélico encho uma das mãos com pipoca, apoiando os joelhos no sofá, inclinando o corpo para cima de um surpreso Sterling e tentando sem muito sucesso forçá-lo a comer. Em algum momento entre as nossas risadas ele também conseguiu pegar munições, e a essas horas já tinha sal para todo lado. Eu não queria admitir, mas estava claro quem estava vencendo a brincadeira. Eu nunca fui realmente uma boa perdedora, então em um dos instantes em que ele parou para respirar, o empurrei e sentei sobre sua cintura, forçando algumas pipocas em sua boca. Aparentemente ele estava atônito, o que facilitou tudo. Mesmo vendo-o daquela forma, eu não pude frear as palavras que saíram da minha boca.

—Quem está vencendo agora? – e o tom era jocoso.

Ele riu nervosamente, mantendo-se parado e me olhando cautelosamente. Toquei-me então, percebendo a posição em que estava. Saí de cima dele com a certeza de estar corando. Olhei em volta, procurando sinal do Andrew e da namorada dele, antes de voltar o rosto para a televisão. O filme há muito já tinha sido esquecido, mesmo que a nossa atenção tenha se voltado para a tela. 


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Notas finais do capítulo

Vale reviews? Espero que tenham gostado.
Beijos.



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