Foi Meu Melhor Amigo escrita por michelemonteiro


Capítulo 1
Capítulo 1 - O acidente




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Parecia com um dia comun para domingo. O almoço era macarrão, os parentes vieram fazer a visita semanal... a empregada já havia ido para casa. O padrão parecia permanecer ali. Carla, brincava com seu primo. Ambos da mesma idade, ela e Carlos (formalidades da geração da família Azevedo, muito ligados). Fernando já não pode comparecer (amigo de Carla), viajara com os pais.

Tudo corria como sempre correra. Mas algo aconteceu.

O ouvido de Carla recebera um som. Vidros tinham se quebrado, o que havia ocorrido? Estava sentindo uma sensação ruim, o qual não compreendia. O que havia de ser? Uma pedra na vidraça? A bronca parecia ser sua. Mas, era algo maior, seria um tijolo? Não, algo havia caído, um impacto forte chegara ao chão. Precisava saber o que era. Foi ver com seus olhos. Calma seguiu. Mas algo a apressara. Alguém havia gritado. O que caiu realmente era importante.

Todos formavam um círculo no objeto suspeito. Ouvia choro, lamento. O objeto caíra em alguém? Naõ conseguia descobrir, mas a curiosidade lhe colocou palavras na boca:

- O que houve? - falou para seu tio Roberto, ao ver um líquido vermelho saindo do centro.

É, o que era essa "aguinha" escorrendo sem parar no círculo que a multidão compunha? Misturadas com cacos que deviam ser transparentes, não avermelhados?

Às vezes, quando se machucava, saía um pouco. Via-o também, na casa do primo. Luís, que já tinha 16 anos. Lembrara de seu pai Tomás a arrancá-la da sala do tio André, ao olhar na televisão, uma mulher com um buraco cheio de "aguinha vermelha" saindo do peito, logo um homem com a faca manchadas com o mesmo. Acho que se chamava sangue. Mas desta vez, precisava ver melhor o que era, além do mais, a casa era dela, era o seu direito.

A cena havia mudado. Todos a viam agora com um olhar de pena, alguns chorando, outros com a mão no rosto, cabeça baixa, ou balançando-a no sentido horizontal, com o objetivo de negar alguma coisa. Só que, ao menos pedira algo! Então repitiu:

- O que houve?

A resposta, não recebera oralmente, mas ouviu:

- Tirem-na daqui.

- É, não seria bom uma criança ver isso.

Logo André tentou agarrar-lhe a mão, mas ela não aceitou, estava determinada:

- Me falem, por favor! O que se passa?

Dessa vez, seu braço foi puxado por Luís. O que aconteceu? Até ele? Mas não gostou. Com toda sua força, mexeu o braço de uma maneira totalmente rude. Certa vez, num capítulo de novela, vira um casal brigando, ele tentou impedí-la de sair pela porta, segurando-lhe o braço, ela, fez exatamente o ato, que roubou a atenção de Carla, a única coisa, que a prendia agora no sofá da sala da casa da avó. Achou tão inovador! Seria moda? Ela queria plagiar. Passou dias tentando imaginar situações possíveis para inaugurar esta ação que acabara de aprender. Até brincar com os amigos, de papai e mamãe. Em que o garoto queria forçá-la a levar o filho ao dentista, mas ela não queria. Infelizmente não soou muito legal, naõ combinara, parecia demais para uma simples cena. Mas agora, parecia o momento perfeito. Ela era impedida de saber o que se passava, na sua própria casa, um erro. Mas, o impulso tivera corrido na frente das lembranças. Não era esta uma brincadeira, era algo real em sua casa. Como a educação não estava com elas, não precisava estar com ela.

Decidiu printamente abrir caminho. Empurrava a tia Zélia, os filhos dela, e até a sua avó. Chega ao centro, quando algo a paralisa. Uma cena totalmente grotesca. Não parecia tão pior ao ver, quem realmente, a lembrava, semqualquer dúvida, mas persistia em encarar aquele que olhava para o nada... seu pai.

Tentava de algum modo invocar seu nome, não conseguia acreditar no foco dos seus olhares. Seria ele? Tentou perguntar, mas era como que não pudesse. Sua gargante, parecia trancada, de algum modo ela não podia falar, de algum modo, estava muda.

Logo, Luís conseguiu agarrá-la pela barriga, levantá-la e levá-la. Nessa hora, voltou para dentro de si. Suas cordas vocais, funcionavam novemente:

- Me solta!! Deixe-me no chão, por que você está me segurando? Não me leve! Algue-alguém me tire daqui!

E gritando e batendo em suas costas, que parecia não sentir dor, a levaram para o seu quarto, fecharam as cortinas, a colocaram na cama. E naõ muito depois, um comprimido e um enorme copo de água, a esperava. Fátima(mais uma tia sua), o trazia com um sorriso um tanto desconsertado. É um calmante.

Ela toma, e depois, suas lágrimas começaram a fuir, de um  modo que não conseguia controlar, se sentira só, acabada, como que, respirasse fosse desfuncional. Como se ninguém estivesse ao seu lado, apesar da multidão a cercá-la.

- Ele não olhava pra lugar nenhum. Nem piscava.- nem Luís, nem Fátima, souberam o que falar - ele não volta não é?- com essa pergunta, ela levanta o olhar para eles. Confrontados com uma pergunta retórica. - Ouvi alguém dizer, que ele se matou, por qual motivo? - os olhos de Fátima se abrem ao extremo. Precisava continuar quieta, o silêncio, para ela, era a melhor resposta, mas Carla insistiu, gritou-lhe ao ver que ela sabia lhe responder - me diga por quê!

Fátima, a dona do saber.E realmente, ela conhecia o motivo, mas não sentia maturidade suficiente da parte de Carla, a ponto de compartilhar esse conhecimento.

Fátima tinha uma amizade forte com seu irmão, a mais forte da família. Conhecia Tomás como ninguém, nem sua mãe, lhe conhecia tão bem. Já ela, sabia de todos os seus segredos, dos mais leves, aos mais profundos. Seus sentimentos, disecernia velozmente, dos mais horrendos, aos mais puros. Desabafavam juntos, contavam um ao outro coisas que ficavam entre eles, somente entre eles.

Entre tudo que sabia, a coisa maior, respondia a pergunta da sobrinha. Por onde começar? Mas, ela realmente amava Tomás, e sua filha Carla também enchia seus olhos.

Fátima era estéril. Naõ podia ter filhos. Ficou em choque por este motivo. Como Tomás era seu irmão mais achegado, e era viúvo, decidiu ajudar-lhe com a pequena. A tratava como filha. Por isso, achava cruel, omitir a Carla tudo que sabia. Não conseguia maia se calar. Naõ se conteve ao ver o semblante da sua querida. Reativando o choro que pensava  ter cessado, fez Carla achar que devia desistir de saber, esta, curvou a cabeça devagar. Pra Fátima, esta era a pior parte.

- Está bem, lhe contarei...

Luís e Carla, se espantaram. Ela realmente sabia, e pior, contaria.

- A tia Fátima conta depois, néh? - tentou Luís.

- Ela pediu. Eu irei contar.

o que ela dirá?


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