Tormenta escrita por Scott 323


Capítulo 3
Ato 3




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-x- 2 anos depois  -x-

Carter fechou a porta do quarto, ouviu o suspiro de Rosie.

- Cansada? – Mason se virou para a rainha que estava sentada numa das poltronas do quarto.

Rosie estava soltando as sandálias, Carter se ajoelhou na frente dela e a ajudou a tira-las, com cuidado passou a massagear os pés da mais nova. Rosie se recostou na poltrona soltando um gemido de satisfação.

- Está bom? – Sorriu observando Rosie morder o lábio.

- Sim. – Suspirou sentindo os dedos subirem pelas panturrilhas.

- Adoro suas pernas. – Murmurou apertando os músculos.

Ouviram o som da chuva, se entreolharam com um pequeno sorriso cumplice.

- Acende a lareira? – Rosie pediu se levantando e puxando Carter junto, retirou a adaga que a Mason ainda usava.

- Claro. – Se curvou a beijando nos lábios.

Carter andou até a lareira, puxou a grade de proteção. Pegou os pedaços de lenha seca e os empilhou cuidadosamente dentro da lareira, pegou o acendedor que havia ali encima e com cuidado as chamas lamberam as toras.
Desabotoou a casaca e a retirou a dobrando em seguida. Sentiu os dedos roçarem no fecho da faixa e logo o aperto lhe abandonando.

- Elegante precisa parar de fazer esses uniformes de gala. – Carter esticou os braços os alongando.

- Na verdade sou eu que peço. – Mordiscou a orelha da mulher. – Adoro ver você dentro de um uniforme.

- Bom saber. – O sorriso malicioso, colocou os braços para trás fechando as mãos nos quadris de Rosie cobertos pelo roupão grosso.

Rosie beijou o ombro de Carter.

- Vamos deitar? – Carter bocejou, sentiu que as mãos entrando por baixo de sua blusa. – Bem, temos que deitar pra isso também.

Virou o rosto mordendo a pele quente do pescoço de Carter.

- Concordo. – Soltou uma pequena risada com um meio sorriso. – Me sinto negligenciada.

- Negligenciada? – Carter repetiu se virando para ela, entrelaçou os dedos levando uma das mãos aos lábios. – E eu posso saber por que minha rainha?

- Ultimamente você tem tido tantas missões e treinamentos. – Amuou o rosto. – Me sinto sozinha nessa cama grande sem a minha esposa.

Respirou fundo e em seguida tomou de assalto a boca da rainha, com uma mão a segurava pela cintura enquanto com a outra desamarrava o robe. Rosie a prendeu pelo pescoço com os dois braços a puxando para mais perto.

- Quero você. – A rainha sussurrou mordendo o lábio da esposa. – Agora.



O silencio confortável preenchia o quarto, Carter mantinha Rosie próxima ao seu corpo, a respiração da rainha era tão lenta que poderia jurar que ela estava dormindo se não fosse por um beijo ou outro que ganhava.

- Amo a chuva. – A voz macia de Rosie rompeu o silencio.

- Mesmo? – Se contorceu para olhar a mulher que estava recostada em seu ombro.

- Sim. – Sorriu fechando os olhos. – Foi em uma noite de chuva que você disse que me amava, foi em uma noite de chuva que nós noivamos e foi nessa mesma noite que fizemos amor pela primeira vez.

Juntou seus lábios aos cabelos da esposa.

- Eu estive pensando. – Começou em tom baixo. – Estamos casadas a quase dois anos já.

- Sim.

- E eu sei que no inicio eu relutei um pouco nisso, mas eu acho que devemos pensar em ter os nossos filhos.

Rosie sentou na cama, deixou o lençol cair revelando o dorso nu, se virou para encarar Carter.

- Você está falando sério? – Seu tom de voz era surpreso.

- Sim. – Respirou fundo. – Nessa ultima missão eu tive que salvar uma princesinha que não deveria ter mais de dois anos, isso me fez pensar que eu adoraria que tivéssemos uma princesinha.

Rosie sorriu antes de jogar o corpo encima de Carter a beijando por todo o rosto.

- Eu te amo. – Murmurou com um sorriso sem tamanho.



-x- Meses depois -x-

Sophia sorriu para a filha enquanto acariciava sua barriga. Elegante ia de um lado para outro com amostras de tecidos enquanto murmurava rapidamente em espanhol.

- Você está tão linda. – Murmurou para a filha. – Mal posso esperar para ver essas crianças lindas.

