Aira Snape - A Comensal escrita por Ma Argilero


Capítulo 9
Surpresas nada agradáveis


Notas iniciais do capítulo

O/ O Nyah entrou *comemorando*
Eu teria postado antes se o Nyah não tivesse entrado em manutenção e eu não tivesse tido a ideia de ler 3 mangás ao mesmo tempo e assistir animes.
Espero que gostem.



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Pior do que você se ver com com ressaca no primeiro dia de aula, é você se lembrar que sua noite foi irresponsável.

Todos estavam em suas respectivas mesas, esperando a seleção dos novos alunos. Eu, de vez em quando (lê-se tédio) fazia minhas refeições na mesa da Grifnória, mas como era o banquete de boas vindas, tinha que ficar na mesa da Sonserina.

Dumbledore deu as boas vindas e apresentou o novo professor de poções, Horácio. Não imaginei que ele fosse tão gordo. Meu pai não demonstrava estar feliz por seu novo cargo. Quem dera ele estivesse! Com tanta bagunça em nossas vidas, sorrir era difícil.

Quando o banquete estava pela metade, fui até a mesa da Corvinal, onde estava meu namorado e a irmã dele. Eles foram selecionados para ele. Todos os alunos presentes fitaram-me, querendo saber o que eu fazia ali.

– Você não devia estar em outra mesa? – perguntou Alekssandra, antes de tomar seu suco de abóbora.

– Eu prefiro ficar aqui. E além do mais, eu só como na Sonserina para não fazer desfeita.

Ela não entendeu.

Não comi. Estava sem fome. O que estava sendo normal para mim nos últimos dias. Não era nervosismo por a qualquer hora poderem descobrir que sou uma Comensal, mas eu também não sabia o porquê disso.

E como não deixo nada passar batido, resolvi beijar Jean. Foi minha maneira de mostrar aos outros que eu superei o final do meu relacionamento com o Fred e que eu estava muito melhor e seguindo em frente.

Ele não se contrapôs ao meu beijo, porém não foi intenso o quanto sempre foi. Jean olhou-me, pedindo para não repetir. Fiquei depressiva. Meu namorado não me queria?

O banquete acabou e eu segui para meu dormitório. Eu consegui surrupiar uma garrafa de vodka do malão de Ângela. Fui bebendo e cantando igual uma bêbada. Eu estava iniciando o processo.

– Você é realmente imprestável. Eu não tenho motivos para me encontrar com você. Esse mundo está infestado de homens como você – bebi mais um pouco. – Você é imprestável. Seus defeitos são incontáveis. Deixá-los de lado e te amar é perda de tempo.

Trombei em alguém. A garrafa caiu de minha mão e espatifou-se no chão. Olhei para cima e vi Jean , parecia ele pra mim. Estava escuro, mas era ele, meu loiro. O que ele fazia ali não tinha importância. Pulei em seu pescoço, o beijando. Ele tentava se ver livre de mim, mas eu prendi minhas pernas em sua cintura.

– Vamos pra um lugar reservado – propûs a ele, sussurrando-lhe no ouvido.

Ele apenas soltou um “Humm” e levou-me para uma salda de aula vazia. Trancou-a e deitou-me sobre uma mesa. As mãos dele passeavam por minhas coxas, arrancando-me gemidos baixos.

– Tem certeza disso?

– Eu quero.

Fechei meus olhos e não lembro de mais nada depois disso.

Acordei com uma tremenda dor de cabeça, com os raios de sol atravessando as janelas. Olhei ao redor e vi que estava no chão e havia uma mão segurando minha cintura. Virei-me e retirei os cabelos que tapavam-lhe o rosto. Sobressaletei-me em ver que não era Jean e sim Draco. “Eu fiz besteira”, pensei na hora. Mas eu estava vestida e ele também.

Senti-me melhor em saber que não transei com ele. Seria o fim se eu fizesse isso. Jean nunca me perdoaria. Chamei pelo Draco, que acordou e ficou observando-me.

– Sua doida – ele sentou-se e ajeitou seu cabelo. – Sorte que eu não sou aproveitador.