- Eu também. – Rosie mordeu o lábio com um pequeno sorriso.

A barriga já denunciava a gravidez em estado adiantado. Rosie pousou a mão no alto de seu estômago e o afagou de leve.

- Eu só queria que a Carter estivesse aproveitando mais. – Suspirou triste olhou para Elegante que examinava concentrado um esboço com um tecido verde claro nas mãos. – Ela tem passado tão pouco tempo em casa.

- Eu sei que ela adoraria passar os dias paparicando você e essas crianças, mas ela tem responsabilidades.

- Eu sei mãe, eu só queria que ela estivesse vivendo isso comigo. – Deixou uma lágrima escorrer, odiava seus hormônios, estava tão sensível.

- Mi reina. – Elegante se abaixou na frente dela. – Não chore, venha vamos ver o enxoval.



Carter apertou o ultimo parafuso e se afastou para olhar o seu trabalho. Os dois berços estavam em pé, adorava fazer aquilo para sua rainha. Tinha tomado para si a responsabilidade de montar o quarto de seus filhos, não queria que ninguém fizesse isso. Sabia que Rosie estava sensível com sua continua ausência e essa era uma das poucas maneiras que havia arranjado de viver aquele momento.
Abriu a porta de seu quarto e encontrou Rosie se examinando no espelho. Percebeu que ela usava um conjunto de calcinha e soutien de panos confortáveis, Rosie passava a mão pela grande barriga enquanto analisava os seios fartos.

- É errado eu me sentir incrivelmente… - Se aproximou a abraçando por trás, acariciando a barriga, sussurrou o resto em seu ouvido. -… excitada por uma mulher gravida?

- Não se essa mulher for a sua esposa. – Sorriu acariciando os braços que lhe envolviam.

- Bom, muito bom. – A beijou rapidamente no pescoço. – Você está tão sexy baby.

- Senti sua falta. – Virou o rosto para ela, apertou seus lábios nos da esposa.

- Eu também senti amor. – A puxou até a poltrona.

Carter se sentou e com cuidado acomodou Rosie em seu colo. A rainha deixou Carter lhe envolver num abraço confortável.

- Terminei de montar os berços. – Seus dedos escovavam a pele dilatada do abdômen. – O quarto está quase pronto só falta terminar de colocar algumas prateleiras e guardar os bichinhos de pelúcia.

- Mal posso esperar. – Sorriu a beijando no rosto.

- Falta pouco. – Sorriu enquanto Rosie se aconchegava melhor em seu corpo. – O que o médico disse?

- Estamos bem. – Bocejou fechando os olhos. – Eles estão saudáveis.

- Dorme mi cariño. – A beijou na testa arrancando um sorriso da rainha.

- Desde quando você fala espanhol? – Sorriu fraco.

- Uma hora eu teria que aprender. – Sussurrou executando os dedos pelos cabelos da mulher. – Dorme tranquila eu estou aqui pra cuidar de você.

- Eu sei.



-x- Notificação oficial da Casa Real Fiore -x-

Viemos por meio desta notificar o nascimento de nossos príncipes. Nascidos de cesariana no dia 15 de setembro as 11:54 da manhã, ambos estão saudáveis assim como nossa adorada rainha. O menino veio ao mundo medindo 20 centímetros e pesando 4,010Kgs já a menina veio medindo 18 centímetros e pesando 5,038Kgs.
Nossas rainhas ainda não decidiram os nomes das crianças, mas agradecem por todas as orações e demonstrações de afeto demonstradas por todo o reino. A família real também pede que se respeite um momento e que assim que os príncipes estiverem prontos eles serão apresentados ao nosso publico.

-x-x-x-x-x-x-



Carter abriu a porta, Rosie estava deitada com os olhos fechados e um sorriso nos lábios. Se aproximou da cama, segurava uma cesta com frutas e chocolates junto com dois ursinhos pequenos e na outra mão um ramalhete de amor-perfeito roxos.

- Você está tão linda. – Sussurrou com um sorriso largo.

Rosie abriu os olhos cansados, Carter colocou a cesta cuidadosamente sobre a mesinha e o ramalhete no colo da esposa. Se curvou colocando um beijo calmo na testa e um amoroso nos lábios.

- Você está perfeita. – Escovou uma mexa para longe do rosto. – Incrível.

- Para. – Murmurou com um sorriso fraco. – Eles estão bem?

- Perfeitos. – A segurou pelas mãos as beijando. – Eu estou tão apaixonada por eles e se é possível ainda mais por você.