Ele não era aproveitador? Fingir ser meu namorado era aproveitar demais. Draco levantou-se e enlaçou minha cintura, levantando meu queixo e o mordendo. Virei meu rosto em sinal de desagrado. Ele apenas riu.

– Você podia ter me parado...

– Você não perceberia o quanto estava sexy e me deixando excitado.

Senti meu rosto queimar. Era normal eu atrair olhares, mas o modo como ele disse. Eu o deixei excitado. Caramba! Quando eu pensaria que isso era possível acontecer?

– Conta outra, Draco! – virei-me e recolhi meu casaco que estava no chão por algum motivo que eu não lembrava. Talvez eu tivesse começado... – O que houve exatamente aqui?

Ele apenas sorriu, um movimento ligeiro em seus lábios, quase imperceptível. Olhava-me, examinando-me por completo. Mas o que via em mim que tanto o atraia?

– Dá pra parar de me olhar?

– Não, Stwert.

O fato de me chamar pelo meu antigo sobrenome não me deixou com a guarda-baixa. Fazia tempo que eu não ouvia aquela palavra sendo dita por alguém.

– Quer falar? Se não o que você tem no meio das pernas não sobreviverá para contar histórias!

Parece que a ameaça surtiu efeito.

– Depois que eu te deitei sobre a mesa e ter te perguntado se você queria... – Droga! Eu não podia. – Eu achei melhor não prosseguir. Você estava bêbada e se eu tomasse seu corpo...

Eu bati no rosto dele. Ele era um grande imbecil. Draco deveria ter me levado direto para o salão comunal, mas ele ficou ali, comigo em uma sala de aula.

Draco olhou-me, indignado. Prensou-me contra a parede. Senti meus ossos e as mãos fortes dele.

– Nunca me bata!

– Vai revidar?

Sem uma resposta, ele soltou-me.

– Desculpa.

Olhei-o. Ele parecia ter sido atingido por uma dor enorme. Ou estava somente fingindo.

– Por que não me disse que não era meu namorado?

Ele apenas me olhou vagamente, antes de virar o rosto para a mesa em que horas atrás estávamos trocando carícias.

– Porquê sou homem, Aira. Eu fiquei excitado, desejando seu corpo. E quando vi o quanto você queria, pensei em seguir...

– Transar comigo.

Draco nada disse, apenas prosseguiu:

– O calor do seu corpo, os seus beijos doces. Como você não queria que eu me comportasse. Eu te penetraria ali, se eu não tivesse me controlado.

Será que ele estava falando a verdade?

– E as outras garotas?

– Elas sempre queriam e eu fazia tudo.

Sentei-me sobre a mesa, o escutando. Ele aproximou-se de mim e beijou meu joelho. Tentei repeli-lo, mas Draco ficou ereto, fitando-me.

– Você poderia ter...

– Eu queria... – ele aproximou-se mais e eu senti meu coração pular dentro de meu peito. O que será que estava acontecendo? – Ainda quero...

Draco tocou seus lábios aos meus, mas antes que pudesse aprofundar o beijo, afastou-se de mim.

– Daqui três meses.

Eu não estava entendendo nada. Como assim três meses? Ele deve ter percebido minha falta de entendimento, pois explicou:

– Três meses, Aira. Três meses para eu te conquistar.

Ele só queria me levar para a cama. Eu não o deixaria fazer isso. Não mesmo.

– Não sou igual as outras, que cairam no seu charme. Eu te conheço. Você é meu amigo.

Draco recolheu seu casaco e saiu. Fiquei ali, sozinha, pensando em tudo que ocorreu. Se ele só quisesse me levar para a cama, teria feito isso na noite anterior, enquanto eu estava bêbada.

Segui para meu quarto. Tomei banho e ao sair quase trombei na Parkinson.

– Se divertiu com seu namorado?

Eu tinha vontade de matá-la.

– Não é dá sua conta o que faço ou deixo de fazer!

Ela não saia do meu caminho.

– Deve der sido boa a noite com seu namorado. Quantas vezes ele te comeu? – ela riu, cínica.

Lutei para não pular em seu pescoço e lhe matar axficiada.

– Muito mais do que você será fodida em sua vida.

A cara dela contorceu-se. Parecia que ela havia chupado limão. Consegui a fazer se sentir inferior.

– Não me compare com você...

– É você que é mal amada. E sabe de uma coisa, Parkinson? É muito bom passar a noite inteira transando loucamente com meu namorado.

Virei-me e ouvi ela rogar praga sobre mim.

Desci a escada e encontrei Draco sentado no sofá, lendo. Ele observou-me dos pés a cabeça. Eu até acharia normal o olhar dele, se eu não soubesse que ele queria outra coisa.

– Você está bonita.

Revirei meus olhos e segui para a porta, mas antes resolvi tirar áquela história a limpo. Sentei-me ao lado dele e o olhei. Ele segurou meu cabelo e me observou.

Eu prendi meu cabelo em maria-chiquinha. A coloração estava rosa. Pensei que se a usasse, ninguém prestaria atenção em minha face.

– Desculpa por ontem e hoje.

– Olha Draco. Você é meu amigo. Não quero estragar tudo, está bem?

Ele apenas concordou com a cabeça.

– Aira.

– Quieto, Draco. Você pode até tentar, mas nunca serei conquistada por você – “Se nem o Jean conseguiu fazer isso”.

– Não posso tentar?

Pensei em estápea-lo para lhe acordar.

– Continue, mas não haverá nenhum resultado.

No salão principal, não tive vontade de sentar-ma à mesa da Sonserina. Não aguentaria as patadas de Parkinson, agora que ela se sentia mal amada. Sentei-me junto das gêmeas e elas me olharam. Não perguntaram nada e eu também não diria. Tomei o café e seguimos para a aula de Herbologia. Draco postou-se ao meu lado esquerdo, enquanto as gêmeas ficaram do direito. Elas, assim como eu, estranharam a reação do loiro.

A professora entrou na estufa e começou a explicar sobre as qualidades da planta estudada. Parkinson faltava lançar um vaso na minha cara, mas só não fazia isso por que tinha muitas pessoas ali e podia acertar Draco. Ela não machucaria ele.

Quando estávamos sando, senti uma mão segurar meu pulso. Olhei para trás e vi Draco. Ele aproximou-se, ficando de frente pra mim.

– Pode me ajudar com algumas matérias?

O dia nem havia acabado e ele já pedia ajuda? Liguei na hora o que ele estava querendo. Pensei em recusar, mas eu sabia que ele não era bom em certas disciplinas. E com a missão dele, haveria menos tempo para estudar. E eu era encarregada de ajudar Draco.

– Pode ser. As cinco na bibioteca.

Alcancei os outros alunos, que entrava no castelo. Segui para a aula de poções. Era somente um período com a Corvinal. Sentei-me em uma bancada e esperei o restante dos alunos entrarem na sala. Ninguém ficou na mesma bancada que eu. Sonserinos odiavam a maneira que eu agia e os meus amigos. Os corvinais nuna se juntavam.

Bufei, frustrada. Todos tinham amigos em suas próprias casas, somente eu que fiz amizade com pessoas de fora. Eu queria que tivesse sido diferente, mas era pedir demais.

O professor apresentou-se à sala. Ele era mais tranquilo e sorria. Diferente de meu pai, que sempre se apresentava carrancudo.

– Alguém poderia me dizer que poção é essa? – ele levantou a tampa de um caldeirão e u senti um cheiro invadir-me.

Eu o conhecia. Era o cheiro da pele de Fred, misturado com seus cabelos. Não pude deixar de sentir saudades.

Ninguém levantou a mão. Resolvi responder.

– Poção do amor.

– Dez pontos para a Sonserina.

Os corvinais estavam extasiados com a sensação do cheiro que nem perceberam que haviam perdido uma chance.

– Que foi que sentiu?

Como eu poderia dizer aquilo?

– O cheiro do cabelo e da pele – exitei um pouco. – do meu namorado.

– Perfeitamente. Já que é uma poção do amor.

A aula prosseguiu. Fiquei o tempo toda sentada, observando o professor falar e fazendo anotações. Eu queria me ver livre do amor que ainda nutria pelo Fred. Tinha de esquecê-lo. Não importasse a maneira que eu faria.


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Notas finais do capítulo

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