Sentiu a lagrima escorrer pelo canto do olho, Carter não conseguia parar de sorrir, sentiu a preocupação lhe atingir quando viu a lágrima.

- Amor, o que você está sentindo? – Olhou para trás preocupada tentando achar alguém.

- Não. – A segurou pelo braço. – É uma lagrima de felicidade.

Carter sorriu e com cuidado para não machuca-la se curvou sobre ela em um beijo lento e calmo.

- Podemos entrar? – A médica parada na porta vinha empurrando um pequeno carrinho. – Perdoem-me Majestades, mas eu pensei que as senhoras gostariam de um momento em família.

Rosie estendeu um dos braços para o carrinho e com o outro manteve Carter sentada ao seu lado.

- A princesa mamou, muito bem por sinal e já dormiu. – Ela falava baixo enquanto pegava o embrulho azul cuidadosamente. – Já o nosso pequeno príncipe não quis mamar na mamadeira e muito menos dormir.

Rosie o recebeu com um pequeno sorriso, Carter puxou o ramalhete para longe o pousando ao lado da cesta. Observou atentamente a pele ainda avermelhada, o queixo pequeno no mesmo formato do de Rosie e os olhos amendoados e escuros como os de Carter. Os cabelos fartos de um castanho claro, o garoto se esticou nos braços da mãe bocejando com a pequena boquinha.

- Ou seja, ele tem o seu gênio. – Rosie falou com um sorriso ainda maior.

A médica sorriu. – Posso fazer uma sugestão?

- Por favor. – Carter olhou para a médica. – Esse rapaz tem que comer.

- A senhora pode pega-lo? – A médica sorriu para Carter enquanto se curvava para Rosie. – Com licença majestade.

Desabotoou os dois botões que a rainha tinha no ombro direito puxando o pano para longe revelando o seio nu.

- Pronto vamos ver se este rapazinho mama. – Ela orientou para que o menino volta-se para o colo de Rosie.

Com calma aproximou o bico da boquinha do garoto o induzindo a pegar. O menino começou a sugar o leite arrancando um sorriso das mães.

- Com licença. – Fez uma pequena reverencia e saiu.

Carter esperou ouvir o clique da porta para sorrir maliciosamente, com o dedo acariciava os cabelos do filho.

- É o meu garoto. – Sussurrou ainda sorrindo. – Pra que um bico de borracha sem gosto quando se tem um prato saboroso desses.

- Carter. – Sentiu o rosto esquentar, olhou para a esposa.

- O que? – Se aproximou bicando seus lábios nos dela. – Eu não estou mentindo, eu amo o gosto deles.

Rosie balançou a cabeça com um sorriso fraco nos lábios.

- Onde está minha mãe?

- Organizando as comemorações. – Seu olhar voltou para o filho. – O reino está em festa, mas todos querem saber os nomes deles.

- Que tal… - Passou a mão pelas perninhas compridas do menino. - Eduardo?

- Eduardo?

- Na história antiga existiu um Eduardo que governou sua terra com força e justiça, um homem de muito caráter e muita teimosia. – Rosie tinha um pequeno sorriso nos lábios. – E como o nosso garoto ele possuía cabelos claros e pernas longas.

- Príncipe Eduardo Montoya Fiore Mason. – Carter falou em voz baixa cheia de reverencia. – Nome forte e de respeito, gostei.

Rosie ainda sorrindo começou a cantar uma antiga canção de ninar em espanhol. Pronta para embalar os sonhos do pequeno príncipe em arriscadas aventuras onde iria provar sua coragem e honrar seus antepassados.



Carter estava sentada na poltrona do quarto das crianças, já haviam recebido alta. A bebe estava em seus braços tirando um sorriso tranquilo dos lábios da mãe.

- Então, ela ainda não tem nome. – Rosie se aproximou sentando no braço da poltrona apoiando uma perna sobre as de Carter.

- Existe um que eu gosto muito. – Ergueu os olhos para a rainha. – Se você concordar.

- Qual? – Deslizou a mão por entre os cabelos negros da mulher.

- Helena. – Sussurrou para a menina. – Na mitologia grega, Helena era filha de Zeus com uma mortal. Ela era conhecida como a mais bela de todas as mulheres na terra e quase todos os homens e heróis estavam aos seus pés. Ela foi uma rainha e dizem ser ela o motivo da guerra de Tróia, mas a verdade é que ela apenas largou tudo o que ela conhecia e era seguro para seguir o seu amor verdadeiro até um reino distante. Te lembra alguma história?

- E eu achando que você dormia nas aulas de história. – Apoiou sua testa na cabeça de Carter. – Sim, me lembra uma linda história. Eduardo e Helena os príncipes de Costa Luna.

As duas olharam para a menina, os cabelos escuros e finos, o mesmo queixo que o irmão havia adquirido de Rosie. A pele rosada, a boquinha em botão e os olhos grandes de um castelo claro quase um mel.

- Obrigada. – O sussurro doce da rainha. – Por tudo, por me dar essas crianças e por me ajudar a crescer tanto.

- Eu te amo minha rainha. – Carter levantou o rosto a beijando devagar.



-x- Meses depois -x-

Rosie olhou para o carrinho ao seu lado por cima dos óculos de leitura, Helena dormia calmamente. A chupeta, calmante natural para a garota, estava sendo sugada e com uma mão gordinha segurava o ursinho de pelúcia. Os cabelos escuros já criavam os cachos espaçados, não era visível, mas já tinham nascido os dois dentinhos de leite.
O barulho de fala desconexo chegou aos seus ouvidos, Eduardo estava sentado no chão brincando com alguns blocos. Os cabelos claros diferentes dos da irmã eram lisos e arrepiados, um bloco foi parar na boca.

- Tira da boca. – Brigou.

Eduardo olhou para a mãe e sorriu, largou os blocos e desatou a engatinhar para o lado contrario da mulher.

- Eduardo. – Rosie já ia se levantar.

Um par de pernas entrou na frente do garoto.

- Sua mãe esta chamando você. – Carter o pegou no colo falando sério. – Você vai enlouquecer a sua mãe carinha.

Os dedinhos foram direto para a boca da mãe tentando examina-la o sorriso fácil nos lábios enquanto ainda falava aquela língua desconhecida.

- Hey você. – Rosie se aproximou da esposa com um sorriso.

- A visão que me faz querer voltar cada vez mais rápido para casa. – A puxou pela cintura encostando as duas testas, soltou um pequeno gemido quando Rosie passou a mão em suas costas.

- Você se machucou? – Franziu a testa.

Carter abanou a cabeça colocando um beijo cuidadoso nos lábios de Rosie.



Gemeu sentindo as ataduras frescas lhe apertando o tronco.

- A cada missão que passa você se machuca mais. – Ralhou com Carter prendendo o ultimo esparadrapo.

- Eu fui descuidada. – Murmurou segurando Rosie pelos quadris. – Desculpa.

A puxou depositando pequenos beijos pelo abdômen coberto pelo vestido. Rosie sorriu acariciando os cabelos de Carter soltou um suspiro quando sentiu a mão fria em sua panturrilha.

- Não, você não pode. – Murmurou a puxando para longe. – Você vai sentir dor.

- Senti falta da minha mulher. – Carter reclamou manhosa.

- Bem, a sua mulher só quer que você pare de se machucar e se lembre que agora temos dois filhos para criar. – Acariciou o rosto da mulher com o dedo.

Carter se levantou a beijando nos lábios, a puxou a forçando a se sentar na poltrona próxima a lareira. Entrou no closet e saiu um tempo depois apenas com os shorts de dormir e um top preto.

- Nossos filhos. – Sorriu se ajoelhando na frente dela. – Você. – Abriu um pequeno sorriso fazendo Rosie também sorrir. – São os pedaços de minha alma que não estão dentro de mim, mas quando eu olho para você e para eles eu me encontro. Em pensar que eu tentei de todas as maneiras fugir de você, te esquecer. – Segurou a mão esquerda de Rosie e beijou a aliança. – Te amei em silencio, te protegi até quando não precisava. E ultimamente eu tenho protegido tantas outras princesas que venho negligenciando a minha rainha e os meus príncipes. São eles que eu realmente tenho que proteger e guardar com a minha vida e é exatamente por isso que essa missão foi a minha ultima como agente de campo da PPP.

Rosie segurou o rosto de Carter a olhando com preocupação.

- Você não precisa…

- Preciso sim. – A interrompeu respirando fundo. – Você, Helena e Eduardo são a minha vida e se algo acontecer porque eu não estive aqui para proteger vocês eu nunca me perdoaria.

Rosie sorriu sentindo uma lagrima fazer seu caminho pela força da gravidade.
Carter se sentou no colo da esposa a bicou carinhosamente seus lábios nos dela, sentindo os braços serpentearem a sua cintura.

- Preciso te confessar uma coisa. – A rainha murmurou sentindo o toque suave pelos seus cabelos. – Eu sempre acreditei em contos de fadas.


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